Young and Beautiful escrita por Anne Masen


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tô aqui com mais um pouquinho de y&b pra vocês :) Mas antes, eu queria agradecer do fundo do coração as oito meninas lindas que comentaram no prólogo. Eu adorei cada um deles, vocês são demais!
Só pra vocês não ficarem confusos: houve uma passagem de tempo do prólogo pra cá, agora a filha de beward está próxima de completar quatro anos.
Espero que gostem e a gente se fala melhor nas notas finais!



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CAPÍTULO 1

— Bom dia a todos. — Isabella disse ao entrar na sala de jantar.

Os empregados presentes interromperam momentaneamente seus afazeres para cumprimentar a patroa com um aceno de cabeça. Ela vestia mais um dos seus lindos vestidos, o da vez era cor de pêssego e chegava até os joelhos, havia sido um presente de Edward. Sentou-se a mesa, estava pronta para se servir do delicioso e farto café da manhã preparado por Carmen, a cozinheira, quando sentiu falta de algo. Parou-se.

— Há algo de errado, senhora? — perguntou Eric, um dos empregados.

Ela apontou para a cabeceira da mesa e para o acento a sua frente, ambos com o lugar vago.

— Por que estou sozinha? — perguntou levemente confusa. Isabella sempre era a última a chegar a mesa do café, uma vez que era a única que tinha permissão para acordar um pouquinho mais tarde que os demais. Edward ia cedo para o trabalho, e Anne também tinha que estar cedo na escola.

Não que Isabella pudesse chegar a hora que quisesse no seu próprio trabalho, mas naquele dia ela não teria de ir para o hospital porque era seu dia de folga para compensar o plantão que fizera na noite passada, e além disso, porque não gostava de passar o dia em casa sem fazer nada, ela passaria o dia na loja de doces da qual era dona.

— O senhor Cullen mandou avisar que estará aqui dentro de alguns minutos e a senhorita Anne...

— Eu estou aqui! — o grito agudo veio da entrada do cômodo, por qual Anne passava correndo, pois sabia que não se apressasse, corria o risco de chegar atrasada à escola e levar uma bronca da professora. Logo atrás vinha Ângela, a empregada encarregada de arrumar a criança todas as manhãs.

A pequena sentou-se no na cadeira que ficava de frente para Isabella, mas antes foi até a mãe e beijou-lhe carinhosamente o rosto, dizendo um “bom dia” rapidamente. Isabella sorriu para a filha, em seguida pôs-se se pé para montar um prato com panquecas para Anne.

A morena foi pega completamente de surpresa quando uma mão a envolveu pela cintura, e então tudo o que ela sentiu foi um beijo rápido sendo depositado em seus lábios. Edward vestia uma camisa social branca com as mangas arregaçadas até os cotovelos, uma calça social escura e sapatos pretos, também cheirava muito bem devido ao banho recém-tomado, a mistura do sabonete com o perfume masculino cítrico era uma combinação que Isabella adorava com todas as suas forças, e por isso ela não conseguiu não suspirar.

— Bom dia. — disse Edward sentando-se no seu lugar de sempre, na cabeceira da mesa.

— Bom dia, papai. — Anne sorriu.

Após Edward retribuir o caloroso cumprimento da filha com um aceno de cabeça, Isabella suspirou baixinho. Nada havia mudado, ela constatou. Era assim desde que a pequena havia nascido, contudo Isabella nunca deixara de estranhar o comportamento dele para com a primogênita.

Os três comeram em silêncio. Enquanto Isabella pensava nas tarefas que faria quando chegasse na doceria, Edward lia o jornal que Eric havia lhe entregue assim que ele se sentou a mesa, e Anne comia suas panquecas inquieta, os pés balançavam por debaixo da mesa. Ela sabia que seu pai não gostava de conversas durante as refeições, mas ela estava morrendo de vontade de falar algo com a mãe, e queria fazê-lo antes de ir para a aula. Depois de alguns minutos de inquietação, resolveu arriscar.

— Mamãe, a senhora já sabe o que vamos fazer no meu aniversário? — a garotinha ficou tensa, esperando uma repreensão do pai a qualquer momento.

Mas Edward nem sequer tirou os olhos do jornal, parecia estar muito concentrado no que lia. Anne interpretou aquilo como um bom sinal, e resolveu estender o assunto.

— Podemos fazer uma festinha aqui?

Bella tirou os olhos da sua xícara de café e mirou a filha, os olhos verdes idênticos aos do pai fitavam-na cheios de expectativa. Não era a primeira vez que Anne tocava nesse assunto, a criança ficava mais ansiosa a cada dia que passava, uma vez que seu aniversário estava próximo. Também não era a primeira vez que ela sugeria a tal festinha, mas Bella sempre mudava de assunto porque ela ainda não havia conversado com Edward.

Ela não via problema nenhum em fazer a festinha, o problema era Edward. Porque sabia que ele nunca fora um adorador de crianças, ter o apartamento lotado delas correndo para lá e para cá fora uma ideia descartada nos últimos aniversários de Anne.

Bella se sentia horrível recusando o pedido de Anne ano após ano, podia ver que isso deixava a filha triste por mais que ela tentasse não demonstrar, e se tinha uma coisa que partia seu coração de mãe era ver a sua filha magoada. Olhou para o marido, que ainda tinha o jornal ainda em frente ao rosto, mas a posição dos dois permitia Bella ver que ele tinha os olhos direcionado no seu rosto. Ela só não sabia como interpretar o olhar.

Mas ela não se deixaria intimidar, mesmo que aquilo resultasse em mais uma discussão entre o casal, naquele ano Anne teria sua tão desejada festa. Ora, garotinha era uma ótima criança e não tinha muitos caprichos, pedia coisas uma vez ou outra, não era justo que nessas raras vezes ela ainda recebesse dos pais um sonoro “não” como se ela não merecesse ser atendida. Além do mais, era o seu aniversário, o dia em que ela deveria ser celebrada e ter o que quisesse, certo?

Levantando o queixo e fitando somente quem estava a sua frente — por mais que decidida a impor a sua vontade daquela vez, no fundo ela ainda temia a reação de Edward, e por isso não conseguia encará-lo —, Isabella falou no tom mais firme que conseguiu.

— Você sabe que não poderá convidar muitas amiguinhas, não é, querida? Não se esqueça que além delas, virão familiares do papai e da mamãe. — não que faltasse espaço no apartamento, porque este era grande o suficiente para abrigar muito mais pessoas do que a pequena família que ali residida, mas Bella já estava indo contra a vontade de Edward, era melhor não abusar entupindo o local de gente.

Anne, que já começa a perder as esperanças diante do silêncio da mãe, levantou o rosto de repente. Os olhos esmeraldinos pareciam dois pratos de tão arregalados tamanha era a sua descrença no que acabara de ouvir.

— S-sim, sim — ela tratou de concordar, tão animada que atrapalhava-se com as palavras. — Chamarei somente as mais próximas, eu prometo!

— Então essa noite nós duas faremos a lista de convidados.

Bella retribuiu o enorme sorriso que a filha exibia e quando finalmente reuniu coragem, olhou para Edward ao seu lado, que havia voltado com os olhos para o papel sem dizer uma palavra. Mas isso não significava que o assunto tinha sido encerrado ali, sabia que mais tarde teria que conversar com ele mais calmamente, explicar que ela não tinha a intenção de ignorar sua opinião como se não tivesse importância, que só queria deixar a filha feliz.

O silêncio reinava na mesa quando Isabella olhou no relógio em seu pulso e percebeu que estava na hora de ir. Não comera nem a metade do seu café da manhã, mas mesmo detestando estragar comida, limpou a boca com um guardanapo e levantou-se, alisando a frente do vestido.

— Ângela — chamou, e a jovem prontamente entrou na sala. — Prepare um desses croissants para colocar na mochila de Anne, ela comerá no caminho para a escola. Nós temos que ir. — e virando-se para a filha, completou: — Vá escovar os dentes, querida, eu levarei você.

A criança ficou radiante, já que não era comum Isabella ou Edward acompanharem-na até a escola, o cargo de levá-la sempre era dado a Taylor, o motorista da família. Anne largou os talheres no prato com as sobras da sua panqueca e levantou, seguindo com Ângela para terminar de se arrumar. Quando as duas já não podiam ser mais vistas, Edward também deixou a mesa, mas antes que ele seguisse apartamento a dentro, Bella segurou-o pelo pulso.

— Por que não vem conosco? — propôs ela olhando nos olhos cor esmeralda do marido. Queria muito que ele aceitasse, queria passar mais um tempo ao lado dele antes que cada um seguisse seu caminho diário para seu respectivo local de trabalho.

Depois que se separassem, se encontrariam de novo só a noite, pois só nesse horário Edward retornaria para casa. Eles nem sequer almoçariam juntos, uma vez que Edward sempre almoçava fora em algum restaurante próximo ao trabalho a fim de não perder tempo, já que logo teria de voltar a trabalhar.

Isabela esperava que o episódio durante o café não influenciasse na resposta de Edward, caso contrário, significaria que ele ficara verdadeiramente ofendido com a sua atitude. Uma parte pequena sua já começava a se arrepender do que havia feito, mas tão logo deu-se conta disso, tratou de não dar ouvidos porque sabia que era o tão conhecido hábito de ceder às vontades de Edward querendo dominá-la, e daquela vez ela estava decidida a não permitir tal coisa. Pensou no sorriso da filha de mais cedo, e isso ajudou-a a não dar com o pé para trás.

Edward por outro lado, nem nisso pensava, estava ocupado demais admirando as feições delicadas da esposa. Os olhos fizeram o trajeto que começava sobrancelhas finas minimamente franzidas, seguiam para os olhos, bochechas, lábios e findava na região exposta da clavícula. Uma sugestão de sorriso surgiu no rosto do rapaz quando ele reconheceu o vestido que ela usava, um presente seu de aniversário. Soube no momento que viu a peça na vitrine da Chanel que cairia perfeitamente nela, e ele não se enganara; o vestido era justo ao corpo, o que ressaltava as belas curvas de Bella, era também simples, porém elegante, do jeito que ela – e ele também – gostava.

Quando Edward deu por si, não estava mais conectado à Bella somente porque ela segurava-o o pulso, o braço que ele passara em volta da sua cintura contribuía para que o espaço entre os corpos fosse quase nulo, tal como a sua mão que direita que agora abrigava o rosto de Isabella.

Movido pelo desejo da companhia de Bella, Edward abriu a boca para proferir uma aceitação ao convite que ela havia feito, entretanto, parou-se quando lembrou com pesar da promessa que ela havia feito de levar Anne à escola.

— Não posso. — sussurrou por fim. A proximidade do casal era tanta que falar em tom normal de voz seria praticamente falar aos berros. — Tenho uma reunião dentro de alguns minutos, tenho que ir direto para a empresa.

Assim que ele terminou de falar, Anne surgiu na entrada, comunicando que estava pronta. Ângela vinha logo atrás carregando nas mãos a mochila em forma de urso panda da menina. A moça de 20 anos viu que os patrões estavam conversando e resolveu manter uma distância pra dar a eles a devida privacidade, chamando Anne com a mão para que ficasse ao seu lado e esperasse. A pequenina prontamente obedeceu, paciente.

Isabella voltou a fixar os olhos no marido, mas tão logo ele fez o mesmo com ela, desviou-os para o chão, não querendo que Edward visse a tristeza neles. Afinal, ele estava certo em priorizar seus compromissos de trabalho, ela bem sabia, e mais, ela não queria ser um incômodo.

— Então… Vejo você a noite? — ela disse ainda sem olhá-lo.

Edward franziu o rosto ao ver a postura reclusa de Bella, que havia dado alguns passos para trás, saindo do alcance dos seus braços, e ainda quebrara o contato visual com ele. Sentiu como se antes ambos estivessem envolvidos em uma bolha, e de repente essa bolha fosse estourada. Na tentava de recuperar a sensação de intimidade de segundos atrás, tocou com a ponta dos dedos no queixo dela, levantando-o e fazendo com que ele pudesse encarar novamente os olhos de um profundo castanho.

Inclinou-se e depositou um beijo nos lábios dela, pegando-a completamente de surpresa. Não fora um beijo corriqueiro como o de mais cedo, antes de Edward sentar-se a mesa do café, este fora um beijo calmo e doce, e Edward fez questão em demorar-se um pouco no ato, como se quisesse confortá-la.

Isabella queria muito aprofundar o beijo e prender as mãos no cabelo acobreado e macio de Edward, mas continha-se porque sabia das outras duas pessoas no outro cômodo não muito distante. Mesmo só com aquela demonstração de carinho aparentemente simples, o coração da jovem encheu-se de felicidade, era bom saber que tudo estava bem entre os dois, principalmente nesses últimos anos de casamento, já que as coisas entre o casal haviam sofrido algumas mudanças.

— A noite.

Ela manteve o olhar nas costas dele enquanto Edward se afastava, e desviou só quando ele não podia mais ser visto. Pediu mais alguns minutos para Anne que a esperava na sala e a passos apressados voltou ao seu quarto a fim de terminar de se arrumar.

Minutos depois e em silêncio, ela observou pela janela do quarto, que ficava de frente para a entrada do prédio, Edward caminhar até o carro preto estacionado no meio-fio. Ele havia colocado óculos escuros, e como se pudesse sentir os olhos dela sobre si, olhou para cima. E com um sorriso que não foi visto por Isabella devido à distância de mais de 10 andares entre eles, seguiu seu caminho até o trabalho.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam desse comecinho?
Queria logo deixar uma coisa clara: o Edward não odeia a Anne! O relacionamento deles é só... complicado. Vocês vão enteder melhor com o desenvolver da fic.
Quem aí sentiu falta do Edward do começo prólogo levanta a mão! *levanta a mão* Hahaha
Deu pra perceber a diferença, né? Algumas coisas mudaram não só com ele, mas com a Bella também. Queria dizer pra vocês que vez ou outra eu vou fazer referência ao passado, como se fossem flashbacks, ok? Pra entendermos melhor o presente, precisamos conhecer o passado deles. Afinal, nada é por acaso e toda história tem dois lados. :)
Mais uma vez, obrigada pelos comentários, eles me deixaram muito feliz. Conto com vocês nesse capítulo também, a opinião de vocês me ajuda muito e me estimula a continuar!
Um beijo e até mais!