She and the dudes escrita por Rayssa


Capítulo 10
Brilliant


Notas iniciais do capítulo

Sei que cês devem tá querendo me matar, mas, juro que é por falta de tempo DDD: Espero que gostem :D



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– E... ? – senti meu rosto ficar vermelho.

– Ah, foi basicamente isso. – cruzei os braços. – A gente ficou sentado, conversando, rindo, até o sol começar a nascer... – fingi dar de ombros, entretanto as lembranças faziam o meu coração se aquecer. – E eu acabei adormecendo em seu ombro. Quando acordei, estava em minha cama, em meu quarto, com um bilhete. – admiti.

Lanna segurou meu braço, fazendo com que nós duas parássemos de andar e me virou em sua direção. Seus olhos brilhavam de curiosidade e irritação. O que me deixou bastante surpresa. Porém, algo me fazia acreditar que ela não estava irritada comigo, tinha haver com outra pessoa.

– Você está me dizendo que teve a noite mais perfeita da face da terra e não sabe quem te proporcionou isso? – assenti. – Você tem um cérebro, não é? - seus olhos queimaram de irritação. - Já pensou que seu primeiro beijo pode ter sido com uma mulher? Afinal, como esse ser entrou no dormitório feminino?

– Eu não queria estragar a magia da noite, assim como ele. – admite. – E se você me insultar mais uma vez, eu te dou uns tapas. – Lanna fez uma careta de desgosto. - Não é uma garota, pelo menos, eu não conheço nenhuma garota em hogwarts que tenha dois metros de altura.

– Tá tá, tudo bem. – suspirou, frustrada. – Quer dizer, eu queria saber quem é garoto. Queria ver vocês fazendo um lindo casalzinho. – fez uma cara sonhadora, como uma garotinha de 10 anos apaixonada.

– Credo Lanna, nunca, entendeu, nunca mais faça essa cara pra mim! – ela gargalhou e, em um movimento rápido, colocou o braço entre o meu.

– Então, voltando ao assunto... – voltamos a andar. – O que ele deixou no bilhete? – isso fez com que minhas bochechas ficassem tão vermelhas quanto os meus cabelos, enquanto o tirava de meu bolso e lia:

"Talvez eu ainda esteja entorpecido com a sua presença, eu não sei. Mas não consigo parar de sorrir como um louco. Desejo, de todo o meu coração, que possamos nos encontrar dessa forma novamente. Contudo, por hora, deixemos que Morfeu faça o seu trabalho e a deixe dormir como um anjo. Tenha bons sonhos minha Rose.

–Karich"

– ESPERA AI! – a menina puxou o papel da minha mão, sem me pedir permissão. – ELE ASSINOU! – a garota deu pulinhos.

Puxei o bilhete de sua mão.

– Não se anima! – Lanna parou de pular imeditamente e me encarou espantada. – O único Karich que existe aqui é o Michael Karich, e ele tem 1,63m. O cara que conversou comigo, como disse, deveria ter uns dois metros, então, eu não faço ideia do que isso significa. – suspirei derrotada. Passei a maior parte do café-da-manhã pensando sobre isso. O que significa Karich?

– Talvez seja um anagrama, pode ser que o nome seja Kachir, ou as primeiras letras do nome do cara. Começa com Ka, segundo nome começa com Ri e o último com Ch. – neguei com a cabeça.

– Eu sinto que eu já ouvi esse nome antes, só que, agora, não faz o menor sentido. – cruzei os braços, irritada.

– Bem, de todo jeito, vocês vão se ver de novo, não é? – mordi o lábio, com mais força do que deveria.

– Sei lá... – funguei. – Eu quero vê-lo outra vez, e ele disse que quer, porém, tudo depende dele. – suspirei. – Essa é a única parte chata com Karich, tudo é surpreendente.

Alguém pigarreou.

Como se tivéssemos cronometrado, eu e Lanna viramos juntas, e nos deparamos com o professor de DCAT nos encarando nada amigavelmente. Uma sensação de culpa me atingiu. Se eu estava "apaixonada" pelo Ikarus, porque eu simplesmente o esqueci durante aquele tempo? Mas, ao invés de meu corpo agir indiferente a sua presença, senti meu coração acelerar mais uma vez.

– O que as senhoritas Weasley e Longbottom fazem fora da sala a essa hora? – apesar de falar com nós duas, ele ficou me encarando de uma forma nada agradável. Lanna pigarreou, chamando a atenção de nós dois.

– Próxima semana temos a venda dos garotos, professor. Fomos liberadas para ajudar a organizar, mesmo a Rose não querendo, sete dos dez garotos a indicaram como organizadora, ela meio que foi obrigada a aceitar! – arregalei os olhos e logo percebi que era uma desculpa para não sermos pegas faltando aula, e sorri, tentando confirmar.

– Hum, sério? – o homem franziu a sobrancelhas enquanto os seus olhos azuis percorreram o meu rosto, a procura de um sinal de mentira, acredito eu.

– É verdade, na verdade, Lanna estava me falando sobre a questão musical, não era? – tentei improvisar, afinal, eu precisava fingir alguma coisa.

– E qual questão seria essa? Posso saber? – seus olhos continuaram em mim, estava pronta para inventar alguma coisa nova, quando Lanna começou a falar.

– Nós tínhamos toda uma lista de músicas que iriam tocar quando cada garoto fosse entrar, mas quando levamos para aprovação do vice-diretor, ele disse que não poderia tocar essas músicas na escola. – tagarelou. – "Essas músicas são ofensivas! E o pior de tudo, são americanas." Essas foram a palavras do meu digníssimo pai, Neville Longbottom. – cruzou os braços, emburradas. – Agora, estamos vendo se conseguimos conversar com a diretora sobre isso. E eu estava explicando a Rose, o porquê de não estarmos conseguindo. – bufou, dando um final ainda mais dramático. Ela era muito, muito, muito boa fingindo.

– Tudo bem, então... – Ikarus parecia surpreso, porém, seus olhos continuavam em mim, e isso fez com que minhas bochechas começassem a ficar quentes. – É, tudo bem. – suspirou. – Ro-Senhorita Weasley, quando estiver livre, poderia passar em minha sala? Quero falar com a senhorita sobre algumas... – pigarreou, olhando de soslaio para Lanna. – questões. – imediatamente, assenti. Sabia que ele queria falar comigo sobre Lanna.

– Claro, estarei lá. – sorri, ainda com as bochechas quentes.

– Vejo as senhoritas por ai. – disse, voltando a fazer o seu caminho.

Eu e a futura-atriz-ganhadora-de-oscar o observamos sair. Até que ele virou o corredor e a garota surtou.

– VOCÊ NÃO ME CONTOU! – gritou, apontando para mim. – SUA TRAIRÁ! DUAS CARAS SACANA! – abri a boca, totalmente chocada com os xingamentos. – Nah, desculpa, não queria te xingar de verdade, ok? – acho que ela notou que minha cara não era amigável, pois levantou as mãos em rendimento e caminhou para trás. – Não. Me. Machuca. – falou pausadamente e eu revirei os olhos.

– Tá tá tá. O que eu não te contei? – ela mordeu o lábio.

– Sobre você e o professor Krum, desde quando você tem um baita de um tombo por ele? Vocês estão saindo, não é? Da pra ver que ele gosta de você, ele ficou te encarando o tempo todo! – eu estava realmente surpresa com essa. – Agora eu entendo porque ele não da mole para as outras garotas, ele gosta de meninas com personalidade. – suspirei pesadamente.

– Um... Tombo? Ahn? Não, eu não estou saindo com ele, e ele é educado, não está dando em cima de mim. – cruzei os braços.

– Claro que está! – exclamou. – Ele não fala assim comigo, ou com nenhuma outra! E tem mais, se ainda não estão saindo é porque ele tem ética de trabalho, acho que assim que você se formar, ele vai te chamar para sair. – arregalei os olhos.

– Lanna! Cai na real, não vai acontecer! Você já o olhou? Ele é um deus grego, e eu sou um garoto afeminado. – a garota suspirou, irritada.

– Acredite no que quiser, eu sei o que eu to dizendo. Mas, mudando de assunto... – respirou fundo. – Morgana que me ajude. – sussurrou para si mesma. – Nenhuma palavra que eu falei para o professor Krum é mentira, você realmente foi escolhida para ser uma das organizadoras pelo voto dos garotos, e mesmo que não fosse, você tem que participar, porque o Ikarus é um dos supervisores do evento.

Demorei alguns segundos para processar o que ela havia falado. E quando notei o que acabara de acontecer, Lanna já estava batendo os pés na bunda de tão rápido que ela corria. E era melhor que ela corresse e se escondesse, por que quando eu a encontrasse, ela iria passar uma semana na enfermaria.

(...)

Quando adentrei a sala, Ikarus estava sentado com as pernas sobre a mesa, lendo um livro em búlgaro, que eu não sabia realmente qual era, porém, parecia ser muito interessante pela expressão que ele fazia. Seus olhos azuis moviam-se rapidamente pelo papel, suas sobrancelhas estavam franzidas, assim como seus lábios e seu cabelo levemente assanhado. Eu nunca o havia visto de forma tão humana. Cheguei a vê-lo meio transtornado, contudo, nunca tão... Humano.

– Professor? – chamei baixinho, sem querer tirá-lo de sua bolha de concentração.

Ele levantou a mão, pedindo que eu esperasse, e seus olhos correram ainda mais rapidamente, até que ele posicionou a cordinha que marcava o livro, fechando-o, logo em seguida, e o colocou sobre a mesa.

– Olá Rosa. – sorriu abertamente para mim. – Sente-se, por favor. – caminhei lentamente até a sua mesa e me sentei.

– Que livro é esse? – sussurrei, curiosa.

– Izkustvoto na obuchenie drakoni - falou com o dialeto perfeito. – A arte de treinar dragões. – traduziu. – Ganhei do meu pai quando consegui o emprego aqui. – admitiu.

– Não sabia que sabia que era búlgaro. – eu pensara em voz alta.

– Eu, Ikarus, não sou. Nasci na Escócia, na verdade, porém, quando eu tinha mais ou menos um ano de idade, mamãe desistiu da carreira de quadribol, e foi treinar dragões na Bulgária e finalmente se casou com meu pai. Fui criado lá. – deu de ombros.

– Tenho um tio que cuida de dragões também, só que é na Romênia. – o seu largo sorriso ainda estava lá.

– Você tem sorte, sabia? – franzi o cenho. – Hogwarts é uma excelente escola. Eu sempre quis estudar em uma escola como essa, entretanto, minha mãe fez questão que eu estudasse em durmstrang, uma escola muito complicada de se viver. – eu já havia escutado as histórias daquela escola, e como ela fora forjada pelas artes das trevas.

O professor de Defesa contra as artes das trevas estudou em uma escola onde as artes das trevas tinha grande potência. É, não faz sentido, e ao mesmo tempo faz todo o sentido.

– Acho que eu entendi. – brinquei, seu sorriso se alargou ainda mais.

– Então, senhorita Weasley... – tirou os pés da mesa, assumindo uma postura séria. – Como anda o progresso da senhorita Longbottom? – apesar de sua postura séria, e seu rosto inexpressivo, os seus olhos mostravam todo o divertimento que ele estava tendo com aquela conversa.

– Ela está muito melhor, acredito eu. – também me fingi de sério. – Acredito que já seja o momento de passa-la para o próximo nível. – a expressão do professor falhou por alguns segundos, como se ele fosse estourar em gargalhadas.

– Acredito que sim. – assentiu. – Devemos coloca-la sobre o efeito dos mais altos níveis de tortura. – exclamou, e eu precisei respirar fundo para não cair na gargalhada. Apesar de não notar o seu corpo se mover, ouvir o barulho de uma gaveta se abrindo e uns papéis foram parar sobre a mesa.

– Para quando? – minha voz soou tão séria que eu mesma estranhei.

– Quero os testes de nivelamento quarta-feira, sem falta, entendido senhorita Weasley? – e por mais esquisito que fosse, o professor encolheu o lábio superior, fazendo uma espécie muito engraçada de cara de coelho, o que me fez gargalhar.

E a ele também.

(...)

– Você está bem? – perguntei enquanto me sentava ao seu lado.

Lysander negou com a cabeça.

– O que houve? – sussurrei, colocando a mão em seu ombro e ele a retirou. – Lysander... – ele respirou fundo, e quando seus olhos bateram nos meus, esses estavam cheios de lágrimas.

– E-ela... – fungou. – Saiu com seu irmão. – arregalei os olhos. Por favor, que ele não esteja falando da Lily, porque se mais um garoto estiver apaixonado por ela, eu realmente vou querer saber o seu segredo...

– Do que você está falando? – perguntei, confusa.

– Caralho Rose... – o garoto fungou mais uma vez – Eu sei que você está apaixonada pelo Ikarus e você não sabe o que eu sinto pela Lucy? Uau! – arregalei os olhos.

– Ok, espera um segundo! – respirei fundo, tentando manter os pensamentos em ordem. – Primeiro. Quando você descobriu isso? E segundo, por que diabos o meu irmão iria sair com a Lucy? – cruzei os braços e Lysander fungou novamente, isso significava uma coisa, ele estava cada vez mais perto de chorar.

– Você vem agindo diferente ultimamente, e na última aula, eu meio que notei o seu olhar pra ele. – deu de ombros. – E tinha um Trinkie na sua cabeça. – suspirou. – Com relação ao Hugo, eu não faço ideia, porém, eu o ouvi dizer claramente que queria beijar a Lucy no baile de máscaras. – pisquei várias vezes.

– O que é Trinkie? – perguntei, ainda piscando.

– Ah, é o bichinho que se alimenta de paixão. Se ele estava na sua cabeça, significa que você está apaixonada. – seus olhos estavam alucinados novamente, e não havia mais nenhum sinal de tristeza.

Tia Luna tinha feito um excelente trabalho de deixa-lo biruta antes de falecer. Na boa, Lysander aparece com cada inseto, bicho e sabe-se-lá-mais-o-que louco.

– Mas, ele só chamou a Lucy porque não teve coragem de chamar a Lily, não? – o garoto mordeu o lábio.

– Ele não me falou que iria levar a Lucy. – sua cara voltou a ficar emburrada. – Eu realmente queria que o Scorpius estivesse aqui. – e com essa frase, eu não controlei a gargalhada. – Tá. Isso foi realmente gay. – e começou a gargalhar também.

Após alguns segundos, conseguimos nos recuperar.

– Eu entendo que você quis dizer sobre o Scorpius. – murmurei. – Ele realmente anda bem mais maduro do que antigamente, daria um excelente conselho. – o garoto assentiu. – Você sabe o que ele tinha de tão urgente para resolver na mansão Malfoy? – Lysander negou com a cabeça.

– Suponho que tenha haver com o pai querer que ele entre para o ministério e ele querer ser medi-bruxo, porém, isso não é tão urgente, é? – o menino de cabelos loiros entortou a cabeça para a direita.

– Não acho que seja isso. – suspirei pesadamente. – Eu algo infinitamente mais importante. – cruzei os braços. – Quer o meu conselho? – sorri largamente fazendo-o rir.

– Do jeito que eu estou, cabeça-de-fogo, eu peço conselho até para o Albus. – ele fez uma careta de desgosto. Os conselhos de Albus sempre acabavam em merda.

– Eu li um livro, uma vez, que dizia que não devemos guardar magoas. – comecei, não precisando pensar muito. – Quando alguém faz algo ruim para nós, devemos extravasar a nossa raiva primeiro. O livro aconselha a pessoa a fazer algum esporte, voar, ou correr. Eu aconselho a xingar, espancar, gritar e essas coisas. – não era pra ser engraçado, mas a sombra de um sorriso apareceu nos lábios do gêmeo.

"Após esse momento de libertação, devemos procurar nos acalmar ainda mais. Sair do fogo cruzado, e evitar qualquer contato com a pessoa, até que esteja em total condição de não deixar a raiva te controlar, para, finalmente, ouvir o lado da pessoa. Sempre se deve ouvir o lado da pessoa, pois existe uma coisa chamada arrependimento, e se esse alguém se arrepende, vale a pena dar uma segunda chance. Nunca tome a decisão de perdoar ou odiar, no momento, por causa da força da emoção. A razão deve sempre ser mais levada em consideração.

O sorriso de Lysander sumiu.

– Não sou uma pessoa muito racional. – dessa vez, eu sorri.

– Quanto maior o coração, maior a pessoa. – dei de ombros - Você vai superar isso mais rápido do que pensa, entretanto, tenta seguir essa ordem. Talvez seja a melhor opção. – ele assentiu, e em um movimento rápido, passou o braço pelo meu ombro, apertando-me contra si.

– E você é bem mais menininha do que pensa. – fiz uma careta e ele riu. – Uma menininha que vai encontrar um futuro brilhante.

*


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Notas finais do capítulo

Quem cês acham que é o Karich?? :D