Perdas e Ganhos: Como Noites de Verão escrita por MariChia


Capítulo 5
Quantos anos, mesmo?!?


Notas iniciais do capítulo

Como a minha personagem é de um tempo futuro ao nosso, a história que ela conta se passa em nossos dias. Isso irá ficar mais evidente no decorrer de seus relatos.

A trilha da vez é: http://www.youtube.com/watch?v=APUhJxErTyM

Claro que na festa eles estão caindo no pagode. Mas não é um estilo que muitos curtem... então optei por outro. ;)

Bom, como ela já conheceu todos os amigos de Marcos, então sabe o nome de todos. Por isso, se aparecer algum nome desconhecido... Não se desesperem! Mais a frente... nome e características se conectaram, ok?!?

Obrigada por estar acompanhando a história!

Um grande abraço! E boa leitura! :)



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Bem, continuando minha história. Aonde parei mesmo?!? Ah, sim! Eu numa mesa, no lago da chácara, conhecendo os amigos de Marcos. Confesso que, às vezes, relembrando, meus pensamentos parecem florear as situações ou embelezar uma ou outra pessoa.

Mas, se bem me lembro... os amigos de Marcos eram bem diferentes de uma roda comum que a vida nos ajuda a desenvolver. Normalmente, temos amigos que tem o cabelo muito bonito, olhos deslumbrantes, os que nunca engordam por mais que se entupam de comida e tudo mais. Mas raramente mais de um amigo que poderia ser modelo, ou belos o suficiente para nos passar a imagem de uma estatua grega.

E foi pensando assim, que comecei a notar que todos a minha volta eram pessoas muito bonitas; bonitos até acima dos padrões. Poderiam ter um defeito ou outro, mas eram lindos. Será que são os modelos de propagandas da empresa? Era minha pergunta mais lógica.

Mais tarde eu descobri que não. Alguns como Fábio, Bernardo e as duas loiras, eram modelos profissionais, mas os demais... eram todos tão bonitos porque gostavam muito de esportes, academia; manter o corpo. E as moças amavam fazer maquiagens elaboradas e altas técnicas em salões de beleza. Nem imagine quando vi Miranda sem sua costumeira maquiagem estilo pin-up – foi quase um susto – ela tem um olhar apático, um rosto comum, nem parecia à diva que Tales adora.

Bem, as pessoas da mesa eram muito bonitas, uma ou outra das que estavam sentadas na grama em frente ao lago ou em pé. Mas depois, observando melhor – e me lembrando bem – quando o ambiente começou a perder a tensão e todos entenderam que eu não deveria ser tratada como uma aberração de circo e pararam de me encarar, voltando as suas conversas e ações anteriores, prestei mais atenção ao ambiente e vi que muitos ali eram bem comuns, como eu. Estavam bem arrumados.

A maioria dos rapazes era malhada e usava roupas para evidenciar isso, mas os traços não pareciam nada muito estonteante – nada que te prende a atenção e leva a admiração automática e quase hipnótica. As moças estavam todas maquiadas, tinham muitas magras, algumas gordinhas e uma ou outra com atributos femininos “bigsize” que atraiam os olhares de alguns rapazes.

Mas, realmente, aqueles que estavam na mesa comigo eram muito bonitos. Todos com características peculiares, com traços bem esculpidos e peles impecáveis. Me senti tão inferior, perto dessas beldades. O que diminuía um pouco essa desagradável sensação era a atenção que procuravam me dar sem extremismos. Como Fábio estava tentando fazer.

E mesmo que não me atraísse de todo, não podia negar: Fábio era o mais bonito, o mais elegante; poderia ter uma multidão de mulheres ao seu redor com um sorriso. A pele era imaculada e os olhos esmeraldas de um verde profundo e hipnótico. Tive de desviar o olhar todas as vezes que ele puxava algum assunto comigo. Enquanto, as loiras ao seu lado me fuzilavam com seus belos olhos azul celeste. Eram lindas, muito magras e altas, típicas modelos de passarela. Estavam risonhas, tentando disfarçar seu ciúme com cada atenção que seu lindo amigo de tranças me dava.

Ah, se elas soubessem de meus pensamentos. Mesmo Fábio sendo muito educado comigo e muito bonito, não me atraia como Marcos. Pois, cada movimento que fazia ao meu lado, cada garfada que dava em seu prato, me distraia da conversa com Fábio.

Ele poderia ser até rechaçado por algumas moças, pois os traços eram mais indicações viris do que de beleza polida. Ele tinha uma aparência mais rústica, mais como um guerreiro viking, do que um príncipe. Mas, talvez por isso, me impressionou tanto. Sem contar, que por ser baixinha, eu sempre tive admiração por pessoas altas e sua facilidade de alcançar lugares mais altos que eu só poderia com uma escada ou banco. E ele, inegavelmente, era um dos mais altos ali. Mais alto que Fábio e alguns centímetros mais baixo que o moreno de rabo de cavalo, do “trio morenos bronzeados” (mesmo hoje ainda os chamo assim).

Mas não apenas pensar em Marcos me distraia da conversa simpática com Fábio. Mas a fome que estava começando a sentir me inquietava. Eu quase não conseguia comer. Toda vez que Fábio me deixava dar uma garfada outro alguém me impedia, me perguntando um milhão de coisas.

Acabei dizendo como esbarrei com Marcos e ele me chamou para sentar com eles. Logicamente, sem o romantismo todo que eu idealizei. Concentrei-me em ser objetiva e clara. Ainda assim, continuava falando como uma dama da corte, o que atraia o riso de muitos na mesa, me deixando encabulada. Ao ponto que às vezes eu sussurrava as respostas e alguns se aproximavam tanto de mim esticando seus ouvidos, que quase podiam beijar minhas bochechas.

Marcos ria de vez em quando com as minhas respostas, algumas vezes engasgava nas risadas e sorria para mim, como se quisesse me dar um cafune. Parecia contente de eu estar ali. Mas ainda me sentia como se fosse seu animal de estimação que ele mostrava aos amigos.

– Quantos anos você tem?

A ruiva me olhou desconfiada, mas a pergunta saiu tão suave de seus lábios que parecia um elogio.

– D-dezoito!

Me encolhi já imaginando seus pensamentos. Pois assim que falei, todos arregalaram os olhos. Marcos começou a tossir como um louco. Fábio quase saltou com as costas sobre as loiras. Miranda era a mais assustada, e começou a se mostrar triste como se eu tivesse esmagado seus sonhos. O “trio morenos bronzeados” - bem, depois de tanta conversa, descobri que eles eram mesmo irmãos; irmãos Silva Figueiredo – pareciam abismados, e o caçula, que descobri se chamar Eduardo, parecia estar encantado comigo.

– &%*%#@! – disse o loiro, baixinho – Mas você parece que tem só uns quinze!

– Oh a boca, Tales! – disse Miranda e Isabela, ainda assustadas com minha resposta.

– Sério, gatinha? – Miranda me perguntou.

– E por que não? – eu falei com delicadeza, não querendo ofendê-los.

Embora estivesse chateada com o modo que eles pareciam não acreditar no que disse, resolvi aceitar a realidade com um suspiro resignado.

O loiro estava certo, eu pareço ter até menos que quinze anos. E quando usava vestidos que a minha mãe fazia, geralmente, não marcando os quadris e seios, tudo contribuía para uma aparência “pequena debutante”. E, embora eu não seja tão baixa assim – um pouquinho maior que a media feminina brasileira – eu ainda era diminuída pelos jovens altos e garotas voluptuosas daquela mesa.

– Então você é de maior?!?

Na mesma hora que o moreno mais alto disse isso, todo mundo se voltou contra ele com olhares de descrença e desaprovação. Ele levantou os braços em sinal de incompreensão por toda aquela “agressividade” dos colegas, enquanto eu fui corando febrilmente.

– Ai, Du! Quê que tá passando nessa sua mente podre? – disse Isabela, com as mãos nos quadris, intimidadora.

– Que?!? Nada!!!

Ele parecia sinceramente atordoado, não mostrava nenhum sinal da malicia que os amigos encontraram em sua pergunta. Finalmente ele percebeu a margem que suas palavras trouxeram:

– Ih, galera! Cêis tão loco! Eu só perguntei por que ela tava tomando só suco até agora... e o Bernardo disse que era pra gente não oferecer nada pra ela e...

Antes que ele terminasse, Erica, Isabela e as duas loiras pareciam cheias da explicação e com certo desdém e desinteresse, voltaram as suas fofocas. E a morena de seios fartos finalizou o assunto.

– Ok, Edu! – disse Miranda – Já entendemos, desculpe a crucificação... – todos deram uma risadinha ou olhares divertidos.

– Eu ein... Vocês às vezes me julgam muito mal!

Eduardo disse irritado e se virou para ir até o lago. Embora os amigos protestassem, ele continuou se afastando e apartando os pedidos de volta com gesticulações dos braços, como que com o movimento pudesse evitar que o som das falas dos amigos chegasse a ele.

– Não liga, não, Taís – Miranda me disse compassiva – Ele fala sem pensar e fica emburradinho fácil, mas é gente boa!

Os outros concordaram e retomaram as conversas, agora mais pesadas já que descobriram que eu não era uma mera adolescente entre eles.

– Taís... Você quer mais suco? – Fábio me perguntou quando percebeu que eu terminei minha bebida – a única coisa que me ‘permitiram’ consumir – e notei que ele parecia cansado das investidas das gêmeas loiras.

– N-não precisa se incomodar... eu vou levantar para pegar mais. – eu ia me levantar, mais senti uma mão no meu ombro e percebi que era de Marcos.

– Que isso, senhorita! Fique tranquila, eu trago pra gente. Também acabou a minha.

Achei um pouco estranho o olhar que ele lançou para Fábio, quase como o de “comportem-se” que ele havia lançado para o trio Silva (outro título que dei aos irmãos morenos bronzeados).

– Obrigada... Obrigada, Marcos!

Eu ainda estava sem jeito, mas agradeci por seu cuidado. Ele me deu seu sorriso terno e voltou um olhar duro para Fábio.

– Ele é um maldito ciumento! – Fábio falou com uma risada abafada em um suspiro profundo.


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Notas finais do capítulo

Eh, então... O que acharam dos novos personagens?

Muito obrigada por acompanhar minha história! Me faz muito feliz!

Até o próximo capítulo!



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