Unbroken escrita por Angel


Capítulo 49
Sister




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Regina saiu correndo, tentando segurar as lágrimas. Sabia bem que viriam até ela, então se teletransportou para o seu escritório, e em seguida se trancou lá. Sentou-se no chão, encostada na porta. Apoiou os braços nos joelhos, e pôs-se a chorar. Quando afinal, seu passado não a assombraria mais? Ao mesmo tempo que queria conhecer seu pai, temia que não fosse como ela imaginava, e no final, acabou não sendo mesmo. Ele fora exatamente como a sua mãe... passou por cima dela pra conseguir o que queria. Tudo bem que ele não sabia, mas... porque não contou a verdade pra ela assim que descobriu? Essa história de medo não havia a convencido muito.

— Regina, sou eu — ela ouviu a voz do marido seguida de batidas na porta — eu sei que você está ai, as luzes estão acesas... — ela não respondeu. Não queria falar com ninguém, só queria ficar sozinha. — meu amor, abra a porta. Por favor, eu quero conversar com você! — pediu, mas sem resposta.

— Regina, não pode ficar trancada pra sempre! — foi a vez de Emma, mas também sem sucesso.

— Esqueçam, ela não vai abrir. Eu conheço ela, também sou assim! — Marissa afirmou

— Eu tenho que entrar lá! — Rumple disse, pronto pra fazer um feitiço.

— Você não vai fazer nada. Vai voltar pra casa e esperar ela respirar! — Zelena o impediu — eu vou entrar! — informou

— Você?! — observou, com sarcasmo — e o que você tem a ver com isso? — indagou

— Como assim o que eu tenho a ver? — devolveu no mesmo tom — ela é minha irmã! — afirmou, revirando os olhos — e acredite, entendo perfeitamente o que ela está sentindo. Caso não se lembre, meus pais também não foram exemplos! — cruzou os braços

— E como pretende entrar lá? — David questionou, e Zelena deu de ombros, indo até o extintor e puxando uma chave do suporte do mesmo — chave extra! — sorriu de canto — mas só eu vou entrar! — afirmou

— Eu tô de acordo, deixem elas conversarem! — Marissa apoiou — Rumple, vai pra casa. É a melhor coisa que você faz agora. Nem sonhando a mamãe vai passar pro aquela porta e te dar um abraço. Esquece! — argumentou

— Ela está certa, Rumple. Vamos pra casa, com o tempo tudo vai acabar bem! — Belle falou, e ele assentiu. Se retirando dali.

Zelena foi até a porta, e colocando a chave na fechadura, a girou vagarosamente. Feito isso, empurrou a porta vagarosamente. Regina se assustou e se levantando rapidamente, impôs seu peso sobre a mesma, a empurrando afim de que ninguém entrasse.

— Regina, sou eu. Me deixa entrar, por favor! — Zelena agora também impunha seu peso sob a mesma.

— Vai embora. Eu não quero falar com ninguém! — respondeu, ainda segurando a porta

— Você devia parar agir feito criança, eu vou entrar sozinha, prometo. Eu sei pelo que está passando. Vamos conversar, você precisa disso! — rebateu

— E você devia ter esmagado meu coração quando o tinha — respondeu, com voz chorosa — me deixa sozinha, por favor! — pediu

— Não fala besteira. Você tem uma irmã, nunca vai ficar sozinha! — devolveu — você me ajudou quando eu mais precisei... — parou de colocar força contra a porta — por favor, me deixa te ajudar agora. Você é minha única família, não me ignora! — soltou a porta, que se fechou no mesmo instante. Um longo silêncio invadiu o ambiente, e após uns segundos, Zelena respirou fundo.

— Parece que ela não quer mesmo saber de conversa! — comentou, se dando por vencida.

Nesse exato instante, a porta vagarosamente se abriu e colocando somente os olhos inchados a vista, a morena deu passagem para a irmã, que adentrou o local com um sorriso e fechou a porta atrás de sí. Ambas ficaram de frente uma pra outra. Zelena não pode deixar de notar o rosto inchado, e a maquiagem borrada pelas lágrimas. Nunca havia visto a irmã daquele jeito. Regina não aguentou e voltou a chorar novamente, dessa vez indo diretamente abraça-la. Zelena devolveu o abraço, acariciando os cabelos escuros da irmã, já sentindo seu ombro ficar encharcado pelas lágrimas.

— Ei, não fica assim! — disse suavemente, e vagarosamente a guiou até o sofá, sentando-se ao lado dela, vendo a morena deitar a cabeça em seu colo. Ela percebeu que o que Regina queria naquele instante, era o mesmo que sempre lhe faltou: um colo de mãe. Ela sabia que Cora também não havia feito isso com ela. A frustração de Regina era a mesma da dela: ausência dos pais. Tudo bem que Henry tinha carinho por ela, mas a submissão dele á Cora muitas vezes superava isso. E claro, assim que soube que poderia ter um pai que finalmente lhe daria isso deve tê-la enchido de esperança. Mas o tamanho dessa esperança provavelmente foi esmagada quando soube que era o homem que sempre a prejudicou. Continuou acariciando os cabelos dela, até que seu choro cessasse.

— Parece que isso nunca vai mudar... — ela finalmente falou, se sentando corretamente no sofá, secando as lágrimas.

— Ei, não veja por esse lado... eu sei que pode parecer horrível ter o homem que um dia quis te destruir como seu pai, mas ele não sabia de nada... ele mudou, e por mais que tudo tenha desandado, ele te ama! — Zelena falou

— Ama? Quem ama não faz nada do que ele fez! — Regina respondeu

— Ele queria encontrar o filho, Regina. Coloque-se no lugar dele... ele não fazia a miníma ideia de que você também era filha dele tanto quanto o Baelfire. Se fosse o Henry, ou a Marissa você também passaria por cima de qualquer pessoa que julgasse mais uma no caminho. E mesmo você sendo mais uma no caminho dele, ele acabou cultivando carinho por você. Ele te viu crescer, sabe o que tem no seu coração e nada vai mudar. Querendo ou não, ele esteve presente na maior parte da sua vida! — rebateu

— Você lembrou bem, ele me separou e tentou matar a minha filha. Por sinal, a própria neta! — se levantou ficando no meio do escritório

— Pela milésima vez: ele não sabia. E depois, a Marissa era quem mais deveria estar sentida nesse ponto. Saber que o próprio avô a separou dos pais e tentou afoga-la. Mas não, ela está lá fora, conversando com ele numa boa e tentando vir te consolar. Vai se tornar a próxima aluna dele e não está nem ai pra um fato que aconteceu á 16 anos atrás. Você devia seguir o exemplo dela! — aconselhou, vendo-a respirar fundo completamente confusa.

— O que te faz ter tanta certeza que ele gosta tanto de mim assim? Que ele está tão arrependido? Se o meu irmão não conseguiu despertar totalmente esse lado bom nele, quem dirá eu! — argumentou

— Ele se arrependeu tanto com o Neal, que criou a maldição e fez tudo o que fez pra conseguir tentar ser digno dele. Ele não é perfeito, e isso nunca vai mudar. Mas quem de nós é? Todos nós erramos, Regina. O importante é querer fazer diferente. E eu tenho toda essa certeza porque nunca vou me esquecer do que ele me disse quando o mantinha preso... — falou

— O que ele disse? — indagou, curiosa

— Que não importava pra qual época eu voltaria ou quantas vezes eu voltaria, nada ia mudar. Se ele voltasse no tempo, ele te escolheria do mesmo jeito. E que nunca ia se arrepender de ter participado da sua vida, e que eu poderia tentar como fosse, mas nunca chegaria aos seus pés. Jamais seria você! — contou, vendo a expressão surpresa da irmã — disse também que você era um ser humano incrível, não importa se estava de Evil Queen ao menina dos estábulos. Seu interior é lindo, e você é única. Que eu jamais seria capaz de ser assim... e se isso não for admiração e carinho, Regina, eu não sei mais o que é! — finalizou, vendo-a ficar sem reação.

— Está inventando tudo isso, não está? — foi a única coisa que escapou de seus lábios, porém ela negou com a cabeça.

— Ninguém está dizendo que você deve correr pra abraça-lo e chama-lo de papai. Todos nós sabemos bem que as coisas não são assim. Mas o que eu quero te dizer é que, o pai por quem você tanto procurava, o cara que você sempre quis te afastasse os monstros que te assombram desde que nasceu tá lá fora, pronto pra começar a fazer isso. Eu sei que há muita história entre vocês, história muito complicada. Mas nada nessa vida pode ser perfeito... mas ele sempre foi o homem que esteve do seu lado, mal ou bem. O homem que te ensinou tudo o que você sabe, a quem você sempre se aliou e correu atrás quando precisava de ajuda e não tinha ninguém. Esse homem é o seu pai, e te quer como filha. É mais do que um ótimo começo. Quantas pessoas nesse mundo que foram rejeitadas por seus pais desejariam apenas um pouquinho disso? — expôs — eu sou uma delas, Regina. Fui rejeitada pela minha mãe biológica que preferiu o poder á mim, rejeitada por meu pai adotivo que me achava uma aberração e deu graças á Deus quando sai de casa e rejeitada pelo meu pai biológico, que nunca ao menos quis saber de mim. Muito pelo contrário, pediu dois ou três colares de ouro pra não contar sobre a gravidez da mamãe pra ninguém. Como eu queria descobrir que esse cara não é o meu pai de verdade, e sim alguém que mesmo tendo altos e baixos sempre esteve comigo e me ensinou tudo o que sei? E ainda saísse por ai dizendo que nunca chegarão aos meus pés? — desabafou — seria o meu sonho. Eu juro que não pediria nunca nada mais na minha vida! — admitiu

— As coisas não são tão simples assim... — Regina falou, mais receptiva.

— Mas podem ser, só depende de você. Ninguém pode apagar ou voltar atrás e começar tudo de novo, mas podemos começar agora e fazer um final perfeito. Talvez até melhor do que seria se começarmos de novo. — aconselhou — não foi o que você me disse há um tempo atrás? — lembrou — e você estava coberta de razão. Me sinto infinitamente melhor agora, bem melhor do que estaria se estivesse rodeada de poder na floresta encantada e com todos aos meus pés por medo, e não por vontade própria! — admitiu

— Você está certa! — finalmente um sorrisinho tímido brotou de seus lábios — obrigada, minha irmã! — disse, a abraçando novamente.

— Não há de que! — devolveu o abraço — agora que tal abrir aquela porta e deixar seu marido, e seus filhos entrarem? Estão todos preocupados com você. Eles te amam também, Regina. E essa sua barreira os afeta! — aconselhou, e ela assentiu, se dirigindo até a porta e abrindo.

Assim que viu a esposa aparecer na porta, David correu e a abraçou, beijando-a calorosamente.

— Meu amor... — sussurrou, beijando delicadamente seus lábios — você está bem? — questionou, ainda abraçado á ela, a olhando nos olhos com uma feição preocupada.

— Estou, me sinto melhor. Não se preocupe! — respondeu baixinho, sentindo-se acolhida nos braços dele — te amo! — sussurrou

— Também te amo! — sussurrou de volta, a beijando.


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