Mistérios da Lua - O Retorno da Magia escrita por uzumaki, Gengibre


Capítulo 2
A terra manda lembranças


Notas iniciais do capítulo

Oieee minha galerinha! Já terminaram MDL e seguiram pra cá, né? Ai, que orgulho! :3 Esse capítulo tá comprido e eu estou postando do PC do colégio pq eu estou sem internet (status: roubando net da minha amiga) e estou fazendo um verdadeiro remelexo pra postar um capítulo aqui, me amem u.u
Os reviews de vcs me deixaram muito feliz, e se vcs não quiserem que seus personagens preferidos morram, COMENTEM ESSA BAGAÇA!



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POV'S JOSH

Eu tinha certeza de havia visto ela. Me levantei da mesa do café como um retardado e corri atrás dela para fora do Vale. Vez ou outra, eu via um pedaço da sua capa roxa, virando em uma árvore, mas continuei correndo atrás dela. Quando finalmente a alcancei, ela estava parada no meio do mato, de frente para uma árvore morta.

– Loira? - Chamei. Millena se virou pra mim com um olhar que era capaz de congelar o Saara. Estávamos em um bosque mais escondido na Floresta que margeava o Vale da Luz. - Onde você estava? Te procurei como louco.

– Eu estava dormindo. - Respondeu ela.

– O quê? - Perguntei, descrente.

– Eu estava dormindo. - Ela disse novamente, rolando os olhos verdes. - Durante meu sono descobri algumas coisas.

– Como o quê? - Questionei.

Millena me olhou, cautelosa. Então, fechou os olhos e começou a se transformar em areia. Dei um grito, mas ela já era uma pilha de areia no chão. Antes de eu correr até ela, ela voltou a vida, erguendo os braços. Um vento atravessou o bosque onde estávamos, trazendo a brisa da primavera em pleno outubro. As árvores pareceram se inclinar, e as flores, antes murchas, adquiriram um brilho a mais. As plantações ao redor também se inclinaram na direção de Millena, e tudo pareceu mais vivo. Encarei a loira, encantado. Ela tinha os olhos verdes como musgo, e o manto roxo com detalhes dourados e vermelhos estava voando com o vento. Seu cabelo estava cuidadosamente puxado para trás, o que me impressionou, pois ela estava sempre de cabelo solto.

– Isso... é fantástico. - Suspirei. Millena sorriu por um momento, mas logo ficou séria novamente.

– Obrigada. - Agradeceu ela, polidamente.

– O que há de errado, Millena?

– Josh. - Chamou ela. Me encolhi no meu lugar. - Eu não sou a Millena.

– Isso é alguma brincadeira? - Indaguei, mas Millena estava sem expressão. - Se você não é Millena, quem você é?

– Meu nome é Gaia. - Respondeu ela. Arregalei os olhos.

– O quê?! Gaia? A Gaia? Da mitologia grega?

– Os gregos foram muito gentis em me integrar em suas histórias, mas eu não sou uma deusa, e sim uma divindade imortal de bilhões de anos. - Ela sorriu, me dando calafrios. Agora eu entendia sua expressão fria e calculada. - Antes que você me interrompa novamente, você já conheceu Sam? - Eu não estava preparado para me lembrar daquele filho da mãe, mas assenti, contrariado. - Além de ser o Sol, Sam é o Senhor do Fogo. E a ascensão dele é só o começo de uma saga suicida.

Fiquei congelado.

– Os espíritos estão despertando. Os Grandes Senhores também. - Continuou ela. - A volta do Sol, é só o começo. Logo tomaremos conta do seu mundo.

– Cadê a Millena? - Ordenei. Se Gaia estava possuindo seu corpo, onde estava sua alma? (N/A: Sim, eu sei. Estou olhando muito seriado. Mas vou tentar não botar minha paixão por SPN aqui nessa fic.)

– Ela domina a Terra. - Sorriu Gaia, friamente. - A hospedeira perfeita. Logo, os Senhores vão se reunir e tomaremos os nossos abençoados.

– Acho que está errada, Senhora. - Provoquei. - Não existem muitos "abençoados".

– Apenas o suficiente. - Continuou ela. - Annelise, Joe, Millena e Frederick. Quatro elementos. Quatro Senhores.

– Você está dizendo que...

– Eles serão nossos hospedeiros, lógico. - Millena fez um gesto de desdém com a mão. Então me encarou friamente. - Vocês tem três meses antes de nós voltarmos.

Assim que ela disse aquilo, outra brisa da primavera passou por nós e Millena caiu no chão.

– Millena! - Corri até ela, e comecei a sacudi-la. De repente, ela abriu os olhos, me dando um susto.

– Josh?

– Sim. Onde é que você tava? - Perguntei, implorando uma resposta.

– No incêndio, eu... - Ela soluçou. - Depois que eu mandei você ajudar Sophie e a segunda explosão aconteceu, eu afundei na terra e criei um túnel. Exatamente da mesma forma que eu fiz quando minha família... bem, você sabe.

A voz dela estava embargada de tristeza.

– Eu não sei como consegui respirar, mas o fato é que quando amanheceu, eu voltei à superfície e estava tudo queimado. Eu vi corpos no chão. - Ela tomou fôlego. - Pensei que tivesse perdido o melhor amigo que eu já tive na minha vida.

– Acho que esse sou eu, né? - Sorri, sem graça com o elogio. Millena pegou a minha mão.

– Você é a melhor pessoa do mundo. - Ela sorriu. Eu sorri, mas acho que ficou falso, porque ela nem suspeitava de que eu fosse filho de quem eu era e o que eu havia feito. Mas por ora, ela não precisava saber de nada.

– Mas você não me disse o que aconteceu depois de ter acordado no meio das cinzas de um incêndio. - Mencionei. O rosto de Millena perdeu o sorriso e ficou sombrio.

– Não aconteceu nada demais. - Disse ela, se levantando do chão. - Vamos para o Vale da Luz?

– Na verdade, eu estava lá. - Contei, um pouco estranhado.

– Eu sei. - Ela sorriu, e começou a andar. Por um momento, fiquei parado pensando em como Millena sabia daquilo. - Você vem ou não?

Corri atrás dela, mas não ousei perguntar mais nada. Millena estava centrada no caminho a sua frente. E eu pensava em como contar a ela que eu era Feiticeiro das Trevas. Então, comecei a me perguntar do porque de eu estar no Vale da Luz. Ah, é. Todos os seguidores do meu pai que sobreviveram ou que não estavam presos queriam me matar.

Anne implorara a Ed para me deixar ficar na casa dele, e ele, com os olhos semi-cerrados me encarou e assentiu.

– Então. - Millena me tirou do meu devaneio. - Chegamos. - E de fato havíamos chegado. As luzes brilhavam, como se quisessem espantar a escuridão. As pessoas me encaravam, mas nem chegavam perto de mim, como se eu tivesse uma doença contagiosa. - Onde é que você está dormindo?

– Na casa de Ed. - Respondi, em um resmungo.

– Legal, eu acho. Vamos indo para lá, então. - Ela virou em uma curva e me guiou de volta a casa do Ed. Se eu estivesse sozinho, com certeza teria me perdido. - Bem, aqui está.

A casa de Ed era muito bonita. Tinha quatro quartos (um de Ed, o outro estava cheio de bagunça, o outro era meu e o último ficava no sótão, e era o quarto de Anne), dois banheiros, uma sala de jantar e estar, cozinha completa, pátio (na frente e atrás), e uma lavanderia. Ed havia me contado que a casa era da família da mãe dele. Parece que quando ela se apaixonou por um mortal, ela fugiu de casa, e foi morar no meio do Texas com os filhos e o marido. Então, numa noite, uma Sombra apareceu e matou o pai deles. A mãe conseguiu fugir com os pequenos Ed e Sophie, mas não chegou muito longe. Sua última magia foi enviar os filhos para o Vale da Luz, mas o problema era que os avôs Dellarge já estavam mortos, então os pequenos Dellarge foram criados no Palácio. Na frente da casa, tinha uma grade imensa, e passando da grade, um pátio oval, e duas escadarias de pedra conduziam a porta da casa, que era de uma madeira pesada.

– Como é que se abre essa grade? - Perguntei, fazendo força no trinco. - Tá emperrada.

– Magia, Josh. - Ela me fitou calmamente, como se dissesse "abra você". Rolei os olhos e apontei para a grade. Os portões voaram abertos.

– Primeiro as damas. - Sorri, vitorioso.

– Obrigada. - Millena passou por mim e subiu as escadas como se estivesse dançando balé. Me apressei em seu lado, e quando chegávamos a porta, o cheiro de pipoca me engolfou. Olhei pela janela ao lado da porta. Ed e Anne, jogados no sofá viam desenho na TV enquanto comiam pipocas. Rangi os dentes e toquei a campainha.

– Finalmente. -Anne resmungou, e correu para a porta.

Quando a abriu, ela me olhou e encarou Millena. Ed correu para a porta e parou ao lado de Anne, ambos lado a lado, como se tivessem feito isso muitas vezes, o que eu tinha certeza que sim. Ele parecia como um guarda.

– Millena? - Perguntou ele, atordoado.

– Olá, Ed. - Millena cumprimentou, com um sorriso descarado no rosto. - Não vai me convidar para entrar?

Por um momento, Ed ficou confuso, mas saiu da porta. Anne deu um passo para trás, para sair do caminho. Millena foi na frente, e quando eu estava passando, Anne me puxou para o canto.

– Quem é essa loira aguada? - Sussurrou ela.

– O nome dela é Millena. - Contei. - Ela e Sophie me ajudaram a ir atrás de você.

– Érr... não. - Disse ela, indignada. - Ed e você estão olhando um pouquinho demais pra ela.

– Ela é ex-namorada do Ed, você...

– Ela o quê? - Me interrompeu ela. - Não acredito que o Ed pôde ter namorado uma loira de farmácia.

– Ela é loira natural. - Argumentei.

– E você por acaso entende de cabelo? - Perguntou ela, me encarando.

– Não, mas...

– Mas nada. - Anne ergueu a mão. - Agora eu vou tentar impedir Ed de cometer uma burrada. Com licença.

Não importava se Anne lembrava ou não de quem era. Ela sempre me vencia nas discussões. Seu temperamento não mudava, tanto quanto sua essência. Eu ainda me sentia estranho com o fato de não saber se gostava ou não de Anne não se lembrar de nada. Às vezes isso era triste, mas muitas vezes, incrivelmente conveniente. Assim ela não lembraria o terror que eu a fiz passar no Reino das Trevas.

– Josh, vai ficar aí parado? - Chamou Anne.

– Ed, você precisa pintar estas paredes de outra cor, essa casa está assustadora. - Mencionou Millena. Ed ficou com sua cara de "Ih, fudeu" e eu congelei ao ver a expressão no rosto de Anne. Calmaria.

Andei até a mesa, mas quando tropecei em uma cadeira percebi que a casa estava mudando. Antes estava como sempre, preto com neblina no chão. Agora estava mudando. O interior estava se redecorando. As paredes ficaram brancas, e então, em uma rajada de ar, apareceram respingos de tinta azul nas paredes. Em todas elas. Pareciam como gotas d'água. Atrás de Ed, uma parede adquiriu novas cores. Um magnífico nascer do sol, laranja, amarelo e vermelho, e novamente os pingos de tinta fizeram parecer gotas d'água voando para o céu.

– Espero que aprecie a vista, Millena. - Anne sorriu, presunçosa. Um farto banquete surgiu na mesa da sala de jantar. Frango assado, travessas de rosbife, feijoada, filés bovinos, ovinos e de peixe, sucos, refrigerantes, vinhos e champanhe. Encarei de boca aberta tudo aquilo. O prato de Ed se encheu de comida, assim como todos os outros. Todos olhamos para Anne de boca aberta e expressões surpresas. - Podem atacar.

Comemos até não poder mais, tudo estava fantástico. A última vez que eu havia visto tanta comida assim foi em... bem, nunca. E Anne fizera tudo surgir do nada, e a casa se pintar novamente sem proferir nem mesmo uma única palavra.

– Isso foi incrível. - Millena disse. Ed e eu concordamos sem falar nada. - Você é realmente uma boa feiticeira. Eu consegui fazer isso com dois anos de treinamento, e você consegue apenas pensando.

– Obrigada. - Anne sorriu, constrangida. O que me lembrou de quando Terra falou comigo. Pigarreei.

– Gente. - Falei. - Tenho uma coisa para contar.

Então contei o que havia acontecido no Bosque. Anne ficou com os olhos arregalados e Ed de boca aberta. Millena parecia ter uma surpresa fingida. Me perguntei se ela estava desperta em seu corpo quando Terra se apossava dela.

– Isso é horrível. - Anne se manifestou. - Mas ao mesmo tempo uma grande honra, o que torna isso um fato desagradavelmente agradável.

– Concordo. - Ed assentiu, baixando a cabeça. - Mas e aquele garoto, Sam, que vocês conheceram? Ele era o Sol, não era? Então isso quer dizer que ele estava possuindo um corpo ou aparecendo em sua legítima forma?

– Acho que ele apareceu em sua legítima forma. - Opinou Millena. E então murmurou para si mesma: - E que forma.

Anne deu uma risada e Ed fez cara de "Bando de taradas". Eu apenas rolei os olhos.

– Eu também acho. - Concordei.

– Com a boa forma do cara? - Indagou Ed, provocando gargalhadas em Anne e Millena.

– Não, idiota. - Rangi os dentes. - Acho que ele estava em sua verdadeira forma, porque ele irradiava uma aura de força que só algo realmente poderoso pode.

– Sam, Sam, Sam. - Murmurou Anne, com uma confusa. - Esse nome não me é estranho.

– Eu não me lembro de nenhum Sam que você conheceu na nossa viagem. - Ed descartou a ideia.

– Nem eu. Não tinha Sam nenhum na nossa escola. - Falei.

– Mas mesmo assim... - Então ela encarou a parede com o nascer do sol e as gotas voando. - Eu não sei não. A sensação que eu tenho é como se meu cérebro estivesse se revirando. E isso sempre acontece quando eu vejo vocês dois.

Tanto eu quanto Ed ficamos sem palavras. Eu coloquei uma mão no ombro de Anne, mas Ed se levantou de seu lugar e a abraçou. Por um momento fiquei irritado, mas ele estava consolando Anne, então tudo bem.

– Você vai se lembrar de tudo, pode deixar. - Ed murmurou.

– Assim eu espero. - Anne respondeu, recuando para deixar de abraçar Ed. - Mas então, estávamos falando de Sam.

– Sim. - Millena respondeu. - Se os Quatro Senhores ascenderem, provavelmente o mundo vai virar um caos.

– Eu não vejo o problema nisso. - Dei de ombros. - Quer dizer, quão ruim seria se eles assumissem o controle?

– Além do fato de não ser você o possuído por uma entidade de milhões de anos, você não entende a cagada que vai dar, não é? - Questionou Ed, suspirando.

– Imagine a terra completamente maluca. - Citou Millena. - As plantações não crescendo, crescendo demais, vários deslizamentos, a terra quebrando o cimento que o prende debaixo, as plantas sufocando os seres humanos, etc.

– A água invadindo além das praias, causando inundações, afogando as pessoas, até mesmo as plantas, as chuvas fortes demais, a ponto de arrancar telhados, etc. - Anne continuou.

– E o fogo sem controle, queimando plantas, pessoas, uma carnificina total, a fumaça subindo e destruindo a camada de ozônio, o mundo vai queimar. Literalmente. - Disse Ed, se debruçando na mesa. - Quão ruim seria se tudo isso acontecesse?

Millena e Anne que estavam viradas para Ed, se viraram para mim ao mesmo tempo, com um ar cético.

– Acho que muito, né? - Falei. Os três assentiram. - O que a gente vai fazer agora?

– Temos que impedir. - Ed disse, com os cotovelos apoiados na mesa.

– Como? - Perguntei.

– Eu não sei. - Ed deu de ombros. - Avisar o Conselho? Já temos problemas demais. - Anne se sentou, rígida na cadeira. Ela é que tinha problemas demais. - Mas acho que o primeiro passo é descobrir quem é esse tal de "Joe" que o Josh falou.

– Gaia citou quatro Elementais. - Contei. - Como ela mesma disse: "Annelise, Joe, Millena e Frederick. Quatro Elementos. Quatro Senhores".

– Eu sou nova demais pra ser "Senhora" - Anne disse. - Essa Gaia vai ter que passar por cima do meu cadáver se quiser dominar esse mundo.

– É isso aí. - Ed deu um tapa na mesa, se levantando.

– Tem que ter um jeito de impedir. - Anne se levantou também. - E nós vamos tentar pará-los com ou sem vocês. - Anne encarou a mim e a Millena.

– Mas é claro que eu tô dentro! - Millena se ergueu, sorrindo. Todos me encararam.

– Suponho que eu deva bater na mesa e me levantar também. - Falei. - E vocês sabem que será quase impossível. Mas... tô dentro.
Me ergui da cadeira e todos sorriram.

– Acho que agora tá na hora de acharmos esse tal de Joe. - Disse Anne, com um sorriso sombrio.


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Notas finais do capítulo

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