Unbroken escrita por Angel


Capítulo 36
Yellow




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David fez sinal de silêncio, e Regina entendeu.

— Deve ser um ogro — sussurrou — eles se guiam pelos sons. Vamos ficar bem quietos, sem fazer qualquer tipo de barulho, e ele vai embora! — ela assentiu

E como ele havia dito, aos poucos, o barulho foi cessando, e a tal coisa, se afastou.

— Acho que ele já foi... — Regina falou um pouco mais alto

— Sim — ele concordou — eu sei o que falo, majestade! — disse ele, colocando as mãos no bolso. Ela cruzou os braços. No entanto, ele sentiu que havia algo dentro de um de seus bolsos. Puxou, e deu de cara com um pequeno pedaço de papel — O BILHETE! — afirmou, alegre

— ÓTIMO! — ela finalmente sorriu — nosso passaporte pra sair daqui. O que diz? — indagou

— "Uma viagem vai começar..." — ele começou — ah, então era essa a viagem. Que interessante! — ele observou

Regina bufou.

— Ah, me dá isso aqui! — puxou da mão dele — blá, blá, blá... "o amor sincero o traz de volta" — leu em voz alta — que ótimo, vamos ficar assim pra sempre! — bufou novamente

— Sejamos positivos — ele argumentou — vamos dar as mãos, fechar nossos olhos e sermos sinceros. Pense em tudo, e seja sincera! — disse ele, e ambos o fizeram — muito bem, estou sendo sincero. E você? — questionou, ainda de olhos fechados

— Tô, tô sendo sincera! — respondeu impaciente, também de olhos fechados

— Não está sendo o bastante porque ainda estamos aqui! — afirmou

— DE NOVO COLOCANDO A CULPA EM MIM?! — ela gritou, abrindo os olhos e puxando as mãos com força

— SE AJUDASSE UM POUCO, TALVEZ NÓS JÁ TERÍAMOS SAÍDO DAQUI! — ele devolveu no mesmo tom

— E VOCÊ? O QUE TÁ FAZENDO PRA NOS AJUDAR? — ela respondeu

Nesse instante, um enorme ogro saiu da imensa mata escura, e veio em direção á eles. Ambos saíram correndo.

— E AGORA? O QUE FAZEMOS, SENHOR ESPERTO? — Regina indagou, já ficando sem fôlego

— VAMOS TENTAR NOS ESCONDER NA MATA! — falou, adentrando a mesma seguido por Regina

— ELE TÁ VINDO ATRÁS DE NÓS! — ela gritou, até ambos sentirem serem puxados para um canto e uma nuvem amarela os envolverem

Se viraram após a mesma sumir, e derem de cara com uma ruiva de aproximadamente 20 anos fazendo sinal de silêncio. Eles assentiram, e após a mesma certificar-se que ele havia sumido, resolveu falar.

— Ele já foi, podem ficar tranquilos! — se levantou, e ambos fizeram o mesmo — me desculpem se os machuquei, mas não encontrei outro jeito na hora! — explicou

— Não, tudo bem. Obrigada por nos salvar! — Regina agradeceu

— Não há de que. Sou Melody, muito prazer! — sorriu

— Prazer, me chamo David e essa é Regina! — ele respondeu

— O Prince Charming e a Evil Queen?! — ela reconheceu, de queixo caído — é uma honra, altezas! — curvou-se

— Nos conhece? — Regina perguntou, espantada

— Claro. Quem não? Eu morei na floresta encantada até seu casamento com a princesa Snow White! — dirigiu-se á David — como vieram parar aqui?! — questionou

— Nossa filha nos mandou! — David respondeu

— A famosa salvadora? — a garota perguntou, encantada e ao mesmo tempo sem entender — mas porque ela faria isso?

— Não foi Emma, foi nossa filha — Regina sinalizou os dois — entende?

Ela abriu a boca, completamente em choque.

— Pera ai! Vocês tiveram uma filha?! Agora entendi porque estavam dormindo abraçados na caverna, hoje de manhã... vocês são um casal! — ela finalmente concluiu — quem diria...

— NÃO! — disseram rapidamente, em coro

— Apesar de termos uma filha, nós não temos nada um com o outro! — Regina tratou logo de esclarecer

— Somos amigos... — David disse, nervoso

— Na verdade, colegas... — Regina continuou, também nervosa

— Apenas conhecidos! — David finalizou, e ela concordou.

— Não era o que parecia! — Melody cruzou os braços

— Pera ai. Disse que nos viu, sabe quem somos, porque não falou conosco? — Regina perguntou

— Eu os vi de longe. Não tinha assimilado quem são, até agora. Faz mais de 30 anos que não os vejo! — explicou — eu percebi que estão cansados e com fome, vamos fazer o seguinte: eu os levo até a minha casa, faço um lanche e vocês me atualizam nas novidades! — propôs — não é querendo fazer pressão ou me gabar, mas... eu faço um bolo de laranja delicioso! — piscou

— Topamos! — ambos concordaram, e foram caminhando até a humilde casa da menina

Algumas horas depois...

— E então, acordamos aqui. — David finalizou — Marissa e Gold disseram que vamos achar a resposta um no outro, e ai conseguimos voltar. Mas, o problema é: nós não fazemos a menos ideia de como fazer isso! — explicou

— A filha de vocês, tentando bancar o cupido pra uni-los? — ela soltou uma risada — ela me muito uma amiga minha, fazendo isso! — disse, retirando o bolo do forno

— E onde está ela? — Regina questionou — você mora sozinha aqui?

— Eu não á vejo há muitos anos... bem antes de vir para cá. E sim, eu moro sozinha. Tirando gnomos, ogros e derivados, sou a única por aqui! — elucidou

— Espera... disse que nos viu pela última vez há 30 anos atrás, e disse que morou na floresta encantada. Quem é você? Como veio parar aqui, se estava na floresta encantada? — Regina questionou

— Sim, eu os vi há trinta anos atrás, e morava na floresta encantada antes de ser banida pra cá! — explicou

— Disse que foi banida? Como? Por quem? — David perguntou

— Pela Blue Fairy! — revelou

— Pela Blue? Espere, então você é uma fada? — Regina indagou

— Eu era... antes dela me banir, e tirar minhas asas! — afirmou

— Mas, porque? Porque ela fez isso com você? — David questionou

— Por usar o pó de fada "sem a permissão dela" — tentou imitar o jeito de falar — e detalhe: pra ajudar as pessoas. Como se fosse errado usa-lo pra isso. Essa sempre foi a sua finalidade, e ela achava que deveria julgar com quem deveríamos ser boas ou não. Eu usei e abusei do pó de fada, e não me arrependo. Ajudei muitas pessoas com isso, e se elas eram vilãs ou mocinhos de verdade, ou no conceito dela, eu não me importo. Nunca gostei da Blue, mesmo. Pra mim ela nunca passou de uma hipócrita! — contou

— Uau... é a primeira pessoa que vejo falando mal da "tão querida e boa" Blue Fairy! — Regina falou, surpresa

— Querida e boa?! — Melody riu — por favor. Ela poderia até ser querida por mais da metade da floresta encantada, mas de boa ela passa longe. Me desculpem, mas eu não considero boa alguém que impede duas pessoas que se amam de ficarem juntas só por terem funções diferentes no nosso reino! — explicou — o que ela fez com Grumpy e Nova foi ridículo. Não é ela quem diz que apoia o amor verdadeiro, e que é a magia de luz mais poderosa do mundo? Se apoia tanto, porque os impediu? Só porque eram um anão e uma fada? Fadas são tão superiores que não podem se interessar por simples mineradores? Com eles é diferente do resto do mundo? Faça-me o favor! — cruzou os braços

— Bom... ela deveria saber o que estava fazendo... ela só faz coisas boas— David disse

— Não tente defendê-la. Eu NUNCA vi a Blue ajudar alguém que não fosse o "mocinho" da história. Nunca a vi estender a mão pra um vilão, ou uma simples pessoa que errou e precisa de uma única ajuda na vida. Ela os ajuda, porque você é um príncipe e foi casado com a Snow. Ajudou Pinóquio porque se comportou com o pai, e se mostrou verdadeiro e blá, blá. Mas, Regina, diga-me: quantas vezes você recebeu uma ajuda dela sem precisar que Snow ou afins pedissem? — questionou, vendo Regina negar com a cabeça — podem me falar o que quiserem, mas pra mim, uma fada realmente boa estende a mão á quem quer que seja, se a pessoa realmente estiver precisando. Ainda mais ela, que se diz tão pouca e de coração puro. Ela é quem mais deveria ajudar qualquer pessoa, e não controlar as fadas, e castigar aquelas que assim o fazem. Porque foi isso que ela fez, não só comigo, mas com Nova, e minha amiga que falei. Seu nome era Tinkerbell, foi banida e perdeu as asas depois de tentar ajudar alguém com o pó de fada! — contou

— Você conhece a Tinker? — Regina perguntou, surpresa

— Sim, eramos boas amigas. Você sabe dela? Ela conseguiu voltar? Está em Storybrooke? — questionou

— Sim, ela está em Storybrooke. É minha amiga. Está bem, e só foi castigada pela Blue por minha culpa. Ela roubou o pó pra me ajudar! — Regina contou

— Ah... eu soube um pouco dessa história. Ai, que bom que está bem. Sinto tanta falta dela. Nós duas odiávamos quando a Blue nos chamava por nome de cor — riu ao lembrar-se — ela era a Green, e eu a Yellow. Só pela cor da roupa, que aliás a própria Blue escolhia pra nós — bufou — fala sério, eu nem de amarelo me visto mais, meu cabelo é vermelho. Nunca teve nada a ver! — explicou

— Sentimos muito por tudo, Melody... — David falou, sincero

— Porque não tenta achar o caminho de volta? Se quiser, pode ir a Storybrooke conosco! — Regina disse

— Não, obrigada. De verdade, estou bem aqui. Só quero pedir um favor: Quando voltarem, digam pra Tinker que estou com saudades, e que ela sempre será a Tomtom!

— Pode deixar, eu digo isso á ela: mas, porque Tomtom? — Regina perguntou

— Foi um apelido que dei pra ela, porque ela tinha uma boneca com esse nome, e todas as fadas riam dela por isso. Um dia, ela sumiu, e a Tinker quase teve um ataque. Desde essa época eu a chamo assim!

— Entendi! — afirmou

— Melody me diz uma coisa, você sabe como fazemos pra voltar? — David perguntou

— O que o bilhete dizia? — perguntou, e David o entregou á ela — bom, se juntar o que a Marissa disse com esse bilhete, fica tudo bem claro: vocês precisam abrir seus corações e serem sinceros um com o outro. Não tem segredo! — ela deu de ombros

— Nós já tentamos isso. Não adianta. Precisamos de um portal, ou algo assim! — Regina afirmou

— Bom... dizem que existe um portal que pode levar a pessoa aonde ela quiser! — contou

— E como fazemos para encontrá-lo? — David perguntou

— Segundo o que contam, ele fica na ponte dos Gnomos!

— Moleza, então! — Regina sorriu

— Não são gnomos qualquer. Estamos na floresta negra, todos os seres que residem aqui, são das trevas. E eu posso assegurar: quem passou por aquela ponte, nunca voltou pra contar... — elucidou

— Seja como for, nós temos que tentar. Não podemos ficar aqui! — David falou

— Bom, se é isso que querem, eu posso explicar como fazer pra chegar lá. Agora, achar o portal, isso é com vocês. Ninguém nunca o achou! — esclareceu

— Como assim? Nós temos que achar um portal? — Regina estava sem entender

— Sim, ele está por lá, mas meio que oculto. Reza a lenda que apenas uma pessoa realmente especial, e que desvende o mistério do portal, pode passar por ele! — contou

— Que ótimo. Vamos estar no local, mas não poderemos vê-lo! — Regina bufou

— Seja como for, acharemos um jeito de vê-lo e passar por ele. Vamos pra lá, agora! — David se levantou

— Tem mais uma coisa! — Melody alertou

— E as novidades não param por ai... — Regina ironizou

— Só uma pessoa pode passar por ele! — contou, e eles dois se olharam, assustados — só um de vocês vai voltar por ele, o outro terá de ficar! — elucidou


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