Anjo das Sombras escrita por AnnabelleJow


Capítulo 4
Change your life




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Belle

Antigamente eu costumava a ficar deitada em minha cama, pensando como seria meu futuro, e não conseguia ver nada nele, nunca fui o tipo de garota que chamava atenção, gosto de simplicidade e me manter invisível ao olhos das pessoas a minha volta.

Em todos esses anos Calebe foi o único amigo que tive, meu pai morreu, nunca conheci ele, e agora não sei o que está acontecendo comigo, ou se devo confiar nesse garoto.

– Por que estamos aqui afinal? - Perguntei ao albino ao meu lado. Em um piscar de olhos, de alguma forma misteriosa, Lucas tinha me levado para o alto de uma montanha, ou talvez estava mais uma vez brincando com a minha cabeça.

– Te darei todas as respostas pequena, mais primeiro quero que veja, o quanto incrível você é. - Lucas tinha um sorriso amigável, coisa que não era lá muito normal para ele, tirou seu casaco de couro, ficando com sua blusa de gola V branca apertada, deixando a mostra seus músculos definidos.

– O que quer dizer com isso?

– Quarenta e cinco pessoas fizeram um teste, o mesmo que o seu, porém só você conseguiu sobreviver.

– Mais você disse que eu estava morta, ou melhor, eu estou morta.

– È verdade, quando eu te encontrei, seu coração já havia parado, você estava morta naquele lago, porém de alguma forma esse experimento fez com que você acordasse , mesmo com seu coração parado. - Então não era um sonho, as pessoas com mascaras vermelhas, eu estou morta. Cada palavra que ele dizia parecia cada vez sem nexo. - Tire seu casaco.

– Tá, mais por que? - Lucas estava se segurando para não rir da minha cara desconfiada.

– Por que eu quero seu corpo nu.

– Como? - Olhei assustada, e pela primeira vez vi aquele branquelo rir.

– Estava brincando, só quero te mostrar uma coisa. - Parou atrás de mim, e me ajudou a tirar meu casaco de lã, parecia uma criança perto dele. - Sente algo espetando suas costas?

– Sim.

– Legal, está vendo aquele carro velho vermelho,lá em baixo? - Apontou o dedo indicador, a um carro vermelho com a lataria enferrujada, a alguns metros de distância, e eu balancei a cabeça e sinal afirmativo. - Eu quero que você exploda ele.

– Eu não consigo fazer isso.

– Lembra, quando você viu o Miguel sendo envolvido por uma grande sombra preta, e gritando de dor? - Ele sorriu, e a culpa começou a martelar em minha cabeça. - Era, você. Aquela sombra estava quebrando os ossos dele lentamente, poderia ter matado ele.

– Ele está bem? - Me virei assustada, para encarar ele, não queria ter machucado o Miguel.

– Não sei e nem me importo, agora o que interessa é que você aprenda a se controlar, ou pode machucar outra pessoa.

– Tudo bem. - Me virei novamente, respirei fundo olhando para o carro, o sol quente fazendo meu corpo suar, junto ao nervosismo, a boca seca, estiquei meus braços, olhando fixamente para o carro, sentindo algo estranho dentro de mim crescer, algo ruim, fazendo sentir, como se meu corpo queimasse, fecho meus olhos e ouço um barulho lá de baixo, como se algo tivesse explodido.

– Muito bem, até que não foi tão ruim assim. - Lucas sussurrou no meu ouvido, com uma voz rouca que chegava a arrepiar, abro meu olhos vendo o carro aos pedaços, com o fogo consumindo o mesmo.

– Cuidado se duvidar, sou mais forte até que você. - Sorri maliciosamente, algo dentro de mim havia mudado, eu me sentia diferente de alguma forma, e por algum motivo, estava gostando muito daquilo.

Katherina

– Dez anos atrás -

Lucas, já disse pra descer dessa arvore! - Gritei para o garoto loiro teimoso que estava sentado um troco qualquer da enorme arvore no quintal de sua casa, ele comia um pacote de biscoito de chocolate e fingia que não me ouvia.

– Não me amola, feiosa. - Mostrou a língua, e virou a cara, fazendo minha raiva crescer mais ainda, Deus como eu odeio esse garoto infernal.

– Tomara que você vire uma baleia e exploda de tanto comer, seu filho do demônio! - Me viro, dando passos pesados, e ando até o portão para sair de sua casa, mais em uma fração de segundos, sinto meu braço sendo puxado, e com o impacto, caímos no chão.

– Também te amo coisa feia. - Estava assustada com o ato, Lucas segurava meus braços, e sorria de uma maneira que me dava medo, porém ele fez algo que me surpreendeu, ele me beijou.

Estava em estado de choque, com os olhos abertos, enquanto o garoto em cima de mim, ainda me beijava, nossos pais eram colegas de trabalho, e eu vinha todos os dias em sua casa para brincar com ele, mais nunca pensei que ele faria algo assim.

Acordando de meu transe, empurrei Lucas, que caiu na grama, enquanto ria da minha cara de nojo, misturada com raiva e vergonha.

– Eu te odeio seu encapetado. - Essas foram as últimas palavras antes de sair da casa dos Sampaio, e nunca mais ver Lucas novamente, ele e sua família se mudaram e eu nunca mais os vi, dois anos depois entrei para a CHR, me tornei uma agente de missões, treinei até os quinze anos.

Em todos esses anos, segui sempre uma única regra: Nunca deixe seus sentimentos interferirem. Mais esse garoto, está me fazendo quebrar essa regra, Calebe, eu odeio te amar tanto.

– Dias de atuais -

Andando pelos corredores da escola, chamando a atenção de vários alunos, ando em direção a sala de Biologia, enquanto via vários alunos tristes e chorando, por alguma coisa. Nickolas passa por mim, diferente das outras vezes que o vi, ele estava frio, e possuía um olhar sem emoção alguma, ele olhou para mim, e parou, ficando a minha frente.

– Jenna quer falar com você. - Sua voz estrava franca, e ele estava pálido. Jenna, claro que era ela, odiava quando ela fazia isso.

– Claro, onde ela está?

– Atrás da escola.

– Obrigada. - Dou dois passos e me viro - Você está bem?

– Acho que sim. - Ele parecia monótono, coisa que não era para o alegre e engraçado Nickolas, um dos caras mais populares da escola, e o mais desejado. - È melhor você ir. - Fiz um sinal positivo com a cabeça, deixando escapar um sorriso triste em meus lábio ao olha-lo.

Comecei a andar apressadamente, estava nervosa , e esbarrava algumas vezes nos alunos, chega de mortes, não aguento mais isso, por que ela não para de uma vez? Não é pedir muito.

Finalmente chego ao meu destino, encontrando Jenna encostada na parede, de braços cruzados e ela tinha uma expressão séria no rosto, quando me vê aproximar, se desencosta da parede e abre um sorriso maldoso.

– Katherina, quanto tempo.

– Jenna. - Dou um meio sorriso, e a olho fixamente- O que fez dessa vez?

– Você sabe... Eu tenho que me alimentar. - Passa a língua pelo seus lábios vermelhos, e sorri, as vezes ela parece uma criança. - E como vai com o Hale? Já sabe onde está o pai dele?

– Não, ainda não, mais eu vou descobrir. - Digo com firmeza, porém ela não parece acreditar.

– Cuidado Kath, não vá se apaixonar por esse garoto, o pai dele vai matar todos nós, ele é a sua missão, não seu romance adolescente.

– Eu sei muito bem disso, não igual a você, então não me trate com uma criança.

– Ainda está do meu lado?

– Sim.

– Então prove.

– Como? - Jenna mordeu seu lábio inferior, e sorriu , tenho certeza de que não iria gostar do vinha pela frente.

– Mate o Miguel Parker.

Miguel

Ela fugiu de mim, dá para acreditar? O pior é que eu não sei, onde ela está agora, sabe se lá o que aquele cara tá fazendo com ela, idiota, eu não sou o vilão da história. Algumas partes do meu corpo ainda doíam, e agora meu tio Tobias não me deixava em paz, dizendo para eu tomar cuidado e não me meter em brigas.

– Não vai me contar mesmo, o que aconteceu com você? - Tobias estava sendo na minha cama, olhando para mim com seus olhos castanhos cansados, devo admitir, eu dou muito trabalho pra ele.

– Já disse, só tive uma pequena briga de rua, nada de mais.

– Qualquer dia desses, você vai acabar se matando garoto.

– Fique tranquilo, você não vai viver tempo o suficiente para ver isso acontecer. - Dou uma risada, mais ele ainda me olha com preocupação, suspira e me abraça.

– Por favor, não faça nenhuma estupidez, não iria suportar perder você.

– Tudo bem, tio. - Desfaço de seu abraço, ele sorri e sai do quarto, fechando a porta do mesmo, e volto a me deitar. Depois que meus pais morreram, Tobias cuidou de mim, caso contrário estaria em um orfanato ou coisa do gênero, sou grato por isso, mais quem eu quero enganar? Eu não me encaixo aqui, e nunca vou me encaixar, para todos não passo de um "garoto problema".

Tentando dormir, rolava na cama de um lado para o outro, quando começo a sentir algo queimando, Tobias devia ter queimado a comida como sempre, eu pensei.

Porém o cheiro começou a aumentar, e meu quarto a ficar quente, quando acordo, vejo que meu quarto estava pegando fogo, levando com certa dificuldade por causa dos machucados e tento sair, vejo um vulto loiro passar pela porta e tranca-la, tento abrir, mais não consigo, começo a suar mais, meu desespero e medo aumentava a cada segundo, uma parte do teto cai e impede minha passagem, corro até a janela e a abro, sentindo a fumaça entrar em meus pulmões.

– Socorro! - Grito o mais alto que posso as pessoas da rua, que pararam apavoradas, ligando para os bombeiros, minha pressão estava ficando cada vez mais baixa, e estava com falta de ar. Lembro-me da vez do lago quando quase me afoguei, e das coisas que Jhon e Kevin disseram para mim, que eu era "especial", focalizo na imagem da rua, fechando os olhos, e sinto a sensação de estar sendo puxado para outro lugar, logo depois sentindo um ar puro, abro os olhos me vendo em frente ao apartamento, ileso.

– Como chegou aqui? Pensei que estava lá dentro. - Tobias

me surpreende com um abraço apertado, e eu correspondo, me sentindo aliviado, por um momento pensei que morreria ali.

– Não sei, me desculpa. - Me desmorono em lágrimas nos braços do meu tio, que me abraça ainda mais forte, como se sugasse toda a minha dor.

– Tudo bem querido.

– Alguém por favor salve a minha filha! - Uma mulher morena gritava desesperada, olhei para cima e na janela havia uma garotinha de aparentemente oito anos de idade, ela estava assustada.

Comecei a andar em direção ao apartamento, ignorando meu tio que me chamava, pensei por um segundo em entrar lá, mais uma coisa me chamou a atenção: De dentro do apartamento saiu uma garota usando uma blusa com capus , em seus braços ela segurava a menininha, e ela tinha asas, não consegui ver seu rosto mais me parecia conhecido.

Todos a olhavam espantados, principalmente por causa de suas longas asas negras, os policiais e bombeiros que estavam na rua, pararam para olha-la, o tal anjo pisou em terra firme, depositando ali a garotinha que correu para os braços de sua mãe, e ela estava prestes a decolar novamente.

Antes do tal anjo misterioso partir, ela passou por perto de mim e sorriu, um sorriso impossível de confundir, era ela, Isabelle, ou pelo menos parecia, tirando os olhos castanhos. Sussurrou algo, que não consegui ouvir e voou , sumindo da vista de todos.

– Conhece aquela garota? - Um dos policiais perguntou ao meu lado, olhando para o céu, totalmente confuso com o que tinha acontecido.

– Nunca a vi antes.

Chloe

Anjo, é assim que ele me chamam, se bem que de anjo eu não tenho nada. Fui criada em um orfanato, deixada aos pés da escada, como uma criança qualquer, sei de muito que tiveram destinos piores, porém mesmo assim, eu a odeio, Isabelle.

Eu nunca deveria ter vindo pra cá, sofrido e passado por tudo o que eu passei enquanto ela teve uma vidinha perfeita.

Dentro de um sótão da Mary's Orfanato, Jenna se sentava desleixada na cadeira, enquanto jogava truco com Katherina, e mais um garoto, alto, moreno de olhos azuis, pelo qual eu não conhecia.

– Vocês estavam loucas? - Cruzei meus braços e as encarei, Jenna apenas deu aquele típico sorriso de : Eu sou incrível.

– Calma baixinha, se continuar assim vai se parecer com sua irmã.

– Acho que não, a Isabelle é mais lerda. - Katherine jogou uma carta qualquer na mesa, logo em seguida do menino.

– Que eu saiba, era pro Miguel morrer, não todos no prédio, suas dementes.

– Uma ou duas pessoas morrerem, qual a importância, eu só faço o que precisa ser feito. - Jenna olhou para mim com um ar sombrio. - Nick querido, vá pegar uma garrafa de Whisky, acho que a Chloe está precisando. - O rapaz moreno se levantou todo desengonçado, tropeçando algumas vezes, e saiu. Olhei para a morena, e a puxei para um canto mais longe o possível de Katherina, ela levantou uma das sobrancelhas, como se tentasse entender do por que da minha atitude.

– O que está fazendo com esse garoto?

– Ele pode ser útil, sabia que sua irmã, é apaixonada por ele? - Jenna deu uma risada divertida, e voltou a me encarar com aqueles lindos olhos verdes. - Difícil acreditar.

– Só não faça nenhuma bobagem.

– Pare de agir como se fosse minha mãe.

– Você é como uma irmã para mim, e cá entre nós você é muito problemática.

– Problemática é meu sobrenome. - Ela sorriu, e olhou para a mesa onde Kath estava. - Venha jogar com a gente, eu aproveito e te conto meus planos de achar o Joseph e é claro, matar a Isabelle chatinha Langdon.

– Matar? - A olho assustada. - Ninguém disse nada sobre isso, primeiro o Miguel, agora ela. - Minha boca abria e fechava tentando achar algo para falar, estava trêmula. - Pensei que nós não matávamos.

– As regras mudaram, agora vamos fazer as coisas do meu jeito, e se precisar matar alguém, eu matarei.


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