Perdas e Ganhos: Como Noites de Verão escrita por MariChia


Capítulo 4
Amigos, amigos... Por Favor!!!!!


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo tem momentos cômicos, que espero diverti-los.

Ah... tenho duas trilhas para este capítulo, se não gostar de uma pode utilizar a outra, ou até ambas. ^^

— http://www.youtube.com/watch?v=jHcQaYkxTvA
ou
— http://www.youtube.com/watch?v=PVQ8vSCKNvo

Mas tenho que avisar que algumas falas têm palavras de baixo calão, apresentam comportamento “indiscreto” (pra não usar um termo mais pesado, rs) e erros gramaticais com uso de gírias nas falas. E se encontrarem qualquer erro, me avisem, queridos. ;)

Obrigado por sua atenção até aqui e... Enjoy! :D



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Virei num rápido giro, antes que começasse a mostrar mais meu nervosismo, e praticamente corri para parte da mesa onde estavam as bebidas. Peguei dois copos, enchi um com Coca-Cola e fiquei pensativa se devia fazer o mesmo com o outro. Isso porque em casa ninguém tomava refrigerante.

Bem... não em casa. Minha mãe preferia que nós comêssemos alimentos “mais naturais”. Preparava sucos e vitaminas com frutas e hortaliças. E tudo, surpreendentemente, tão gostoso que não sinto falta alguma dos refrigerantes até hoje. Apesar da bebida H2O ser meu esquive da ‘dieta’.

Claro, que meu pai gostava de uma Coca-Cola de vez em quando (talvez por isso escolhi a bebida para Marcos! Vai saber...neh?!) e alguns refrigerantes de limão, mas ele respeitava tanto a posição de minha mãe, que só tomava em festas ou no trabalho, e ainda assim, raramente.

Decidi pela rotina de minha mãe. Embora ela não nos cobrasse a abstinência de refrigerantes, o modelo dela e sua saúde de ferro me levaram a acreditar que é melhor manter a “tradição”. E também, porque – tenho de admitir – eu realmente gosto.

No entanto, só encontrei um suco de abacaxi com hortelã e um de carambola. Este segundo com as fatias cortadas em seu característico formato estrela, dando um ar mágico a bebida.

Escolhi o de abacaxi, mesmo com o apelo encantador da carambola, pois é minha fruta preferida. Enchi o copo, peguei o meu e o dele nas mãos e estava pronta para me virar na direção da mesa dos amigos de Marcos, quando senti uma imensa sombra às minhas costas. Virei-me atônita. Ele deveria estar na mesa conversando com seus amigos, esperando pela “pequena” menina levar as bebidas – raciocinava confusa.

– Você não gosta de refrigerante?

Aquela voz rouca acariciou meus ouvidos, aumentando meu nervosismo e gerando leves tremores em meu corpo, enquanto me virava para vê-lo.

– M-Marcos! Desculpe a dem...

Fiquei agitada, me atrapalhei um pouco com as palavras, e quase derramei as bebidas.

– Owow! Calma, lindinha!

– Se derramar tudo vai ter sido em vão. – ele riu divertido e subiu os olhos dos pingos no chão para os meus.

– Você está bem?

Eu nem sabia que cara estava fazendo, mas provavelmente o inquietou. Reparei que ele ainda segurava os pratos nas mãos, como se estivesse me esperando para irmos juntos. Sei que era uma fantasia boba minha, mas a constatação de sua ação me deu uma alegria que riscou um sorriso nos meus lábios, também diminuindo a preocupação das orbes âmbar.

Ele abriu seu sorriso galante.

– Então, senhorita... – sua leve reverência de cabeça foi divertida – Pronta pra conhecer meus amigos?

Eu não pensava em outra coisa se não no elogio que ele me deu mais cedo. Animada e mais relaxada, contagiada por seus sorrisos e charme, me senti como uma criança respondendo a um adulto se quer doce.

– Claro!

Seu sorriso foi arrebatador – de “orelha à orelha” de tão feliz. Ele fez um gesto de cabeça para seguirmos e fomos em frente. Mas toda a coragem que eu desenvolvi até aquele momento pôr-se a diminuir. Comecei a me lembrar de todas as brincadeiras que fizeram comigo e como eu era tratada como uma criança, muitas vezes, por grupos assim. Voltei a ficar nervosa.

– Pessoal!

Sua voz ecoou firme, sem a necessidade de gritos. Todos que estavam na mesa pararam suas atividades, o que também atraiu a atenção dos rapazes “cantores da rodinha do lago”. Eles o cumprimentaram e começaram a perguntar sobre sua demora e outras coisas que não faziam muito sentido para mim. Até que a garota negra de cabelo escovado com pontas douradas, indagou; rindo:

– Eh, Marcos! Mais que fome! Dois pratos de churrasco, cara!?

Os outros riram, começando os deboches. E eu a ficar aflita. Provavelmente irão debochar de mim também! Este pensamento não saia da minha mente. Claro que o medo que eu tinha, tempos depois me pareceu uma tolice infantil, mas na época me sentia verdadeiramente torturada. Ah, como sabia pouco da vida!

Então permaneci escondida atrás de Marcos, já estava assim até mesmo antes de perceber. Mas só se ele me obrigasse sairia de trás de seu quadro gigante. Enquanto não me notassem, eu pretendia ficar bem ali com minha timidez, em suas ‘costas protetoras’.

– Não, poxa! Eu como pra caramba, mas esse prato aqui não é meu não, Isabela!

Ele olhou para o lado e não me viu... e antes de me pegar atrás de si a garota, Isabela, continuou.

– Cê come feito um peão, Marcão! Para de mentira! Não vai dizer que essa montanha na sua direita é pra Érica! – e estendeu a palma para evidenciar a ruiva a seu lado.

– Não! Claro que não!

– Então pra quem é? – a ruiva perguntou curiosa, com uma voz sensual que hoje me faz pensar na da dubladora de Angelina Jolie.

– Para...

Não sei se era impressão minha, mas mesmo às suas costas, percebi que ele tentava evitar os olhos da ruiva. Antes que terminasse sua resposta a jovem morena de seios fartos me encontrou, o cortou de seu constrangimento, e apontou em minha direção.

– Ai que bonitinha!!!

Todos começaram a olhar na direção das costas do jovem com olhos mel. E, ele, finalmente, saiu da minha frente. Foi tão rápido que não tive reação – a não ser ficar com os olhos arregalados, nervosa, segurando os copos, quase a ponto de tremer.

– Nossa, Marcos, que gracinha! – falou um dos morenos bronzeados com cavanhaque e uma tatuagem tribal no braço.

– Onde você a encontrou? – disse o outro com um bronzeado mais claro e cabelo comprido até abaixo das orelhas.

– Ela parece uma boneca Polly! – riu o terceiro moreno com o bronzeado ainda mais claro e um rabinho de cavalo fino e comprido, sendo o mais alto dos três.

Falavam tudo ao mesmo tempo, e eu só consegui entender essas três frases de tudo. No entanto era o suficiente para os meus medos retornarem. Me resignei em me manter calada e observa-los. Pelos traços e jeito dos três, logo percebi que deviam ser irmãos ou parentes bem próximos. E ainda, pareciam uma escala de tons bege.

Eles começaram a chegar ainda mais perto de mim, e, como resultado, fui me encolhendo automaticamente. Mas quando o mais alto resolveu esticar a mão para me tocar, Marcos foi logo entrando na minha frente, bem sério. Ele parecia estar mandando uma mensagem de “comportem-se” com os olhos para os três.

– Essa é a Taís. Ela veio com a família e não tem mais nenhum conhecido. Tratem ela bem! Não assustem a menina!

Depois de passar todos estes “recados”, Marcos pareceu fazer questão de ficar ao meu lado, e algumas vezes, pude sentir seus braços roçando meu ombro, como se tentando me acalmar. Mas pode ter sido apenas uma impressão minha.

– Ai que fofinha, ela tá ficando vermelha como um morango. – disse a morena de seios grandes, se levantando e vindo à minha direção como se quisesse me pegar no colo.

– Ela não é sua boneca, oh peituda! – disse o loiro próximo à morena, com um sorriso de desafio e malícia.

Ela virou furiosa para o rapaz loiro baixinho.

– Peituda é a vó! E eu sei que ela não é uma boneca, seu idiota! – se virou pra mim com uma cara de tia afetuosa. - Mas, olha pra ela...

Antes que qualquer um deles pudesse me fazer qualquer coisa, Marcos se apertou mais ao meu lado, numa postura dura e desafiadora.

– Não fale assim, Mira! Ela não gosta disso! Não vê?

Eles começaram a se contrair e se afastar, pedindo desculpas com os olhos. E quando Marcos continuou eu não pude evitar a alegria de ouvi-lo me elogiar e lembrar-se de minhas próprias palavras.

– Ela é uma garota bem legal, mas fala pouco.

– Parece tão tímida. – disse o moreno mais bronzeado com tatuagem – Mas, ela é muito linda! Olha que olhos que ela tem, Du!

Ele chamou o moreno mais alto, para mais perto de mim com um aceno de mão.

– Lindos, mesmo! Mas não dá pra saber se são mesmo verdes ou azuis.

Eu estava ficando muito encabulada com toda aquela aproximação deles, sentia um amargo das minhas antigas experiências. Ainda assim, eles não me tocavam, ou ficavam mais próximos que um braço de distância. E tudo porque Marcos não deixava sua posição ao meu lado. Sentia-me como uma donzela sendo guardada por seu cavaleiro de armadura brilhante – um pensamento piegas, mas expressa exatamente como me senti no momento. E o calor que sentia emanando dele, parecia aumentar a cada fala de seus amigos. Será que estava nervoso? Até hoje fico em dúvida.

– Mais que bobeira de vocês! – dizia a ruiva – Deixem a menina respirar!

– Que isso, Érica! Só estamos conhecendo! E olha pra ela! – o moreno mais alto, com rabo de cavalo, falava apontando para o meu busto – Parece uma menininha, mas tem uns seios bonitos.

Na hora eu me afastei colocando os copos na frente da visão que ele poderia ter do local.

– Cala essa boca, Edu!!!

Um coro chocado dos amigos ecoou em meus ouvidos. Vários deles gritaram outras coisas sobre sua indelicadeza. Érica e Isabela gargalhando. A morena virou para me defender.

– Ai, Eduardo, como você é nojento, seu crétino!

– Ei, ei, Miranda! – ele disse ficando irritado e acentuando o bronzeado do rosto; provavelmente estava ficando vermelho.

– Crétino não, ein! E eu só falei que são bonitos porque parecem redondinhos e no lugar, sabe...

Eduardo falou numa mimica com as mãos sobre o próprio peitoral como se a sua explicação seria motivo suficiente para eliminar a tensão no ambiente.

– Ai! – Miranda colocou as mãos sobre o rosto exasperada e conformada – Mas vocês homens são uns idiotas mesmo!

– Eiiiii!!!!! - Epaaaa!!! - Quêêêê!!!!

Um coro masculino acompanhado por vaias vigorosas de todas as direções da mesa e do lago deixou a morena rindo sem jeito. Ela tentava parar a zombaria dos rapazes, mas não obtinha êxito por mais que tentasse com suas desculpas.

– Desculpem! Desculpem! Vocês sabem que não foi bem o que eu quis dizer, neh?!

– Gente.... – Marcos gesticulou pra mim com a cabeça para que eu o seguisse até a mesa. Parecia um pouco fatigado – Vamos deixar a Taís sentar e comer.

Todos foram se aquietando aos poucos e apenas o rapaz loiro continuou a implicar com Miranda. Todos que estavam a minha volta se afastaram e voltaram a seus lugares. Porém os morenos bronzeados continuavam a olhar para mim com muito interesse. Contribuindo para o aumento do meu nervosismo. Achei por melhor, me concentrar em Marcos e o segui até a mesa.

O negro de trancinhas parou de falar com as duas loiras, se levantou do banco comprido da mesa de troncos de árvore (me parecia ser a maior e mais antiga do local) e deu lugar para nós dois com um grande sorriso.

– Valeu, mano! – Marcos o agradeceu e me disse para sentar e comer tranquila.

Então, o rapaz negro de trancinhas sentou ao meu lado e sorria de vez em quando dando uma olhada em Marcos.

– Oi! Eu sou Fábio! – ele esticou a mão para me cumprimentar.

– Prazer! Eu sou Taís!

Eu deixei os copos sobre a mesa rapidamente e meio ansiosa retribuí o cumprimento e aperto de mão. Sorri timidamente e não conseguia olhar direto para ele sem me encabular. Fábio era um rapaz muito bonito. Um negro com musculatura definida, embora magra, de olhos verdes escuros. As tranças no cabelo davam um estilo sofisticado a seu rosto bem esculpido, de tão bem feitas. A mandíbula era tão dura e firme que ele era um retrato vivo de um príncipe nigeriano, ou um modelo de propagandas de cuecas.

Foi então que comecei a me lembrar de todas as pessoas daquela mesa, incluindo Marcos, e tudo me levou a pensar: Será que são os modelos de propagandas da empresa?


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Notas finais do capítulo

Então... o que estão achando dos amigos de Marcos?

Sugestões e críticas serão muito bem vindas!!! :]

Abraços! Obrigada por sua leitura!


Fonte da Imagem dos Amigos: http://fazersentir.wordpress.com/

Esta não vai aparecer, mas tem as características que imaginei para Taís. Se quiserem dar uma olhada:

Imagem da Boneca: http://english.dollessence.com/uploads/6/1/0/6/6106681/3697984.jpg?345