A Vida Continua - Fase 02 escrita por Andye


Capítulo 15
Medo




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Os dias estavam passando tão rapidamente que parecia que o mundo estava girando em velocidade máxima. Hermione preparava o enxoval da pequena com todo o carinho e dedicação, e desfrutava de um Ronald incrivelmente gentil e dedicado, que ajudava em tudo relacionado à princesinha que crescia rapidamente.

Haviam voltado ao Ministério, e Hermione agradeceu profundamente estar grávida, o que desviou e muito os comentários sobre o julgamento e todos os problemas enfrentados nos últimos meses.

A barriga de quase seis meses estava proeminente. Realmente, parecia que a pequena havia apenas esperado pelo pai para começar a se desenvolver.

A primeira consulta com a presença de Rony estava acontecendo, e ele estava totalmente perdido, mas disposto a aprender tudo e entender o que acontecia com sua esposa e sua filha, mesmo que para isto precisasse acabar com toda a paciência da Dra. Aurora.

– A senhora tem certeza?

– Está tudo totalmente perfeito com nossa menininha, Ronald, fique tranquilo.

– Mas por que ela ainda não mexeu, Dra. Aurora? Isso é normal?

– Totalmente normal, Hermione. Não se preocupe. Você está na 26ª semana. Em breve ela começa a mexer. O peso e o tamanho estão de acordo. Você está saudável, a bebê está saudável, pelo que vejo, o nosso amado auror está saudável... - a Dra. sorriu.

"Coração, placenta e cordão umbilical em ordem. Aqui está a genitália da bonequinha. Ela está bem menos envergonhada que a maioria das crianças que consulto.

– Terei que cuidar muito dela... Se puxar a Gina estou ferrado! - Rony praguejou.

– É tão bom que a senhora também faça a ultrassom - Hermione agradeceu entre risadas - assim não preciso ir a dois médicos.

– Sim. Há muitas tecnologias trouxas que são muito bem vindas à medicina bruxa. E eu sou totalmente a favor de utilizarmos essas técnicas da melhor maneira possível. Vejam aqui, ela está com 16 centímetros e meio e pesando 367 gramas...

– A senhora não acha que ela é muito pequena? - Rony estava aflito.

– Não mesmo, Ronald. Está até demasiado grande para o tempo de gestação.

– Mas já são seis meses Dra. Ela não deveria estar maior? - Rony continuou temeroso.

– Ela está normalíssima. Começará a crescer a partir do terceiro trimestre da gestação. Por enquanto, são os órgãos que se desenvolvem.

– Mas...

– Eu sei que deve estar achando ela pequenininha, mas é assim mesmo. Quando ela nascer, você continuará achando que ela é pequena, mas com o passar dos dias e meses, ela se tornará uma linda e enorme moça, e você vai desejar que ela volte a ser pequenininha de novo.

– É. Acho que a senhora tem razão - ele concordou pensativo.

– Para a mamãe, sugiro exercícios físicos. Uma caminhada diária de trinta minutos no quarteirão de casa seria ótimo, e se o papai puder acompanhá-la, será ainda melhor.

– Sim. Claro que irei.

– Doutora, estou sendo superprotegida. Não posso nem respirar sozinha.

– Isso é maravilhoso, Hermione. Não reclame.

– Mas não reclamo. Adoro ser paparicada às vezes.

– E já escolheram o nome? Vocês têm aproximadamente 15 semanas para decidir. Acham que conseguem entrar em acordo?

– Acredito que sim, não é Ron?

– É. Temos que pensar nisso mesmo. Não dá pra chamá-la de princesinha pra sempre.

– Sim. E ela já reconhece as vozes de vocês, e também reconhece o nome que a chamam.

– Eu converso muito com ela. Até leio pra ela antes de deitar pra dormir.

– É ótimo, Hermione. Converse com ela também, Ronald. Ela reconhece sua voz.

– Mas eu converso. Ela é minha princesa. Ela sabe disso...

– Quero que inclua bananas na alimentação para evitar câimbras. Se tiver dificuldade para dormir, aconselho acostumar-se desde já a dormir de lado, mais precisamente do lado esquerdo do corpo, porque além de ser a posição mais confortável ela também é a mais indicada.

“Também vou te receitar um hidratante trouxa muito bom para você massagear as pernas, nádegas, barriga, costas e seios. Preciso que o papai ajude nessa tarefa tão difícil - Rony sentiu as orelhas esquentarem - Será ótimo para a elasticidade da pele e evitar estrias. E por favor, Ronald, sem vergonha comigo.”

– Ah, Dra. Aurora, mas se a senhora fala assim, lógico que fico envergonhado.

– Acho as suas orelhas um charme, Ronald. E a Hermione bem sabe que se não fosse casada e amasse o meu marido como amo, e se vocês não fossem casados e tão felizes, eu seria sua primeira pretendente.

– Mas assim você vai fazer o Rony explodir, Dra. Aurora - Hermione falou entre sorrisos - Olha só a cor do rosto dele.

– Vocês são um dos poucos casais que conheço que se amam tanto. A união, o respeito e a dedicação que vocês têm um pelo outro é motivo de admiração. Formam um casal belíssimo, não sou cega e comento mesmo. E você, deixe de bobagens e aceite os meus elogios.

– Obrigado então, Dra. Aurora. Está tudo bem mesmo com minhas princesas?

– Tudo na maior e mais perfeita ordem. Não poderiam estar melhores. E Hermione, você está de parabéns. Tem mantido o seu peso e está muito saudável.

– Graças à senhora que me libertou dos meus pais. Acho que estaria rolando ao invés de andando se eles tivessem continuado tão empenhados em me curar.

– Quero você de volta no mês que vem, e quero que essa preguiçosa acorde logo.

– Eu também.

– Então vamos, Mione? Precisamos voltar para o Ministério. Obrigado por tudo doutora.

– É um prazer ter vocês aqui. Até o mês que vem.

[...]

– Boa tarde senhores Weasley.

– Boa tarde, Rachel.

– E como está nossa bonequinha, senhora?

– Muito bem, obrigada.

– Ai que bom senhora, está tão linda com este barrigão.

– É, nisso eu concordo - Rony meteu-se na conversa.

– Alguma novidade, Rachel? - Hermione falou sorrindo dos elogios.

– Sim, senhora. Chegou uma coruja com esta carta endereçada para a senhora.

– Ah sim, obrigada. Mais alguma coisa?

– Não senhora.

– Tudo bem, qualquer coisa, estou na minha sala.

– Sim senhora.

– Tchau, Rachel.

– Até mais seu Ronald.

[...]

– E então? - Rony havia entrado com a esposa em sua sala. Estava curioso para saber de quem era a carta e já sentia os pulmões contraídos imaginando que fosse algo do Krum idiota.

– É da Luna.

– Luna? - ele disse entre surpreso e aliviado.

– Sim, por quê? Imaginou que fosse do Victor?

– Não vamos falar desse cara. O que diz a carta?

– Meu amor, quando você vai entender que Victor e eu somos apenas amigos?

– Não gosto da ideia de outro homem beijando minha esposa.

– Rony, escutou a bobagem que você falou? Ninguém além de você me beija, seu bobo.

– É, mas ele beijou primeiro que eu.

– Sim, uma única vez, e porque você sempre foi um bobo que não me aceitava como uma garota.

– É claro que aceitava. E você sempre foi uma garota linda, mas... Nunca imaginei que iria se interessar por mim, por isto nunca falei nada, nem fiz nada...

– Tá bem, deixa isso pra lá. Já passou. O Victor é meu amigo, ele sabe que eu te amo e respeita muito isto, e ainda mais, ele está noivo, você sabe...

– Tá. Lê logo esta carta e vamos parar de falar daquele búlgaro idiota.

– Ai, Rony - ela suspirou vencida.

“Olá Hermione, espero que esteja bem.

Desculpe não ter te visitado no momento difícil que passou, mas estava viajando com meu pai procurando bufadores na Hungria. Me mantive informada sobre o que era possível através do Nev.

– Nev? - Rony se perguntou sorrindo. Hermione rolou os olhos e sorriu, continuando a leitura.

Esta carta é em nome dele, que não pôde escrever. Você sabe, ele foi chamado para estagiar com a professora Sprout. Achamos que ele começa a lecionar ainda este ano. Estamos tão felizes...

Ele pediu para perguntar se você e o Rony aceitariam serem os padrinhos dele. Ele também convidou o Simas e a Lilá, e eles já aceitaram. Na verdade, ele queria o Simas, mas ele namorando a Lilá, seria estranho não convidá-la também.

O casamento será no dia vinte de junho, e se vocês aceitarem, me mande uma coruja avisando pra que eu possa providenciar tudo, e independente de aceitarem ou não, estou mandando o convite. Espero vocês lá.

Abraços e saudades.

Luna Lovegood”

– Nev? - Rony estava avermelhado controlando o riso.

– Acho bonitinho.

– Nev? Cara, isso é muito...

– Ron, eu te chamo de Ron e acho fofo.

– Mas Ron é... Nev?...

– Rony, você está impossível hoje.

– Só vejo os fatos, meu amor...

– Então, aceitamos o convite?

– É claro. Vou gostar muito de ser o padrinho do "Nev"... Será que ela o chama de Nevizinho?

– Ron...

– Ah, Mione, é engraçado...

– E ai? - Harry adentrou na sala da amiga - Como está minha afilhada?

– Muito bem, padrinho.

– Ótimo... Muito bom.

– E a Gina? - Hermione perguntou.

– Péssima. Cheia de enjoos e tonturas.

– Que pena. Já falei pra ela pedir uma poção no curandeiro dela. Foi muito útil pra mim nos primeiros meses.

– A Gina é muito cabeça dura, Mione... Mas e vocês, receberam a carta da Luna?

– Sim. Você também?

– Sim. Ela convidou a Gina para ser madrinha.

– Só a Gina?

– Na verdade, ela disse que gosta muito de mim, mas a Gina é que é uma de suas melhores amigas, e para não fazer desfeita, ela me convidou também...

– A Luna é ótima... Uma louca - Rony falou revirando os olhos.

– Não acho a Luna louca, Rony. Ela apenas fala o que a maioria das pessoas se nega a dizer. Ela é franca, isto é uma característica marcante dela.

– Tudo bem, Mione, desculpe o comentário.

– Tudo bem. Vou confirmar a carta.

– Ela convidou vocês para padrinhos?

– Na verdade, o Nevizinho convidou...

– Rony, por favor... - Hermione reclamou - O Neville não pôde escrever, Harry. Foi chamado para Hogwarts, e Luna escreveu por ele perguntando se aceitamos.

– Certo. Agora precisamos ir, Rony, temos uma tentativa de fuga em Askabam.

– Como assim, Harry? - Hermione assustou-se virando-se para o amigo.

– Sim, alguns aurores já foram para lá. Estava esperando o Rony para irmos também.

– Mas o que houve? - Hermione perguntou enquanto sentava-se.

– Uma tentativa, Mione. Nada para se preocupar - Harry concluiu.

– Tudo bem, vamos então, Harry - Rony adiantou-se e virou-se para Hermione - Se eu demorar, vá pra casa da mamãe, tudo bem?

– Harry, àquela mulher... - Hermione estava aflita.

– Hermione, não vamos nos precipitar ou sofrer por antecipação. Ficará tudo bem.

– É. E eu te amo, Mione - Rony despediu-se com um beijo.

– Amo você também. Se cuidem.

Hermione ficou apreensiva na sua sala olhando o amigo e o marido saírem para mais uma missão. Sentiu um forte aperto no coração e desejou que nada mais grave estivesse acontecendo. Terminou a carta de Luna e a pediu que Rachel enviasse por uma coruja do Ministério.

Ela sabia que Harry e Rony nunca entrariam em detalhes com ela e Gina sobre os problemas em Askabam, e ela estava nervosa. Ficou aflita. Não conseguiu se concentrar no trabalho, não sabia o que fazer... Não havia noticias.

Quando deu a hora de ir para casa, achou mais sensato seguir o conselho de Rony e foi para a casa dos sogros. Lá encontrou Gina igualmente aflita fazendo-se de forte e Molly tentando de todas as maneiras passar um pouco de tranquilidade para ela.

O pavor era o mesmo pelas três mulheres que mal falavam nada, apenas se olhavam apreensivas em busca de conforto no fundo dos olhos.

Um momento depois, enquanto tomavam um chá, reconheceram um cachorro prateado atravessar a parede da cozinha e a voz de Rony pode ser ouvida, acalmando os nervos das três mulheres.

“Conseguimos controlar a rebelião. Estamos bem. Estamos controlando os últimos revoltosos e logo vamos para a Toca.”


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