Belo Desastre escrita por Pandacornia


Capítulo 2
Capitulo 2




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Acordei nos braços de Duda, todos estavam a minha volta (inclusive o Mosca, que estava encarando nós dois. Ah me poupe, depois de tudo ter ciúmes de mim e do Duda é o cumulo).

– O que... aconteceu? - abri os olhos, meio tonta ainda.

– Você desmaiou! Mais está tudo bem Mili, está tudo bem! - Duda falava, estava preocupado comigo, eu sorri.

– Ai sua santinha que susto que me deu! - Bia falou estendendo a mão e me puxando pra cima, com sua incrível força.

Fiquei em silencio, estava um silencio constrangedor, logo Duda com aquele jeito dele falo:

– Então meu povo, vamos ficar nesse silencio de enterro ou iremos contar a Mili - novamente - Que é a dona de tudo isso aqui?

– QUE? - Marian falou, estava ao lado de Vivi que estava do lado de Cris de boca aberta - A MILI? LOGO ELA? PORQUE NÃO EU? - continuava a gritar.

– Ai cala a boca. - a Bia falou a encarando enquanto riam dela, estava com uma certa pena dela naquela hora, eu e ela já fomos melhores amigas mais ela foi adotada e voltou, voltou com jeito diferente.

Ela subiu correndo pro quarto, Vivi e Cris foram correndo atrás dela.

– Eu gostaria de ficar sozinha com a minha neta. - Valentina se pronunciou - Se não for incomodo, claro!

– Ah, claro, pode sim! - O Junior assentiu levando o Duda e a Carmem - que ainda estava me olhando com cara de que queria me matar - e o resto desapareceram.

– Valentina... - Disse sentando no sofá, e ela se sentou ao meu lado.

– Minha neta... - falou segurando minha mão. - Você não deve estar entendendo nada, não é?

– E não estou mesmo, a minutos atrás eu pensei que era apenas uma simples órfã corna... - deixei escapar o corna e ela me olhou assustada.

– Não, não é, vou lhe explicar tudo aos mínimos detalhes. Ahn, corna? Você não estava namorando o Mosca? - ela me perguntou e eu abaixei a cabeça - Ah... entendo - ela falou.

Seu pai e sua mãe quando se conheceram eram muito adolescentes, quase da sua idade, eram tão inocentes no mundo tão horrível, o José Ricardo nunca suportou a insinuação de que ele e ela se amassem, mais eu como boa mãe dizia: ”Acalme-se são só crianças”, o tempo foi passando e aquela amizade se transformou em uma amor, em um amor tão forte que nem nada nem ninguém poderia deter. Ah, mais é claro que o José Ricardo não ia deixar sua única filha se envolver com um qualquer, então mandou o sabotar a viajem do meu filho, ele desapareceu depois daquilo. Mais já era tarde demais, a Gabi estava gravida - foi então que reparei que a Gabi era minha mãe - De você. Então ele não queria ter uma... - ela parou de falar, com certeza pra não me machucar. Então eu falei:

– Uma desonra na família? - ela balançou a cabeça positivamente. - Continue! - eu falei.

– Então criou esse orfanato, pra te manter perto dele. - Então será por isso que nunca fui adotada? - Só que de uns dias pra cá, ele tinha tendo fortes dores no peito e teve um ataque cardíaco, ele foi muito forte... - Aquela altura eu já estava me derramando em lágrimas. Porque só atraio coisas rins sobre mim.

– E... os meus pais? - eu falei em meio de um sussurro, estava soluçando.

– A Gabi não foi encontrada, nem o Miguel... - abaixei a cabeça e ela me abraçou.

Então eu nasci já errada, não era nem pra ter nascido, só nasci pra trazer desgosto a minha família, meu avô morreu me deixando tudo e ao mesmo tempo nada, continuo sendo uma órfã. Que legal, eu mereço, devo ter jogado chiclete na cruz!

As meninas estavam todas no quarto, gritando - Pata e Bia - rindo - Tati, Dani e Maria - chorando - Marian -

Cheguei no quarto sem dizer nada.

– Olha lá não é a herdeira dos Almeida Campos? - disse Cris, naquele tom de voz idiota.

– Ai garota vê se me esquece! - Eu falei indo pra cama de Bia. Ela se calou

Então as garotas fizeram uma roda ao meu redor e eu contei tudo o que a Valentina me contou.

– Continua sendo órfã. - A Marian retrucou - Continua sendo um erro, continua sendo um nada.

Eu estava completamente atordoada pra brigar com ela, mais aceito dizer que o que ela disse era verdade, uma verdade que eu já sabia, e ela só falou de um jeito pra ficar mais dolorosa. Mais eu já sabia.

Uma coisa que aprendi no mundo, que você pode contar uma mesma historia de varias maneiras, triste ou feliz, legal ou ilegal. De um jeito dramático ou engraçado, assim é a vida, você decide o jeito que quer conta-la.

Já estava tarde, e eu sem nenhum sono. Então mandei um sms pro Duda.

”Está Dormindo?” - Visualizada as 00:25

”Claro... Que não.” - ele me respondeu e eu ri.

”Você sempre tão humorado, tem novidade?” - respondi

”Estava pensando, Sim. Tenho. Você é minha prima.” - ele me enviou aquilo e eu fiquei pensando, até que ele tem razão.

”Que incesto!” - respondi

”kkkk como assim, dona Mili? Quer dizer que pensava em ter relações comigo? Pra acontecer um incesto?” - ele me respondeu

”Claro que não retardado. Você entendeu.” - respondi e ele riu

”Então tá, vai dormi, amanhã tenho surpresas pra você.” - ele respondeu em questão de segundos.

”Ok, boa noite.” - coloquei meu celular na mesinha, e fui dormi.

Capotei, melhor dizendo.

Acordei tão bem. O ruim de acordar bem é que minutos depois fica tudo ruim.

Tinha que encarar o Mosca, a Marian, a Vivi, a Cris, as pequenas, a Janu... Por falar nela, o que eu tinha feito pra aquele ser furar meu olho? sinceramente.

Me arrumei, estava mais fria aquele dia. Quando quebram seu coração uma dos privilégios do coração quebrado é esse.

Desci as escadas, vi Mosca e a turminha da Janu conversando e rindo, passei reto. Direto, não queria que ele me visse ou fizessem alguma piadinha ou sentisse pena de mim.

Acho que deu certo. Pensei

Fui ao banheiro. Olhando meu reflexo no espelho, escutei o barulho da porta abrindo. Era Janu. Apertei sua necessaire em suas mãos. Tentando ignora-la, fingi estar retocar a maquiagem. Janu lavou as mãos e pegou algumas folhas de papel.

— Sabe...— ela disse me olhando. — Acho que perdeu seu posto de rainha hoje.— Eu nunca havia notado, mas a voz dela era muito irritante. Revirei os olhos.

— Mal começou a namorar aquele lá, e já está se achando?— Falei em tom de sarcasmo.— Por favor, Janu. Você é só uma vadia que não tem o que fazer.

— Então, por que o Mosca te traiu comigo?— as palavras dela me recordar da dor. — Isso já acontece há um mês e meio,o tempo todo ele falava o quanto eu sou melhor que você. O tempo todo mesmo.— insinuou, em tom de malícia.

Eu sentia vontade de chorar, mas não queria deixar barato.

— O jeito como você fala e age é igual ao de uma prostituta.— Voltei a falar.— Se vangloriando do fato de estar com um homem poderoso, mas...— olhou Janu de cima a baixo.— Suas roupas são bonitas, mas, mesmo todo seu guarda-roupa junto, não chega nem perto do custo dos meus novos vestidos que estou usando.— deu um sorriso cínico. Parecia Marian falando desse jeito, mas valeu a pena ver a cara de desgosto de Irene. Se aproximou dela e continuou falando.— E saiba de mais uma coisa: sou a líder das meninas do orfanatoa, mas, maior do que a minha força, é minha acidez com as palavras. Eu tenho várias respostas prontas para tudo o que você diz.

De qualquer forma, não me importa o que você pensa. Eu sou muito mais bonita que você, e mais gostosa. Palavras do Mosca.— dito isso, ela saiu do banheiro.

Me apoiei na pia, e mais uma vez voltei a chorar. Não queria, mais era algo que saia sem eu querer. Naturalmente.

Porque? Porque isso acontece comigo? Porque. Me diz senhor, porque? O que eu fiz de tão ruim pra acontecer isso.

Quando me lembrei de algumas palavras da Carol.

– "Você é mais forte do que pensa. E será mais feliz do que imagina."

Sequei as lágrimas. Sai do banheiro, e vi Duda apoiado, perto da porta do banheiro masculino.

Tudo bem?— pareceu preocupado ao me ver .— Eu vi a Janu saindo.

Eu estou bem.— suspirei.— Só um pouco abalada. Vamos voltar para a sala.

O Junior foi ao orfanato logo depois.

Ele estava tão feliz. E eu talvez um pouco.

– Trago noticias boas! - Ele entrou no orfanato, logo dizendo isso. - A justiça já tá providenciando sua ida pra casa. A casa dos Almeida Campos Mili. Que legal vou ter uma sobrinha, quer dizer. Eu tenho. - Ele ficou falando isso meio abobado porque viu a Carol.

O dia passou rápido. Duda passou boa parte do dia comigo no orfanato quando lembrei de algo: iríamos morar juntos.


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Notas finais do capítulo

Hey obrigada pelos 2 comentários



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