Unbroken escrita por Angel


Capítulo 24
Snow Drifts




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Storybrooke em peso batia com força na porta da casa da prefeita. Estavam dispostos á tudo. Rumple finalmente saiu e deu seu melhor sorriso irônico.

— Boa noite — sua voz soou, completamente cínica — em que posso ajudá-los?

— Parece que a rainha má ficou com medo e precisa da ajuda do senhor das trevas — Leroy zombou — mas saibam que não vai adiantar. Vamos acabar com ela a qualquer custo! — afirmou, seguido de gritos da multidão

— Medo? — Regina finalmente saiu — não seja ridículo. Porque eu teria medo de um bando de anões estúpidos e meia-dúzia de plebeus desocupados?! Poupem-me! — cruzou os braços

— Por favor, Regina. Não piore! — Tinker também saiu

— Você pode tentar trazer dez senhores das trevas, uma hora nós vamos chegar até você e acabar com isso que chama de vida! — Whale disse

— Se eu fosse você, procuraria saber melhor as coisas, dear! — Rumple respondeu tranquilamente

— Concordo plenamente! — foi a vez de David

— Até você, David? Eu não posso acreditar! — Ruby afirmou, incrédula — ela tentou matar sua esposa! Porque á defende? — indagou

— Porque ela é inocente! — respondeu

— Não pode estar falando sério! — Leroy disse, também incrédulo

— Acho que você deveria parar de espalhar fofocas por ai, Leroy. Porque geralmente, elas nunca são verdadeiras! — Regina o respondeu

— Eu já me cansei disso — Granny afirmou, em seguida atirando uma flecha em direção á Regina que se escondeu atrás de Rumple. O mesmo, impediu que a fecha chegasse até eles, a transformando em cinzas.

— Vocês terão que fazer muito melhor do que isso! — Rumple sorriu

— Essa gente é engraçada! — Hook comentou, soltando uma risada

— Vocês estão cegos! — Leroy disse

— Não estão não — a voz de Emma soou, levando Snow até a frente da casa, ficando diante de todos — chegou a hora, Mary. Você precisa dizer toda a verdade! — se dirigiu á ela

— Mas, o que está acontecendo? — Whale questionou

— Eles estão dizendo a verdade... Regina não tentou me prejudicar, foi o contrário... — contou — eu a coloquei sob a maldição do sono e tentei lhe tirar seu amor mais uma vez! — revelou

— Isso não é possível, você não é assim... — Leroy revidou

— Não sou tão pura como vocês pensam... — desabafou — eu tentei prejudicar a Regina e não é a primeira vez... acho que está na hora de eu contar toda a verdade sobre como tudo isso começou... — respirou fundo, segurando as lágrimas — eu era menina... havia acabado de perder minha mãe, meu pai estava viajando e eu acabei por sair pra cavalgar um pouco. Foi quando, até hoje não sei como, meu cavalo disparou e eu vi minha vida passar diante dos meus olhos. Mas até entrando em terras e passando por inúmeros passos, eu pude perceber uma jovem vindo atrás de mim, e em seguida me puxou do cavalo, salvando minha vida. Sim... essa jovem era Regina... completamente diferente do que vocês conhecessem. Uma menina doce, humilde, gentil e que conquistava todos que a conhecia. E inclusive, meu pai... que a pediu em casamento assim que soube que ela havia salvado minha vida e a conheceu pessoalmente... — Regina fechou os olhos, tentando não lembrar junto com ela — ela não queria, mas a mãe dela acabou aceitando o pedido por ela, e a obrigou a se casar com meu pai. Cora... se é que podemos chama-la de mãe... desculpe, Regina, mas ela nunca foi sua mãe de verdade. Ela tentou moldar a Regina, criar a personalidade dela a vida toda. Sempre que estava por perto, tudo que ela ouvia de Cora eram críticas e mais críticas. A pessoa que mais deveria apoia-la e ama-la da forma como era, a criticava mais do que tudo. Cora queria que Regina fosse uma rainha, uma dama da alta sociedade á qualquer custo, enquanto que ela desejava somente a liberdade. Regina usava botas e calças de montaria, e Cora no mesmo instante as transformava em vestidos de festa e sapatos de cristal. E claro que, com a proposta de casamento do rei, ela a obrigou a aceitar a qualquer custo. Mas, Regina tinha um segredo... um amor, pra ser mais exata. Seu namorado, o tratador de cavalos. Assim que soube que teria que se casar, planejou fugir com ele, e eu acabei descobrindo tudo... — as lagrimas já lhe escorriam pela face, e ela retomou o fôlego mais uma vez — ela me pediu por tudo no mundo pra que não contasse á ninguém, milhares de vezes, principalmente pra mãe dela, e eu prometi que não contaria, mas falhei com a promessa. Uma falha que não só custou sua liberdade, como a vida dele... Cora acabou esmagando o coração dele na frente de Regina. — revelou, e Regina não aguentando mais, deixou as lágrimas lhe percorrerem a face. David olhou para ela, e sentiu seu coração se despedaçar. Sua vontade foi de abraça-la e dizer que tudo ficaria bem, mas preferiu não fazer nada — ela tentou fugir sozinha, mas era sempre impedida pela mãe... e até que, não lhe restando saída, mandou-a para o País das Maravilhas, com a ajuda de Rumple. Mas isso não amenizou nenhum pouco a dor que ela sentiu com o passar dos anos... apesar de bom, meu pai nunca deu importância á ela, que sempre viveu presa no palácio, jogada pelos cantos. Eu cresci vendo Regina ficar com o coração negro aos poucos... e de repente, aquela menina doce que um dia salvou minha vida, se tornou uma mulher fria que resolveu se vingar de todos aqueles que destruíram sua vida. Primeiro meu pai, que nunca a deixou ir... em seguida, eu. Que ao invés de tentar acabar com aquilo antes que tantas vidas fossem perdidas, piorei as coisas falando mal dela pro reino inteiro, sendo assim, todos começaram a rotula-la. Sim, Regina, você tem razão — se dirigiu a morena — você sempre foi a rainha, eu que coloquei o má no seu nome... e pra completar, a morte de Cora foi culpa minha... eu a matei usando aquilo que mais repugnava: magia negra. E mesmo depois de tudo isso, Regina deixou nossas desavenças de lado, e estava ao meu lado, ao nosso lado — apontou para todos — pra deter a Zelena e termos um pouco de paz. Mas novamente, eu trai sua confiança e num ataque de ciúmes, e raiva... eu não sei bem o que me passou, eu tentei destruir a vida dela e lhe tirar o amor mais uma vez. Ela errou muito, não estou dizendo que não... matou, torturou e destruiu a vida de muita gente, mas ela só devolveu ao mundo o que ele deu á ela: dor. Regina foi mais machucada do que qualquer um aqui. A inocência, esperança, tudo lhe foi tirado de uma maneira muito dolorosa, só lhe restando as trevas. Mas eu tenho certeza, que em algum lugar ai dentro — apontou para o peito de Regina — existe aquela jovem de 18 anos que um dia salvou minha vida, e sonhava em casar com o amor de sua vida e amava a liberdade. Essa mulher que hoje faz de tudo pra provar que mudou, e tenta ser uma pessoa melhor. Aquela menina está ai dentro, pronta pra aparecer! — forçou um sorriso — e tudo o que eu queria dizer é que parte da culpa por tudo o que está acontecendo é minha... ela sempre foi julgada e tachada de má por minha causa. Cresceu ouvindo criticas da própria mãe, foi obrigada a se casar e viver presa em um lugar que ninguém lhe dava a menor importância, viu seu amor morrer na sua frente, e até hoje, por uma coisa que eu fiz, é julgada. Mas, não, a culpa não é dela! — desabafou — e é isso... Regina — se ajoelhou diante dela — me perdoe, por tudo. Você sofreu a vida inteira, e parte da culpa disso tudo é minha. Eu sei que nada do que eu disse aqui vai trazer o Daniel ou a sua mãe de volta, muito menos apagar da sua memória os anos que viveu presa naquele palácio e tudo o que ouviu de todos por minha causa, ou muito menos mudar o que aconteceu essa noite. Então, se você não aceitar minhas desculpas eu vou entender perfeitamente... mas por favor, me perdoe... — soltou todas as lágrimas que estavam dentro de sí

— Mary... Mary... — Regina chamava, sem obter resposta — Snow, levanta desse chão — a puxou pelo braço, a pondo de pé — olhe: eu não vou negar... sofri a minha vida inteira, e sempre te culpei por isso. Corri atrás de você, e tentei te matar todos esses anos. Mas quer saber? Como você mesma disse, nada do que eu te fizer vai mudar o que aconteceu. Então, não vale a pena retomar aquela briga que já deveria ter acabado á muito tempo. Se fosse, em outros tempos, eu arrancaria o seu coração e esmagaria ele agora mesmo — a fuzilou com os olhos — mas hoje?! — negou com a cabeça — é melhor abrir uma trégua e cada uma seguir o seu caminho, tá bom? esqueça o passado, ou nunca vamos ter um futuro! — afirmou — e Emma — se dirigiu á loira — tire essas algemas dela e a leve pra casa, já deu por hoje. — falou

— Mas, Regina ela tentou... — Emma ia responder, mas a morena á cortou:

— Me matar? Nem foi tentativa de homicidio, foi uma maldição do sono. Eu só ia ficar presa num submundo. Não ia morrer de verdade. Eu já disse que vamos deixar tudo isso de lado, e seguir em frente. Não tem porque ela ficar presa... — deu de ombros — e vamos combinar, eu sei que pra você tá sendo mais difícil do que qualquer coisa prender sua mãe, vai por mim. Solte-a e acabe com isso! — ordenou. Emma sorriu e obedeceu. Snow foi até David, e disse:

— Eu realmente sinto muito, por tudo... não quero mais atrapalhar vocês, pelo contrário, quero que fiquem juntos, pelo menos vou compensar um pouco do que já tirei de vocês. Vou continuar com o pedido de divórcio, e acho que não vai demorar a sair. Vocês se amam, devem se casar... — sugeriu, sincera — seja feliz, Charming! — estendeu a mão, e ele a apertou

— Você também, Snow! — sorriu

— Eu jamais acreditei que pudesse ser capaz de fazer tanto mal... — Leroy disse, completamente enraivado — então tudo o que aconteceu a ela, e consequentemente á nós é culpa sua...

— Você tem o coração tão negro quanto o dela! — Granny completou

— Acho bom começar a procurar um bom lugar pra se esconder... — Leroy disse, acompanhado do grito de toda a cidade, que partia pra cima de Snow

— EU DISSE: JÁ CHEGA! — Regina se atravessou na frente dela

— Você pode não querer fazer nada, mas nós sim. Portanto, sai da frente ou vai sobrar pra você! — Leroy continuou

— Eu sou a prefeita, eu mando aqui. E eu disse que é pra deixa-la em paz, é uma ordem. Já chega disso, vamos virar a página. Poupem-se seus esforços para derrotarmos á Zelena, por ai sim, vamos precisar de todos vocês! — Regina respondeu

— Tá tudo muito lindo, mas a minha parte no acordo já foi cumprida. Só falta a sua — Rumple apontou para David — precisamos achar a Belle! — lembrou

— Ela saiu com a Marissa no fim da tarde! — Regina lembrou

— Espera, ela tava com a Marissa? — Snow indagou — ai não...

— Acho melhor você dizer o que sabe! — Rumple se dirigiu á ela

— Eu me encontrei com a Zelena, pouco antes de ir até sua loja buscar a maldição do sono... — Snow ia continuar, mas Regina a interrompeu

— Espera ai, você deu a maldição pra ela? Você consentiu tudo isso? — questionou visivelmente irritada

— Antes que a onda de ódio me atinja, eu queria que ela te amaldiçoasse, porque sabia que o David iria te acordar, assim vocês dois se acertariam e os poderes da sua filha iriam fluir como devem, e finalmente eu iria poder ensina-la. Mas parece que isso está mais difícil do que eu imaginava... — observou

— Você me usou? — Snow se mostrou incrédula

— Calma ai, eu não te usei. Só me aproveitei da sua vontade. Te avisei inúmeras vezes pra não fazer isso... — lembrou — mas voltando ao assunto, o que você sabe sobre a Belle? — indagou

— Nada, mas se ela estava com a Marissa... Zelena foi quem me deu a ideia da maldição do sono, e me propôs um pacto. Claro que neguei, e resolvi fazer isso sozinha. Mas quando perguntei da Marissa, ela me contou que havia bloqueado os poderes dela e a prendido. Se ela estava com Belle na hora, provavelmente ela também foi pega! — contou

— TEMOS QUE DESCOBRIR ONDE ELA ESTÁ! — Regina gritou, já entrando em desespero

— Não precisa... — a voz de Marissa ecoou pelo ambiente, aparecendo de uma fumaça azul — já estamos aqui e estamos bem! — sorriu

— Belle! — Rumple a abraçou

Regina e David fizeram o mesmo com a filha.

— Calma, gente. Eu tô bem! — reafirmou — então... o que eu perdi? — indagou


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