Mistérios da Lua - O Retorno da Magia escrita por uzumaki, Gengibre


Capítulo 3
Jonathan Lewis


Notas iniciais do capítulo

Oieee galerinha do meu coração! Eu voltei, mas vou embora de nv.... :'(
Tô sem net, respondo reviews qnd puder! :*



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POV'S ED

– Joe Kingston é só um garoto de quinze anos. - Argumentou Josh.

– Você é só um garoto de quinze anos. - Rebati.

– Provavelmente aquela retardada que pode virar areia está mentindo. - Josh continuou, me fazendo rolar os olhos.

– Eu duvido muito. - Disse Anne. - Ela falou o nome de três elementais, qual o problema de falar mais um?

– Ele só está no primeiro ano de treinamento. - Josh disse.

– Não importa. - Falei, com desdém. - Qualquer Elemental por si só já é bastante poderoso. Você ainda não viu o que Anne pode fazer só erguendo os braços.

– Ou o que eu posso fazer só tocando no chão. - Millena embarcou na ideia.

– Ou o que eu mesmo posso fazer com o fogo só pensando nele. - Continuei. Josh me olhou em desafio, como se dissesse "prove".

Eu estava prestes a assustá-lo com um pequeno incêndio na manga dele quando de repente, Millena, como um gato, tocou no chão e a terra se ergueu como uma gaiola ao meu redor.

– Agora, Anne! - Gritou ela. Um jato de água gelada congelou meus pés, se enroscando em mim como uma cobra transparente. A água subia devagar, congelando minhas pernas, até finalmente chegar no meu pescoço. Quando chegou, pensei que ia me enforcar, mas o que aconteceu foi bem diferente. Um dos lados da corrente de água gelada começou a me cutucar. Aquilo... eram... cócegas? Foi tão rápido que nem tive tempo de fazer nada. Logo eu estava dobrado no chão, rolando de rir. Meus olhos lacrimejaram.

– Minha barriga... - Falei, em meio a risos. Anne, Millena e Josh também davam gargalhadas.

Finalmente, a água flutuou como se não existisse gravidade e começou a tomar forma. Uma flor. Uma Jeyjer. A flor tomou cores também, o mais puro branco contrastando com o negro. Então, a flor se contorceu e ficou pequena como uma pedra, se tornando um medalhão. Eu assisti encantado. Me virei para Anne e ela estava me olhando, calmamente. Então ela puxou uma corrente do seu pescoço, e mostrou o medalhão que eu havia dado para ela.

– Acabei de percebê-lo no meu pescoço e me lembrei. - Disse ela. - Obrigada.

Josh e Millena nos olhavam com curiosidade. Como se fosse uma peça nova no jogo. Era um passo a mais pra Anne se lembrar de tudo.

– Isso foi muito engraçado! - Millena soluçou. - Ai que nojo, odeio soluçar.

Nós três rimos.

– Cadê esse tal de Joe? - Perguntou Anne, nos direcionando a nossa missão de verdade. - Eu pensei que ele morava aqui.

Estávamos na frente de uma casa amarela, com um pequeno portão. Pelo que descobrimos, era ali que residia a família Kingston. Joe, sua mãe Catherine, seu irmão, Alexander e a irmã, Diana. Joe na verdade era apelido de Jonathan. Havíamos descoberto onde ele morava fazendo um feitiço de rastreamento. E estávamos observando a casa dele fazia dois dias. Falamos com os vizinhos - eu falei - e eles disseram quem era a família e se Joe parecia especial de alguma forma. Nenhum sabia dizer. Falavam que há dois dias Joe saiu gritando na rua dizendo que os Quatro iriam voltar. Ninguém sabia o que significava, mas eu sim.

– Ele saiu às nove da manhã. - Contou Millena, bocejando. Ela e Anne estavam espionando Joe desde a manhã. Anne parecia cansada, mas empolgada.

– Ali vem ele! - Exclamou Josh, mergulhando atrás de uma moita. Eu corri para o arbusto mais próximo, e Millena ficou atrás de uma árvore. O papel de Anne era tentar falar com Joe. Ela estava usando um suéter bege de mangas compridas, uma calça jeans preta e um sneaker preto. Seu cabelo estava mais curto, aproximadamente na altura dos ombros.

Joe estava vindo na metade da rua quando avistou Anne. Ele estava vestido com uma calça jeans normal, camiseta azul marinho e um casaco de moletom xadrez vermelho amarrado na cintura. Ele baixou os olhos para observá-la melhor e eu rangi os dentes. Então, antes de Anne até mesmo chegar perto dele, ele estancou e olhou para ela.

– Annelise Watern? - Chamou ele. Meu queixo caiu.

– Como você sabe meu nome? - Anne perguntou, igualmente surpresa.

– Eu tive um sonho com você. - Respondeu ele.

– Isso não é uma cantada, é? - Anne sorriu. Joe riu.

– Creio que não, mas o dia em que eu for te dar uma cantada, minha querida, você vai ser a primeira a saber. - Ele disse, tocando nos óculos. Tentei não voar no pescoço do garoto atirado.

– Se você sabe quem eu sou, sabe o que eu estou fazendo aqui, não é mesmo? - Indagou Anne.

– Depende. - Joe sorriu, e então olhou ao redor. - Sabe, vocês não podem enganar o ar que respiram. Saiam daí, Millena, Josh e Ed.

Paralisei na hora. Mas que droga. Me levantei do arbusto e andei ao lado de Anne.

– Sabe o que acontece com o fogo sem oxigênio, Frederick Dellarge? - Perguntou Joe. - Ele extingue.

– Sabe o que acontece com o ar quando eu enfiar um chute na sua bunda, Jonathan Kingston? - Rebati. - Nada, mas vai ser legal fazer isso.

– Tá bom, você venceu. - Riu ele, levantando os braços em rendição.

– Então galera. O que querem aqui? Que eu saiba vocês não pertencem a este lado da cidade.

– Isso é verdade. - Admiti, sem nenhuma modéstia. Aquela era a parte um pouco mais longe do Castelo, e eu morava na mais perto, o que a classificava como "parte rica da cidade". - Estamos aqui pra falar com você.

– Tudo bem. - Ele deu de ombros. - Não devo nada a ninguém. Querem entrar?

Ele apontou para a casa, mas nem esperou nossa resposta e saiu andando. Nós quatro nos entreolhamos, mas o seguimos para dentro. Assim que entramos, ouvimos a voz de uma garota do andar de cima.

– Joe, quem são esses? - Uma garota de uns 16, 17 anos apareceu na escada. Ela tinha olhos azuis como o irmão, mas cabelos escuros. Ela acenou para nós. - Oi, meu nome é Diana Lewis.

– Pensei que fosse Kingston. - Disse Josh. Diana fez uma careta.

– Eu e Alex não temos o mesmo sobrenome do Joe. Não somos filhos do mesmo pai. Mas todos somos Lewis. - Ela nos olhou e sorriu, mas seu olhar prendeu em Millena, e seus olhos faiscaram. - Millena Belutti.

– Olá, Diana. - Millena deu um passo para trás.

– Com medo? - Supôs Diana.

– Apenas dou valor ao meu rosto. - Millena sorriu. - Ainda me lembro o que você sabe fazer.

– Acho que é bem difícil de esquecer. - Diana estava sombria, como se enxergasse Millena através de lembranças.

– Diana, estes são Josh, Ed e Anne. - Apresentou Joe.

– Eu sei quem é Ed Dellarge. - Ela dirigiu seu olhar para mim. - Você deixou minha amiga Stephanie chorando por uma semana, sabia disso?

– Não, mas obrigado por dizer. - Dei de ombros. - Agora posso enviar um cartãozinho. Ela mora a duas quadras daqui, não é? Ah, não. Nessa quem mora é a Luana.

– Luana Petrowack? - Perguntou outra pessoa, chegando na sala. Acho que era irmão de Joe. Tinha provavelmente meu tamanho, mas parecia mais velho, com uns 18 anos. Ele era parecido com o irmão, mas aonde Joe era loiro, Alexander tinha o cabelo preto e olhos escuros. - Ela é minha namorada.

– Oh, desculpe por não lembrar o endereço da sua namorada. - Falei.

– Acho que vou ter que verificar na pilha de telefones escritos em papeizinhos que eu nunca retornei.

– Que seja. - Alexander acenou com a mão, desdenhoso. - Eu vou ver a Luana, Joe.

– Você já namorou metade dessa cidade inteira, não é? - Millena me olhou, com raiva.

– Não seja maluca. Eu namorei com essa cidade inteira. - Rolei os olhos. - Embora eu ache que deve ter faltado alguém.

Millena rolou os olhos, exasperada, então se juntou a Anne. Elas estavam andando juntas já havia dois dias.

– Bem, o que tinham para me falar? - Perguntou Joe, nos fazendo sentar em um sofá.

– A história é bem longa. - Disse Anne, e se pôs a explicar tudo o que acontecera.

Quinze minutos depois, Joe estava com os olhos esbugalhados.

– E o que vocês vão fazer para impedir que isso aconteça? - Questionou ele.

– Ainda não sabemos. - Respondemos, em uníssono. Joe nos olhou como se estivéssemos loucos.

– Vocês pretendem parar a ascensão de quatro divindades imortais de milhões de anos contando com a ajuda de cinco adolescentes, sem um plano? - Ele resumiu.

– É. - Respondi.

– Tô dentro. - Joe sorriu. - Aventuras sanguinolentas e suicidas são a minha cara mesmo. Então o que faremos agora?

– Sentar e esperar? - Sugeriu Josh.

– Isso já aconteceu antes, não foi? - Disse Anne. - A mulher falou "A nossa ascensão novamente". Se essa é a segunda ascensão, algo deu errado na primeira, porque ela não aconteceu. Se soubéssemos o que a parou, podemos ter uma chance.

– Bom plano. - Admiti. Millena, Josh e Joe concordaram. - Mas como vamos encontrar algo que nos diga algo?

– Sabe, você deveria tentar um invenção recente, Ed. - Millena disse. - Ela se chama "biblioteca".

– Eu estou entrando em uma super aventura épica e eles querem me trancar em uma biblioteca. - Joe murmurou, suspirando.

– Sabe, vocês deviam tentar a Biblioteca Perdida. - Uma voz disse, nos fazendo saltar de susto. Era Diana. - Dizem que lá tem todo o conhecimento do mundo.

– Ótimo! - Josh sorriu. - E onde fica?

– Até Anne embarcou no nosso "ohhh" coletivo.

– Como o próprio nome diz, energúmeno, ela está "perdida". - Diana explicou.

– Por quê raios é tudo mais difícil pra gente? - Murmurei.

– Mas mesmo assim, os cinco concordamos.

– Ei, eu quero ir com vocês. - Joe disse.

– Mas você vai. - Falei, confuso.

– Eu quero dizer ir morar com vocês. - Sorriu ele, como se fosse a melhor notícia da face da terra. Millena e Anne soltaram um "O QUÊ?" e Josh ficou encarando ele.

– A minha casa vai virar pensão? - Exclamei. - Por que você quer morar com a gente?

– Como eu vou saber que vocês não estão me arrastando para a morte? - Rebateu ele.

– Nós já estamos o arrastando para a morte. - Murmurou Anne.

– Princesa, isso eu aceito, mas você tem que entender que se vocês não deixarem, eu não vou ajudar vocês. - Disse ele, fazendo nós quatro boquiabertos.

– O QUÊ? - Gritou Millena. - Mas... mas e a sua família?

– Minha mãe deixa, e meus irmãos fazem até abaixo assinado pra me tirar de casa. - Respondeu Joe. Eu encarei meus amigos e eles, derrotados, assentiram, com a cabeça baixa. Eu olhei para Joe, que sorria, e assenti. - Há! Eu quero um quarto só meu, tá? Mas também não reclamo se dormir no quarto das meninas. - Ele deu um sorriso galanteador e olhou para Anne e Millena, que estremeceram.

– Mas nem a pau. - Josh falou. - Você vai dormir no sofá!

– Josh. - Chamei, com uma voz sombria o suficiente para Josh se virar pra mim com cara de "ah, não". - Acho que acabamos de encontrar um colega de quarto pra você.

– Ah, não. - Murmurou Josh.

– Ah, sim. - Sorri.

– Pode deixar, Josh. - Joe disse. - Seremos grandes amigos.

Depois de uma mala cheia aparecer magicamente ao lado de Joe, ele deu tchau pra irmã, e deixou um bilhete para a mãe.

Durante todo o caminho ele não parava de tagarelar sobre a sua vida, e querendo ou não, ele nos fazia escutar, porque de repente não tinha mais ar ao nosso redor, e ficávamos apavorados. Descobri que Joe perdeu o pai muito jovem, ele tinha cinco anos, e seu pai era o segundo marido da sua mãe, o que respondia o porque de seus irmãos não fossem Kingston. Joe tinha quinze anos, mas dali a dois meses faria dezesseis. E ele era do signo de capricórnio. Era solteiro (ele deu uma piscada nada discreta para as meninas quando disse isso), e só havia namorado com duas garotas na vida. Não gostava de brigadeiro, mas amava Nuttela (quem não ama Nuttela que atire a primeira pedra). E era terminantemente contra a poluição. Quando ele disse que odiava pessoas loiras (porque ele achava metidos), o que se deu foi uma guerra no meio da rua dele e Millena. Eu, Anne e Josh tentávamos parar de rir enquanto eles se matavam, porque querendo ou não, terra era o único elemento que tinha certa chance com ar, e admitindo, quando a guerra acabou, tivemos que dar (Anne teve que dar) um banho gelado em Joe para que ele acordasse.

Foi um dia muito estranho. Mas estávamos todos juntos nos divertindo, e eu havia esquecido temporariamente que dali a três meses eu seria possuído, e Anne que tinha problemas com o Conselho, também havia esquecido e estava se divertindo. E isso foi o que fez o dia valer a pena.


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Notas finais do capítulo

Bem minha gente, até o próximo!