Na loja de Gold...

— É, tenho que admitir... finalmente um feitiço negro acabou bem! — Belle observou, recolhendo alguns livros de cima do balcão

— Na verdade não é bem negro, já que envolvia o amor... — Gold respondeu

Nesse instante, o barulho do sino da loja ecoa pelo ambiente, e Marissa adentra o local.

— Oi Gold — diz rapidamente — Belle, preciso conversar com você. Vamos! — ela puxa a amiga pelo braço, e sai arrastando-a até a saída

— Ei, espera ai... porque não pode conversarem aqui? — Gold interviu

— É assunto particular, com licença! — Marissa respondeu

— O que aconteceu? — Belle questionou, confusa

— Vai acontecer, vamos! — insistiu

— Espera, deixa eu pegar minha bolsa e vamos pra biblioteca! — afirmou, e pegando suas coisas, e saiu com ela

Na biblioteca...

— Então, posso saber que assunto tão urgente é esse? — Belle perguntou, organizando algumas fichas em sua mesa

— Não é urgente — Marissa deu de ombros, sentando-se na mesa — é apenas um segredo, e você é a única que vai saber! — esclareceu

— O que você aprontou? — cruzou os braços, lançando-lhe um olhar de repreensão

— Não fiz nada... — fez cara de ofendida, mas Belle negou com a cabeça — ... ainda! — sussurrou

— O que você está pensando em fazer dessa vez? — indagou

— Promete que vai manter segredo? — pediu e Belle assentiu com a cabeça — estou compondo uma música pros meus pais, pra cantar no casamento deles — revelou — na verdade, é mais pra Regina. É sobre ela... eu já terminei a parte instrumental, pelo menos pro piano. Estou trabalhando com os outros instrumentos com os músicos, e quero colocar alguma parte pra um coral. Só falta a letra, eu já escrevi algumas coisas, porém soa mais como um poema. Só vou conseguir terminar em frente ao piano quando estiver sozinha na casa da Regina! — contou

— Sério?! — exclamou, surpresa — isso é ótimo, Marissa. Posso ler o que já conseguiu escrever? — pediu, e Marissa tirou uma folha de papel do bolso, entregando-a a ela. A mesma o leu atentamente — vai dar uma senhora música — observou

— Você acha que está ficando bom?

— Achar? Eu tenho certeza! Regina vai adorar. Não só ela, todos nessa cidade. Está realmente muito parecida com ela, e isso é incrível porque você não acompanhou praticamente nada da vida da sua mãe, e no entanto, descreve o que ela passou ou sente, enfim, melhor do que qualquer um! — Belle afirmou — Nem Henry que enxerga e sempre despertou o bem nela consegue descrever as coisas assim...

— Talvez porque eu já tenha passado por coisas semelhantes á ela, não sei... nunca consegui enxergar um único lado de uma pessoa. A famosa aparência, ou aquela máscara que ela tenta colocar. Pra mim, as pessoas mais frias já foram as mais doces... — observou — e quanto ao Henry... eu o amo, realmente considero como um irmão mais novo, mas nunca consegui concordar com tudo que ele pensa. Regina, Gold, Hook e quase todos que são considerados vilões no mundo de vocês, tem uma terrível história no passado. E os ditos "mocinhos" provavelmente já os machucaram — revirou os olhos — Regina fez coisas horríveis, sou obrigada a concordar... mas seus sentimentos foram mais pisoteados tanto quanto o que ela fez. Ela foi muito forte... não sei se conseguiria suportar tudo o que ela passou... — Marissa observou

— Eu concordo, há sempre um ser humano por trás de cada um — Belle sorriu, pensativa — mas você também teve uma história sofrida... cresceu achando que seus pais tentaram te matar, ficou vagando pelas ruas, apanhou, sofreu diversas humilhações tanto de desconhecidos quanto de seus pais adotivos... você foi forte! — rebateu

— Você tem razão, eu cresci achando que meus pais tentaram me matar. Mas com ela... não sei... ainda foi pior. Tipo, pelo menos eu nunca ouvi da minha verdadeira mãe que eu era uma catástrofe, o que deveria ou não ser, e nunca fui obrigada pela mesma á fazer algo que não queria. Aliás, Cora não pode nem ser chamada de mãe! — Marissa deu de ombros

— Mas enfim.... voltando á música, eu quer ouvi-lá cantar, hein?!

— Eu não vou cantar, Belle. Vou contratar uma cantora! — revelou

— Ah, não. Pode ir parando. Se você está fazendo isso, que faça por inteiro! — rebateu

— Belle, eu não vou subir em cima de um palco e cantar na frente da cidade inteira. Eu nem sou tão boa assim! — insistiu

— Qual o problema? E sim, pelo que Tinker, Emma, Henry e seu pai disseram, você é ótima. Para com isso de modéstia! — continuou

— Eu nunca vou conseguir ficar em cima do palco, Belle. NUNCA! — reafirmou — não importa o que disseram, eu não vou fazer isso!

— Marissa, pra ser especial, você vai ter de cantar! — argumentou — nenhuma outra pessoa vai passar a mesma emoção que você vai passar se cantar, simplesmente pelo fato de que você conhece todo o porque de cada palavra que vai ecoar. Não vai ter o mesmo brilho se for outra pessoa, Marissa. Por favor... — insistiu — pelo menos faça um ensaio quanto ela estiver pronta e me mostre. Por favor! — pediu, e a amiga assentiu

— SÓ UM ENSAIO! — reafirmou

Na delegacia...

— E ai, amor? — Hook adentrou, tirando Emma de seus pensamentos

— Já disse pra não me chamar assim... acredite, nunca vamos ter nada! — revirou os olhos, voltando seu olhar para os anúncios de jornal.

— Ei, o que está lendo? — Hook o puxou, e começou a lê-lo

— Hook, me devolve isso! — ela se levantou, séria

— Apartamentos em Nova York? Quer voltar a morar lá? — questionou, incrédulo

— Quero — admitiu — quando toda essa loucura finalmente acabar, eu vou pegar meu filho e voltar pra minha vida! — contou

— Uma falsa vida, Emma! — lembrou

— Que era boa, muito melhor do que isso aqui! — puxou o jornal da mão dele, com força — prefiro uma vida ilusória num mundo real, onde eu sempre pertenci, do que uma vida real num mundo de contos de fada que pra mim, nunca vão sair dos desenhos infantis! — voltou a ler novamente seu jornal

Na casa de Regina...

— Eu não consigo acreditar! — deixou as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, ainda em choque

— Regina, acalme-se! — David a segurou e a guiou até o quarto, a sentando na cama e pegando um copo d'água — esses registros são muito antigos, talvez tenham errado alguma coisa. Não acredite logo de primeira! — a abraçou

— Não... — ela negou com a cabeça — esses são registros reais, nunca erram coisas assim... se ela escondeu de mim que teve outra filha, porque não esconderia se não fosse filha do homem com o qual ela se casou por interesse? — elucidou — mamãe teve muitos outros antes do papai... eu poderia ser filha de qualquer um...

— Não se desespere... eu prometo que nós vamos descobrir toda a verdade, e juntos, tudo bem? — a olhou nos olhos, depositando um beijo em sua testa — vamos analisar as datas, pessoas que ela conhecia, podemos usar um de seus feitiços ou pedir um ao Rumple... não sei, mas vamos atrás! — afirmou

— Rumple... — Regina lembrou — ele conheceu a mamãe antes dela se casar com meu pai — sorriu — talvez ele saiba... aliás, ele tem aquele globo mágico que serve pra achar nossos familiares. É isso! — ela se levantou da cama, e indo até o armário escolheu uma roupa e seguiu em direção ao banheiro

— O que vai fazer? — David questionou, ao vê-la sair depois de uns minutos

— Acho que está na hora de fazer um acordo com o senhor das trevas!