A Vida Continua - Fase 02 escrita por Andye


Capítulo 10
Estella Greyback


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo, quero dedicar este capítulo para Samara Nascimento que completou mais uma primavera esta semana. Tudo de bom pra você, e obrigada por estar sempre comentando, mesmo que no facebook. Adoro seus reviews :D

Também me retrato porque deveria ter colocado uma nota final no capítulo "A Ajuda que Faltava" sobre Hermione ter matado Greyback. Em Relíquias da Morte, durante a batalha de Hogwarts, JK diz que Hermione estuporou o Lobo que tentava matar Lavander. Mais para frente ela fala que "Harry 'viu Rony e Neville abaterem Fenrir Greyback', mas nada sobre mortes. Eu que criei e estou adorando o resultado da irmã vingativa. Bem, vamos ao capítulo.



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Cinco dias depois do confronto Hermione estava bem e havia recebido alta. Rony, porém, continuava inconsciente e estava sendo tratado na ala de acidentes graves no St. Mungus.

O interrogatório e julgamento de Estella GreyBack seria àquela manhã, e mesmo que todos tivessem pedido que não, Hermione queria e estaria presente, independente de qualquer situação.

– Ron – ela falava segurando sua mão – Eu vou ao julgamento daquela louca. Tenho certeza que ela será punida. Tenho certeza que isto não ficará em vão e que tudo o que ela fez contra você vai ser muito bem julgado.

"Quero que você acorde logo. Já são cinco dias aqui e você não dá nenhum sinal de melhora. Tenho tantas coisas pra te contar. Tantas novidades. Sei que você vai ficar feliz em saber. Nossa vida vai voltar a ser como era antes, e tudo vai voltar a ter paz, eu tenho certeza, mas pra isso preciso que você abra esses lindos olhos azuis que tanto amo."

– Mione – Gina colocou a cabeça para dentro do quarto – Está tudo bem?

– Bem, Gina. Estou muito bem. Entre.

– Vim pra te acompanhar ao julgamento.

– Não precisa Gina, prefiro que você fique aqui com o Ron.

– Não mesmo. Vou ficar do seu lado. E a mamãe está ai fora esperando pra entrar. Ela não quer participar, mas eu faço questão de ver aquela sem vergonha ser condenada a passar o resto da vida em Askaban. Se o Harry não tivesse cancelado o beijo. Ah... Adoraria ver ela levando beijo do dementador.

– Você não tem jeito, Gina.

– Não mesmo. Essa mulher tentou estragar com a nossa família. Quase matou meu irmão, e de quebra ainda queria levar você e meu sobrinho. O beijo do dementador ainda seria pouco pra ela, mas o Harry sempre é bonzinho demais.

– Gina, o Harry tem razão. Os dementadores fazem um mal terrível. É melhor que fiquem apenas como guardiões. Me sinto muito mais satisfeita sabendo que não há pessoas passando pelo que Sirius passou.

– Hermione, o Harry e os outros aurores não prendem ninguém que não seja comprovadamente culpado.

– Eu sei Gina, mas não é a melhor das situações um beijo do dementador, e muito menos a solução. Eles já prejudicam e muito as pessoas só por guardarem Azkaban.

– É verdade, eu sei que é, e infelizmente não tem outra forma. Melhor que fiquem sob o controle do Harry do que se rebelarem novamente contra nós como foi num passado bem próximo. Mesmo assim, ainda acho que o beijo seria ideal para aquela louca...

– Tudo bem... Sei que não vou te convencer do contrário... Vamos então? Não quero me atrasar.

– Vamos sim. Quero ver tudo do início.

– Ron, estou indo, mas volto logo. Sua mãe vai ficar aqui com você. Assim que voltar eu te conto as novidades.

– É Roniquinho, vê se melhora logo. Ninguém mais aguenta esse hospital. Acho que somos a família que mais vem aqui, então agiliza, e volta logo pra irmos pra casa.

Ela lhe deu um carinhoso beijo na testa. Acariciou seu rosto, que agora sob os cuidados dos curandeiros estava bem mais tranquilo. As olheiras diminuíram e a pele não estava mais tão pálida, o rosto não carregava mais a expressão contraída e os cabelos estavam devidamente perfumados, como sempre foram.

Gina fez o mesmo. Beijou carinhosamente a testa do irmão, sorriu para seus olhos fechados, e saiu em seguida.

Rumaram para fora do quarto e encontraram a senhora Weasley que aguardava para entrar. Conversaram brevemente e continuaram o caminho. Poderiam aparatar na lateral do hospital, em um beco que dava direto para o Centro de Londres e que era muito pouco visitado por trouxas.

Chegaram ao Ministério e se depararam com uma enorme balbúrdia. Havia uma grande quantidade de jornalistas, penas de repetição flutuavam com bloquinhos na entrada do local. Havia muita balbúrdia e a confusão era grande, mas ela iria até o fim.

Senhora Weasley, o que tem a declarar sobre os acontecimentos recentes com o seu marido?– os repórteres se adiantaram como urubus em cima da carne podre quando finalmente avistaram a sumida senhora Hermione Weasley.

– Ela não vai declarar nada, e nos deixem passar antes que eu estupore vocês. – Gina falou grosseira entrando de uma vez sem dar mais oportunidades aos demais.

Hermione ainda estava de licença, porém foi muito bem recebida por todos no Ministério. Do lado de dentro, tudo estava mais tranquilo. Não havia confusões, gritarias, fotografias ou repórteres irritantes.

– Vamos Mione. O Harry disse que vai nos esperar na sala dele.

Entraram no elevador. Hermione trabalhava ali há quase três anos, mas neste dia tudo parecia diferente. Os memorandos continuavam a flutuar, a voz da moça invisível do elevador continuava ali. Nada havia mudado realmente, mas ela estava diferente.

"Nível 6 - Departamento de Transportes Mágicos: Comissão de Regulamentação da Rede de Flu; Controle de Aferição de Vassouras; Seção de Chaves de Portais; Centro de Testes de Aparatação."

– Cuidado com os memorandos, Gina. Esse é o departamento mais movimento atualmente. Só perde para o setor do Harry.

– Tudo bem... Percebi... - Gina falou se livrando de ser atingida por alguns memorandos.

– Bom dia senhora Weasley. Senhora Potter.

– Bom dia McGraunt. Olá Phill. - as duas cumprimentaram.

– O Ministério hoje está tumultuado, eim? - McGraunt observou - Julgamento é sempre assim, essa bagunça sem fim, ainda mais sendo a acusada culpada de tantos problemas para um de nossos melhores aurores.

– É verdade. - Gina ponderou.

– E você, senhora Weasley, como vai? - Phill continuou - Há tempos não a vejo. Está de licença ainda?

– Ah sim, Phill. Mas se tudo correr bem, depois do julgamento voltarei em breve.

– Que bom, espero que volte logo. Ouvi falar que tem feito muita falta ao Pouldret nesses dias de licença.

– Ele sabe se virar muito bem sem mim, tenho certeza – ela sorria discreta com o ego inflado.

– Certamente, senhora Weasley, mas você sem dúvidas é a funcionária mais requisitada do setor.

– Obrigada.

– É a verdade...

"Nível 5 - Departamento de Cooperação Internacional em Magia: Organismo de Padrões de Comércio Mágico Internacional; Escritório Internacional de Direito em Magia; Confederação Internacional de Bruxos."

– Então até mais e muito boa sorte.

– Obrigada, Phill.

– Até mais senhoras.

– Até McGraunt.

– Ah... Gina, Hermione. Bom dia!

– Bom dia maninho.

– Bom dia Percy.

– Vou com vocês. Fui convocado para fazer a escritura dos depoimentos.

– Que bom - Gina sorriu satisfeita - Quanto mais Weasleys juntos mais tenho a certeza que aquela mocreia será punida.

– Ginevra, não fale desta forma.

– Não me chame à atenção e nem me chame de Ginevra, Percy.

"Nível 4 - Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas: Divisão de Feras; Divisão de Seres; Divisão de Espíritos; Seção de Ligação com os Duendes; Escritório de Orientação sobre Pragas; Subdivisão de Pragas; Departamento de Pesquisa e Limitação de Dragões."

– Bom dia senhoras. Bom dia Weasley.

– Ah, bom dia Johnson.

– Bom dia.

– Bom dia.

– Soube alguma coisas sobre as vassouras confiscadas, Johnson?

– Nada ainda, Weasley. Mas iremos descobrir. Fiquei sabendo que há um contrabando no Cabeça de Javali. Queria que fechassem aquele lugar de uma vez. Seria bem mais fácil e agilizaria e muito nosso trabalho... Contrabando de vassouras falsas... Era só o que faltava mesmo.

"Nível 3 - Departamento de Catástrofes Mágicas: Esquadrão de Reversão de Mágicas Acidentais; Central de Obliviação; Comissão de Justificativas Dignas de Trouxas."

– Bom dia Weasley. Lewis.

– Bom dia Phineas.

– Bom dia senhoras.

– Bom dia.

– Bom dia Phineas.

"Nível 2 - Departamento de Execução das Leis da Magia: Seção de Controle do Uso Indevido da Magia; Quartel-General dos Aurores; Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos."

–Vamos! Descemos aqui! Até mais!

Rumaram pelo corredor muito conhecido pela morena que reconheceu sua sala e sua secretária.

– Senhora Weasley... Voltou para ficar? - Hermione foi recebida com empolgação e um amistoso abraço pela secretária de baixa estatura que era sua fiel ajudante integralmente.

– Ainda não Rachel.

– Ah, senhora. Tem feito tanta falta aqui no Ministério. O senhor Pouldret está ficando louco sem a senhora aqui - A mulher diminuiu o tom de voz e falou rapidamente como se contasse um segredo.

– Se tudo der certo, volto em breve, mas confio em seus trabalhos, e sei que está ajudando o senhor Pouldret da melhor maneira.

– Tenho tentado senhora, mas a senhora o conhece bem...

– Se tudo caminhar como espero, voltarei mais breve que você imagina.

– Tudo dará certo senhora Weasley. Eu tenho certeza. Tudo irá se resolver.

– Obrigada Rachel. Até mais.

________________________________________________

– Bom dia senhor Potter.

– Ah! Bom dia senhora Potter. Quanto tempo. - Ele levantou-se e foi ao encontro das duas mulheres. Deu um rápido selinho na esposa e um carinhoso beijo na testa de Hermione.

– Dá pra vocês diminuírem com as demonstrações de carinho? Estamos em nosso local de trabalho.

– Ah... Cala a boca Percy. Não tenho culpa se você é mal amado.

– Eu não sou mal amado, Ginevra.

– Não me chame de Ginevra seu...

– Obrigada por me deixar participar do julgamento, Harry - Hermione tentou acalmar os ânimos dos irmãos. Percy se afastou.

– Você não precisa agradecer, Mione. Embora preferisse que não viesse, jamais poderia te impedir de participar do julgamento de uma pessoa que te fez tão mal. Quero que esteja preparada, você vai ouvir muita coisa forte hoje.

– Tudo bem, já conversamos sobre isso. Estou preparada.

– Então é melhor nos apressarmos - Percy adiantou-se deles - O papai já foi para as Salas de Tribunal e eu vim te avisar que o julgamento foi antecipado, Harry.

– Ótimo. Vamos então. Quero acabar logo com isso.Vamos descer de uma vez.

– Harry – Gina interrompeu – Tem uma multidão de repórteres lá fora.

– É! Já fui avisado. Tentamos fazer segredo, mas esse tipo de informação sempre vaza. Já conversamos com eles. Entrarão três representantes no julgamento, e Mione, a Skeeter é uma delas. Tentei fazer com que outra pessoa entrasse em seu lugar, mas ela já é conhecida por cobrir julgamentos e...

– Harry, tudo bem. A única coisa que quero é que isso acabe logo e de uma vez.

– Então vamos.

– Certo.

– Vamos então.

***

– Ah! Olá Potter. Weasley. Senhoras...

– Olá McGraunt. Vai para a audiência?

– Não. Estou saindo. Tenho umas coisas para investigar.

– E você Phill?

– Sim. Precisam de um representante de cada setor, e como o senhor Hoostell não poderia ir, então me pediu para representá-lo e estou aqui.

– Que bom.

– É. Gosto muito de julgamentos, são sempre emocionantes.

"O Átrio" - disse a tranquila voz da mulher, e grades douradas se abriram.

– Até mais Potter. Boa sorte no julgamento.

– ObrigadoMcGraunt.

– Nossa, faz tempo que não vinha aqui - Gina falou apreensiva.

– É melhor nem lembrar a situação em que estivemos aqui... - Mione colocou.

– E eu agradeço - Harry finalizou o assunto. Ainda doía profundamente a morte do padrinho. Ainda sentia-se culpado. Não comentar era o melhor a se fazer então.

"Nível Nove. Departamento de Mistérios"

– Vamos!

– Esse nível continua agradável e convidativo como sempre.

O comentário de Gina retirou risadas de todos, que tiveram que contê-la. O lugar continuava igual a como era em 10 anos atrás, quando entraram no departamento em busca de Sírius, que supostamente estava sendo torturado por Voldemort naquele local.

As muitas portas de madeira grossa imperial continuavam a postos. Nada parecia ter ocorrido ali. O ministério jamais poderia ser acusado de um dia ter sido invadido e tão danificado.

Fizeram a curva a esquerda ao lado da porta do Departamento de Mistérios. O corredor que levava às salas dos tribunais continuava longo e em pedras negras e desiguais, iluminadas por tochas. Hermione sentiu-se mal. Lembrava-se dos maus momentos que vivera ali em busca da Horcrux que Umbridge tomara.

Desceram as escadarias que dariam ao Nível Dez e encontraram as Salas de Tribunal. As paredes da sala eram feitas de pedra escura e iluminadas por tochas semelhantes às do corredor. Havia vários bancos dispostos na lateral do Tribunal, mas na frente, nos mais altos bancos de todos, era onde sentavam os membros do Conselho de Bruxos.

Hermione reconheceu Kingsley na cadeira central. Ao lado uma senhora baixa e gordinha de cabelos grisalhos que ela se lembrava de já ter cruzado algumas vezes no Ministério, mas não a conhecia.

Ela pode contar sete pessoas e três cadeiras vagas no centro do conselho. Eram ao todo aproximadamente quarenta pessoas. Viu Arthur se aproximando e após cumprimentar a todos, afastou-se com Harry, Percy e Phill.

Momentos depois, todas as cadeiras estavam preenchidas. Harry e Percy usavam a tradicional veste bruxa para julgamentos. Capas longas e esvoaçantes cor de ameixa com um W bordado em fio de prata do lado esquerdo do peito. O chapéu pontudo e quadrado na mesma cor, e Kingsley tinha a faixa que o caracterizava como Ministro e Sentenciador.

Gina e Hermione rumaram para as cadeiras laterais. O julgamento havia sido aberto para poucos, entre eles, alguns parentes ministeriais e três repórteres, dos quais Hermione reconheceu uma com cabelos louros e cacheados e óculos chamativo.

Olhou-a de esguelha e Skeeter estremeceu e se contorceu no seu assento. Talvez entendendo que não poderia escrever nada além do que acontecesse naquela audiência, graças à presença da chata-sabe-tudo-Granger.

— Muito bem — ouviu-se a voz de Kingsley. — Podemos começar. Os senhores estão prontos?

– Sim senhor.

– Estamos sim.

– Podemos começar.

– Ok. Tragam a acusada.

Hermione teve vontade de estuporar Estella ali mesmo. Como poderia ter feito tudo aquilo? Deveria ser realmente uma pessoa muito má para recompensar aos que lhe deram de tudo daquela forma. Uma lágrima de indignação surgiu em seus olhos, mas ela a conteve. Saberia o que se passava na cabeça daquela mulher naquela tarde.

Estella porém, continuava linda, o que indignou ainda mais Gina. Cinco dias sob os cuidados de Azkaban não a fariam tão mal, era fato. Era muito pouco tempo para bagunçar aquele cabelo sedoso ou escurecer a pela limpa como porcelana. Parecia que estava de férias se não fosse a expressão assustada, que Gina imaginou ser apenas um joguinho tentando convencer a todos com sua carinha de anjo dos infernos que era inocente.

– Audiência Acusatória do dia vinte e cinco de fevereiro - anunciou Kingsley e Percy começou imediatamente a anotar - para apurar fatos de violação às Leis de Uso de Maldições Imperdoáveis e a Prática de Magia Dominatória sobre funcionários devidamente registrados no Ministério.

"A acusada, Estella Greyback, é residente atualmente em Azkaban. Inquiridores: Kingsley Shacklebolt, ministro da Magia; Rodolf Julius Pouldret, chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia; Margarida Jones Fillms, subsecretária sênior do ministério; Harry Thiago Potter, chefe do Departamento dos Aurores e acusador nesta audiência; Percy Inácio Weasley, Escriba da Corte,...


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Notas finais do capítulo

O julgamento será a seguir... ;)
Parando por aqui porque eu amo vocês. Até sexta!!!