The Amazing Spider-Man escrita por Leinad Ineger


Capítulo 18
Capitulo 18 - Dois Distintos Cavalheiros




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Manual do Mercenário Psicótico, capítulo 3, seção 7:

”Ao executar uma retirada estratégica, tenha certeza que você vai cair em algo macio.”




O teleportador no cinto de Deadpool funcionava bem. Era muito prático quando queria fug... retirar-se, ou mesmo dar uns sustos na Al. Mas desde que Shaft o danificara (*), ele não estava mais se comportando direito. Pra piorar, após o confronto com os Titãs(**), foi necessário dar muita porrada para conseguir sair de Washington antes de levar um tiro.

Mas ele ainda precisava de alguns pequenos ajustes.

Nada muito complicado, apenas o suficiente para sobreviver a uma queda de 42 metros, após bater a cabeça em um andaime, dois outdoors e um mastro de bandeira. Deadpool estatelou-se no terraço de um edifício qualquer e apagou por alguns instantes, enquanto seu fator de cura cuidava do seu corpo.

Quando acordou, um par de botas muito familiares estava ao lado da sua cabeça:



– Ô, esquisito!

– ...Mulher-Maravilha?

– Acorda, mané!

– ...quem...?

Acorda!



Deadpool levantou a cabeça e percebeu que a encrenca ainda ia longe, muito longe...



– Que diabos...?

– Não se mexa. Levou um tombo feio, hein!? Felizmente, o doutor Aranha aqui te imobilizou pra você não ir a parte alguma enquanto não me explicar como você apareceu do nada, ao lado de um prédio, e foi quicando até parar aqui.

– “Doutor Aranha”?

– Já ouviu falar de mim, né? O Homem-Aranha. Como em O Espetacu

lar...


– Homem-Xiranha?

– Não! É Homem-Aranha!

– Nunca ouvi falar. Isso é nome de ator pornô.

– Vai brincando. Você só sai daí quando me der algumas respo

stas...

– Eu tenho que te dar respostas?

– É claro.

– Isso quer dizer que você não sabe?

– Não sei o quê?



”Ora, vejam só... Tem um fantasiado nessa terra de mil cruzes que não sabe que minha cabeça está a prêmio! Esse Aranha deve ser muito imbecil. Aposto que era o bobão da turma. No mínimo, a vó não deixa ele sair pra combater o crime sem o casaquinho. A vó ou a tia, sei lá... Como é que um cara desse ganha um filme e eu não tenho mais nem revista própria na Marvel?”



– Como é? Dá pra ir abrindo o bico ou ta difícil?!

– Ah! Desculpe, Aranha. Digo, “Espetacular” Homem-Aranha. É uma longa história. Mas, me diz uma coisa: que eu saiba, aranhas soltam teias pelo...



Manual do Mercenário Psicótico, capítulo 49, seção 1:

”Só entre numa discussão se tiver certeza de que vai levar a melhor.”




– Acontece que minhas teias são a-r-t-i-f-i-c-i-a-i-s, jumento. E você? Onde você comprou essa roupitcha não tinha pra homem?

– Pra quê? Vai comprar uma pro seu namorado? Além do quê, o desenho do meu uniforme foi baseado no seu...

– Ah, tá. Plágio.

– Eu não disse isso!

– Nem precisa. Tava na cara. Roupa vermelha, olhos grandes...

– Mas isso é porque...

– O cara que desenhou teu uniforme nunca ouviu falar em lei de direitos autorais? Aposto que, criativo desse jeito, está passando fome, vivendo na sarjeta, se alimentando de restos...

– Pelo menos eu nunca usei aranha-móvel!

– Ei! Aquilo é um modelo clássico!

– Arrã. Modelo clássico de crise criativa. Vai me dizer que você mora na aranha-caverna?

– Vindo de um cara que foi criado pelo “aclamado artista de Supremo, Glory e Youngblood”...

– Ôu! Não me fala em Youngblood, que eu estou a fim de matar o Shaft!

– Aquela cópia do mal-feita do Shatterstar com Arqueiro Verde!?

– Dá pra parar de bater na mesma tecla, Homem-Xiranha!? Pelo menos eu não fui substituído por um clone criado por um inimigo que morreu há mais de vinte anos!

– Ah, é!? Pelo menos eu tenho inimigos com mais de vinte anos! Tradição e história, meu caro. Coisa que você nunca vai ter!



Manual do Mercenário Psicótico, capítulo 2, seção 21:

”Ao perceber que está perdendo uma discussão, agrida a sexualidade do interlocutor.”




– Ah, não? Pois saiba que eu tenho uma legião de fiéis adoradores que acham você coisa de mulherzinha...

– “Legião de...” Desde quando o Rob Liefeld e o Raul Kuk formam uma legião? Bwahahahahaha!

– Arrá! Plagiou a risada do Besouro Azul!

– Você conhece o Besouro!?

– O Besouro é truta. Tudo começou quando... Epa! Peraí! Não mude de assunto! Você plagiou a risada do cara!

– Você imita minhas piadas o tempo todo.

– Blasfêmia! Infâmia! Ignomínia! Eu sou um artista do improviso! Sou o Jerry Seinfeld dos heróis!

– “Heróis”?

– Eu quis dizer “assassinos”.

– Tipo, piadas de humor negro, baixo calão...

– É por aí.

– Isso comprova minha teoria. A Liga da Justiça Internacional já fazia isso. - Você tem sorte que eu estou amarrado!

– Uia!

– E depois, eu nunca fui derrotado pelo... Como é mesmo o nome? “Bolo de carne da tia May”...

– Ah, isso é golpe baixo!

– Que foi, franga?

– Eu devia socar essa tua cara de casco de crocodilo!

– Pena que você não dura dez segundos numa briga...

– Como ousa?! Eu já enfrentei o Doutor Destino! Venom! Bizarro! Espantalho!

– E também o Canguru... Urso Cinzento... Gibão... Dez-Olhos...

– Tá, então o que dizer de um cara que se oferece como cobaia pra um experimento do Serviço Secreto canadense e fica com a pele mais asquerosa que a do Monstro do Pântano?

– Rostinho bonito é coisa de são-paulino...

– Não vem com essa, que futebol não está na pauta.

– Acontece que eu esqueci meu roteiro e estou amarrado com essa porcaria de teia. Dava pra me ajudar?

– Ah, claro. Agora você fala do... e do... da...

– Mas e o...?

– Só quando eu te perguntar da...

– Ah, certo. Valeu, Homem-Xiranha.

– Ghrmph...

– Opa! Esse resmungo...

– É de uso capião, então não vale.

– Que seja. Bom, onde estávamos?

– “Pele mais asquerosa que a do Monstro do Pântano”.

– Ah, é. Bom... Asqueroso é andar por aí com meia-dúzia de braços.

– Aquilo foi um acidente!

– Ié? “Homem-Vergonha” foi o quê?

– Improviso.

– “Improviso” é apenas outro nome pra “gambiarra”... “Feito nas coxas”... “Falta de criatividade”...

– Falou, senhor-matador-de-aluguel-sem-coração... Me diz quando foi a última vez que você realmente matou alguém?

– A última: sabe que nem sei? A próxima: assim que eu sair daqui.

– Ai que meda.

– Vou descobrir porque você não solta teia pelo...

– Olha o linguajar! Você beija sua mãe com essa boca!?

– Não. Beijo a sua mãe com essa boca!

– Nisso que dá ter a cara mais feia que figurante do Senhor dos Anéis. Não consegue garotas.

– Como ousa!? Só porque a linha de filmes pornôs do Homem-Xiranha foi cancelada, não venha me difamar! E a Vanessa? A Theresa? A Bárbara

– Essas aí nunca foram suas namoradas! Talvez você e o Cable...?

– Nem inventa. Se eu gostasse do Cable do jeito que eu gosto de repolho, eu mandava ele pro inferno, pro capeta fazer molho.

– Reza pra ele não ter ouvido isso...

– Tem razão, não seria boa idéia. Meu Sentido de Aranha está me avisando que ele ficaria irado...

– Você não tem sentido de Aranha!

– Não, mas enquanto discutíamos, conseguir alcançar minha arma e, se você não me soltar, vou varar teu crânio com uma rajada de plasma.

– Vai fundo.

– Como assim, “vai fundo”?

– Me mata, depois você foge.

– Mas assim você não vai ver minha fuga!

– Ninguém vai ver. Você está blefando.

– Ah, é!? Então tome ISSO!



Deadpool transformou a própria perna em caldo de mocotó com a rajada de plasma, mas o clarão cegou o Aranha. Teríamos, afinal, um pouco de luta nessa história?



– Cara, você é muito burro!

– Burro é o seu... [ai!] ...passado! Pelo menos, eu consegui escapar.

– Isso. Sai correndo agora, perneta.

– Ah, é!? Então vem me pegar, ceguinho.

– Que foi? Vai me bater com a muleta?

– Não. Vou falar pra Al te levar no cinema.

– Quem sabe a gente assiste algum filme melhor do que “Deadpool se acha esperto”.

– Boa. Tipo “O Aranha não me pega”.

– Quem sabe: “Preciso de um médico mas não quero admitir que estou com dor”?

– Ou talvez: “Jamais sei quando estou derrotado”.

– Ou ainda: “Tagarelando como um bebum”...

– Ei! Boa idéia! Essa discussão toda me deu uma sede danada.

– Pode crer. Vou dar um pulo em casa e pegar uma Pepsi.

– Ah, preciso de algo mais forte. Vou pra algum boteco qualquer.

– Beleza, Pool. A gente se fala.

– Falou, Aranha. Vai pela sombra.



”Deadpool... Gente fina!”– pensava o Aracnídeo, enquanto tentava se lembrar por quê aquela discussão tinha começado.

”Homem-Aranha... Figuraça!”– dizia o Mercenário Tagarela, procurando um boteco aberto na madrugada de Nova York.


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