Revivendo escrita por keemi_w


Capítulo 6
Capítulo 5.


Notas iniciais do capítulo

Ooiiii, galera. Recebi um review, mas já foi suficiente para eu ter mais motivação para postar o próximo capítulo. Obrigada às visualizações dos leitores fantasminhas (apareçam, eu não mordo nhac) hahahahahaha amo esta fanfic de paixão.
Gente, prestem atenção aos detalhes do capítulo. Ele é bem importante para o desenvolver da fanfic!



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– Nossa, esse apartamento foi o melhor até agora, Liv – comentou Jorge caminhando ao lado dela. – Não vejo a hora de me mudar e adquirir a verdadeira independência dos meus pais, sabe?

Lívia assentiu sorrindo. Ela se lembrava bem de quando voltou para a casa dos pais após a Guerra Bruxa, se sentia independente, mas morar com eles ainda era na condição de satisfação de onde vai e onde deixa de ir. E seria muito bom para a autonomia e crescimento do ruivo morar sozinho.

– Te entendo, Jorgina – Liv brincou. – Entra para tomar um chocolate antes de ir.

O rapaz aceitou o convite dela e os dois entraram no apartamento. Jorge sempre tivera a impressão, ao entrar no apartamento da loira, que tudo era estrategicamente organizado. Tinha até perfume amadeirado que dava a impressão de um ambiente mais sistematizado, apesar de que quando chegava perto dela o perfume era de baunilha. Nunca esqueceria aquele perfume marcante de baunilha. Nem em um bilhão de anos!

Jorge se sentou no sofá da sala de Lívia e a esperou voltar do quarto, pois ia colocar alguma roupa mais confortável. Reparou que na estante daquele cômodo havia vários quadros de quando a garota era pequena, observou o retrato dela abraçada com um garoto que mostrava a língua e uma garotinha morena que falou no instante que a foto foi tirada. Essa foto era trouxa, pois não se mexia, mas não precisava de magia para saber que essas pessoas ainda eram importantes.

– Daniel e Karen – respondeu Liv como se lesse seus pensamentos. – Vi os dois esses dias e eles vão ao meu recital. Você poderá conhecer as pessoas maravilhosas que são, Jorge.

Ele riu e abaixou o olhar. Não pôde deixar de sentir uma pontinha de ciúmes. Enquanto Jorge não se importava com a amizade dela na época de Hogwarts ela tinha melhores amigos e provavelmente tinha passado momentos muito felizes ao lado dos dois.

– Claro, Liv.

Jorge fitou os olhos azuis de Liv. Eram lindos e falavam muito mais do que quando ela pronunciava alguma palavra. A boca de Lívia também era linda e muito convidativa. O garoto já estava cedendo aos encantos dela há tempos, mas só então tivera plena convicção disso. Ele tinha vontade de abraça-la forte, de beija-la até não haver mais fôlego e passar o resto do dia acariciando seus macios cabelos loiros.

Lívia sustentou o olhar firmemente. Não gostava de admitir nem para si mesma, mas nunca o superara. Como poderia esquecer-se de seus olhos que verdadeiramente sorriam e de seu sorriso enigmático que a encantava desde sempre? Como poderia ousar nunca mais sentir seu coração palpitar mais rápido quando o visse? E como esqueceria o seu charme irresistível?

Ela estava parada perto da parede da sala, mas a proximidade com Jorge a fez recuar um pouco batendo na parede gelada. O rapaz percebeu que estava indo longe demais, por isso de um passo para trás encabulado.

“Não...”, Liv pensou. Ela queria mais, muito mais.

Então pegou na mão do ruivo em um gesto singelo que significava que ela dava abertura, que ele devia voltar a fazer sei lá o que estava antes fazendo. Afinal, Liv estava muito mais concentrada na boca chamativa de Jorge.

– Seus olhos – ele sussurrou. – Essa é minha cor favorita. Exatamente esse tom de azul.

A garota suspirou. Jorge estava perto demais e seus hálitos já se misturavam, assim como a respiração descompassada de ambos.

– Vermelho – ela soltou. – Você tem o ruivo perfeito.

– Então – continuou Jorge –, acho que devemos nos conhecer melhor. Diga-me, Liv, qual sua cor favorita?

A garota riu e olhou em sua volta incrédula ainda com o que Jorge acabara de dizer.

– É sério isso? – o garoto assentiu sorrindo. – Bom, eu gosto muito de vermelho – ela riu mais. – Estranho conversar sobre isso. Enfim, e a sua?

– Azul – respondeu Jorge pensativo. – Azul piscina!

Jorge estava já tão próximo que Lívia fechara os olhos, disposta a aproveitar cada momento do que viria. O ruivo, porém, começou a circular com os dedos cada detalhe daquela pele perfeita de Liv. A sobrancelha nada marcada e bem delicada, o nariz pequeno e arrebitado, a bochecha macia e a boca perfeitamente desenhada que praticamente implorava para Jorge selar com a sua. E foi o que ele fez.

Para Lívia não havia como explicar aquele beijo. Não havia como explicar como o ritmo dos dois se encaixava perfeitamente, assim como os corpos. Ela tinha certeza que nunca havia sentido nem metade das sensações que Jorge causava.

Já Jorge, ao provar do beijo da loira, perguntou-se como aguentou durante tanto tempo ficar longe dela. Longe das suas mãos delicadas brincando com o seu cabelo e longe desse beijo tão extasiante. Era incrível a química entre eles.

– Jorge... – a menina murmurou quase que imperceptivelmente entre o beijo.

– Linda – ele murmurou de volta.

Eles voltaram a se beijar e Lívia não se conformava de como um beijo poderia ser tão bom. Com Derek era apenas mecânico, não havia essa chama e essa vontade de se doar completamente. Com Jorge era diferente, tudo com ele era diferente.

Jorge a abraçou com força depositou um beijo na bochecha da garota que permaneceu de olhos fechados para aproveitar as novas sensações que o ruivo trazia.

A loira se lembrou, então, de tudo que Daniel havia dito sobre ela estar se apaixonando por Jorge. Na verdade, ela já estava há muito tempo.

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Duas semanas depois

– Jorge? – Rony quase cuspiu as palavras para a morena parada no batente da porta. – Vocês terminaram, Angelina, por que acha que ele deveria estar aqui esperando você se arrepender de tudo? Desculpa, mas meu irmão está seguindo a vida dele e muito bem, por sinal. Vê se não atrapalha tudo!

Angelina se assustou com o modo em que Rony a recepcionara. Tudo bem que ela também fora um tanto quanto grossa ao perguntar por Jorge, mas não esperava que Rony fosse a tratar daquela maneira.

– Eu preciso falar com ele, Ronald – ela respondeu ríspida.

– E ele está aproveitando sua sexta-feira de folga com a namorada dele – o ruivo respondeu. – E não pretende voltar tão cedo.

Foi a vez de a morena paralisar. Fitou Rony de cima a baixo, como se verificasse se ele estava mesmo dizendo a verdade e depois olhou para dentro d’A Toca. Todos conversavam animadamente enquanto jantavam e nem notavam que Angelina estava lá. E ela também não viu nem sinal de Jorge.

– Namorada? – ela perguntou tentando não soar irônica, tentativa fracassada.

– Sim, Angelina – Rony respondeu com um sorriso nos lábios e chegou bem perto do ouvido da garota. – Aprenda a valorizar aquelas pessoas que dão o mundo por você. E não o procure ok? Ele está feliz agora com Liv.

E sem cerimônias fechou a porta d’A Toca.

Rony sempre soube de todos os joguinhos que Angelina fazia com Jorge, sabia de todas as vezes que o deixava sofrendo mais ainda porque além de seu irmão estar arrasado pela morte de Fred, não tinha o mínimo de empatia pelo namorado. Só queria saber de aproveitar a tarde de fim de semana ou sair para jantares caros. Rony também sabia que Angelina vivia com grosserias com Lívia, sendo que ela ajudara mais Jorge do que a própria Angelina.

Ron não sentiu dó da morena. Pelo contrário, jantou normalmente.

No dia seguinte seria o recital de Liv. Todos n’A Toca estavam animados para ir, até Arthur preparou um traje especial para a ocasião. Gina e Hermione ficaram a tarde inteira se arrumando e cuidando de Ted e Tommy. Harry e Ron ficaram prontos no último minuto, pois estavam jogando quadribol. Molly e Gui ficaram o dia inteiro cuidando para que Fleur não fizesse movimentos muito bruscos, pois tivera complicações na gravidez, então a vovó só pôde se aprontar mais tarde também. Gui e Fleur decidiram não ir para evitar algo mais sério mais para frente.

Já Jorge estava mais radiante do que nunca. Nas duas semanas que finalmente assumiu o namoro com Liv, sua vida mudou completamente. Começara a preparar a papelada do apartamento em um bairro bruxo próximo ao de Liv, empenhara-se mais do que nunca nas Gemialidades Weasley (recebendo visitas da loira alguns dias) e não deixava um dia sequer de passar na casa da sua namorada, nem que fosse para apenas desejar boa noite.

Ele nunca havia se sentido daquele jeito. Tão vivo. Tão feliz. Tão completo. Tão, tão, tão...

Lívia, ele costumava pensar, era um anjo enviado para a Terra com a missão de extrair toda a tristeza, angustia, medo, opressão e raiva, completando-o de tal forma que nem podia descrever. Seus corpos pareciam ter o encaixe perfeito, seus pensamentos eram conjuntos e a química deles dois era incomparável. Jorge não se conformava de como Derek poderia ter sido tão burro ao ponto de perder Liv, ao ponto de troca-la por uma qualquer.

Era a Liv, única e especial. E não só mais uma na multidão. A loira fazia a diferença! Incrível diferença!

O ruivo se encontrava arrumando o cabelo no quarto. Já estava pronto, só faltavam alguns ajustes aqui e outros ali naquela bagunça que chamava de cabeleira.

– Tá se arrumando demais nessas semanas – Gina falou abrindo a porta do quarto. – Estou ficando com ciúmes da Liv! – Ela fez bico.

Jorge riu e se virou para a irmã.

– Meu cabelo está bom?

– Ai, Jorge! Está virando mulherzinha, é? Qual homem em sã consciência fica tão preocupado com o cabelo? Se fosse a Hermione me perguntar isso eu nem ligaria, mas você? Tsc tsc.

Jorge revirou os olhos.

– Era só pra responder “sim” ou “não”.

Gina deu risada e abraçou o irmão pela cintura. Ela gostava de irrita-lo, mas fazia isso porque estava muito feliz por Jorge realmente estar superando o que ocorrera há oito meses.

– Está ótimo, Jorge. Vamos descer?

Os dois se entreolharam.

– Vamos – respondeu ele.

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– Pois não? – Derek perguntou ao ver uma morena parada em frente à porta de sua casa. – Conheço a senhorita?

– Angelina Johnson, Derek. Não se lembra? – ela mordeu os lábios inferiores.

– Ah sim – ele respondeu confuso. – Quer falar sobre algo do trabalho?

– Não exatamente...

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– Pare de tremer, Liv – Melanie dissera para a loira que tinha lágrimas nos olhos por ansiedade. – Você está parecendo uma boneca, se estragar sua maquiagem eu juro que nunca mais olho na sua cara! – As duas riram uma para a outra. – É sério, Livinha, você ensaiou esse solo o ano inteiro! Sabe de cor e salteado cada passo, cada movimento. Basta ir lá naquele palco e mostrar o seu brilho como sempre fizera todos os anos. Eu confio em você, sei que não vai me decepcionar.

A loira sorriu e respirou fundo para aliviar a tensão. Porém, sabia que ao entrar naquele palco iria voltar a tremer e a vontade de chorar. Um dos motivos dessa ansiedade toda é que nunca seus familiares e amigos se reuniram um dia para assisti-la. Estava acostumada com meia dúzia de pessoas conhecidas na plateia, mas agora a família Weasley estava em massa. Ela não queria admitir para si mesma, mas estava com vergonha de Jorge e de decepciona-lo.

– Liv! – a coordenadora Rute chamou-a. – Três minutos.

Ela se sobressaltou e voltou a verificar sua imagem no espelho. Tinha feito uma maquiagem clara nos olhos, apenas alongando seus cílios que já eram grandes e feito uma marcação com lápis na linha d’água e delineador. Já a sua boca estava preenchida com batom vermelho forte e suas maçãs do rosto rosadas. Tinha feito um coque bem arrumado, com direito a gel e spray. Já seu tutu era prato, bem armado, com um corpete de amarrar realçando a cintura fina da garota, tinha cores pastéis: roxo e rosa, porém era bem brilhante, assim como os olhos de Lívia.

Já na plateia havia um certo ruivo sorridente. Quando o nome de Lívia foi anunciado toda a família bateu palmas, gritou, assoviou, inclusive Jorge. Ele prestou atenção quando a loira entrou no palco sorridente e com postura de bailarina. Os organizadores do evento fizeram até feitiços no cenário para parecer que estavam em um céu aberto cheio de estrelas cadentes.

A música começou a tocar e ela se movimentava com leveza no início, ela fez algumas piruetas e todos bateram palmas, porém Jorge levou sua atenção a duas pessoas mais a sua frente.

– LINDA! – a morena gritou.

E o homem ao seu lado ajudava a morena, os dois riam e se divertiam enquanto comentavam sobre a dança da amiga deles. Os dois mantinham uma cumplicidade no olhar e Jorge não deixou de notar isso e achar o fato estranho.

O ruivo voltou sua atenção para Lívia que dançava a parte mais agitada da música com muita emoção, fazendo algumas meninas chorarem. Sua coordenadora, Rute, também não ficou muito atrás ela fingiu que as lágrimas não caíram e continuou a sorrir.

– Você viu isso, Mione? – Gina perguntou abismada. – Eu nem sabia que a flexibilidade podia chegar a esse ponto!

– Nem eu, Gi! – Mione respondeu boquiaberta. – Eu sabia que o ballet era lindo, mas com Lívia dançando tudo parece muito mais mágico.

– E olha que nem deveríamos nos impressionar com a magia – Jorge se intrometeu.

Porém, aqueles dois mais a sua frente ainda incomodavam Jorge. Ele tinha a sensação de que já tinha os visto em algum lugar, mas não se lembrava.

Quando Liv parou na pose, todos se levantaram para aplaudir de pé. A loira se emocionou colocando a mão em frente aos olhos, sorrindo. Isso fez com que aqueles dois na frente que Jorge se intrigara gritassem um “awn” bem sonoro.

Lívia saiu do palco e todos os membros da família Weasley se levantaram para esperarem a menina do lado de fora. Era um dia frio, mas dentro do teatro onde a loira se apresentara estava muito quente. Jorge seguiu Gina, Harry, Hermione e Rony.

– Eu achei que Ron ia dormir do início ao fim – brincou Hermione abraçando o ruivo de lado.

– Você está brincando, Mione? – ele perguntou dando um tapinha na cabeça da castanha fazendo-a rir. – Como dormir com um monte de gente fazendo coisas absurdas naquele palco?

– Absurdas? – Harry perguntou intrigado.

– Sim, do tipo levantar a perna quase perto da cabeça! Como elas conseguem? Se eu dou um passo maior do que normalmente já me dói tudo!

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– Liv, quando eu crescer quero ser igual a você! – Joana, uma aluna de Lívia de nove anos, dissera no momento que a loira estava colocando o tênis.

Ela não aguentou e foi dar um abraço na pequena aluna. Joana a abraçou de volta.

– Você é linda, Jo! Continuará comigo ano que vem, não é? – ela perguntou assim que saiu do abraço e voltou a desfazer o coque, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo já que estava duro por causa do gel.

– Claro, prô Liv – a garotinha respondeu sorrindo. – Não vejo a hora de colocar sapatilha de ponta!

As duas riram e nesse instante entrou uma Melanie muito animada no vestiário e pulou no pescoço de Liv fazendo as duas caírem na gargalhada pela histeria de Mel.

– Você tinha que ver a cara do público, Liv! Todos estavam te olhando com a boca aberta! Aliás, o Dan e a Karen estão morrendo de vontade de falar com você! – Mel sorriu sapeca.

– Por que esse sorrisinho?

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– Como você sabia meu endereço? – Derek perguntou servindo mais um pouco de vinho para Angelina que encontrava-se sentada no sofá da sala dele.

– Ah, Derek, eu trabalho lá. Foi só perguntar para algumas pessoas próximas a você, meu querido. Porém, não vim aqui para falar sobre localização geográfica – ela colocou a taça de vinho na mesa de centro e se aproximou de Derek que estava ao seu lado. – Soube que você e a Lívia Collins terminaram, não é?

O rapaz franziu o cenho e se lembrou do vexame que causara tentando agarrá-la a força na frente da academia de ballet dela.

– Sim, por quê?

Angelina mordeu o lábio inferior.

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– Até que você dançou bem – Jorge falou entrando no camarim, não aguentara esperar do lado de fora. – Mas acho que ainda tem que ter algumas aulinhas com o mestre do ballet, Jorge Weasley! Aprendi várias técnicas de como fazer um espaguete!

Lívia gargalhou e respondeu:

– Espacate, Jorge. Mas não ligaria que você fizesse um espaguete para mim, estou morrendo de fome!

Os dois riram e se abraçaram. Jorge a ajudou a carregar as malas para fora do camarim. A garota foi barrada várias vezes para cumprimentarem-na pela bela apresentação e o ruivo ficara orgulhoso da sua namorada por ter encantado tanta gente. Assim que chegaram ao teatro perceberam que não tinha quase ninguém ainda lá dentro, apenas alguns grupinhos espalhados nos cantos.

Jorge acabou conhecendo os pais, irmãos e avós de Liv que foram muito simpáticos e receptivos com o garoto. A mãe de Lívia só faltou adotar Jorge.

– Bem vindo à família, Jorge – o pai dela falou.

O ruivo também se sentiu bem à vontade com os familiares de Liv, mas não se podia dizer o mesmo com os amigos dela. Depois de conversarem bastante Lívia os familiares da garota foram embora e ela logo avistou Dan e Karen que foram abraça-la.

– Ah, minha pequena gafanhota cresceu e apareceu! – Karen disse fingindo emoção.

– Cala a boca, Karen! – Daniel exclamou e tirou a morena de perto de Lívia para abraça-la. – Parabéns, pintora de rodapé! Você estava ótima.

Lívia riu dos dois e só então percebera que Jorge estava um tanto quanto desconcertado pelo assédio dos dois.

– Gente, este é o Jorge – ela apresentou. – Este é o namorado de quem eu comentei, lembram-se?

Karen, toda espalhafatosa, foi cumprimenta-lo com um abraço e dois beijinhos no rosto.

– Prazer conhece-lo, Jorge. Seu cabelo é natural mesmo?

Jorge gargalhou.

– Para de ser indiscreta, Karen! Nós acabamos de conhecer o garoto! – Daniel a repreendeu fingindo estar bravo. – Sou o Daniel, Jorge. Prazer. Não dê ouvidos para a Karen, ela parece idiota, mas quando você a conhece bem daí tem a certeza que realmente é idiota.

– Não fala assim dela – Liv fez bico. – Jorge, esses são meus amigos da foto do apartamento. Nós somos vizinhos desde pequenos, mas Karen foi para Beauxbatons e o Dan foi para Durmstrang, por isso ele aparenta ser malvado, mas parece mais um cachorrinho sem dono.

Daniel deu um tapa de brincadeira na loira. Jorge riu dos três, mas sentiu uma pontada de ciúmes. Queria ter aquela amizade com Lívia também e não ser apenas o namorado dela, queria a cumplicidade que os três tinham e compartilhar piadas internas com ela também.

– Vocês querem ir para meu apartamento? – Liv perguntou para Karen e Dan. – Assim vocês conhecem mais um pouco a Jorgina também. – A loira olhou para o ruivo e os ambos sorriram um para o outro. – Que tal?

– Só se a gente não for ficar de vela – Karen respondeu rapidamente revirando os olhos e apoiando o braço no ombro de Dan. – E tem outra condição...

– Cookies? – sugeriu Liv.

– Cookies – afirmou Karen.

– Eu quero pizza! – reclamou Dan.

– Cala a boca, Daniel! – Karen deu um soquinho em seu peito. – Vamos.

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– Parabéns, Liv! Você estava ótima mesmo! – Molly disse abraçando-a.

Ela foi cumprimentar a família Weasley enquanto Dan e Karen conversavam do outro lado esperando a loira para irem para o apartamento dela.

– Obrigada, sra. Weasley! Obrigada também por vir me ver! – a garota respondeu.

Jorge e Liv olharam para o lado e viram Ron tentando, fracassadamente, colocar o pé na cabeça, imitando um movimento que a loira fez na dança.

– Está chegando lá, Ron – Liv brincou.

Ela agradeceu um por um da família Weasley que estava lá. Todos foram muito atenciosos e carinhosos, deram vários abraços nela, cumprimentaram-na pela dança linda que fizera e Mione até deu rosas para ela falando que é uma cultura trouxa dar rosas depois de um recital.

Jorge e Liv foram até Dan e Karen e todos aparataram em frente ao apartamento de Liv. As meninas foram correndo para o quarto falando que precisavam trocar de roupa já que estava suadas, deixando apenas Dan e Jorge na sala com um silêncio desconfortável.

– Ela é uma ótima pessoa – Daniel começou a falar sério enquanto se aproximava do ruivo. – Uma amiga maravilhosa, quase uma irmã para mim, Jorge. – O moreno cruzou os braços embaixo do peito e não esboçou nem um sorriso sequer. – Então, vou direto ao ponto: não a magoe. Em hipótese alguma! Liv parece ser forte, mas ela é a garotinha mais frágil que eu conheço, ok?

Jorge arqueou uma das sobrancelhas como se não entendesse o que o garoto queria dizer. Jorge era diferente de Derek, não a faria sofrer.

– Acho que está falando isso para a pessoa errada, Daniel – Jorge respondeu sério, mas educado. – Derek, sim, foi um idiota e não a merecia. Porém, eu estou disposto a colocar um sorriso no rostinho da Liv todo o dia. Não precisa se preocupar.

Daniel então tirou a máscara de sério e sorriu. Deu um tapinha nas costas de Jorge e o guiou pelas estantes da casa de Liv, mostrando todos os porta-retratos e contando as histórias de cada foto presente ali. Jorge, porém, ainda estava pensativo com o que Daniel dissera.

Liv era frágil? Ele sabia por tudo que a garota passara com Derek, mas não a viu perder a compostura. Realmente, Dan sabia de muito mais coisa do que ele próprio.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? O que acharam da relação do Dan e do Jorge? Eu, particularmente, sou apaixonada pelos dois!!