Unbroken escrita por Angel


Capítulo 38
I Love You




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De volta á Storybrooke...

— Marissa? — Mary cutucou a menina que estava dormindo profundamente em uma poltrona, ao lado dos pais.

— Hãn...? — a mesma abria com dificuldade os olhos, acordando vagarosamente — Snow? Que horas são? — bocejou, em seguida se espreguiçando

— Exatamente quinze para a meia-noite. Você deve estar muito cansada, precisa ir pra casa, tomar um banho e dormir! — observou

— Onde está o Henry? — passou o olho pela ala, procurando o irmão

— Não se preocupe, Hook o levou para casa há algumas horas! — elucidou

— E eu não vi nada — bufou — que ótima responsabilidade como babá eu tenho! — cruzou os braços

— Está tudo bem — ela sorriu — não se culpe. Você passou mais da metade do dia aqui, é natural que acabasse pegando no sono. Precisa ir! — falou

— E eu não achei ninguém que pudesse ficar no meu lugar. Estou ligando há um tempão pra minha tia Zelena e ela não atende o celular. Liguei na Granny's, e a Ruby falou que ela havia saído no fim da tarde. Onde será que ela se meteu?! — bufou

— Não se preocupe. Eu fico aqui até você conseguir falar com ela! — ela afirmou, sentando na poltrona que antes Marissa ocupava

— Você?! — observou surpresa — Não pode estar falando sério! — afirmou

— Mas estou. Eu disse que quero deixar o passado pra trás. E depois, é uma questão de necessidade. Não vou negar ajuda. Anda, vá pra casa e descanse. Assim que conseguir falar com Zelena peça que ela venha! — Snow explicou

— Casa? — riu — nem casa eu tenho. — revirou os olhos — Estou na pensão da Granny! — lembrou

— Eu sei — Snow assentiu — e não achei boa ideia você dormir sozinha. Por isso, pedi á alguém para lhe ceder a casa! — contou

— Quem? Emma? Duvido que o apartamento dela tenha espaço suficiente para mais alguém! — revirou os olhos

Snow negou com a cabeça.

— Na sua casa então? — questionou

Ela novamente negou.

— Não, na minha casa! — Belle entrou, sorrindo

Marissa arqueou a sombra-celha.

— Na sua casa, Belle? Mas e o Gold? — perguntou

— Você é minha amiga, não é nada demais lhe ceder um espaço. Já falei com ele, não se importa. Eu não sei qual foi o milagre, mas a trégua entre vocês foi pra valer — observou — tem um quarto sobrando, você pode passar a noite lá! — sugeriu

Marissa sorriu.

— Obrigada, Belle! — a abraçou — bom, eu vou indo. Obrigada você também, Mary. Eu vou tentar falar com a Zelena o mais rápido possível. Até mais! — acenou

Na casa de Gold...

— Eu adoro sanduíche de geleia, como adivinhou? — Marissa indagou, já devorando o que havia em seu prato. Estava faminta, ela nem havia almoçado.

— Bom, eu também adoro e como gostamos do mesmo cardápio, sabia que iria acertar! — Belle falou, sentando em frente á ela

— Boa Noite! — a voz de Gold ecoou pelo ambiente, adentrando a porta da frente e depositando um beijo em Belle — como vai a nossa mais nova visita? — não podia perder a irônia

— Vou bem, obrigada! — Marissa sorriu, também irônica

— Como vão os seus pais? — questionou

— Na mesma. Você sabe que não é fácil eles abrirem a mente, e tenho certeza que ainda vão demorar muito naquele lugar! — elucidou

— Pera ai, é coisa da minha cabeça ou vocês tem alguma coisa a ver com o que aconteceu? — Belle indagou

— Não contou pra ela? — Marissa se dirigiu á Gold

— Achei que você tivesse contado! — respondeu

— Alô, será que alguém pode me explicar o que tá acontecendo? — Belle ressaltou

— O QUE FOI QUE VOCÊS FIZERAM O QUE? — ela praticamente gritou, depois de tudo explicado — FICARAM MALUCOS? MAGIA NEGRA DE NOVO? ESTÃO CANSADOS DE SABER QUE ISSO VEM COM UM PREÇO! — deu o seu famoso sermão

— Eu sabia que iria ficar assim — Marissa deu de ombros — relaxa, Belle. Nada vai acontecer! — elucidou

— Já está acontecendo, Marissa. Será que você, ou melhor... vocês dois não podem parar de usar por um segundo? Já não basta tudo que tem acontecido por conta de magia negra e ainda continuam praticando? Porque não seguem o exemplo de Regina e Zelena? Elas estão precisando disso pra viver? NÃO! — esbravejou

Gold revirou os olhos, já acostumado com tudo aquilo.

— Belle, se acalma. Não precisa se estressar. Fizemos isso em nome do amor verdadeiro, não é verdade Rumple? E depois, só estamos ajudando — deu de ombros — e por falar na Zelena, vou tentar ligar pra ela pela milésima vez! — pegou seu celular de cima da mesa e discou o número da tia

Na casa de Zelena...

— Foi a coisa mais especial que já aconteceu, sabia? — sussurrou no ouvido de Robin

— Na verdade, sim — deu um sorriso safado, recebendo um tapa da ruiva no mesmo instante — também foi especial pra mim, princesa — depositou um beijo nos lábios dela

— Nunca pensei que pudesse ser amada dessa forma... — deitou a cabeça no peito nu dele, que acariciava seus cabelos — nunca tive ninguém que se importasse comigo.

— Mas agora você tem — levantou delicadamente o queixo dela, a fazendo olhar nos seus olhos — e eu prometo que nunca vou te deixar sozinha. Vou estar sempre ao seu lado, eu te amo! — a beijou novamente, se deitando por cima dela — o que acha de começarmos tudo outra vez? — indagou entre o beijo, já deslizando suas mãos pela coxa nua dela

Nesse instante, ela ouve o celular vibrar e o empurra de leve, esticando o braço para pegar o aparelho.

— Alô? Marissa? — ouviu a voz da sobrinha do outro lado da linha, que lhe deu uma enorme bronca — tá, desculpe — falava entre as palavras dela

— Não tô nem ai se você tá ocupada, se tá dormindo, ou o que estiver fazendo. Vai agora pro hospital ficar com a sua irmã, entendeu? Mais tarde eu vou ligar pra Mary e ver se você realmente foi. Você tem vinte minutos, ouviu bem? Vinte minutos. Agora vou desligar, tchau! — encerrou a ligação

Na manhã seguinte, na floresta negra...

David acordou com o sol batendo fortemente em seu rosto. Abriu levemente os olhos e observou Regina dormindo tranquilamente em seus braços, sorrindo em seguida. Não sabia porque, mas ela despertava essas sensações nele... tinha vontade de esbravejar contra ela, e logo em seguida beija-la. Abraça-la, quando ela ia distribuir-lhe tapas junto com seu xingamentos. Queria protegê-la, e não poderia imaginar a possibilidade de deixa-la ali, sozinha. Perdeu-se em seus pensamentos, e nem a percebeu se remexer em seus braços, despertando.

— David? Já amanheceu? — questionou, esfregando os olhos. Ela não poderia ficar mais linda, ele pensou.

— Já, e isso significa que é hora de ir — respondeu, sorrindo — temos uma longa jornada pela frente — se levantou e ergueu a mão em direção a ela, que se apoiou e se levantou.

Ambos seguiram o caminho indicado por Melody, e iam conversando e rindo ao mesmo tempo. Algumas horas depois, finalmente visualizaram a imensa ponte obscura. Apesar de fazer sol, havia uma forte neblina no local que era rodeado por inúmeras rochas e alguns urubus que sobrevoavam por ali. Só de pensar em olhar para aquele abismo, eles sentiam calafrios.

— Bom... chegamos! — David finalmente quebrou o silêncio perturbador que havia ali.

— Agora só precisamos saber como achar ou abrir esse portal. Que é a parte mais difícil, acredito! — Regina respondeu

— Ou talvez seja enfrentar os tais gnomos, caso eles resolvam nos dar boas-vindas! — rebateu

— Ou talvez sobreviver a esse lugar, que eu não sonharia estar nem em meus piores pesadelos — Regina admitiu — me sinto dentro de um filme de terror!

— Eu sei... também estou assustado — David admitiu — mas precisamos esquecer isso e focar no objetivo, tudo bem? Estou aqui, não se preocupe! — ele olhou fundo nos olhos dela, tentando transmitir segurança

Ela assentiu, e ambos começaram a observar por todos os cantos, em busca de alguma pista. Ficaram algum tempo assim.

— Nada! — Regina bufou — e eu já estou cansada. Cansada de procurar, de sobreviver, de ser forte, desse lugar, de tudo! — Regina exclamou, sentando em uma rocha

— Não desista tão fácil, Regina. Nós vamos conseguir, tenha fé! — ele se ajoelhou e segurou as mãos dela

Nesse instante, ambos ouvem um tremendo estouro, e em seguida, meia dúzia de pequenos homens surgiu da mata fechada, prontos a tudo. David puxou Regina pelo braço e ambos correram até a ponte, porém ela foi puxada pela perna e acabou caindo. David sacou a faca que tinha em seu bolso, e perfurou o braço do Gnomo, que soltou Regina. A mesma se levantou e correu pela ponte, com David atrás de sí. Mas dessa vez, ele que foi puxado. O mesmo tentou chutar o que havia o segurado, mas outro acabou o segurando. Regina teve de pensar rápido, e se tocou de uma coisa que podia derruba-los: Luz. Aquelas criaturas se escondiam no lugar mais escuro daquela floresta por isso, para se esconderem da luz. Pegou a faca de David que havia caído, e mirou em direção á eles. Com a ajuda da pouca fresta de sol que estava ali, a mesma bateu na lâmina e refletiu diretamente nas criaturas, que começaram a queimar e soltaram o príncipe. Regina correu em direção á ele, e o ajudou a se levantar.

— Precisamos sair daqui! — David tentou avisar, mas já era tarde. Os gnomos correram em direção á margem, e cortaram as cordas que seguravam a ponte de lado. David pegou a corda com uma mão, e com a outra segurou a mão de Regina. Ambos ficaram pendurados naquele imenso precipício. O barulho da corda que os sustentava prestes a se arrebentar começou a ecoar.

— SEGURA FIRME REGINA! — David gritou, tentando segurar as lágrimas que queriam correr pela sua face. Aquele não poderia ser o fim deles.

— Não vai aguentar nós dois, David! — a morena deixou finalmente as suas lágrimas escaparem

— Vai, Regina. Segura firme a minha mão! — ele pediu

— David, me perdoa por tudo o que te disse e se algum dia cheguei a te machucar! — pediu

— Regina por favor, não! — ele respondeu, entendendo que aquilo era uma despedida. Sua voz estava falha, seu coração doía.

— EU TE AMO! — ela proferiu, entre as lágrimas. Seu eco se fez pelo ambiente, e um imenso buraco azul rodeado de luz surgiu na margem — o portal! — um sorriso brotou de seus lábios

David voltou seu olhar para ela.

— Aguenta firme, nós vamos conseguir! — ele pediu

— Só um vai passar pelo portal, David... — ela lembrou e viu as lágrimas escorrerem dos olhos dele — cuida bem da nossa filha por mim... adeus! — finalizou, soltando sua mão da dele

— NÃO — ele começou a gritar, ao vê-la se soltar dele e finalmente sumir naquele imenso abismo — NÃÃÃÃÃO! — as lágrimas finalmente escorriam pelo seu rosto e seu grito deve ter ecoado pela floresta negra inteira. Sentiu seu coração ser arrancado de seu peito. Ela não poderia ter ido, não poderia. Ela disse que o amava, e ele nem foi capaz de dizer que sentia o mesmo.

— DAVID? — a voz de Melody ecoou da margem — segura ai, eu vou te puxar de volta! — falou, puxando a corda que antes era uma ponte. Não demorou muito, e ele estava de volta em solo. Mas sua vontade era de se jogar naquele abismo e morrer junto com ela. Melody entendeu as lágrimas dele, e preferiu esperar que ele se acalmasse para poder contar tudo.

— Ela trocou a vida dela pela minha... disse que me amava e eu nem fui capaz de dizer que sentia o mesmo! — finalizou, soluçando — eu perdi a mulher que amava e só me dei conta disso tarde demais!

— David... não é o portal? — Melody apontou — vocês o abriram. Como fizeram isso? — questionou

— Eu não sei... não me importa mais... não quero voltar sem ela! — respondeu

— O que foi que vocês fizeram? Talvez ai esteja a resposta que você precise! — ela continuou

— Eu já disse, os malditos gnomos cortaram a ponte conosco em cima, e ela pulou pra me salvar! — respondeu

— Não, tem mais uma coisa... — ela insistiu

— O que, Melody? Quer parar com isso? — ele não queria ser grosso, mas estava ferido demais para pensar em qualquer outra coisa naquele instante

— O que o bilhete dizia? — ela reformulou a pergunta

O mesmo o puxou no bolso.

"Uma viagem vai começar, o prêmio estará refletido nos olhos do outro. Quando você ver o que te falta, o amor sincero o traz de volta!" — ele leu em voz alta — isso é tudo culpa desse maldito bilhete, olha o que eu faço com ele! — amassou o mesmo e o arremessou longe

— David, para de ser estúpido e presta atenção na última frase — ela alertou — "o amor sincero o traz de volta" — ela reforçou

— O que tem essa maldita frase? — ele estava com os olhos inchados, não tinha mais lágrimas

— O que foi que a Regina te disse? — ela devolveu a pergunta, e só então ele se tocou

— Que me amava...

— E logo em seguida o portal se abriu não é mesmo? — ele assentiu — então, essa é a resposta. Ela admitiu o amor, de forma sincera, e isso vai te levar de volta pra Storybrooke! — elucidou

— Não me importa mais — deu de ombros — ela se foi, não tem mais sentido seguir sem ela...

— David, você sabe que isso aqui é um submundo e que não estamos aqui em corpo, não sabe? — questionou

— O QUE? — seus olhos se encheram de esperança

— É isso mesmo que você ouviu. Você e Regina estão em Storybrooke, pelo menos os seus corpos. Ela não morreu, porque espiritos não podem morrer. Você deve voltar pro seu corpo e trazê-la de volta! — aconselhou

— Mas, como eu vou fazê-la voltar pro corpo? — questionou

— O amor dela vai fazê-lo voltar, agora o seu deve fazê-la voltar! — respondeu

— Como assim?

— Qual a única coisa capaz de quebrar qualquer maldição no mundo? — lembrou

— Um beijo de amor verdadeiro! — proferiu, finalmente entendendo

— E o que está esperando? Passe por aquele portal e encontre-a! — sorriu

— Melody, muito obrigada por tudo! — a abraçou — adeus! — disse e pulou no portal

Em Storybrooke...

Todos estavam reunidos em frente aos leitos de Regina e David.

— O vovô está acordando! — a voz de Henry ecoou na cabeça de David, que vagarosamente foi abrindo os olhos. Sua cabeça doía, e via tudo turvo. Nesse mesmo instante, ouviu-se o som de aparelhos ecoarem pelo ambiente.

— ELA ESTÁ MORRENDO! — ele ouviu a voz de Whale, e logo pensou em Regina. Tentou levantar da cama, mas viu tudo a sua frente rodar.

— NÃO, MÃE! — Henry gritou, abraçado ao corpo de Regina

David abriu de vez os olhos, e finalmente se deu conta do que estava acontecendo. Se levantou da cama e dirigiu-se ao leito de Regina.

— Não há mais o que se fazer... ela se foi! — Whale diagnosticou, desligando os aparelhos que a envolviam. Lágrimas escorreram pelo rosto de David, que fitou o rosto da morena, agora sem nenhuma expressão.

— MARISSA VOCÊ DISSE QUE NADA IA ACONTECER! — Henry gritou, e Marissa fez sinal de silêncio, e Gold lançou-lhe um olhar de "está tudo sob controle"

David sentou na beirada da cama, e tomou Regina em seus braços.

— Por favor... não me deixa — sussurrou suavemente — eu te amo! — desabafou, e depositou um beijo nos lábios dela. Se afastou em seguida, e abriu os olhos vagarosamente. O silêncio pairou no local. Instantes depois, Regina respirou fundo e abriu os olhos, indo diretamente de encontro aos dele.

— Sabia que era você! — sorriu, e o beijou de volta.


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