A casa das ilusões, uma nova versão. escrita por Gabi, Lucas S H


Capítulo 8
Preciso me aprofundar no passado


Notas iniciais do capítulo

Parece que a viagem vai demorar um pouquinho mais, vamos comentar gente, assim nos sentiremos mais motivados. Temos agora uma grande revelação, o que sera? Boa leitura!



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(Magali) chegamos!

Demorou cerca de vinte minutos da casa da minha mãe ate a minha casa.

Quando fui me despedir de Magali, ela me chamou no canto e cochichou bem baixo para que só eu e ela pudéssemos ouvir.

–Mônica, você abriu o envelope?

–que envelope?

–você esta com amnesia? O envelope do hospital.

–que hospital???

–ai, olha você desmaiou lá no Rio dois dias antes de irmos à praia na sala de palestras. Eu te levei ao hospital e o medico te fez exames, ele colocou o diagnostico dentro de um envelope branco que você guardou dentro da sua mala, você disse que não era nada muito importante e que depois abriria. Você abriu?

–er... Não.

–ai.

(Quim) vamos Maga?

–claro fofucho. Ate Mônica.

–ate.

Contemplei minha casa: ela tem dois andares, um jardim enorme e ate piscina, mas por fora parece àquelas casinhas rusticas alemãs, bem a cara do DC.

Do Contra abriu a porta e disse que a empregada só chegava amanha, entrei e logo de cara encontro uma parede repleta de fotos de todos os tipos: minha, dele, nos dois juntos, fazendo caretas, cantando, nosso casamento (que não parecia ser em uma igreja), da turma, meus pais (somente poucas fotos de cebola quando ele tinha sete e quinze anos, não mais que isso) e varias outras fotos que mostravam que minha vida era perfeita, porem com um pequeno detalhe, essa não é minha vida!

Fomos ao nosso quarto, eu não tinha cabeça pra desmontar uma mala agora então a coloquei em cima do guarda roupa sem o mínimo de preocupação e como era só uma tenho certeza que não vou precisar de roupas agora, só pra contrariar Do Contra começou a desmontar a mala dele e a guardar as roupas (a maioria era preta) cuidadosamente. Por dentro a casa era bem moderna!

Já passa das 10 da noite, Do Contra foi tomar um banho e eu fiquei contemplando um colar que trazia em meu pescoço, um lindo colar prateado com uma pedra vermelha em formato redondo, eu já havia visto milhares de pedras vermelhas, mas nunca uma como essa, retirei ele do meu pescoço e vi que atrás ele trazia a palavra lembrança, ele era um daqueles colares que abrem e dentro dele trazia uma foto do... Cebola? Eu precisava saber mais sobre esse colar!

Do Contra entrou no carto só de bermuda, quando foi que ele ficou tão forte? Sinto que meu rosto esta ficando vermelho, por que ele não coloca uma camiseta?

Ele se sentou na cama, em frente a mim, com uma toalha em volta do pescoço.

–pode não ser coisa da minha cabeça, mas eu achei você muito quieta durante o jantar.

–não é nada, eu só estava... Pensando.

–nos pesadelos?

–eu não quero me lembrar, foi horrível!

–eu não queria saber o que era mesmo.

–obrigada.

–tive uma ideia! Que tal se agente comemorasse a nossa viajem “tão bem sucedida”?

Ele disse aquilo se aproximando de mim, já passava pela minha cabeça que ele quer mais que um beijo! Hesitei.

–e-eu... Eu... Não.

–não?

–desculpa, hoje não.

–como assim não?

–é DC, não. Estou cansada, quero dormir.

–tudo bem Mônica.

Ele disse aquela ultima frase com frieza.

–Do Contra... Você ficou chateado?

–o que você acha Mônica? Desde o dia que te busquei no hospital você esta assim comigo, não olha nos meus olhos, esta fechada, distante. Você pede pra que eu confie em você quando você não confia em mim, você sabe como eu sou, o que você acha Mônica?

–me abraça!

Ele se recusou a me abraçar, apenas deu um beijo na minha testa e se deitou para dormir. Aquela rejeição doeu em mim mais do que o fato dele não ser quem eu amava, eu estava sozinha, nem mesmo Do Contra estava ao meu lado como no dia do pesadelo. Fui pra cama também mesmo que ele estivesse virado pro outro lado. Ele ainda me ignorava.

–DC...

–um...

–olha pra mim.

Ele se virou pro meu lado.

–o que foi?

Não sei o que deu em mim, foi como se já tivesse programado, mas eu lhe dei um abraço e o apertei forte.

–eu não quero ficar assim, eu não gosto de brigar com você.

–eu vou ser sincero, sem contrariar: eu te amo Mônica, eu detesto brigar com você, dói muito, mas ultimamente vem sendo mais frequente, não era assim, você é a pessoa mais importante da minha vida, mas eu preciso saber o que esta acontecendo.

–eu não sei esta tudo tão confuso e eu tenho medo, mas você tem que confiar em mim, eu não quero ficar sozinha neste momento mesmo que eu pareça o mais estranha possível.

–então eu vou ficar do seu lado para o que você precisar.

–obrigada DC.

Esse abraço foi diferente, eu ainda não sentia o mesmo que ele, ainda queria encontrar Cebola e vou, mas... O que esta acontecendo?

Preciso me aprofundar no passado!

Não consegui dormir bem por mais uma noite eu pensava em tudo: na viajem no tempo, onde estaria Cebola, no pesadelo, naquela casa estranha, na minha vida, em Do Contra, e no amor que todos acreditam existir. Um amor estranho que esta presente! Depois de gastar minha mente em todas as hipóteses em que eu podia pensar consegui enfim dormir um pouco, ou melhor, fui dormir lá pras duas da manha, desta vez sonhei com a grande casa, em que eu tentava sair de lá e não conseguia.

Já era por volta das seis da manha quando acordei, o sol entrava pela janela e eu ainda tinha sono. Depois de recobrar um pouco a consciência me assustei com a cabeça de Do Contra em cima da minha cabeça, ele ainda dormia, o susto foi maior quando notei que ele me abraçava e que nossas pernas estavam entrelaçadas! Eu não podia ver seu rosto, pois não estava na sua frente, mas tenho certeza de que ele estava sorrindo. O que aconteceu enquanto dormia?

–-------------------------------------*------------------------------------------

–muito bom.

–onde você estava?

–por ai. Cuidou deles direitinho?

–pode se dizer que sim.

–e agora?

–que comecem o enrolar de lagrimas.

–-------------------------------------*------------------------------------------

O sono me venceu e acabei dormindo novamente, na mesma posição, estava feliz e sorrindo. O calor que Do Contra me passava me fazia me sentir bem. Quando acordei resolvi levantar, Do Contra não estava mais lá, ele havia comentado comigo que hoje não estaria em casa de manha, eu tinha que descobrir o que estava acontecendo, foi quando o telefone tocou.

–alo?

–Mônica?

–sim é ela, quem fala?

–é o Franja.

–oi Franja. Sua voz esta diferen...

–eu imagino.

–é... Você quer falar com o DC?

–não, é com você mesma que eu quero falar.

–pois diga.

–eu queria passar ai pra gente conversar.

–conversar sobre o que?

–quando eu chegar ai você vai ficar sabendo, não é algo que se possa falar pelo telefone. Então eu posso passar ai mais tarde?

–acho que pode.

–ótimo, nos vemos mais tarde.

–tchau. O que o Franja quer falar comigo?

Depois de me aventurar na cozinha e almoçar um sanduiche de queijo (eu não sou nada boa na cozinha, tenho que confessar), resolvi dar uma olhada pela casa. Me deparei novamente com o mural de fotos na sala. Andei ate lá e encontrei uma foto do Cebola onde ele me abraçava por traz...

–Cebola... O que é isso?... Uma carta!

Realmente era uma carta que nunca havia sido aberta e que no verso havia escrito:

Para Mônica.

–mas que carta é essa?

Eu a abri e vi que dentro não havia papel, nem nada escrito, mas havia algo, coloquei a mão e peguei aquele corpo estranho.

–um pen drive?

A campainha tocou no mesmo momento em que fiz essa pergunta, teria que deixar minha curiosidade pra mais tarde.

–quem é?

–sou eu, Franja.

–já vou abrir.

Abri a porta para Franja, ele realmente tinha mudado, sua franja estava maior e ele agora tinha vestígios de barba no rosto além de andar por ai como um cientista de laboratório das universidades com aquele jaleco branco e uma pasta nas mãos.

–e aí, mudei muito?

–sim... Quer dizer...

–ate que no futuro, você não ficou tão mal.

–como assim tão mal?

Já ia levantar a mão quando lembrei que não segurava meu coelhinho.

–sorte sua que não estou com meu... Espera... “não fiquei tão mal no futuro”? Franja, você sabe sobre a viagem no tempo?

–perfeitamente.

–mas como se eu não contei nada pra ninguém?

–você esqueceu que eu sou o cientista da turma?

–então fala aí cientista, como sabe?

–você me procurou no passado e me “programou” pra lhe dizer isso no futuro?

–o que?

–eu posso sentar? Acho que assim vai ser mais fácil.

–claro, senta aí.

Franja se sentou em uma poltrona e se acomodou como se realmente você um cientista louco, eu arrastei uma poltrona, sem nenhum esforço pra frente dele, não queria perder nenhum detalhe.

–fala.

–é simples, embora não pareça, você me procurou no passado e me disse pra lhe alertar sobre isso no futuro.

–mas isso não faz sentido.

–pra falar a verdade...

–Franja, eu sei que você vai começar a falar um monte de coisas que eu não vou entender por mais que eu queira, então vamos pular logo para o que interessa: o que aconteceu com a minha vida.

–bem... Sobre o que você quer saber?

–o que aconteceu com tudo, porque eu me casei com o DC?

–um dia vocês chegaram à escola e disseram que estavam namorando, eu não sei exatamente o que aconteceu pra vocês começarem a namorar, já que vocês não deram nenhum motivo diferente.

–mas... Alguma coisa deve ter acontecido.

–nada que eu saiba.

–e depois?

–a vida seguiu normalmente. Depois que você começou a namorar, Cebola foi fazer uma viajem pra uma cidade vizinha e só voltou dois meses depois, depois de um ano, o Cascão se candidatou a uma vaga em um clube de futebol estrangeiro e conseguiu a vaga, um ano depois ele foi embora do país com o time de futebol e mora lá ate hoje, ele ficou muito famoso como um dos melhores jogadores, há dois anos a Cascuda foi pra lá morar com ele, eles se casaram no papel e hoje tem um filho de seis meses chamado Junior.

–parece que o Cascão se deu bem. E a Maga?

–a Magali continuou como sempre foi ela ainda namora o Quim e faz faculdade de nutricionista, na mesma faculdade que você.

–e o Cebola? O que aconteceu com ele? Sempre que eu pergunto as pessoas mudam de assunto ou simplesmente não respondem.

–olha Mônica, com o Cebola é meio complicado... É que ele... Ele...

–ele o que? Diz logo Franja.

–Mônica, o Cebola...

–Franja.

–o Cebola morreu Mônica!


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Notas finais do capítulo

E ai, merece ganhar comentários? Recomendações? Estou exagerando outra vez?

Morram de curiosidade.

*Hoje nao haverá frase pra o próximo cap. por que ele ainda esta sendo preparado.



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