A Vida Continua - Fase 02 escrita por Andye


Capítulo 12
Recomeço




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503053/chapter/12

– Finalmente essa loucura acabou. – Gina falava feliz.

– Mas... É pouco compreensível. Tanto ódio de mim...

– Mione, de verdade, você vai se culpar agora? Aquela mulher é uma louca e usou essa situação como uma maneira de extravasar a loucura dela.

– Mas...

– Mione, você não tem culpa de nada. – Harry falava enquanto entrava na sala onde as duas o esperavam. Nem temos certeza que o Grayback esteja realmente morto.

– Mas Harry, você tem de entender que é pouco provável que uma pessoa seja tão odiada por outra que nem ao menos conhece.

– E você diz isso pra mim, Mione? Esqueceu-se do Voldemort?

– Claro que não esqueci, mas... Tudo bem... Vocês tem razão. Vamos logo embora, estou faminta e quero ver o Rony.

– É! Não restam dúvidas que carrega o filho do Ronald no ventre – Gina comentou animada tirando risadas dos três.

Saíram do Ministério por outra porta. A da frente ainda estava abarrotada de repórteres e curiosos chatos tentando descobrir o que aconteceu de verdade.

Hermione agradeceu profundamente a ideia de Harry em saírem por ali. Sentia-se nauseada e não estava pronta para encarar a imprensa. Odiava como os três e tudo o que faziam acabavam de uma forma ou de outras nos jornais desde a morte de Voldemort, mas esperava intimamente que aquilo fosse esquecido rapidamente.

Desaparataram na rua que dava para o St. Mungus. Avistaram a fachada da loja de departamentos Purga & Sonda LTDA., aproximaram-se da vitrine mal cuidada e Harry adiantou-se em falar com o velho manequim que decorava a frente da loja, enquanto as duas conversavam tentando distrair os poucos transeuntes que passavam.

Rumaram para o quarto andar, que era o local em que os cuidados aos danos causados por magia eram feitos e, onde se encontrava Rony o momento.

– Mione, tem certeza que não quer ir comer alguma coisa antes?

– Não Gina, preciso ver o Rony antes. Encontro vocês lá daqui a pouco.

– Mas você disse que estava com fome. Pelo menos um chocolate quente.

– Eu estou bem, acredite... Estamos bem - acariciou feliz a barriga ainda pouco aparente - Com certeza esse esfomeado pode esperar eu falar com seu pai antes de comer novamente.

– Certo. Você que sabe. Te encontramos daqui a pouco.

***

– Olá! – Hermione colocou a cabeça para dentro da sala e deu de cara com a senhora Weasley... Sozinha.

– Oi minha querida...

– Mas onde está o Rony? - A voz era preocupada. Muito mais frustrada que de costume. A senhora apenas sorriu, e com um movimento simples de cabeça fez com que Hermione olhasse para trás.

– Oi Mione!

Mesmo que a voz estivesse cansada e ainda debilitada, a alegria que ela sentiu no coração em ouvir e reconhecer aquele timbre a fizeram perder os sentidos por um breve momento.

Não sabia ao certo se chorava ou sorria e muito menos se gritava ou murmurava. Aquele misto de sensações que apenas Ronald Weasley era capaz de provocar quando fitava seus olhos. A cabeça estava em movimento constante, indo da sogra ao marido, esperando uma resposta convincente a todas as perguntas que ela não conseguia verbalizar.

Ofegou e respirou fundo antes de virar completamente de frente ao marido. Adiantou-se até o ruivo que a fitava de pé sorrindo rapidamente, parando a alguns centímetros como se tivesse uma barreira entre os dois. Àquele sorriso meia boca que ela adorava e sentira tanta falta.

Olhava para ele e mexia vigorosamente os braços sem saber o que fazer ou se poderia machucá-lo e ficou parada. O corpo impulsionava para frente, mas ela reprimia o abraço que tanto queria por medo de machucá-lo.

– Acho que um abraço seria um bom começo - ele soltou arqueando um pouco os braços entendendo o medo dela.

Ela não mais suportou. Abraçou-o da forma mais delicada que pode. Os olhos não continham mais as lágrimas que teimavam em cair. Estava feliz. Ele estava acordado. Estava bem. Sem nenhuma marca ou dano visível.

Queria ficar ali para sempre, no encaixe perfeito daquele abraço, sentindo-se revigorada e totalmente protegida enquanto se perdia no perfume cítrico tão reconfortante que emanava daqueles cabelos ruivos.

Afastou-se ainda atordoada, imaginando que o pudesse machucar. Ele estava tão fraquinho, tão abatido. Mas o sorriso estava ali, firme e contagiante como sempre foi.

– E o que você pensa que faz de pé, Ronald Weasley?

Foi à primeira coisa que conseguiu falar enquanto colocava as mãos na cintura no mais perfeito estilo senhora Weasley. Assustou-se com o próprio tom de voz e indignou-se ao ver que ele apenas sorria. Procurou a sogra tentando encontrar apoio, mas a encontrou sorrindo também.

– Eu acho que depois de cinco dias deitado sem consciência eu teria ao menos o direito de usar o banheiro, não?

Ela respirou fundo. Não sabia o que fazer ou como agir. Olhou novamente a sogra, e da sogra para o marido que a fitava travesso. Secou as lágrimas aliviadas que banharam o rosto a pouco e mais uma frase estrangulada saiu de sua boca.

– Então vá deitar-se agora, Ronald. Tem que descansar. - ela rugiu enquanto apontava indignada a cama, o olhando o mais repreensiva que conseguiu.

Ele apenas levantou as mãos em sinal de rendição e voltou sorrindo para a cama. Ela permaneceu ali, parada, de pé, atordoada com o que via. Estava imensamente feliz, mas não sabia como agir.

– Como ele...? Quando...? Quando acordou...? Como...?

– Eu não sei, Mione. Faça perguntas fáceis, por favor, ainda estou moribundo...

– Não fale assim, meu filho. Ele acordou um pouco depois que você e a Gina saíram, querida.

– Por que não me chamou? Eu teria voltado imediatamente.

– Não achei que fosse necessário. Você precisava ir para lá mesmo que não concordasse com as duas, preferi não atrapalhar.

– Mas eu queria ter estado aqui.

– Tudo bem, Mione. Estamos juntos agora - ele sorriu para ela. Os olhos brilhavam. Ele estava de volta. Voltara para ela, como sempre prometeu.

– Bom, - a senhora continuou - ele olhou assustado e não reconheceu onde estava então começou a gritar desesperado que precisava te salvar e dois curandeiros o imobilizaram e deram uma poção calmante que o fez dormir novamente.

"Depois de cerca de uma hora a uma hora e meia ele começou a te chamar pelo nome. Fiquei assustada, mas o curandeiro que chamei disse que era normal devido as grandes emoções que sofreu.

"Então ele abriu os olhos novamente, repetiu o mesmo olhar assustado e finalmente me viu. Perguntou onde você estava e se estava bem. Então eu pude explicar parcialmente o que havia acontecido e que você estava bem. Também disse que a louca estava sendo julgada."

– Ah, senhora Weasley, que bom revê-la – a voz doce e maternal tirou Hermione daquele conflito interior que vivia.

– Ah... Dra Aurora, prazer em revê-la.

– Todo meu, querida, mesmo não sendo a melhor situação. Fico feliz em ver como está bem.

– Obrigada.

– E este adoentado aqui? Já se recuperou, imagino?

– Quando posso ir pra casa?

– Ronald! – Duas vozes nada doces irromperam na sala e ele afundou sem jeito na cama.

– Desculpe – ele falou sem graça.

– Ah, não se preocupe meu caro rapaz. Ninguém gosta de estar adoentado, muito menos no St Mungus, não é mesmo?

– É – ele concordou tímido olhando desconfiado para as duas mulheres.

– Eu vim exatamente para te dar alta. Já está bem agora que acordou. Precisa apenas de repouso e continuar o tratamento por mais uma semana. Tenho certeza que não haverá problemas quanto ao repouso ou o tratamento tendo em vista a esposa que tem.

Hermione abaixou a cabeça corada. Percebeu que todos a olhavam e sentiu a face esquentar.

– E... Ele está bem mesmo?

– A sim querida, não se preocupe. Em poucas semanas seu marido estará pronto para outra. Mas por favor, não outra dessa. Nos deu um bom trabalho, e embora seja um rapaz muito bonito, prefiro vê-lo longe daqui, e se o vir, que seja em outras condições.

– Nem se preocupe. Não pretendo voltar aqui tão cedo - Rony concordou sentindo as orelhas em chamas.

– Fico feliz, mas receio que ainda iremos nos encontrar, não?

– Ah... Claro que sim. – Hermione interrompeu aflita a conversa e agradeceu que a curandeira fosse tão viva e esperta.

– Por que vamos nos ver novamente?

– Ah Ron, provavelmente você terá que voltar algumas vezes para checar a sua recuperação, não é mesmo Dra Aurora? – Hermione falou apressada.

– Ah... Claro. Vamos nos ver ainda um pouco mais. Porém, agora é com a senhora – ela virou-se para Hermione que arregalou os olhos e respirou fundo – Precisamos que a senhora controle seu marido o máximo possível ela soltou o ar que prendia aliviada.

"Ele precisa se recuperar por completo, mas não vou impedi-lo de voltar para casa e ser muito mais bem tratado que aqui. Esta aqui esverdeada é a Poção Revigorante e deve ser tomada duas vezes ao dia, de preferencia após o café da manhã e após o jantar. Esta daqui, turquesa-claro é a Solução para Fortalecer e deve ser tomada todos os dias durante 12 dias as 20h, sem falta.

"Ele deve permanecer em repouso absoluto por mais uns 10 dias e deve evitar aparatar, mesmo que acompanhado. Já informei ao Ministro e o senhor tem 45 dias de repouso afastado do Ministério e do trabalho.

"Seria muito bom um passeio em família, uma segunda lua de mel ou algo do tipo, porém, transporte apenas lareira ou coisas trouxas como carros, bicicletas, trens ou aviões. Também deve se alimentar muito bem e evitar se irritar. E caso ele se queixe de dores de cabeça ou enjoos, a Essência de Arruda será suficiente."

Hermione lançou um olhar de esguelha para o marido que certamente não estava gostando e nada de todas as recomendações. Ela não queria saber, nem que precisasse usar um feitiço de pernas presas, ele não iria fugir às ordens dadas pela medibruxa.

– Rony – Gina entrou no quarto com um salto e agarrou o irmão.

– Fala amigão – Harry o abraçou assim que houve um espaço dado por Gina.

– Bem, está liberado do hospital senhor Weasley, mas qualquer dificuldade maior eu quero que o senhor retorne imediatamente.

– Não se preocupe. Caso seja necessário, eu o trago nem que seja sob maldição. – Hermione falou por entre os dentes enraivecida, mas todos caíram na gargalhada.

– Ótimo. Vamos então.

– E você pretende sair por ai com essa roupa. Ronald?

A alegria momentânea foi interrompida por Hermione. Tinha esquecido aquele vestido verde horroroso que mais parecia um avental e jogou-se enraivado na cama como se tivesse sido proibido de comprar um cento de sapos de chocolates.

– Eu vou até a sua casa com o Harry, pegamos uma muda de roupas para o Ron e voltamos. O que acham?

– Que você é a melhor irmã que eu poderia querer, Gina.

– Depois eu vejo como você me compensa, Roniquinho. E enquanto isso toma um banho, você está fedendo a hospital. - Ela saiu com Harry e deixou Rony cheirando os braços, aflito.

– Eu tô fedendo?

Molly e Hermione não se controlaram. Começaram a sorrir e deixaram o ruivo ainda mais preocupado, tentando cheirar os pés agora. Ele desistiu de falar com as duas e foi tomar banho.

Gina e Harry chegaram e ele ainda estava no banho. Hermione levou a toalha que ele havia esquecido na urgência de se livrar do cheiro de hospital e a muda de roupas enquanto Molly explicava para Harry e Gina as recomendações da medibruxa.

Rony deixou o banheiro sentindo-se revigorado. Usava uma calça jeans larguinha e surrada, era bem antiga, mas Gina e Mione sabiam que ele gostava, pois se sentia confortável. A camisa era polo em algodão na cor cinza. Foi a primeira que Gina encontrou, na verdade achou que a combinação ficou sem graça junto com o tênis azul, mas Hermione achava que ele estava perfeito. Incrivelmente lindo.

– Então, podemos ir de uma vez?

– Claro, vamos sim, apressadinho...

– Apressadinho? Vem você ficar aqui esses dias todos. Tô morrendo de fome.

– Eu vou para a casa de vocês e ajudo a Hermione no que precisar inicialmente.

– Ótima ideia, mamãe.

– Certo, assim que chegarmos eu mando patronos a todos para lancharmos juntos.

– Mas saibam que eu vou precisar de algo para controlar meu estomago. Estou há cinco dias sem comer e preciso muito ser bem alimentado para me recuperar rapidamente.

– Ah... Cala a boca, Rony. Não pense que ter ficado doente vai te fazer reinar na Toca.

– Como você é insensível, Gina...

– Não sou insensível nada. Só conheço muito bem esse seu joguinho de sedução...

A gargalhada foi geral pelos corredores do hospital. Usaram a lareira do St Mungus. Era projetava para pacientes que não podiam aparatar. Logo chegaram à casa e rumaram para a cozinha a fim de lancharem.

Hermione estava encantada. Havia ficado na casa de Harry desde o sequestro, mas a sua casa estava totalmente arrumada, como antes. Como sempre fora. Sorriu feliz pensando em agradecer a Gina e Molly, que certamente eram as responsáveis por aquilo tudo.

Hermione foi primeiro em direção a cozinha da casa e agradeceu aos céus ter encontrado um bolo de chocolate quase que inteiro dentro da geladeira. Só poderia ter sido a senhora Weasley novamente, precisava agradecer.

Adiantou-se para ajudar o marido e o sentou em seguida, sob muxoxos que ela repreendeu severamente com um simples olhar.

– Finalmente, estou morrendo de fome - Rony falou ao fitar a enorme fatia de bolo separada para ele.

– Eu também. Parece que não como há dias.

A frase vinda de Hermione chocou o ruivo que apenas arregalou os olhos ao ver a ferocidade da esposa destroçando a pobre fatia de bolo. Imaginou se teria esta aparência enquanto comia, porém a fome venceu e ele juntou-se a Hermione no ato de devorar o bolo.

– Hermione, por que você não sobe e descansa um pouco enquanto preparo algo para comermos? Vou fazer uma sopa para nós. – Molly falou maternalmente.

– É Rony, e você aproveita e deixa a Mione te lavar pra ver se sai esse cheiro insuportável de hospital do teu couro.

– Mas eu já tomei banho, Ginevra. - falou ranzinza.

– Então tome de novo. Está fedendo.

– Não tô não.

– Está sim, Roniquinho...

Harry e Hermione apenas sorriam. Ela levantou-se primeiro e o ruivo foi em seguida bradando baixo palavras desconexas, mas que precisamente seriam azarações contra a irmã.

– Mione. Eu...

– O que, Ron? - Ela falava enquanto procurava um vestido para usar. As roupas começavam a apertar agora.

– Quero aproveitar agora que estamos sozinhos e... Bem... Preciso me desculpar.

– Pelo que? - Ela disse sem prestar muita atenção, envolta nos vestidos larguinhos e floridos que tanto detestava.

– Por tudo, Mione. Estava enfeitiçado, mas eu sei de tudo o que aconteceu. Eu te fiz muito mal. Te disse coisas que me envergonham e te machucaram...

– Em algum momento, o que você disse era verdade? - Ela disse fitando-o pela primeira vez nos olhos.

– Não, nunca...

– Então não precisa desculpar-se. Tenho certeza que você jamais teria feito nada daquelas coisas se não estivesse enfeitiçado.

– Mas eu me deixei enfeitiçar... Eu não fui atento, eu não...

– Ron, você foi e é perfeito. Poderia ter sido qualquer um, mas aquela louca escolheu você. E você foi incrivelmente forte, valente e corajoso, como sempre. Resistiu à maldição... Me protegeu em todos os momentos... Realmente, não vejo muito motivo para te desculpar, na verdade, eu não vejo motivo algum que seja realmente óbvio para desculpar...

"Vejo apenas muitos e muitos motivos de te agradecer... Agradecer por você sempre me proteger... Por ter permitido que nosso amor te ajudasse a superar uma maldição tão forte. Você voltou pra mim, Ron, você voltou como sempre disse que faria... E eu te amo demais por isto e tudo o que tem feito em minha vida."

– Mione, eu...

– Psiu! - Ela o silenciou tocando em seus lábios com a ponta dos dedos - Será que você poderia me beijar agora? Tenho sentido muita falta, sabia? - o sorriso era maroto e o beijo foi tranquilizador.

– Eu te amo, Mione e... Você está linda... Lindíssima... Mais do que sempre... E eu senti a sua falta. Senti muito a sua falta.

– Te amo muito, Ron. Muito.

O beijo foi ainda mais tranquilo e regenerador. Rony tinha certeza que aquele beijo era o suficiente para que ele melhorasse de tudo. Não precisava de poções ou curandeiros, apenas daquela morena de olhos cor de chocolate.

Ela era suficiente para que ele melhorasse de qualquer coisa. Foi por ela que ele lutou contra a Imperius, e era por ela que ele seria capaz de dar a sua própria vida sem nem ao menos pestanejar.

– Agora eu preciso tomar um banho.

– Você acha mesmo que estou fedendo?

– Eu acho que você é muito bobo por acreditar no que a Gina diz. Já volto.

O vestido era leve. Floral. Flores vermelhas contra o fundo branco. Ele estranhou. Não costumava vê-la de vestido. Os cabelos estavam molhados e caiam sobre os ombros. O cheiro dela era calmante. O brilho dos olhos era profundo, estava mais penetrante e radiante que nunca.

Não conseguia lembrar-se de quando havia se apaixonado por ela. Na verdade, tinha a cada dia mais certeza que sempre fora apaixonado. Sempre a amou. Desde o dia em que ela saiu pelos vagões do Expresso de Hogwarts em busca do sapo de Neville...

– Ron, pare de me olhar assim. Fico encabulada. - Ela falou enquanto penteava os cabelos e o olhava pelo reflexo do espelho.

– Por mim, te olharia para sempre. Senti tanta falta sua, Mione. Não sei o que faria se eu tivesse te perdido.

– Não vai acontecer mais nada tudo bem? – ela o abraçou.

– Sim. Mas quero saber o que houve no Ministério.

– Depois Ron. Agora vamos que estou com fome e daqui a pouco você tem que tomar suas poções... E não me faça cara feia, você vai seguir a risca tudo o que a medibruxa falou.

– Hermione...

– Sem desculpas. Vamos logo e não quero ouvir nenhuma reclamação.

Ele bufou e a acompanhou para a porta. Antes, borrifou umas gotas de perfume pelo pescoço. Ainda estava desconfiado sobre o que Gina falava e achava que era realmente verdade, então, preferiu não arriscar.

Desceu as escadas e viu que a sala de sua casa estava amarrotada. Crianças corriam pelo tapete da sala enquanto George conversava feliz com Gui, Carlos e Harry, enquanto Percy estava com aquela cara de poucos amigos de sempre comentando algo fenomenal sobre o Ministério com o pai. Talvez falassem da audiência e ele pudesse saber de algo.

Na cozinha estavam a maioria das mulheres conversando animadamente com sua mãe, que já havia encantado e esticado a mesa para que pudesse caber a todos que estavam ali.

Viu os pais de Hermione sentados com uma das crianças e no pé da escada, encarou Bichento os observando. Talvez o gato tivesse sentido falta deles. Talvez.

James, que já caminhava, mas estava em um momento carente, estava no colo do pai, e foi o primeiro a notar a chegada do padrinho. Sorriu jogando-se para baixo, querendo deixar os braços do pai e correu para o ruivo que o recebeu com carinho, fazendo os olhos de Hermione encherem de lágrimas e encontrarem o sorriso animado de Gina.

– Mas vejam só... Roniquinho voltou - George foi o primeiro a adiantar-se abraçando o irmão que devolveu James para Harry - E mesmo cinco dias no hospital não foram o suficiente para tirar esse cheiro de nhaca que você tem...

– Eu falei que está fedendo, Roniquinho - Gina completou.

– Ah George... Gina, por favor - Hermione meteu-se ao ver as orelhas de Rony enrubescer.

– Seja bem vindo de volta, Rony - Gui adiantou-se.

– Sim, meu filho, que maravilha que está bem...

– Tio Rony... - Um monte de cabecinhas ruivas e louro avermelhadas abraçou as pernas e o fez se desequilibrar...

Devagarr crriances... Tio Rony ainda estar dodói... - Fleur adiantou-se sorrindo para o cunhado que cumprimentou também Angelina e Audrey.

– Estamos felizes que esteja de volta conosco, Rony... - Percy pronunciou.

– Ainda bem que está de volta - Carlos falou - Estive treinando e acho que já consigo te vencer em uma partida de xadrez bruxo agora...

– Ah... Duvido maninho! Ninguém me supera!

– Mas olha só... Cinco dias em estado de calamidade também não foram suficientes para diminuir o excesso de ego do Roniquinho - Jorge alfinetou - Depois que conquistou a Hermione, ficou todo se sentindo a última bolacha do pacote.

– Ah... Cala a boca, Jorge. Depois do jantar nós jogamos Carlinhos.

– Combinado.

– Também quero tentar - o pai de Hermione se aproximou abraçando o genro.

– É bom que esteja de volta, querido - a sogra o abraçou também.

– E o que tem para o jantar? - Gorge novamente interrompeu.

– Sim, vamos logo, estou faminta - Hermione finalizou a conversa.

O jantar foi tranquilo, e a tranquilidade da casa foi se perdendo. Cada vez mais as crianças Weasleys se soltavam dentro da casa. Jorge havia levado um novo apetrecho das Gemialidades para que Rony desse sua opinião a respeito e o artefato havia deixado as crianças em nervos.

– Jorge, o Ron está de licença, sabia?

– Ah Mione. Ele nem está trabalhando. Está apenas sendo informado do que tem acontecido com suas posses...

– É Mione, eu estou bem. Se me sentir mal por olhar essas imagens e cálculos, prometo que grito por socorro antes que o Jorge os enfeitice e me maltrate.

– Engraçadinhos, vocês.

***

– Mione, quando você pretende falar para o Rony sobre o bebê?

– Por que a pergunta Gina?

– Por que? Porque ele perguntou para o Harry o que fizemos com você na ausência dele que te abriu o apetite.

– Sério? – Ela riu incrédula – Ele reparou isso?

– Sim, por mais tapado que o meu irmão seja, não é muito difícil reparar que uma pessoa que apenas beliscava a comida de repente apareça comendo feito uma leoa esfomeada... E também acho que ele tem o direito de saber que vai ser pai, não acha?

– Sim, eu acho, e farei isto no aniversário dele.

– Na festa? Mas estarão todos aqui, Hermione. Não lembra do que aconteceu com o Harry quando falei que esperava o James?

Claro que lembro - ambas sorriram - mas os convidados não estarão aqui o dia e a noite toda, estarão?

– Mione... – Gina sorriu travessa.

– Não se preocupe, já pensei em tudo e vou precisar de você para organizar o que falta da festa.

– Cunhada, pode contar. Estarei aqui com o canto do galo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!