Revivendo escrita por keemi_w


Capítulo 8
Capítulo 7.


Notas iniciais do capítulo

Oii, gente. Tudo bom com vocês?? Bom, antes de mais nada, quero avisar que este capítulo será bem melodramático tipo novela mexicana (okay, péssima comparação xD). Obrigada de verdade aos que enviaram reviews no último capítulo. Fiquei super feliz e motivada.
Um suuuuper beijos e aproveitem o capítulo!! :D
PS: caso necessário voltem para o capítulo anterior para relembrarem de pequenos detalhes ;]



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Daniel estava sozinho no apartamento de Lívia esperando a garota voltar d’A Toca. Ficou de fazer um almoço para eles dois e Karen que viria também. Dan estava dando graças que não tinha que ir ao hospital naquele dia, por isso resolveu mimar um pouco a amiga que precisava de um apoio.

Estava andando pelo quarto de Liv esperando o momento certo para capturar seu porquinho da índia e coloca-lo de volta na gaiola, porém o porquinho era ágil e muito rápido. Já Dan era alto e destrambelhado. O porquinho correu para debaixo da cama de Lívia e no caminho que Dan fez acabou caindo e derrubando a bolsa de Lívia que estava em cima de uma cadeira.

Ele correu para ajeitar a bolsa, mas boa parte de seu conteúdo caíra no chão. O porquinho apareceu ao seu lado e o moreno estreitou os olhos para ele capturando-o rapidamente. Colocou-o na gaiola e voltou para arrumar a bolsa que caíra.

No chão tinha lápis de olho, batom, óculos de sol, carteira, vários papéis jogados e uma garrafa de água. Dan iria passar reto em tudo e colocar apenas dentro da bolsa novamente sem prestar atenção em nada, mas em um dos papéis estava escrito: “Exame de glicoproteína hormonal”. Dan estranhou logo de cara.

Era errado. Era feio. Era uma situação constrangedora, mas ele abriu o envelope. Como era medibruxo, sabia de longe os índices de HCG para mulheres grávidas. Ele leu o nome da paciente, mas não era o nome de Liv e sim de Angelina. O rapaz ficou mais confuso ainda. Por que Liv estava com os testes de gravidez da Angelina?

Daniel percorreu os olhos pelo exame e lembrou-se da loira explicando que Angelina estava grávida de três meses, mas no exame era tudo muito contraditório. Os índices de HCG relatados no papel eram de uma mulher de, no mínimo, seis meses.

Logo após isso viu a foto do ultrassom que estava anexada nos exames e era visto um feto bem pequeno, em formação ainda, com no máximo dois meses de vida. Daniel estranhou ainda mais a situação. Leu o rodapé dos relatórios e pegou o número de registro da clínica. Entrou no google e jogou esse número na ferramenta de pesquisa. Era uma clínica em Bristol!

Daniel começou a tremer de raiva. Essa história de gravidez era totalmente falsa. Angelina fizera isso só para enganar Jorge e Lívia para conseguir ficar com o ruivo. Mas Daniel não iria deixar assim, não ia! Já estava quase saindo do apartamento de Lívia quando a loira entrou com lágrimas nos olhos. Teria que esperar para dar uma palavrinha com Angelina. Guardou o teste em seu bolso e foi ver a amiga.

– O que foi, Liv?

Ela soluçou e se jogou no sofá da sala de estar.

– Ele está com ela, Dan. Vai dormir na casa dela! – ela exclamou entre lágrimas. – E eu não sou idiota para acreditar que os dois vão ficar a noite inteira fazendo carinho na barriga da Angelina. Eu não sou idiota, Dan, eu não sou!

Daniel se agachou na frente dela e segurou seu queixo, fitando seus olhos azuis marejados.

– Claro que não é idiota, Liv. Você só confia demais nas pessoas e acaba se decepcionando depois. – Ela parou de chorar e prestou atenção no que Dan queria dizer. – Você é a pessoa mais incrível que eu conheci, pequena. Sabe por quê? – Ela negou. – Porque você é ingênua de todo o seu coração. Nunca espera o pior das pessoas, nunca mesmo. E isso, Liv, é muito maravilhoso sabia? A única coisa triste é que pessoas tão maravilhosas assim sofram. Olha, eu odeio te ver chorando, por isso já tinha avisado para o Jorge ter cuidado com você. E ele não fez um bom trabalho.

Lívia abraçou Dan e continuou chorando em seu colo. A única coisa que Liv queria era saber a hora que ia parar de doer. A hora que aquela dor que estava sambando no seu peito em cima de um salto agulha iria se desprender dela.

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Jorge não queria estar lá. Não queria nenhum pouco ficar numa casa vazia ao lado de Angelina. Estava sendo tratado como uma criança ao acatar as ordens dos pais como se ele não soubesse resolver sua própria vida.

O ruivo estava sozinho na sala, pois Angelina descansava no quarto já que quase tinha perdido o bebê. Mas uma coisa muito estranha foi ter ido até a consulta médica e a especialista mal ter feito um ultrassom para ver como seu filho estava. Deixou quieto, pois os medibruxos deveriam saber muito mais do que um mero vendedor no Beco Diagonal.

Ele estava mexendo no zíper do seu casaco enquanto um programa trouxa passava em uma tesevilão ou algo parecido com esse nome. Porém, seus pensamentos se concentravam em uma só loira que teve a capacidade de roubar seu coração. Sim, ele não tinha mais controle de si próprio, era Liv que comandava sua vida. Era ela quem Jorge queria fazer feliz para o resto da vida. Não Angelina. Não. Definitivamente, não.

– Jorge – Angelina disse manhosa descendo as escadas com um decote e um short provocantes. – Não quer deitar comigo?

– Não – ele respondeu sem ânimo. – Vou continuar aqui, se precisar de algo me chame.

A morena não desistiu, foi até o lado do ruivo e sentou de uma forma para acariciar seu cabelo e ao mesmo tempo mostrar seu corpo. Jorge nem olhou para ela, continuou mexendo no zíper de seu casaco.

– Sabe, pode parecer besteira, mas eu fico feliz que vou ter um filho seu, Jorge – Angelina começou seu discurso. – Você é um bom rapaz! Se fosse outro cara, provavelmente, me abandonaria. Não daria nem metade do apoio que você está me dando. E mesmo com nosso término um tanto quanto ruim, eu queria te dizer que eu não te esqueci, ok? – Ela se aproximou de Jorge que agora sim fitava os olhos jabuticaba de Angelina. – Nem em um bilhão de anos, querido.

Ele suspirou cansado e voltou a se concentrar no zíper. Angelina, incomodada com o silêncio, abriu o zíper de seu casaco e o tirou do corpo de Jorge. Ele a olhou confuso, mas não teve tempo, pois os lábios de Angelina colaram com os dele.

Jorge tentou afastá-la, mas quanto mais fazia isso mais Angelina aprofundava o beijo.

– Angelina! – ele exclamou depois da morena ter mordido seus lábios.

Ela se afastou envergonhada.

– Desculpe, Jorge – ela disse.

– Melhor eu ir embora – Jorge respondeu em um tom sério e se levantou do sofá.

– Não, não vai! – Angelina pediu se levantando também. – Fica, Jorge. Pelo nosso filho. Nós precisamos de você aqui. – Ela sorriu e passou a mão por sua barriga.

Jorge acabou ficando, não queria que acontecesse algo com Angelina e seu filho e a culpa fosse sua. Decidiu ficar e se sentou novamente no sofá. Só queria que aquela noite acabasse rápido.

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– Ela veio aqui? – o ruivo exclamou alto passando a mão pelos cabelos, desesperado. – Lívia ficou sabendo que eu passei a noite na casa da Angelina, ela deve estar muito brava! O que eu faço agora, Mione? Não aconteceu nada lá! Ok, Angelina tentou me agarrar, mas eu me afastei! O que eu faço, Gi? Harry, Ron?

Ron se sentou ao lado de Hermione, abraçando-a de lado e disse:

– Vai atrás, Jorge.

Gina pulou para o colo de Harry. O moreno falou:

– Por Lívia vale a pena, Jorge. Você não vai encontrar uma garota como ela. Vai atrás, pede desculpas, mesmo você não tendo feito nada, leva bombom... Não sei, só não deixe a oportunidade escapar por entre seus dedos, ok?

O ruivo largou seu corpo no sofá também, batendo o pé no chão freneticamente. Ele não podia deixar que Lívia pensasse qualquer coisa a respeito dele e de Angelina, mas também se sentia egoísta por querer namorar com ela sendo que terá um filho com a morena.

– Jorge – Gina começou. – Em vez de perder seu tempo aqui pensando em algo a se fazer, simplesmente aja! Ok? Lívia não vai esperar a vida inteira.

Jorge assentiu.

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– Para isso que servem os amigos, não é, Dan? – comentou Karen dando uma risadinha para o moreno.

Lívia estava dormindo no colo de Daniel, enquanto ele fazia carinho em seus cabelos. Karen preparava um almoço de domingo para os três. Eles dormiram na casa dela já que ela estava precisando de ombros amigos.

– Pois é, Karen – Dan respondeu para a garota que estava na cozinha. – Estava com saudade de ver vocês duas frequentemente, sabia?

– Isso, provavelmente, foi a coisa mais fofa que você já disse para mim. – A morena respondeu mostrando a língua enquanto mexia o conteúdo que havia dentro de algumas panelas.

Os dois continuaram conversando de diferentes cômodos quando a campainha tocou. Karen arqueou as sobrancelhas, mas foi atender. Quando abriu a porta viu um ruivo com o semblante muito preocupado e cabisbaixo.

– Oi, Jorge – Karen o cumprimentou, séria. – Pois não?

Ela deu passagem para o ruivo entrar e ele deu dois passos até ver Daniel e Lívia juntos no sofá da sala. A loira parecia cansada, mas mesmo assim dormia feito um anjo. De repente ele se deu conta do que deveria ter ocorrido: ela queria se vingar de Jorge passando a noite ao lado de Daniel. Era essa a explicação!

– O que você quer, Jorge? – o moreno perguntou sustentando um olhar firme.

Jorge estreitou os olhos.

– Já entendi tudo o que houve aqui! – ele exclamou alto fazendo Lívia acordar sobressaltada.

– Jorge! – ela exclamou assustada. – O que está fazendo aqui?

– Dan, acho melhor eles conversarem sozinhos – falou Karen.

– Não precisa – o ruivo deu uma última olhada para Dan e Lívia. – Não há mais o que conversar.

Lívia arregalou os olhos e pulou do sofá alcançando o ruivo antes dele chegar à porta do apartamento. Segurou seu braço e o olhou significativamente.

– Por que veio, Jorge?

Ele suspirou antes de responder e desviou o olhar de Lívia.

– Porque você deve ter deduzido minha relação com Angelina completamente errada! Vim aqui para te falar que eu só passei a noite lá para que se ocorresse algo com ela ou com o bebê eu não fosse o responsável por ela ter ficado sozinha. Porém, pelo visto você já tratou de compensar a minha ausência, não é?

A loira seguiu o olhar de Jorge que ia em direção a Daniel. Era um olhar de raiva, de ciúmes e irritação.

– Qual o seu problema, Jorge? – Daniel perguntou se aproximando. – Eu estou aqui com Lívia porque sou amigo dela e ela precisava de mim!

– E eu não sou trouxa! – Jorge exclamou. – Só porque eu fui para a casa da Angelina você chamou seu amigo para dormir aqui, não foi? Bela vingança, Lívia! – Ele expirou se controlando.

Lívia encheu os olhos de lágrimas e sussurrou:

– Claro que não! Daniel é meu amigo, Jorge.

– Quando você vai aprender a fazê-la parar de sofrer? – Daniel enfrentou o ruivo. – Ela precisava de tudo, menos passar mais nervoso ainda, ok? E outra, Lívia não tem a menor culpa que sua ex-namorada apareceu grávida, muito menos se você foi dormir na casa dela!

– Deixa que eu resolvo, Daniel! – Lívia decretou autoritária fazendo com que o moreno recuasse um passo. – E você, Jorge, não tem o direito de chegar ao meu apartamento me acusando e atirando mil pedras em minha direção. Como eu já tinha falado, não ia dar certo este relacionamento comigo, mas esperando um filho da Angelina. Eu não vou querer dividir o meu namorado com a ex-namorada dele. Eu quero construir a minha família!

A loira teve que engolir em seco para não acabar chorando. Karen percebeu que era um momento muito íntimo deles dois, por isso puxou Daniel para a cozinha.

– Você vai desistir assim, Lívia? No primeiro momento difícil vai desistir? – Jorge perguntou se sentindo mal logo após ter pronunciado as palavras.

– No primeiro momento difícil vou desistir? – a garota repetiu lentamente.

Lívia sentia vontade de jogar na cara dele tudo que fizera para o rapaz nos momentos difíceis, que o ajudou a seguir a vida, parando de olhar para trás. Porém não falou nada disso, apenas repetindo a mesma frase dele Jorge já percebera que falou a coisa errada.

– Não foi isso que eu quis dizer, Liv – ele abaixou a cabeça. – Mas não é só para você que é está complicado aceitar tudo isso. Minha mente está uma confusão e eu só queria alguém do meu lado! Alguém me apoiando e me ajudando a enfrentar cada obstáculo.

– Jorge, a base de um relacionamento não é se auto satisfazer – Lívia começou. – Você tem que entrar em um namoro disposto a fazer o outro feliz, não esperando ser feliz. Só assim vai dar certo e será duradouro. Enquanto pensar nas próprias satisfações não vai para frente, sabe? Antes de tudo tem que parar de pensar no “eu” e pensar no “nós”.

Jorge olhou profundamente para a loira que mesmo depois de ser acusada por ele próprio mantinha a calma e falava as palavras sabiamente.

– Tudo bem, Lívia – ele respondeu recompondo a postura. – Eu não vou mais te procurar, pois sei que isso está te fazendo sofrer, como o seu próprio amigo falou. – O ruivo não conseguiu controlar a ironia ao pronunciar “amigo”.

Ele virou as costas e começou a andar pelo corredor.

– Jorge! – ela o chamou e o rapaz se virou.

Os dois se olharam tristemente durante alguns minutos, memorizando cada detalhe do rosto um do outro como se fosse uma despedida. Lívia não queria que tudo acabasse daquela maneira, ela queria puxá-lo para perto e lhe dar um beijo. Queria dizer que tudo ficaria bem, mas nem ela tinha certeza disso. Realmente, os dois precisavam de um tempo.

Jorge desviou o olhar e continuou andando até descer uma escada e sair da vista de Lívia que fechou a porta atrás de si. Daniel e Karen saíram da cozinha perguntando o que havia acontecido, mas a loira se trancou no quarto.

– Abre a porta, Liv! – Karen disse no corredor entre os banheiros e o quarto dela.

– Preciso ficar sozinha – ela respondeu.

Alohomora – Daniel não aguentou e teve que fazer o feitiço, destrancando a porta da menina.

Os dois entraram no quarto dela devagar.

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Jorge estava cheio de raiva, apesar de todas as palavras de Lívia ele não conseguia acreditar que não havia nada entre Daniel e a loira. Por isso, quando já era de noite, apareceu batendo na porta da casa de Angelina. Ele estava cego de raiva daquela situação e não pensava direito mais em seus atos.

Uma morena coçando os olhos abriu a porta e se espantou com o que vira. O que ele estava fazendo ali?

Ela não teve tempo para perguntar, pois Jorge a beijou com urgência. Enquanto se beijavam o garoto fechou a porta atrás de si e prensou a morena na parede. Estava fazendo aquilo por raiva e vingança, mas não conseguia sentir o gosto de Angelina sem se lembrar de Lívia.

Não podia evitar também, a comparação. Com Angelina era algo físico, estritamente, já com Lívia tinha toda a paixão, sentimento e emoção. Jorge tinha que tomar todo o cuidado com a loira, pois parecia quebrar a qualquer instante. Com Angelina, não. Era algo com pressa, algo aflito e urgente, pois precisava se vingar. Não podia ficar por baixo da situação.

Apesar de Angelina ser atraente, não chegava aos pés da loira. Lívia tinha seu encanto natural, a forma de movimentar delicadamente sua boca o encantava, assim como fazia tudo com extremo carinho, atenção e cuidado. Já com Angelina era o oposto: um beijo mais bruto e desesperado, sem fazer questão de se perderem um no olhar do outro.

Não.

Com Angelina não tinha nada daquilo de como aprendera com Lívia.

E ao chegaram ao ápice, Jorge não conseguia pensar em nada além do sorriso de Lívia. De como sua boca parecia desenhada ao sorrir. De como o fazia sentir o homem mais especial e feliz do mundo. De como só por Lívia existir já compensava tudo. Jorge não conseguiu não pensar do corpo da loira e de seu suave toque. Não conseguia não lembrar-se de como sua pele era suave. Não conseguia não pensar de todos aqueles momentos dos quais se perdera em sua imensidão de olhos azuis.

– Eu te amo, Jorge – Angelina disse deitando em seu peito.

O ruivo permaneceu em silêncio, não conseguindo acreditar que tinha feito tudo aquilo com Angelina. Não era ela quem ele queria. Afinal, Jorge não conseguia enganar nem a si mesmo! Ele amava Lívia.

O ruivo passou a mão pela barriga de Angelina. Eles teriam um filho juntos. E apesar de já amar a criança que ainda nem nascera, não podia não desejar que aquele filho pertencesse a Lívia.

Sim, a dona de seus sonhos, seus pensamentos, seus movimentos, sua respiração. E seu amor e coração.

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– Eu tive vontade de socar o nariz daquele babaca! – Daniel dissera para Karen.

Os dois tinham ido para o apartamento do moreno depois de Lívia quase suplicar para ficar sozinha. Karen tinha se esquecido do quanto gostava de ficar perto do moreno. Ele era engraçado e carinhoso ao mesmo tempo, e não se lembrava da última pessoa que gostara tanto de conversar por longos períodos de tempo.

– Nem me fale, Dan – Karen respondeu. – Jorge insinuou que você e Lívia passaram a noite juntos. O quão idiota ele pode ser?

Daniel suspirou e se sentou no sofá de sua casa.

Karen reparou que a casa dele era totalmente o oposto da sua. Karen dividia a casa com outras duas meninas para o aluguel não ficar tão pesado, então a mobília era mais simples, os móveis de preferência sempre em tons brancos. O papel de parede um pouco amarelado já pelo uso há bastante tempo. Era gostoso, mas nem um pouco luxuoso.

Já a casa de Daniel era milimetricamente pensada. Cada móvel em seu lugar. A pintura sempre em tons diferentes que combinavam e conversavam entre si. Tinha bastantes artigos bonitos e caros. A garota sentiu um pouco incomodada com isso, mas não demonstrou.

– Karen – Daniel a chamou com um olhar preocupado. – Se eu te contar uma coisa você promete que não vai abrir sua boquinha para Lívia? Quero ter certeza do que estou falando antes de especular alguma coisa.

– Pode confiar, Dan – ela respondeu sentando ao lado do moreno.

Daniel tirou de seu bolso uns papéis um pouco amassados e os abriu. Começou a ler sendo acompanhado pela Karen.

– Este é o exame de gravidez de Angelina. Está vendo os índices de HCG? – ele perguntou apontando para os números do lado direito da folha. Karen assentiu. – Aqui está constando que ela deveria estar, de no mínimo, seis meses. Os índices de HCG não são precisos, ou seja, não da para dizer exatamente com quantos meses ela está, mas, Karen, com certeza Angelina não está grávida de três meses. – A garota abriu a boca em um perfeito “o”. – E se estivesse com seis meses ou mais de gravidez, a barriga seria aparente desde quando Lívia começou a frequentar a casa do Jorge.

– Então... – Karen começou, mas não conseguiu terminar.

– Então, olhe aqui a foto do ultrassom do feto – o moreno deu a foto para Karen. – É bem pequeno, não? Isso contradiz totalmente os índices de HCG! Essa foto é de um feto que tem poucas semanas de vida, ainda.

Karen não estava acreditando em todas as revelações que Daniel lhe estava fazendo. Aquilo tudo era uma farsa para separar Jorge e Lívia.

– Pera, Dan – ela parou um pouco para pensar. – Como conseguiu essa papelada?

O moreno sorriu sem graça.

– Eu estava na casa de Liv, esperando-a voltar de uma conversa que foi ter com Jorge. Acabei encontrando. O que estava fazendo com Lívia eu não sei! Acho que Angelina queria deixar a garota mais triste do que já estava e colocou na bolsa dela. Eu não sei, Karen, mas Angelina nem suspeitava que esses papéis chegariam às mãos de um medibruxo. – Dan olhou para o rodapé e se lembrou de outra coisa. – Ah, está vendo o número de inscrição deste hospital no mercado? Eu pesquisei e é de uma clínica em Bristol. Olha, duvido muito que com tantos hospitais aqui em Londres Angelina foi fazer seu exame lá em Bristol!

Karen não podia acreditar no que estava acontecendo. Pegou os papéis da mão de Dan e foi até o google conferir tudo que ele tinha dito. Depois dos dois pesquisarem bastante e as referências dos sites estarem compatíveis com tudo que Daniel disse, Karen deu um abraço apertado em Daniel.

– Você é um gênio! – ela exclamou.

Os dois se separaram e começaram a ligar para alguns centros de pesquisa de Londres para se informarem mais a respeito do assunto: HCG. Daniel tinha quase certeza de tudo que especulara, mas precisava de afirmações de especialistas no assunto. Ficou marcado dos dois aparecerem na Sandy’s, um centro de especialistas, na manhã seguinte.

– Mas, Dan – Karen o chamou e ele virou-se em direção a ela. – Mesmo que o resultado dê negativo e que Angelina seja desmascarada... O que Jorge fez foi muito grave: acusar que você e Lívia ficaram juntos...

– Karen! – Daniel exclamou rindo. – Você acha mesmo que depois de nós dois irmos conversar com Jorge a respeito disso ele vai ser idiota o suficiente para não correr atrás da nossa Lívia? Sei que o que ele fez foi errado, mas também sei que aquele ruivo ama a nossa loirinha! – Karen riu. – Mas isso não significa que não vou dar um soco no nariz dele antes de tudo.

– Que meigo, Daniel! Que meigo! – brincou Karen e sorriu para o moreno.

O sorriso de Karen era lindo, Daniel concluiu consigo mesmo, mas tratou de dissipar esse pensamento de sua mente.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram??
Espero que sim, galerinha!! :D beijões



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