Secrets and Photos escrita por Makoto


Capítulo 5
O Príncipe simpático e a Descolada solidária


Notas iniciais do capítulo

Demorei com SaP não foi? Milhões de perdões, eu estava muito ocupada com viagens e com meu bloqueio mental nesses tempos XD, espero que não me abandonem T^T. Eu nunca abandonarei a fic, eu juro!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503409/chapter/5

Secrets and Photos

Capítulo cinco: O Príncipe simpático e a Descolada solidária

As aulas ocorreram normalmente, tirando o fato que todos ainda estavam comentando sobre o que aquele idiota havia feito anteriormente, sabe, aquilo de sair me puxando que nem um louco pela escola? Sim, muitas pessoas viram. Umas dizem que somos um casal “fofo”, o que é irracional e de tamanha estupidez. Outras dizem que sou fingida e sou assim para conquistar garotos...

Assim como Izami e Kaori disseram.

Neste momento, estou na cantina, ignorando todos observando e cochichando. Todo esse problema só irá render dores de cabeça. Minhas duas melhores amigas ainda não comentaram nada a respeito, apenas conversamos normalmente, sem qualquer comentário dito no banheiro, ou sobre as fofocas da escola... Acho que esqueceram, não ligariam para algo tão banal.

– Vi a novata sentada lá no jardim, Kaori. Parece que não tem nenhuma amiga. – a voz de Izami era debochada, seguida de uma risada. Odeio ver esse tipo de coisa, mas não posso me intrometer. Posso acabar que nem antes. – Isso que dá ser uma vadia-

– Preciso ir ao banheiro... Er... Novamente. – não quero ouvir isso, aquela garota não fez nada. Levantei rapidamente e saí da mesma forma, escutando as duas resmungando algo inaudível.

Essa desculpa de ir ao banheiro já está ficando estranha. Mesmo que esteja indo fazer algo diferente de ficar escutando minhas amigas falarem sobre outras pessoas... Esquece isso Kei, não foi nada, você que foi descuidada, no final, deixou suas amigas zangadas.

Caminhando pela ala principal, recebi olhares tortos e uns sorrisos maliciosos. Sacudi a cabeça e tentei não dar atenção. Tudo estava aos poucos desabando, meu esforço feito todo esse tempo sendo perdido... E tudo por causa de quem? Daquele idiota sem coração! Em um simples dia, em que fui tirar fotos no parque de manhã, foi o pior. Sabia que era uma má ideia...

Estava pronta para voltar à cantina. Não tenho de me importar com a opinião deles... Se bem que estou um passo a menos da reputação neutra. Já sei até como o filme irá acabar: Todos irão começar com comentários ao meu respeito. Depois “puf!”, invisível novamente.

Não... Tenho que manter a calma, concentrada. Pode ser que não... Pode acontecer de todos esquecerem esse boato e tudo volte ao normal. Espero que sim... Agora vamos lá! Vou fingir que nada aconteceu, assim todos podem esquecer rapidamente.

Andando de volta à cantina, avistei um rosto familiar sentado no jardim. O almoço era caseiro e não poderia ser experimentado por ninguém, pois estava sozinha... A novata. Meu corpo travou quase de imediato. Todas as ofensas a ela dirigidas, soavam nos ouvidos. Não merecia nenhum tipo de “gelo” ou ignorância. Não sei se é confiável, mas aquela expressão chorosa que vi no banheiro, não se comparava a que vi em outros lugares.

Por um simples momento, vi a mim mesma no lugar dela, almoçando solitária e sem ninguém para conversar. Chego a entender como se sente. Por um momento... Pude notar o olhar suplicante sobre mim... Não posso evitar...

– Ami-san? – chamei-a, apoiando os cotovelos sobre o parapeito que ligava o corredor da pequena mesa onde estava sentada. Somente olhou para mim, um pouco surpresa. – O que faz aqui? Está um pouco frio aqui fora. Vamos entrar-

– N- não Asami-san, estou bem aqui. – desviou o olhar e sussurrou algo que não pude escutar, fazendo-me arquear as sobrancelha num sinal duvidoso. – Não está frio, estou confortável assim.

Não precisa mascarar isso, não na minha frente... Mas, sequer falei algo quando minhas amigas a insultaram, apenas tentei proteger a própria pele. Realmente, sou uma pessoa horrível...

Aproximei-me da mesa e desenrolei o curto cachecol que estava em meu pescoço. Um arrepio percorreu-me o pescoço e desceu pelas costas. Estava frio o bastante para me deixar resfriada, mas vou sacrificar pelo menos isso como um pedido de desculpas.

– Tome. Nem estou com tanto frio. – estendi as mãos, mas, hesitou. – Vamos. Irei ficar bem.

Quando o entreguei, vi o quanto as mãos estavam geladas. Arregalei os olhos por um segundo, mas voltei ao normal quando percebi o olhar curioso sobre mim. Devo tantas desculpas, por mim e por minhas amigas... Essa garota não é quem dizem ser.

– Ami-san, desculp-

Um suspiro interrompeu-me.

– Obrigada por falar comigo, Asami-san. – a voz mudou, ficou mais alegre e gentil; mas no fundo, tinha um ar preocupado. – Sei que as garotas me acham um encosto, mas não tenho culpa. Todas elas usam maquiagem e agem de forma diferente para terem boas opiniões sobre si mesmas. Então, porque não tentar? – senti como se uma faca tivesse atravessado as minhas costas.

Acabou de me definir em uma frase. Mesmo assim, espantei-me quando continuou:

– Mas, sei que a Asami-san não é assim. – mentira, não fale isso... – Pode até agir assim, mas dá para ver a diferença, pois nunca escutei insultos a respeito de ninguém vindos de você.

O sinal soou, desfazendo minha enorme surpresa, resultante daquela frase. Nunca ninguém havia dito algo parecido para mim... Bem, alguém já disse indiretamente...

“Mesmo que pense desse jeito, Asami, ainda é uma garota. Por que continua escondendo quem realmente é? O que isso vale para você?"

Então era isso que queria dizer... Idiota. Sorri de canto e me despedi gentilmente, correndo de volta à cantina. Tomara que Izami e Kaori ainda estejam lá, ou iria ser menos um passo... Não iria querer causar mais problemas. Mas, o rosto dela parecia demonstrar solidão. E aquelas palavras... Não quero arriscar. Afinal, sou uma covarde.

∞∞∞

A conversa com Lysandre e Castiel não foi curta, teria até que chamar de discussão. Pois, achar a melhor marca de cigarro era um desafio para qualquer homem. Pode pintar a dúvida do: “Por que estou falando sobre cigarros na escola?”, “E a sua reputação?”. Bem, quando é você quem está dizendo que fumar é algo irresponsável, pode até dar certo. Castiel era um fumante compulsivo, e adivinha quem indicou tal proeza? Exato!

Não, nenhum dos dois sabe meu “segredo”, mas foi culpa daquele filho da mãe eu acabar começando com o pequeno vício. Se o Ichinose sonhar que seu doce – me autodominar doce é um tanto gay – filho fuma, irá finalmente acabar com minha vida. Posso até imaginar o senhor Ichinose falando por horas e horas sobre meu passado obscuro. Mas, não vamos falar sobre ele.

– Falando assim, Usui, fica parecido com o viadinho do representante. – Castiel falava aquilo com os dentes cerrados. Irritá-lo era uma coisa fácil: Primeiramente, não pode reagir aos insultos, isso faz seu o ego inflar, e vai ficar falando até você dar o primeiro soco. Fale qualquer coisa com uma voz de tédio ou calma o bastante para fazê-lo mandar você ir à merda.

Acha que consegue fingir ser um revoltado. Até eu sei atuar melhor no papel de membro da máfia. Pintar o cabelo e montar uma banda de rock, essa é a visão de um cara legal e de bem com a vida de acordo com o asno... Sei, é hilário. Faz-me rir por horas.

O representante mencionado é um cara loiro que parece ser a cadelinha da diretora. Nutre um ódio recíproco pelo Castiel – mais parece uma paixão recíproca – e sente ódio mortal de mim. Não ligo para o que pensa, mas ser o primeiro da sala é um título que deseja roubar de mim desde que entrei nessa merda de escola.

– Envolver paixões em discussões não é algo justo a se fazer – cruzei os braços, falando calmamente. Escutei o xingamento bem alto nos ouvidos. Falei que era fácil irritar o cabeça de fósforo. Gargalhei internamente, mas permaneci sério e calmo por fora. – Tenho de entrar, já que vocês não assistem aula. Prefiro não atrasar. Até.

Retirei-me, escutando enxurradas de xingamentos vindos de Castiel, e um baixo “até” vindo de Lysandre – um estranho que se veste com roupas estranhas, escreve poemas estranhos para pegar garotas mais facilmente, além de ter um cabelo grisalho estranho e heterocromia. – É o vocalista da banda do Castiel, e não desgruda dele. Resumido, todos que mencionei tem um interior cor de rosa.

Encerrando as apresentações, devo me apressar para chegar logo. O intervalo foi um pouco demorado, então, se nos atrasarmos, não entramos em sala; e teremos que passar uma hora na detenção depois da aula. Os corredores ficam lotados e enche a paciência de qualquer um. Várias pessoas falando ao mesmo tempo com certeza causaria uma boa dor de cabeça.

– Ichinose-kun! – uma voz feminina e estridente chamou meu nome várias vezes. Retirei as mãos dos bolsos e olhei para o lugar de onde estava vindo o som. Sabe, quando se está puto e alguém irritante chama seu nome? Fica com vontade de virar com aquele sorriso mortal. Infelizmente, eu não poderia. Então, com muito esforço, demonstrei o sorriso mais aberto que tinha.

Quem era aquela garota? Parecia familiar... Tinha cabelos longos e castanhos, olhos dourados e um corpo... Bem... Deu para entender!

Ficou na frente e cruzou os braços. Tive de olhar para todas as direções, menos os peitos dela. Ah, não queria fazer algo indecente com a garota no meio daquela multidão! Lógico que a situação não poderia piorar; se inclinou na minha direção, e bem... A blusa estava meio aberta... Então... Merda. Essa garota tá forçando a barra comigo.

– P- precisa de algo? – por que caralhos gaguejei?! Virei uma garotinha agora?! Recomponha-se seu merda!

– Não se lembra? Sou a Maki, passamos uma noite juntos. – ah! Lembrei! Essa garota veio chorando dizendo que me amava. Mal a conhecia, então a dei um fora. Como recompensa, pediu que dormisse com ela ao menos uma noite. Como não sou de ferro nem nada, aconteceu. Arrependo-me de ter feito algo desse tipo com ela, admito. Mas, isso é passado, espero que não toque muito nesse assunto. Posso ser um pouco reservado, mas mudei nesses tempos para cá. Era difícil de lidar antigamente.

– Er... Lembro sim. Olha... Maki, não é? Passou muito tempo desde aquilo, então peço que me descu-

– Não se desculpe. Você foi gentil em reconhecer meus sentimentos, mesmo que não tenha retribuído. – sorriu por breves segundos. Tive de retribuir, mesmo que relutante. – Bem, estou indo agora, até qualquer hora, Usui-san!

Enfiei as mãos nos bolsos novamente e segui caminho para a classe, desejando não encontrar mais ninguém do meu passado.

∞∞∞

Teremos duas aulas de Biologia seguidas. A professora é bem legal, mas mesmo assim, biologia não entrava na minha cabeça. Era tão impressionante a capacidade em passar de ano sem entender absolutamente nada.

Enquanto falava algo sobre como o ácido estomacal não prejudicava nossos órgãos na hora da digestão, ou algo do tipo, desenhei aleatoriamente no caderno. Fiz algumas flores e um gatinho, no canto da folha.

Em menos de cinco minutos, já estava quase morrendo de tédio. Olhei a janela e vi nuvens negras formando-se em torno da escola. Será que tem algum guarda-chuva na bolsa? Acho que esqueci... Mas, lembrei de trazer um gorro, para não molhar o cabelo tanto assim. Sou fácil de pegar resfriado em dias chuvosos. Ami-san estava com o cachecol, então terei que correr para chegar a casa.

Vovô deve saber que terá de buscar o Hikaru, pois... Não piloto em dias chuvosos... Na verdade, odeio dias assim. Deixam-me para baixo e lembram o passado... Não devo tocar nisso logo agora. Ainda terei mais uma aula, e ficar depressiva não ajudará...

Droga.

Não funcionou.

Cruzei os braços por cima da mesa e deitei a cabeça; fechando os olhos com força, tentando afastar ao máximo os flashes do passado. Passaram somente alguns anos. Anos que fizeram a cabeça ir para o espaço. Mas, recentemente, tenho recordado certos momentos com mais frequência.

Senti algo cutucar-me o braço. Virei a cabeça um pouco, podendo ver Kaori com um bilhete na mão; o rosto era curioso. Peguei o papel da sua mão e soltei um sorriso discreto. Ninguém, além de mim, meu irmão e avô, sabe do desaparecimento, – e as pessoas que deram nossa guarda ao vovô. – não quero que pessoas fiquem comentando.

Desdobrei o papel:

“Obrigada por oferecer o cachecol, Asami-san. Não queria parecer chata, mas, você parece triste. Se não quiser falar comigo sobre isso, tudo bem. Espero que melhore logo. Chitanda Ami.”.

Mantive os olhos grudados naquela mensagem por alguns segundos, antes de arregalá-los e desmanchar o sorriso. Nunca mais pude ver alguém preocupando-se comigo assim... Droga! Estou com vontade de chorar agora.

A imagem deles queimava.

Obrigada, Ami-san...

Virei a cabeça discretamente para o canto da sala, onde olhava para mim preocupada. Sorri, balançando o bilhete em mãos. Suspirou aliviada, devolvendo o sorriso, e voltando à atenção para a lousa.

E eu? Voltei a observar o céu, que agora deixava pequenas gotas caírem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O passado dos dois estão começando a se desenrolar! O Usi-kun era um garanhão hein?!
Esse capítulo foi mais explicativo e não teve tantas cenas entre os protagonistas. Mas o próximo já está sendo escrito.
Até o próximo!