The Amazing Spider-Man escrita por Leinad Ineger


Capítulo 13
Capitulo 13 - A Encruzilhada




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Manchete de primeira página do Clarim Diário, 17 de maio de 2002:

“Homem-Aranha e Duende Verde: até que a morte os separe?”

– Ficou boa, Jonah. Nossa cobertura da luta está dando o que falar!

– Nós tivemos sorte de sermos os únicos jornalistas no LaGuardia, Robbie. Temos a cobertura total da batalha, dos envolvidos e fomos os únicos a reconhecer o filho de Norman Osborn: Harry, o Homem-Aranha (*). Infelizmente, não conseguimos localizar aquele verme do Osborn para ouvir o que ele tem a dizer, mas quem se importa? Só uma coisa ainda me intriga...

– O que é, Jonah?

– É a primeira vez que fazemos uma cobertura dessas sem as fotos do Parker. Eu estive pensando... Só especulação, mas... E se Parker for o Duende Verde? Essa história de que ele foi seqüestrado pelo Duende é difícil de engolir...

– Jonah, o Duende é um assassino! Como pode pensar isso do Parker? Nós o conhecemos desde o colegial!

– Sim... Com quem ele dividiu um apartamento na faculdade mesmo? Ah, sim! Harry Osborn! Você ficaria surpreso, Robbie?

– Ficaria. Pelo caráter do Parker, eu ficaria muito surpreso.

– E pelo caráter de Norman Osborn? Ficou surpreso em saber que apenas o filho daquela víbora poderia estar por trás da máscara do Aranha? Talvez o Duende–Parker e o Aranha–Harry se odiassem, sem que um soubesse a verdadeira identidade do outro. Nós testemunhamos a revelação e, para surpresa do Duende–Paker, Harry Osborn era o Homem-Aranha.

– Eu ficaria mais surpreso se Peter fosse o Homem-Aranha.

– É, talvez. De qualquer forma, não podemos dizer o que achamos enquanto não tivermos mais provas. Sabe o que eu acho? Que Parker sempre soube a identidade do Aranha. O próprio Harry contou para ele, por confiar nele. Assim, Parker passou anos ao lado do seu amigo, ora tirando fotos, ora lutando contra ele como o Duende Verde. E, quando Harry descobriu que seu maior inimigo era também o melhor amigo, ficou louco.

– Você sempre achou que o Aranha fosse louco, Jonah.

– Louco, não. Criminoso, sim.

– Sei. Mas essa sua teoria não passa de especulação, porque: a) o Duende ficou surpresoa ao tirar a máscara do Aranha. Mais do que isso, ficou horrorizado! E b) quem nós sempre suspeitamos que fosse o Duende?

– Norman.

– Norman. O filho sabia que o pai era o Duende Verde e o enfrentou como Homem-Aranha. E apenas ontem à noite o Norman descobriu a verdade.

– Teoria interessante. Mas Harry foi dado como morto tempos atrás... E estava usando o uniforme do Duende Verde...

– Sim, mas foi durante a época em que pensamos que Norman estava morto. Será que o filho quis seguir os passos do pai?

– Talvez, Robbie. Talvez. De qualquer forma, isso absolve o Parker. A conexão entre o Duende Verde e o Homem-Aranha parece restrita à família Osborn.

– Sabe o que eu acho, escovinha? – disse uma voz familiar, que fez Jonah e Robbie se virarem para a janela. – Acho que você é a Mulher-Maravilha!



O Aranha saiu dali se balançando em suas teias, debaixo de uma chuva de palavrões, acusações e ameaças de Jameson. Robbie apenas sorriu.

Estava quase amanhecendo. Antes de voltar para o Queens, o Aranha pensou em visitar velhos amigos. Talvez Kim Fox, a advogada? Não, melhor não. Ela parecia gamada no Aranha, e o herói ainda tinha que resolver as coisas entre Tina e Felícia.

O Aranha foi até a delegacia. Por uma janela do prédio, viu o delegado Semeghini atrás de uma pilha de papéis: formulários, relatórios, depoimentos... Semeghini saiu de trás da montanha de documentos e foi conversar com o Aracnídeo, o cabelo desalinhado, a barba ainda por fazer:

– Achei que não fosse mais te ver, Aranha.

– Mas aqui estou. E por que essa máscara de Monstro do Pântano?

– Muuuito engraçado. Que tal prestar depoimento?

– Muuuito engraçado. Nunca tiro a máscara no primeiro encontro. Só passei pra saber como estão as coisas.

– Tudo jóia, tirando a papelada que eu tenho que preencher por sua causa. Falou com Kim Fox?

– Ainda não.

– Devia. Ela está preocupada.

– Diga a ela que eu faço uma visita mais tarde. Se você a vir, claro. Longe de mim, te usar como garoto de recados...

– É claro... Escuta, Aranha... Que tal me ajudar num caso?

– Do que se trata?

– Bebês desaparecidos da Maternidade do Hospital Monte Sinai.

– Alguma pista? Suspeitos? - Nada ainda... Mas se você puder ficar de olho... Se souber de algo, me avise.

– Pode deixar. Ei, Semega... Eu sei que cavalo dado não se olha os dentes... Mas quando a esmola é muita o santo desconfia... E gato escaldado tem medo de água fria... E água mole em pedra dura...

– Direto ao assunto, Aranha...

– Ta bom, ta bom... Tive poucos amigos na polícia e... Bem... Por que você se importa?

– Você salvou minha vida anos atrás, Aranha. Do Doutor Octopus. Antes de eu ser delegado.

– Ah, ta. Bom, depois eu mando a conta. Hasta la vista, Semega!

“Bebês desaparecidos? Como eu vou cuidar disso? Não sou detetive... E se eu pedir ajuda pro Batman? Eu sou membro da Liga agora! Arrã... E o que eu digo pra ele? ‘Morcego, velhão! Aqui é o Aranha, seu chegado! Lembra aquele favorzão que você me deve? Então...’”

O Aracnídeo foi procurar primeiro um velho conhecido, o Dr. Curt Connors. O Aranha e Kirk Langstrom tinham ajudado Connors recentemente a se livrar da ameaça do Lagarto. Taí um favorzão que o Aranha ia ter que cobrar...

– Dr. Connors? Como vai?

– Quem...? Homem-Aranha! Ora, não fique aí na janela! Entre, vamos... Eu quero te mostrar uma coisa...

O Aranha entrou no laboratório particular de Connors, onde o cientista conduzia seus estudo na área de metabiologia. Longe da UES, Connors tinha mais privacidade para pesquisar os efeitos do soro que o transformara no Lagarto, anos atrás.

– Veja só, Aranha: a fórmula que Kirk Langstrom criou me ajuda a controlar as transformações (**). Mas, se eu for submetido a um transplante de medula óssea, basta inocular esse antídoto na medula do doador. O meu corpo vai assimilar essa fórmula diretamente da medula, eu nunca vou me transformar no Lagarto novamente!

– Uau! Fascinante, Dr. Connors!

– Graças a Langstrom e a você, meu amigo. Agora, diga: em que posso ajuda-lo?

– Bom, alguns bebês sumiram da Maternidade do Hospital Monte Sinai. Eu preciso de uma credencial para entrar lá e investigar.

– Claro, eu posso providenciar uma. Em nome de quem?

– Hã... Homer Simpson.

– Estará pronta amanha, Aranha – garantiu Connors, que pareceu não entender a piada.

Peter Parker passou no Clarim para descobrir o que podia sobre os desaparecimentos. Juntou algumas informações da editoria de cidades e foi até a Universidade Empire State. Tina o estava esperando.

– Como vai, Peter?

– Tina! Eu... ia te ligar!

– Claro. Claro que ia. É bom ver que você está bem, todos ficamos preocupados com essa história de Aranha e Duende Verde. O que aconteceu com você?

– O Duende me seqüestrou. “Fotógrafo do Aranha”, sabe como é... Ele disse que...

– Não é disso que estou falando, Peter! Eu quero saber por que você tem me evitado. Não liga, não retorna...

– Eu sei. Eu sei, Tina... Mas é que... Tanta coisa acontecendo. Parece que o mundo vai desabar na minha cabeça. Eu tenho medo que você se machuque. Eu soube que você estava no LaGuardia...

– Soube e não me ligou? Peter, por que você anda tão ausente?

– Tina, eu sinto muito, eu... Eu sinto muito...

– Eu também, Peter. Eu estou indo para a Costa Oeste.

– Como é?

– Eu recebi uma proposta da Oscorp para continuar minhas pesquisas. Eu devia ter ido na noite passada, mas houve o incidente...

– Tina, a Oscorp é do Norman Osborn! Aquele cara está envolvido até o pescoço com o Duende Verde!

– Peter, saia desse mundinho de super-heróis e fantasias! Você passou tanto tempo tirando fotos do Aranha que está querendo levar a vida dele!? Acorde! Eu estou me sentindo sozinha aqui em Nova York, Peter, e isso não tem nada a ver com o Duende ou com o Aranha ou com a Gata Negra... Tem a ver com você.

– Eu... Sinto muito, Tina...

– Vê o que eu digo, Peter? Você aceita tudo sem lutar. Como eu posso acreditar que você gosta de mim, se você não move um dedo para ficar comigo? Você está tão distante... Do que você tem medo? Eu só queria um telefonema seu para mudar de idéia...

– Você não entenderia...

– Então, senhor Parker, se algum dia você achar que estou pronta para entender, me procure. Até lá, eu prefiro parar de fingir que há algo entre nós. Algo além de suas desculpas!

– Eu não queria que fosse assim, Tina.

– Então aprenda a lutar pelo que você quer. Não é o Aranha, o Duende ou a Gata Negra que vai te esmagar. É o peso da sua própria solidão.

“Essa machucou fundo, Tina.”

Maternidade do Hospital Monte Sinai, naquela noite:

O berçário costumava ser calmo à noite. Nada de visitas, apenas as enfermeiras cuidando dos bebês. Mas havia um detalhe que as enfermeiras não tinham notado: por volta de onze da noite, várias gestantes passavam mal, mobilizando todas as enfermeiras de plantão.

Na manhã seguinte, haveria um bebê a menos na Maternidade.

Era uma bela manhã de segunda-feira. O sol brilhando, pássaros cantando, essas coisas que fazem você sentir que valeu à pena ter saído da cama.

Mas estamos falando de Peter Parker. Assim, a realidade o atinge minutos antes de sentir o cheiro das panquecas da tia May.

Tinha trabalho a fazer.

Peter vestiu o uniforme do Homem-Aranha e foi até o laboratório do Dr. Connors, seu velho amigo, que havia lhe prometido um favor:

– Olá... Dr. Connors?

– Oh, Homem-Aranha! Entre, rapaz! Não importa quanto tempo passe, eu jamais vou me acostumar com você batendo na janela...

– Heh! Foi mal... Fez minha credencial?

– Sem dúvida! Eu consegui autorização do Conselho Gestor da Maternidade. Aqui está: Homer Simpson,médico residente.



O Homem-Aranha segurou o riso. Passar tanto tempo naquele laboratório devia deixar o Dr. Connors sem muito tempo para TV...

– Espero que isso não lhe cause problemas, doutor.

– Não, de forma alguma. Desde que você a use apenas uma vez, é claro. Vão reparar num residente novo. Obviamente, “Homer Simpson” não deve ser seu nome verdadeiro, então... Do que você está rindo!?

– Hehehe... Nada não, doutor. Obrigado. Vou usar isso hoje, sumir de lá e assunto encerrado!

O Aracnídeo saltou pela janela enquanto o Dr. Connors se perguntava qual era a piada, afinal.

Peter entrou na Maternidade do Hospital Monte Sinai e viu alguns repórteres lá. Procurou passar sem ser notado e foi até a sala da coordenação.

– Bom dia. Com licença?

– Ah, bom dia. Você é...?

– Homer Simpson, o novo residente.

– Claro, entre Sr. Simpson. Eu sou a enfermeira Renée Soliman, mas pode me chamar de Renée.

O “Sr. Simpson” se sentiu encabulado por ter dado um nome tão estúpido a uma mulher tão bonita.

– Obrigado, Renée. Está tumultuado aqui hoje, não?

– Ah, nem me fale. Soube dos bebês?

– Ouvi comentarem lá fora, mas não estou acompanhando a cobertura da imprensa. - Faz muito bem. O sensacionalismo pode ser péssimo para a imagem do hospital. Não quero nem pensar no que vai acontecer se um desses urubus da imprensa chegar até nossa UTI infantil...

“Já tenho por onde começar a investigar...”

– ...mas, me diga, Simpson: qual é mesmo a sua especialidade?

– Hã... Me chame de Homer.

– Homer. Claro.

– Bom, eu... sou... geneticistaaaaeeestudando... Distúrbios.

– ...

– Distúrbios graves.

– Graves!? Ok, vamos até a UTI. E nem perca tempo tentando me explicar o seu trabalho, Homer. Eu sou péssima em genética!

“Fácil, fácil!”

Renée deixou “Homer” à vontade na UTI. Havia uma lista fixada na parede, com uma relação de nomes. Eram, ao todo, seis bebês que deveriam estar internados e recebendo cuidados periódicos. Em frente ao nome, porém, lia-se "desaparecido”. Outros onze bebês estavam internados.

– Curioso... Seis bebês... Será que o Semeghini sabe disso?

Nesse instante, o Sentido de Aranha disparou. Sem muito tempo para pensar, Peter entrou na UTI e foi até a sala dos médicos. O delegado Semeghini estava lá, com a enfermeira Renée.

– Obrigado por sua cooperação, enfermeira. Agora podemos tratar desse caso da maneira correta. Mas ouça: é importante que essa área fique isolada, entendeu!? Não quero ninguém circulando por aqui...

– Bom, hoje chegou um residente novo e eu o mandei para cá...

– Esqueça. Não quero ele aqui. Mande-o falar comigo. Qual o nome dele?

– É Simpson. Homer Simpson.

– Que raio de nome é esse?

– O nome dele, ué!

Semeghini apenas riu e deixou a UTI com Renée. Peter saiu da sala dos médicos imaginando se o delegado havia desconfiado de alguma coisa. Afinal, foi ele quem colocou o Aranha no caso. Como Peter Parker já havia prestado depoimento à polícia sobre os incidentes envolvendo o Duende Verde (*), era bem provável que Semeghini deduzisse sua identidade ao vê-lo ali, usando um crachá com outro nome.

“Ainda mais com esse nome! Agora tenho que me preocupar com minha identidade secreta. Que o mundo jamais descubra que o Homem-Aranha é, na verdade, Homer Simpson...”

Peter procurou sair do hospital sem ser notado. Quando estava próximo da portaria, Renée o puxou pelo braço. Sem ter como escapar, Peter a acompanhou:

– Sabe, Homer... Eu estive pensando... É seu primeiro dia aqui e tal... Talvez a gente pudesse se falar mais tarde, sair juntos...

– Ora, claro! Anota aí meu telefone!

Aliviado, Peter saiu da Maternidade sem ser notado e, ainda por cima, a gata da Renée ficou de ligar para ele!

Naquela noite, o Aranha escalava o prédio da Maternidade, procurando o andar da UTI. Encontrou uma janela e entrou: onze bebês ao todo, exatamente como estava durante a manhã. Foi quando o sentido de Aranha disparou e o Aracnídeo grudou no teto. Um vulto entrou na UTI, carregando uma lanterna e examinando os bebês. Parecia conta-los. Então o vulto começou a chama-lo:

– Homem-Aranha... Homem-Aranha, você está aí?



O Aracnídeo desceu do teto, parando em frente ao vulto: um homem usando uma roupa preta e máscara, que cobria todo o rosto, com um visor infravermelho:

– Pensei que o Vigilante tivesse morrido (**)...

– Eu não sou o Vigilante, Aranha. Estou atrás do seqüestrador e, quando vi você entrando, resolvi ver se você precisava de ajuda. Como não vou passar o resto dos meus dias vigiando a Maternidade, resolvi investigar para ver se descubro algo. O que você sabe até agora?

– Sumiram seis bebês.

– Isso eu também sei! Notou alguma coisa em comum entre os prontuários deles? - Estavam todos... doentes!?

– Tinham poucas chances de sobreviver! A maioria dos bebês fica internado por um tempo, mas aqueles dificilmente sairiam daqui. Isso segundo o laudo médico, assinado por um Dr. Landau. Eu tentei conversar com os pais dos bebês que sumiram, mas eles se recusam a falar sobre isso. Desconfio que eles venderam os bebês para o mercado negro de órgãos...

– Que tipo de pai faria uma coisa dessas?

– Eles não sabiam. Os bebês estavam à beira da morte, lembra-se? Eu acho que alguém estava falsificando as informações nos prontuários, dando os bebês como desenganados, para que os pais aceitassem vende-los para alguma “instituição de pesquisa”...

Nesse momento, uma luz vermelha se acendeu num painel próximo.

– O que é aquilo!?

– Alarme silencioso para chamar as enfermeiras. Alguém deve estar com problemas. - Bom, então é melhor sairmos daqui...

– Ficou doido, Aranha!? Todo o pessoal que trabalha aqui está olhando para o outro lado e você quer deixar os bebês sozinhos!?

– Não é disso que estou falando...

Mas o Aranha não tinha tempo para avisar o novo Vigilante sobre o perigo que se aproximava: num movimento rápido, puxou o misterioso colega até a sala onde tinha se escondido de Semeghini naquela manhã. Um homem, vestido de branco, entrou, desativou uma incubadora e removeu o bebê, colocando-o numa caixa de isopor. O Aranha percebeu que o Vigilante estava contendo sua ira diante daquela cena. A revolta de ver uma criança sendo tratada como mercadoria era grande demais. O plano do Aranha era esperar que o seqüestrador os levasse até o mentor daqueles crimes, mas o bebê não sobreviveria tanto tempo. Os dois se entreolharam e invadiram a UTI. O seqüestrador largou a caixa com o bebê para tentar fugir. O Aranha deteve a queda com sua teia e correu para recoloca-lo na incubadora. O Vigilante foi atrás do seqüestrador.

– Caraça, como é que eu ligo isso!? E se eu ligar errado??? Pelo amor de Deus, o bebê vai morrer! Onde eu ligo isso, onde...? A enfermeira Renée entrou na UTI naquele instante, junto com uma equipe de pediatras:

– Homem-Aranha! O que você...?

– Alguém o tirou da incubadora, me ajudem!

– Mas quem...?

– O seqüestrador! O Vigilante foi atrás dele!

Os médicos foram rápidos em religar o suporte de vida do bebê. Aquele pequeno milagre era muito frágil, mas Renée olhou para o Aranha com uma ponta de esperança:

– Ele vai viver...

Era tudo que precisava ouviu. Lançou-se pela janela a tempo de ver o Vigilante disparando contra um carro. Desceu até a calçada, pegou o novo herói e usou a teia para alcançar o veículo de fuga:

– Armas são perigosas.

– Arrã. Nem todo mundo solta teia, sabia!? E o bebê?

– Vai ficar bem.

– Ótimo. Como eu desço daqui!?

– Você é adulto. Já sabe cair.

– O que??? Mas estamos...

O Aracnídeo largou o Vigilante no capô do carro, onde ele se agarrou do jeito que deu. Em seguida, o Aranha pulou sobre o pára-brisa, tirando a visão do motorista. O seqüestrador perdeu o controle do carro, chocando-se com um caminhão e, por muito pouco, o Homem-Aranha quase não consegue tirar o Vigilante dali.

– Muuuito obrigado, Aranha...

– Isso é pra você aprender a não menosprezar minhas capacidades investigativas...

– Mas eu descobri tudo sozinho!

– Ta vendo? Não precisava jogar na cara...

– Você quase me matou!

– Ô, dó! Agora eu fiquei magoadinho! A lhama do mal...

– QUÊ!?

– Esquece. Eu vou nessa, V. E cuidado com essa arma.

O Aranha foi ao escritório de Semeghini dois dias depois:

– Salve!

– Quando você vai perder essa mania de entrar pela janela, Aranha!?

– Quando você fizer um escritório no térreo. E o seqüestrador?

– Era o diretor do hospital. Ele pagava uma quantia para os pais dos bebês em estado mais grave, dizendo que as crianças jamais iriam melhorar e o corpo seria usado em pesquisas. Na verdade, era tráfico de órgãos. Ele estava acumulando uma pequena fortuna...

“Exatamente como o Vigilante tinha dito... O cara é dos bons!”

– Mal dá pra acreditar que alguém tenha coragem de fazer isso, Semega. Eu vi o cara colocando um bebê numa caixa de isopor...

– Eu soube. A propósito, o bebê está se recuperando. Chama-se Graziela, e os pais da criança se arrependeram muito. Aliás, quem era o maluco que saiu atirando do hospital?

– Não sei. Ele usa um uniforme parecido com o do Vigilante, lembra dele?

– Sim, Adrian Chase. Mas Chase se matou...

– Esse cara é novato, não acho que vá seguir carreira...

– Acho bom. Sair dando tiros bem ao lado do Central Park... Vê se pode...

– Eu aviso para ele assim que puder. Falou, Semega!

– Tchau, Aranha. E obrigado.

Caso resolvido, fim do problema... Era uma bela manhã. Sol, pássaros, a coisa toda. E Peter Parker chegou em casa a tempo de ver a tia May rindo muito enquanto desligava o telefone. - O que foi, tia?

– Uma tal de Renée ligou pra cá procurando pelo Homer Simpson! Eu disse a ela que o Homer Simpson é um personagem de desenho animado. A coitadinha não se conformava com o trote que tinha levado!

Mais um dia na vida do Espetacular Homem-Aranha. Sol, pássaros cantando, uma grande burrada e uma tremenda gata que confundira nosso herói com um gordão careca, de pele amarela e quatro dedos em cada mão...


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