Poképonies escrita por Luna Sapphire Calhoun


Capítulo 3
Let it Go




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Celestia acordou com uma forte dor de cabeça. À princípio desejou que tudo aquilo não tivesse passado de um sonho, mas ao abrir os olhos, deparou-se com Felix sentado em uma cadeira ao lado de sua cama.

"Você está bem?" Ele perguntou.

"Não."

O quarto estava escuro. Ela tentou usar seus poderes para acender a luz, mas tudo o que conseguiu um choque no pulso esquerdo e uma pontada mais forte de dor de cabeça.

Então ela percebeu, havia uma pulseira negra presa em seu braço, com um pequeno dispositivo com uma luz verde. Uma pulseira de contenção, para impedi-la tanto de usar magia quanto de sair do jogo.

"Acho que os AVs exageraram bastante ao tentar conter a confusão em Pokémon Battle Arena, mas acho que estão todos bem."

Ela não tinha muita certeza ao que ele estava se referindo. Levou a mão a orelha, mas para o seu alívio o brinco ainda estava lá.

Ela ficou ali parada e fechou os olhos por um momento. Ouviu passos e uma porta se fechando, Felix tinha ido embora. Sorrindo para si mesma ela se levantou e puxou uma caixa que estava em baixo de sua cama.

Celestia tirou o cadeado de ouro da caixa, mas ao invés de abri-la, pegou o cadeado e bateu com força contra o pequeno dispositivo na pulseira, que se fez em pedaços.

Com o pulso um pouco dolorido, mas ainda assim satisfeita, ela se concentrou e conseguiu por fogo no resto da pulseira.

Ficou ali sentada, parada por alguns minutos, se recuperando um pouco do uso de magia que a enfraquecera, depois foi até o quarto de sua irmã.

Celestia olhou para o retrato com a foto de seus pais na parede. Tinha prometido a eles que cuidaria de sua irmã, ela falhara nisso.

Sentada no chão, ela deixou as lágrimas saírem finalmente. Ela estava sozinha agora. Perdera tudo o que aquele mundo significava para ela... Não. Ela perdera tudo o que a segurava ali. Tinha recebido uma segunda chance, podia tentar de novo. Ela seria a heroína, como sua mãe fora antes dela.

"Você não tem que seguir sempre as regras, Celestia." Sua mãe lhe dissera uma vez. "Não quando a vida de alguém depender disso. Além do mais, você nunca as seguiu. Se libertou da chama do dragão para se tornar algo maior."

"Você tinha dito que eu era diferente por causa das Almas Espelho!" Ela protestara.

"Também. Mas não é porque você é uma Alma Espelho que você tem que ser apenas isso. Você pode ser o que quiser, fazer o que quiser. Não deixe que velhas lendas e profecias te prendam, faça o seu destino!"

Era exatamente o que ela iria fazer. Nada de se limitar a se esconder e ser a garota boazinha. As coisas iam mudar dali em diante.

Ela estalou os dedos, criando faíscas. As luzes se acenderam, ela sorriu e foi até a janela. Ela ia salvar sua irmã e nada ia ficar em seu caminho.

The Moon glows bright on the city tonight

Like it's aways have been
I feel it like it's a isolation
But I need to be here

Ela via os outros pela cidade, nem se lembrava da última vez que deixara o prédio. Na verdade, ela mal saía do apartamento fazia anos.

Everyone is happy and I'm hidden here now
I even keept it, but I don't know why

Don't let them in, don't let them see
Be the good girl you aways have to be
Conceal, don't feel, don't let them know
Why can't them know?

Ela nem sabia porque estava ali. Um aviso, nenhum motivo, mas ela sempre seguira as regras. Ela era uma pirata do Arcade ou não era? Ela sorriu, começando a sentir sua magia afluindo. Era hora de parar de se esconder.

Let it go, let it go
I'll not hold it back anymore
Let it go, let it go
Time to open back the doors
I don't care
What they're going to say
Let the light rage on
Hidding never mattered me anyway

Ela olhou para os quadros nas paredes com um sorriso.

It's funny how some time, makes everything seems far
And the tales once you told me, are just hitting me now

Não eram apenas histórias, ela olhou para o caderno de desenhos aberto sobre a mesa, ao tocar o desenho algo brilhou. Ela correu para o telhado, luzes se acendiam à sua passagem.

It's time to see what I can do
To test the limits and break through
The light shine, not just for me,
It's free

Let it go, let it go
It'll never be so dark
Let'it go, let it go
I'll make this life shine
Here I stand and ready to change
Let the light rage on

Ela sentiu toda a energia acumulada durante anos se liberar e o céu começar a se colorir de azul e dourado.

My power flows and light the sky a first time
I'm starting to feel I should have done it for a long time
The sun rises in my room and over all the city
It's time to make it happen wait is out of question

Let it go, let it go
I'm sure prepared for this
Let it go, let it go
The princess of sun is here
Here I stand in the light of day
Let the light rage on
This place never held me anyway.

Ela sentiu uma energia diferente e mais forte por dentro e sorriu para o céu iluminado à sua frente e o sol que pela primeira vez tomava toda a cidade. Sentira falta daquilo. Não sabia como tinha feito aquilo, como consegui ir contra a programação do jogo, mas sabia que não ia durar muito, mas que estava chamando atenção e logo eles viriam saber o que tinha acontecido. Não que ela se importasse. Não mais.

Desceu para o sótão. Tinha certeza que o que estava procurando estava em algum lugar por ali. Voltou para cima com uma caixa nos braços, depositou-a em sua cama, abriu e começou a se trocar.

Com um sorriso ela checou sua imagem no espelho. Agora usava uma camiseta e calça rosadas, por baixo de uma armadura de combate dourada. Não se lembrava quando sua mãe tinha mandado aquilo, ela tinha contrabandeado tanta coisa para lá durante aqueles seis anos, mas parecia que fora feita para aquele momento. Então ela puxou sua espada de baixo da cama e um pouco nervosa cortou seu cabelo na altura dos ombros, para evitar acidentes, foi então que ela notou, seu cabelo antes completamente rosa, agora tinha as pontas vermelhas e uma mecha azul-clara. De onde aquilo tinha vindo?

Coisas estranhas aconteciam o tempo todo, ela não ia ficar se preocupando com uma mecha colorida. Nem tinha ficado estranho, pra falar a verdade.

Então ela ouviu uma batida na porta e abriu-a para encontrar Felix esperando por ela.

"Está muito parecida com a sua mãe." Ele comentou, como se aquilo fosse uma coisa ruim. "Me diga que não está tentando seguir os passos dela?" Pediu.

"Sinto muito, mas minha irmã está com problemas e eu não posso ficar sentada aqui sem fazer nada." Ela respondeu, calma.

Felix suspirou.

"Achei que fosse dizer isso. Como eu disse, você se parece muito com ela. mas tem mais juízo e um pouco mais de paciência." Ele riu. "Acho que é por causa do feitiço das Almas Espelho."

"Você sabe sobre isso?"

"Seu tio, James, conversava muito comigo, muito mais do que sua mãe. Ele costumava dizer que eu também tinha parte do feitiço, dizia que era inevitável, mesmo que o título do espelho pertencesse ao seu avô. Nunca acreditei muito nessas histórias, ninguém nunca acreditou, mas sua família fazia o impossível acontecer, cada um deles, a programação não era um limite. Começara antes de sua mãe chegar, mas ela logo se tornou o centro das coisas mais inacreditáveis nesse Arcade, e perigosas. Muitos ficaram com medo quando você nasceu. Medo de que as coisas ficassem piores e um dia acabássemos em algo que nem mesmo vocês poderiam enfrentar. Aí sua irmã nasceu e alguns anos depois vieram os AVs, agora isso. Eu preferia que você não fosse, mas mesmo que sua irmã não tivesse sido raptada, eu sabia que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Além do mais, é melhor mesmo você ir antes que alguém mais descubra que essa agitação é sua culpa. Antes que os AVs sejam avisados." Ele tirou um chaveiro e um envelope do bolso. "Aqui. Vai saber o que fazer com isso quando precisar. Tem dez minutos para juntar suas coisas. Não vai demorar para que eles cheguem."

Então ele saiu. Um pouco confusa, Celestia começou a recolher o máximo que pudesse carregar. A caixa de joias de sua mãe, sua espada, algumas poucas roupas, comida. Qualquer outra coisa estava no sótão. Se ela chegasse lá estaria segura, só teria que encontrar uma maneira de sair sem ser pega pelos AVs depois.

Ela alcançou o porão com facilidade, viu uma turma reunida na entrada do prédio, pareciam preocupados e Felix tentava acalmar todos.

Ela enfiou mais algumas coisas para emergências na mochila e começou a procurar uma saída. Sua mãe nunca se deixava ser presa em algum lugar, sempre tinha duas ou mais saídas...

Então ela encontrou, uma marca em forma de estrela cadente na parede, ao tocá-la a marca brilhou e abriu uma porta para uma pequena garagem onde havia uma moto preta.

Celestia tirou a chave que Felix lhe dera do bolso e apertou o botão nela, um portão se abriu. Ela subiu rapidamente na moto e a ligou. Jamais tinha pilotado uma moto de verdade, mas aprendera a pilotar uma moto de corrida de Sugar Rush quando era pequena. Não podia ser tão difícil.

O surgimento da moto correndo pela cidade assustou a todos, os AVs começavam a chegar. Celestia acelerou em direção ao portão, antes de se perguntar como faria para atravessá-lo de moto. Não se importava. A moto provavelmente fora feita por seu tio, ele sempre tinha um jeito para tudo.

Os tiros zuniam à sua volta, mas ela alcançou o túnel e logo a Central repeta de guardas. Ela não se importou, manobrando por entre eles e fugindo dos tiros, em direção à Pokémon Battle Arena.

Ela achou que estava salva ao alcançar o jogo, mas se deparou com um novo grupo de guardas. Aparentemente eles ainda investigavam os incidentes da festa.

Ela não se importou, só precisava se distanciar deles o suficiente e estava em uma das motos mais rápidas do Arcade.

Mas um bichinho que parecia uma espécie de cacto saltou na frente da moto. Celestia desviou, mas ouviu o barulho dos pneus estourando e a moto caiu. Ela se levantou e correu o mais rápido que pode na direção da floresta próxima.

Tiros zuniam à sua volta e um deles atingiu sua perna. Não sentiu como se o tiro a atingisse, nem mesmo com se tivesse batido apenas na armadura, ao invés disso sentiu um choque elétrico partir de onde o tiro atingira, sentiu o buraco na armadura e na roupa, mas não parecia haver nenhum ferimento na pele, mas ela sentiu algo metálico e estranho ali.

Celestia começou a ficar preocupada, estava entrando muito na floresta. Mas não podia parar de correr, eles ainda estavam atrás dela. Então ela sentiu um par de mãos agarrá-la e puxá-la para cima de uma árvore.

Ela ficou ali, sentada contra o tronco da árvore, olhos fechados, respiração ofegante, ouvindo passos e vozes se afastarem, então finalmente abriu os olhos e por pouco não caiu da árvore.

Sentado diante dela estava um garoto, pouco mais velho que a própria Celestia, de cabelos negros, rebeldes e olhos castanho-avermelhados.

Ele usava uma jaqueta marrom, sobre uma camiseta cinza com o desenho que fazia parecer que um dragão arranhara a frente dela, um cinto vermelho que parecia feito de escamas, com uma fivela na forma de uma nuvem negra, jeans e um par de tênis, um dourado e um verde e um boné preto com o desenho de uma nuven de algodão-doce que parecia chover achocolatado. Mas o mais estranho sobre esse novo garoto era o par de asas e chifres que ele tinha, exatamente como...

Ela não chegou a completar seu pensamento, sentindo uma corrente elétrica vinda do local onde ela levara um tiro e sua consciência sumindo rapidamente.


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Notas finais do capítulo

Bem, a música no capítulo é uma paródia de Let it Go, do filme Frozen, a edição foi feita por mim. Próximo capítulo já está pronto, só precisa de algumas edições, então deve ficar pronto logo.



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