Unbroken escrita por Angel


Capítulo 8
Lembranças




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— Eles vão vir procura-lo — Maddie sussurrou á si mesma — agora sim, tem que ficar bem escondido! — disse ela, indo até o espelho e arrumando seu cachecol — ninguém pode ver esse colar, ou com certeza vão suspeitar! Não vou deixar que achem ninguém, não vou... — dizia, enquanto encobria o colar com um pingente redondo, com a inicial "M" gravada.

Não muito longe dali, na casa de Regina...

— E o Henry novamente foi dormir na casa da Emma... — comentou Regina, enquanto colocava a bolsa em cima da mesa

— Não fica assim... eu tenho certeza que ele te ama. Você o criou. Só que agora vai ter que aprender a dividi-lo com a Emma! — Tinker tentou consola-la

— E aos poucos ele vai se afastando de mim, eu sei que isso vai acabar acontecendo. Parece que isso é uma regra na minha vida... Todos a quem amo um dia são tirados de mim, e no final, sempre fico sozinha... — desabafou

— Não pense assim. Você não o perdeu, e não vai perder — ela vagarosamente ia se dirigindo até a sala — ele é seu filho, e você ainda vai se reunir com seu verdadeiro amor. Eu sei disso. Pode não ser o Robin, mas uma hora ele vai... — sem notar onde ia, acabou batendo a mão na mesinha de canto, e derrubou uma caixinha que ali havia — desculpe! — se agachou e pegou a pequena caixinha cor-de-rosa no chão

Regina arregalou os olhos ao ver o que ela tinha derrubado.

— Que bonitinha! — comentou — onde você conseguiu? — perguntou, analisando-a

— Num chá de bebê, me devolve! — pediu, aflita

— Você sendo convidada pra um chá de bebê? Ah, não. Inventa outra! — Tinker riu — e porque o nervosismo? — se afastou, desconfiada e começou a analisar cada detalhe da caixa

— Qual é a sua, Tinker? Porque você fica me analisando e analisando cada coisa minha? — esbravejou — não é nada, me devolve isso! — foi atrás dela, entendendo a mão

— Porque eu tenho certeza que você tá escondendo alguma coisa e... — ia falando, até que viu escrito na tampa da caixinha, um nome quase apagado — "Marissa" — leu em voz alta

— Tinker, jé chega! — gritou, em seguida usou seus poderes para puxar a caixa da mão dela

— Qual é o problema, Regina? Porque está nervosa o tempo todo? Onde você conseguiu isso? Porque na hora que entrei você... — ela se lembrou — você e o David. Estavam juntos! — ligou os pontos

— Você está fora de si! — disfarçou

— Ah, é por isso que você disse com tanta certeza que o Robin não era o seu amor verdadeiro, porque você já está apaixonada. Apaixonada pelo David Nolan, e não quer contar porque ele já é comprometido com sua ex-enteada. É isso! — falou — vocês estão se encontrando? O que foi aquilo hoje mais cedo? Não pode estar traindo a Snow com você, está? E quem é Marissa? — jogou todas as perguntas

— Se eu fosse você, marcaria uma consulta com o Archie. Está fantasiando até demais! — respondeu

— Qual o problema em me contar, Regina? Sou sua amiga. Pode confiar em mim. Só quero te ajudar. Coloque o que está sentindo pra fora, não pode esconder isso pra sempre... — falou, em seguida vendo lágrimas escorrerem pelos olhos da morena — não fica assim... — a abraçou e guiou até o sofá — vamos, coloque isso pra fora. Vai te fazer bem! — falou carinhosamente

— Eu não queria me machucar de novo... mas parece que aconteceu de novo... — falou, respirando fundo — você está certa, Tinker. Eu me apaixonei pelo David, mesmo sabendo que ele era proibido pra mim. E isso não é de agora, faz muitos anos... — finalmente contou

— Me conta como tudo aconteceu! — Tinker pediu

— Foi durante a maldição. Eu estava atrasada pro trabalho, quando topei com ele na rua. Estava com café na mão, e me ensopei toda. Ele me emprestou a jaqueta, e depois foi busca-la na minha casa. Passamos a conversar, se encontrar desde então. Sem querer, acabei me apaixonando por ele. Eu tentei a todo custo ficar longe desse sentimento, mas foi impossível. Com o tempo, ele disse que sentia algo a mais por mim do que amizade. Eu tentei me afastar dele, mas foi inútil. Acabamos ficando juntos! — sorriu, e ao mesmo tempo deixou uma lágrima escorrer dos olhos

— Regina... vocês ainda se amam! — Tinker disse

— Não, ele ama Snow. Sempre amou! — Regina comentou

— Talvez ele só pense que a ame. As pessoas se enganam muito com amor verdadeiro, Regina. Ás vezes, só gostamos de alguém e passamos a vida inteira achando que aquela pessoa era nossa alma gêmea, mas não era! — explicou — mas pelo que percebi, ele não se lembra disso... o que aconteceu?

— Ficamos uns meses juntos, e um certo dia, tivemos uma briga. Uma briga feia. Eu me lembro dele batendo a porta, dizendo que ia sair da cidade. Eu tentei impedir, pois sabia o que acontecia com quem tentava. Mas ele me disse coisas tão terríveis, que acabei naquela hora não me importando e o deixei ir. Mais tarde, com a cabeça fria e preocupada com ele, resolvi procura-lo. E não encontrei. Fiquei uns dias sem noticias, até que em uma noite fria, o encontrei caído na estrada. Estava com ferimentos na cabeça. O levei pro hospital, e foi ai que ele encontrou em coma. Whale disse que era quase certeza ele ter perdido a memória, porque provavelmente levou uma pancada muito forte na cabeça. E com o passar dos anos, eu tive mais certeza disso. E acabei desistindo. Cheguei a pensar que nunca mais acordaria! — desabafou

— Mas ai, veio Emma, a história com a Snow, e tudo chegou onde estamos! — Tinker completou — Mas, uma coisa: porque você ficou tão nervosa quando peguei naquela caixa? Onde ela entra na história? Não vai me dizer que... — parou para pensar, e em seguida, arregalou os olhos — não.. não vai me dizer que...

— Eu engravidei dele, Tinker! — finalmente contou algo que estava escondido há anos — tivemos uma filha, que chamei de Marissa, como você viu! — desabafou

— Mas, porque não contou a ele? Onde está ela?

— Ele nem chegou a saber que fiquei grávida. Quando ele entrou em coma, nem eu mesma sabia que estava esperando um bebê. Eu me lembro de ficar feliz, e triste ao mesmo tempo. Havia perdido David, mas ia ganhar um filho. Um filho dele. Passei os meses preparando tudo... comprei o enxoval, pensei no nome, e claro, fiz de tudo pra que ninguém soubesse. Eu a tive, e até hoje não me esqueço da primeira e uma vez que vi o rostinho dela! — ela não pode segurar e chorou, como nunca antes havia chorado. Tinker a abraçou, e ficaram um bom tempo assim.

— O que aconteceu depois? — ela perguntou, vendo que ela estava mais calma

— Eu me lembro de ser mandada pro quarto, e um pouco depois, o Whale veio com uma cara nada agradável. Foi ai que fiquei sabendo que minha filha havia desaparecido do berçário. Entrei em desespero. Procurei pela cidade inteira, chequei fitas de vídeo, tudo. Mas nunca tive nenhuma pista dela. Sofri muito, havia perdido tudo na minha vida: minha inocência, meu pai, o homem que amava e minha filha. Nunca havia me sentido tão só. Uns anos depois, adotei o Henry. Foi quando eu tive um pouco do espaço no meu coração preenchido! — contou

— Eu sinto muito, Regina. De verdade. Mas, acho que David deve saber de tudo. Não pode se esconder do passado, porque o presente e o futuro vem dele. E uma hora ele acaba se revelando, e é bom que ele saiba por você! — aconselhou

— Não quero fazer o papel de vilã de novela que roubou o mocinho da mocinha e destruiu uma família feliz. Meu rótulo de rainha má já me basta! — Regina respondeu, usando o seu tom irônico que todos conhecemos

— Não é fazer o papel de nada, Regina. É ser honesta consigo e com os outros. Está sendo egoísta guardando um sentimento e um passado que não pertence só a você. David tem o direito de saber. Ainda mais se você e ele forem o amor verdadeiro um do outro. Ele está perdendo tempo com a Snow, e você aqui, sozinha. Está destruindo a sua vida e a dele!

— Eu não posso. Ele está bem com Snow, e eu já fui machucada e pisada demais pra tentar fazer qualquer tipo de reviravolta. Não, estou bem assim!

— Está cometendo o maior erro que poderia ter cometido em toda a sua vida...

— Com tudo o que já fiz, não vai fazer diferença!

— Esse, com certeza vai. E muita!

No dia seguinte, no Granny's...

— Ei... bom dia! — Henry se aproximou de Maddie, que estava em uma mesa, sentada no canto

— O que veio fazer aqui? Me chamar de egoísta novamente? — respondeu, seca

— Me desculpe por ontem. Eu estava nervoso, não medi minhas palavras. Quero te entregar uma coisa! — disse, sentando de frente pra ela

— Não quero presentes!

— Não é um presente... toda vez que alguém fica confuso sobre seu passado, o que quer ou não saber, ou simplesmente precisa de alguma coisa, esse livro ajuda! — explicou, colocando o livro com o título "Once Upon a Time" bem grande sobre a mesa

— Contos de fadas? Está falando sério? — o olhou sem entender

— Não são contos de fadas. É real. É a história dessa cidade, sobre as pessoas que moram aqui, porque estão aqui e como vieram parar aqui. Deve estar perdida por aqui, então eu resolvi lhe trazer. Leia-o atentamente e verá que contém páginas importantes, e que um dia, vão te ajudar de algum jeito! — disse — não tenha pressa, me devolva assim que acabar! — disse, e saiu


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