As únicas coisas que Mônica se lembrou, foram de risadas seguidas de gritos que pronunciavam as três piores palavras que ela se lembrava.Palavras que a assombravam dia e noite, sempre as mesmas três palavras.

Ela sentiu que já não estava mais em suas mãos e sim sentindo seu corpo sendo jogado através da porta de vidro que se quebrou com a força e o impacto. Um pedaço de vidro se chocou contra seu braço esquerdo formando um corte de aproximadamente seis centímetros que lhe causou uma dor aguda insuportável e algumas gotas de sangue escorriam sobre o corte. Seu corpo que estava estirado pelo chão agora se levantava furiosamente. Mônica se levantou ate a cintura rapidamente e seu rosto mostrava toda a sua raiva e dor, mas Do Contra a segurou.

Cebola pegou um dos seus desenhos e no verso, com um lápis que estava no seu bolso, começou a projetar um desenho.

(Cebola) vamos ver... Ora Mônica sorria um pouco.

(Mônica) você não vai sorrir quando eu te pegar, me solta DC.

(Cebola) pronto, mais um presente, não esta tão bom quanto os antigos pela falta de treino, mas da pro gasto.

Cebola lhe mostrou o tal presente: um desenho onde Mônica estava gorda e com os dentes enormes amostra.

(Cebola) acho que já acabei com o meu trabalho. Agora ela é toda sua.

(DC) seu idiota! Como pôde fazer a Mônica sofrer assim? Você é mesmo um duas caras mentiroso que só se importa com o próprio pé!

(Cebola) olha a minha cara de quem se importa.

(DC) seu...

(Mônica) não DC, não vale a pena.

Cebola deu as costas aos dois e foi em direção ao lado oposto daquele corredor, mas antes de partir ele ainda parou e disse:

–toma essa dona da rua!

–-------------------------------------*------------------------------------------

(Ângelo) pobre Magali, deve ter se assustado.

–e sobre o caso da sua amiga esquentada?

(Ângelo) eu achei que você pegou pesado com ela. E se Cebola realmente a ama? Não acha que ela vai ficar com uma má impressão dele no fim?

–confesso que exagerei um pouco, não posso mentir, amo um barraco. Mas aquilo que ele diz sentir por ela não é amor! Há muita coisa escondidas no coração daquele garoto com o nome de legume, ele sente uma afeição muito grande por ela, mas ainda tem duvidas, ele sabe que não é digno dela, mas a admira muito e esses sentimentos podem se misturar e forem confundido com o amor.

(Ângelo) ele continuou lutando depois do que aconteceu, mas Mônica ficou realmente abalada, eu senti.

–ela não corre nenhum perigo.

(Ângelo) tomara que ela supere e não fique como quando a Penha chantageou Cebola.

–ela é uma garota muito forte, vai superar. Alias, ela tem aquele amigo contrariado pra lhe ajudar.

–-------------------------------------*------------------------------------------

Ela chorava em seu colo como se aquele fosse o único lugar seguro, assim como uma criança chora no colo de sua mãe quando se machuca ao cair. As lagrimas escorriam de seus olhos como se nada pudesse para-las. Do Contra afagava seus cabelos enquanto cantava um trecho de uma musica bem baixinho, em forma de sussurro, Mônica nunca havia reparado o quanto ele cantava bem.

–obrigada DC.

–disponha me comprando um sorvete de pimenta com jurubeba.

–eu só não consigo entender por que ele fez tudo isso? Por que me magoar assim? Ele sempre disse que me amava e que estaria ao meu lado ate o fim, não é possível que tudo o que vivemos e sentimos foi jogado no lixo com tanta facilidade e que...

–Mônica, tudo bem que você esteja querendo desabafar e tals, mas já deu né. Eu não sei por que Cebola teve todo esse trabalho pra um plano idiota como esse, mas você não pode abaixar a guarda. Cadê a Mônica que eu conheço? A Mônica forte e determinada que não se deixe abalar, que não se importa com que os outros pensam e se mantem sempre focada nos seus objetivos? Se Cebola não reconhece as pessoas que estão ao seu lado e só enxerga os defeitos delas é porque ele não as merece. É como ele disse: Se gostasse de você ele já estaria contigo há muito tempo. Você merece alguém melhor que ele, alguém que te respeite e que nunca te machuque, tanto por fora quanto por dentro. Alguém como eu.

–DC... Você não me contrariou!

–o que?

–você não me contrariou, você disse exatamente o que pensava e não o contrario!

–n-nada a ver, eu contrariei você te contrariando para que você achasse que eu não tinha te contrariado, mas eu havia te contrariado então o contrariado aqui sou eu!

–você esta certo! Eu não vou mais me render tão fácil, eu preciso de alguém que me mereça, que se importe comigo. Vem DC, vamos procurar alguém que me mereça.

–am?

–eu estou brincando, vamos procurar a Magali e o Cascão e quando eu encontraro Cebola eu vou tirar essa historia a limpo com ele e quando terminarmos ele nem vai saber onde é em cima e em baixo!

–dá-lhes Mônica.

–-------------------------------------*------------------------------------------

A água já lhe passava da cabeça, você pode imaginar o desespero de um garoto que tem medo de água e está praticamente submerso em baixo dela.

Cascão tentava ao máximo e com todas as forças quebrar aquela porta, mas em baixo da água era meio complicado. A água já alcançava o teto e não havia mais por onde respirar, foi quando ele viu algo vindo em sua direção, como estava tudo muito escuro ele demorou a descobrir que o que vinha rapidamente era uma enorme orca que pelo olhar parecia estar faminta. Como ele não sabia nadar muito bem a dificuldade em fugir era dobrado. A orca chegava cada vez mais rápida e já se preparava para abrir a boca, Cascão começou a entrar em desespero que se tornou maior quando ele viu que precisava respirar novamente.

Ele nadou (mais ou menos) ate a porta e puxou a maçaneta com toda a sua força. Sua visão foi ficando turva e ele foi perdendo o sentido, sua boca se abriu deixando entrar uma pequena quantidade de água e seu corpo foi ficando pesado ate se afundar e chegar ao chão.

Como um ralo de piscina a água foi escorrendo ate sobrarem poucas poças em volta do garoto que já não estava tão sujo. Ele começou a tossir recobrando a consciência, e se virou para o lado com os olhos meio abertos.

– o que faria uma baleia (pausa pra respirar) dentro de uma sala? Esse negócio de tomar banho deve estar afetando minha mente.