Mistérios da Lua - O Retorno da Magia escrita por uzumaki, Gengibre


Capítulo 1
Hoje é o dia


Notas iniciais do capítulo

Hello conhecidos e desconhecidos! Meus queridos cupcakes, BEM-VINDOS!



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POV'S ED DELLARGE

– Isso é um ultraje! - Gritava Lorde Gabriel. Eu estava sentado (esparramado) na cadeira de "réu" do grande Tribunal. Eu havia contado toda a história detalhadamente para Gabriel, mas eu acho que ele não havia aceitado. Gabriel era um homem velho, de cabelo e barba brancas, mas tinha olhos azuis que indicavam uma súbita lucidez, e ele era o Cônsul. O Chefe do Conselho, um "grupo" que regulava o uso da magia pelos feiticeiros. Eles, como achavam, estavam acima do bem e do mal, pois transitavam tanto nas Trevas quanto na Luz. E seus feiticeiros abdicavam de seus Reinos e viravam "pessoas da Lei". Gabriel já tinha 58 anos, e em breve daria o cargo ao filho, Uriel, um homem bom, que já havia se casado três vezes, porém extremamente obediente a mulher, Isís. Rolei os olhos.

– Você só pode estar zoando com a minha cara! - Protestei. - Fiquei meia hora te contando a verdade e você vem pra cima de mim me dizendo que isso é um "ultraje"? Por que é um ultraje? O que é um ultraje?

– Fica quieto, Dellarge. - Disse Daniel Williams, neto de Gabriel, sentado na arquibancada da direita. Daniel, ao contrário da família, nasceu nas Trevas, mas sua mãe morrera quando ele tinha cinco anos, então ele havia se mudado com o pai, a madrasta e a irmã para longe. Mas suas raízes das Trevas estavam em tudo. Seu cabelo preto, seus olhos escuros, sua postura cautelosa e frígida. Ao lado dele estava a irmã mais velha, do primeiro casamento do pai, Suzanne. Ela era linda. Alta, cabelo escuro, olhos azuis. Em outros tempos, eu até paqueraria. Mas agora... digamos apenas que não era possível eu me curar do baque. Não tão rápido pelo menos.

– Menino, eu tenho o dever de duvidar de fatos. - Disse Gabriel, se inclinando na cadeira. - E além do mais, você alega coisas impossíveis. Ora, aquela garotinha ser filha de Miranda? Ou aquele garotinho filho de Hanker?
Rangi os dentes.

– O nome dela é Annelise, senhor. - Falei. Daniel pigarreou alto. - E ela é a filha perdida de Miranda e Raffael, tanto que qualquer um pode provar o pequeno espaço de tempo que ela passou por aqui.

– Qualquer um pode se enganar. - Retrucou o velho. - Me recuso em acreditar que nossa futura Rainha é aquela garotinha.

– O nome dela...

– Vovô! - Me interrompeu Suzanne. - Vovô, eu conheço Ed. Ele não mentiria em algo assim! Tenho certeza de que há uma explicação plausível para todos estes fatos. E a iremos achar no nome da lei, não é?

Gabriel tocou na barba, pensando. Suzanne virou para mim e deu uma pequena piscada. Eu suspirei, como dizendo "obrigado". Ela piscou os olhos. "De nada".

– Muito bem. Que assim seja. - Disse Gabriel. - Porém, ainda há a menina, Annelise. Não podemos simplesmente lhe entregar o trono, de bandeja.

– Por que não? - Perguntei. Ouvi Daniel pigarrear outra vez, mas não liguei. - Ela tem o sangue real, o puro sangue real.

– Mesmo que ela seja filha de Raffael e Miranda... - Começou Gabriel.

– Ela ainda deve decidir o Trono que vai governar, e mesmo que isso aconteça, ela não sabe fazer magia!

– Ela sabe sim! - Protestei. - Você não a viu dominar a água, não a viu criar um portal, não a viu fazer uma onda do nada. Eu vi. E sei que ela é capaz.

– O problema, é que eu não vi. - O velho retrucou. - E até eu ver, não entregarei a coroa a ela.

– Isso é... argh! - Me levantei num pulo, dei as costas à Gabriel e saí pisando duro.

– Frederick. - Chamou o velho.

– O que foi? - Perguntei, de má vontade.

– Minha sentença está dada. - Concluiu ele. - Annelise, até que se prove digna, não tocará nem no mínimo rubi da coroa da Luz. Se, é claro, escolher a Luz. O que eu, particularmente, duvido. Muito bem. O caso está encerrado.

Aquilo foi tão injusto que abri a boca para xingá-lo, mas ele já havia se teletransportado. Daniel e Suzanne andaram até mim.

– Oi. - Os cumprimentei.

– Acho que você tem realmente um dom pra irritar as pessoas. - Disse Daniel. Ele sorriu, e mesmo aquilo pareceu sombrio.

– Desta vez eu concordo. - Suzanne me encarava. Eu olhei pra baixo.

– Então... eu vou indo. - Falei.

– Por quê? - Perguntou Suzanne.

– Eu tenho que... bem, não sei se ela ainda é minha namorada, mas tenho que vê-la. - Murmurei. Daniel e Suzanne fizeram uma cara de quem não está entendendo. - Anne. A filha de Miranda e Raffael. Ela é... digo, era... minha namorada.

– Quando me contaram eu não acreditei, mas acho que a princesa das Trevas te colocou mesmo os arreios, não é? - Daniel brincou.

– Não sabe o quanto. - Suspirei.

– Ah, qual é. - Suzanne cruzou os braços. - Ela não pode ser tão bonita assim.

– Não é questão de ser bonita, mesmo que ela seja... ela tem algo que todas as outras não têm. - Falei. - Eu realmente acho que ela é tudo pra mim. Eu amo ela.

– Uou. - Daniel arregalou os olhos. - Nossa, nunca pensei que veria Ed, O pegador falar assim.

– As coisas mudaram. - Concluí. - Pessoas mudam. Eu mudei. - Acenei com a cabeça para um Daniel surpreso e uma Suzanne irritada.

Passei por eles e corri para a porta de saída. Com sorte, ela e Josh estariam ali. Mas não estavam. Saí do prédio e varri a rua com os olhos. Ali na frente, em uma cafeteria, lá estava ela, a pele pálida brilhando a luz do sol, os cabelos negros como se fosse uma mancha preta no meio de um desenho cor de rosa. Ela estava com um copo na mão, ao lado de Josh, e eles estavam rindo de uma coisa aparentemente muito engraçada. Desatei a correr. Mas é nunca que eu deixo Anne junto de Josh, a entregando de bandeja. Eu tenho dignidade, sou teimoso e vou lutar pela Anne.

– Oi Ed! - Gritou Anne, alegre ao me ver. Parte de mim ficou feliz com aquilo, mas eu tinha que me lembrar de que aquela não era Anne. Era uma versão açucarada da minha marrenta.

– Oi. - Entrei e me sentei no meio deles. Josh gritou um "Ei!" indignado, mas eu só o olhei com raiva. - Tá gostando do capuccino?

– Muito. - Respondeu Anne. - Josh comprou pra mim.

– Se me pedisse eu também teria comprado. - Falei, olhando de canto para Josh, que sorria, presunçoso.

– Ed, é verdade que seu nome é Frederick? - Perguntou ela, um sorriso maligno nos lábios. Me lembrei de quando eu a ensinara a nadar, no meio da floresta, duas semanas atrás. Aquilo parecia que havia acontecido a décadas. Foi a primeira vez que eu fiquei realmente apavorado em perder Anne, que eu me perguntei "como vou viver sem aquela maluca?" e me sentido inútil.

– Infelizmente é. - Murmurei. Anne sorriu, maliciosa. Quase a perguntei se ela se lembrava de algo. - Então... Gabriel deu seu veredicto.

E lhes contei o que havia acontecido. Tirando Suzanne da história, lógico. Anne podia não ser mais minha namorada, mas eu gostava da minha cara normal, não com marcas de cinco dedos nela.

– Então ele ainda vai fazer alguma coisa quanto ao Trono, certo? - Perguntou Josh. - Anne não pode ser rainha de ambos os Reinos.

– Está se candidatando, Rogers? - Questionei, ríspido e frio. Josh pareceu se encolher, mas quando falou novamente, ele estava firme.

– Quando for me chamar pelo meu sobrenome, use Collins. - Respondeu ele. - Prefiro Collins à Rogers.

– Ok. - Me endireitei na cadeira. Anne nos observava, com um novo olhar.

– Vocês estão brigados? - Perguntou ela. Fiquei com vontade de dizer

"Não, imagina! Só estamos aqui, prestes a sair no tapa por você, mas continuamos grandes amigos" mas só a fitei. Ela não tinha mais olhos negros. Seus olhos brilhavam em uma cor castanha perto do verde. Então, do nada, Josh se levantou subitamente. Anne o olhou, curiosa. - O que foi, Josh? Você viu alguma coisa?

– Acho... acho que sim. - Ele estava branco como papel. - Eu vou indo. Não me esperem, não sei quando vou voltar.

– O que você acha que ele viu? - Perguntou Anne assim que ele saiu, se inclinando na minha direção.

– Não sei. - Dei de ombros. - Ele me parece um pouco idiota.

Os olhos dela faíscaram, assumindo uma cor mais escura. Quase sorri, animado por vê-la com raiva.

– Não chame Josh de idiota. - Disse ela. - Cuidado com a boca, Dellarge.

– Ou senão o quê? - Me inclinei em sua direção, agora nós estávamos perto o suficiente para mim sentir sua leve respiração. Eu estava com um sorriso presunçoso, e Anne mordia o lábio, tentando não sorrir. O brilho de desafio em seus olhos era tão familiar quanto respirar, e eu não recuaria. Então, ela sorriu, e recuou na cadeira. Isso havia realmente fugido ao controle. Ela estava sorrindo como antes, um sorriso desafiador.

– Ok. - Disse ela, por fim. - Eu preciso descansar.

– Vamos então. - Me levantei. Apontei para o copo dela. - Josh já pagou o café?

– Não. - Respondeu ela. Ah, ótimo. Eu iria pagar por um capuccino que eu nem toquei, e ainda por cima pagaria a diversão de Josh. Resmungando, peguei algumas notas e coloquei encima da mesa.

Saímos da sorveteria e começamos a andar pela cidade. Anne e Josh estavam de hóspedes na minha casa, Anne dormia no quarto de Sophie e Josh no sofá. O que eu achava perfeito. Eu morava no Castelo desde pequeno, mas eu já tinha 17, então podia reivindicar a casa dos Dellarge. Sophie havia morado lá desde que decidiu que o Castelo não era para ela. Mas agora, com Anne e Josh, eu não podia os deixar no Castelo, então ofereci minha casa e fomos os três morar juntos. Afe, isso ficou estranho. Mas você entendeu.

– Sabe, se você quiser me contar alguma coisa que eu fiz e não me lembro, sinta-se à vontade. - Anne disse. Desde que ela perdera a memória vínhamos tentando fazê-la se lembrar de certas coisas. Mas não havia funcionado. Mas mesmo assim, suspirei, concordando.

– Uma vez... bem, não se assuste. - Comecei, gaguejando. - A primeira vez que eu te beijei... você me ergueu cinco metros acima do chão. E eu ia possivelmente quebrar a cabeça, mas consegui dar uma cambalhota e cair bem no chão. Você ficou dois dias sem falar comigo. Mas depois me perdoou e nós começamos a namorar.

O rosto de Anne estava inexpressivo. Caminhamos umas duas quadras antes dela falar novamente.

– É difícil pra você ficar perto de mim se lembrando de tudo que vivemos juntos e eu não me lembrar? - Perguntou ela.

– Muito difícil. - Respondi. - Parece que o meu coração vai saltar pela boca. Justamente porque eu me lembro e você não. É como você estar morrendo de sede e o mar estar bem ao seu lado. Você gostaria de bebê-lo, mas a água é salgada.

– Isso é... uma metáfora no mínimo interessante. - Concluiu ela. Eu ri.

– É assim que eu me sinto. - Contei. Anne ficou novamente calada, e antes que ela falasse, chegamos em casa.

Abri o portão e Anne entrou primeiro. Subimos as escadas e abri a porta da entrada. Nossa casa era enfeitiçada para ficar de acordo com nosso humor. Mas como éramos três, então a casa atendia às emoções do mais poderoso. Ou seja, Anne. Agora a casa estava completamente negra, como nos outros dias, e uma neblina se espalhava pelo chão. Os móveis eram vermelho-sangue, somente alguns tinham um estilo gótico rústico. No corredor de cima, onde ficava os quartos, a porta do meu quarto estava prateada, a de Josh estava branca e a de Anne azul-escuro com pontos de luz, e parecia um céu. Geralmente os quartos eram de acordo com o dono, mas Anne burlava esta regra e seu humor afetava até mesmo nossos quartos.

– O visual hoje está bem... gótico. - Opinei. Anne gemeu.

– Obrigada, eu acho. - Então se sentou no sofá.

– Eu vou na cozinha, caso precise de alguma coisa...

– Ed, estamos dentro de casa, tem tudo aqui. - Anne disse. Eu assenti. Gostava do fato dela tratar a casa como "nossa" .

– Ok. - Concluí. Andei calmamente até a cozinha e peguei pipoca no armário. - Ei! - Gritei. - Liga a TV! Deve estar passando Phineas e Ferb na Disney.

A coisa que eu mais adorava no Reino da Luz era o fato de ser uma cidade completa e moderna. Tínhamos até TV a cabo. Coloquei a pipoca no microondas. Alguns minutos depois peguei uma tigela e despejei as pipocas nelas. Corri para a sala e pulei no sofá.

– Ei, Ferb! Já sei o que vamos fazer hoje.

Olhamos desenho até anoitecer. Quando já se passava das oito, a campainha tocou.

– Finalmente. - Anne se levantou e foi até a porta.

Quando a abriu, lá estava Josh. Acompanhado por uma cabeleira loira. Me levantei do sofá e andei até a porta, ficando ao lado de Anne. Olhei para ela, de boca aberta.

– Millena? - Perguntei.

– Olá, Ed. - Sorriu ela. - Podemos entrar?


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Notas finais do capítulo

Comentem meus saga maníacos! (slá pq chamei vcs disso)



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