Belo Desastre escrita por Pandacornia


Capítulo 3
Capitulo 3


Notas iniciais do capítulo

peoples, a fanfic é MOSLI mais vai ter outros casais também, bjú



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Estávamos todos na sala do orfanato, eu iria ir pra casa dos Almeida Campos ser uma deles. Estava com medo de não ser aceita. De dar tudo errado, na verdade eu estou cansada de as coisas nunca darem certo para mim.

Eu via nos rostos de todos, um olhar estranho, como se tivessem escondendo algo ou alguma coisa de mim, fiquei com medo, sabia o que aquilo significava, ia dar algo errado, como sempre!

Me encolhi no sofá, e voltei a escrever no diário. Sabe, desde do dia em que o Mosca me traiu com a Janu nunca mais nos falamos, confesso que ainda tinha pelo menos 1% de fé que aquilo era tudo um pesadelo, armação que nunca iria acontecer aquilo comigo.

– Mili? - Bia disse sentando do meu lado.

– Oi Bia - sorri falando, ela tinha melhorado muito o caráter nos últimos anos.

– Eu vou sentir saudades... - ela falou, quase chorando, com lágrimas nos olhos, deu pra ver verdade no seu olhar. - Das brigas, conversas... Me desculpa por tudo que eu já fiz com você. Desculpa mesmo!

– Você não tem nada que se desculpar, você é uma das minhas melhores amigas, vou sentir saudades de você, mais nos veremos todos os dias, não se preocupe. Não irá se livrar tão fácil de mim assim, Beatriz. - A abracei e ela retribuiu o abraço e sorriu.

– Não dia que eu lhe disse isso pra ninguém, ou terá os cabelos cortados. - ela sussurrou ao meu ouvido e eu cai na gargalhada.

Ficamos conversando. Eu, ela e a Pata.

– Mili, você vai para casa dos Almeida Campos depois de amanhã? - Binho veio falar comigo com uma carinha de cachorro que caiu da mudança.

– É, Sim. Vou sentir sua falta Binho! - Eu levantei e o Abracei, ele me abraçou forte. Parecia que não queria mais me soltar.

Fomos todos dormir, amanhã era um dia puxado o Duda disse que eles tavam arrumando meu quarto e que eu ia adorar.

Fiquei imaginando mil e umas coisas, mais no final apareceu o Mosca nas minhas lembranças.

A pessoa não vale o que caga, mais tem aquele sorriso de foder com o psicológico de qualquer um.

Enfim, dormi.

Acordei com um beijo no rosto, acordei assustada. Era a Carol sorrindo.

– Sabe Mili, vai ser muito dificil te ver ir pro mundo real, não ter mais nossa sonhadora. Ô Princesa... - Carol falou - A princesa dos contos de fadas... Irei sentir sua falta, mais está na hora, de viver o Mundo Real.

– Carol... Eu vou te visitar sempre, irei te mandar sms, nunca deixarei de ser sua amiga. Você é como uma mãe pra mim! - A abracei.

Porque todos falavam como se não fossem me ver nunca mais? eu só vou mudar de orfanato. E ficar numa casa - Mansão - Mais continuarei sendo órfã.

Naquele dia, tinha que ir pra escola, todos me olhavam assustados, de boca aberta. Janu e sua turminha me olhavam com ódio nos olhos. Sim, eu gostava de sentir aquilo. De fazer inveja a eles.

Olhei Bia e Pata conversando e fui até lá.

Oi.— falei, feliz por encontrar aquelas duas ali e poder contar os últimos acontecimentos. Contei para elas do meu novo quarto, dos meus pais. E que teria que morar na casa dos Almeida Campos.— E eu estou triste, pois vou me separar de vocês.— Meu tom ficou meio triste na última frase.

As duas me abraçaram, meio tristes.

— Vamos nos falar sempre.— Pata garantiu, quando já haviam entrado na sala de aula. Respondi com um aceno com a cabeça e a gente se sentou em nossos lugares.

Não demorou muito para Mosca e Janu entrarem na sala, de mãos dadas, e é claro, atraindo a atenção de todos. Após alguns segundos observando o casal, todos olharam para mim, esperando uma reação explosiva.

Naquele momento, Duda entrou correndo na sala e, com muita sorte, entrando segundos antes do professor de Matemática.

O que fez a atenção ser focada nele. Sentou-se ao meu lado e me cumprimentando como sempre. Apesar de viver me provocando, de vez em quando se mostrava um bom amigo.

A aula passou rapidamente para todos os outros alunos, menos para mim. A cada cinco minutos Mosca e Janu trocavam beijos ou alguma caricia totalmente constrangedora. E isso era uma tortura para mim, já que seu coração ainda sangrava por causa dele.

Quando finalmente chegou o horário do recreio, me levantei rapidamente. O Duda me seguiu. Chegamos ao refeitório.

— A gente pode sentar junto?— Duda me perguntou.

— Por quê?— Eu perguntei. Duda havia pronunciado a palavra "junto" de um jeito estranho. Geralmente eles se sentavam na mesma mesa, mas um pouco longe.

— Eu acho que a gente devia se acertar. Quer dizer, a gente vai morar juntos.

—Hmmmm... OK.— peguei um hambúrguer e refrigerante. Nos dois se sentamos na mesa da turma: Eu ao lado de Bia e na frente de Pata. Rafa e Binho conversavam sobre como Mosca estava estranho. Eu apenas tentava aproveitar seu último dia de aula com seus amigos.

Acabei o lanche antes de todos e deixei a mesa.

Voltamos a sala de aula, 50 minutos de aula de geografia e enfim voltaríamos ao orfanato.

Chegamos ao orfanato. Tava tudo escuro, quando alguém acendeu as luzes. Era uma festa, uma festa de despedida para mim.

Todos estavam se divertindo, o Duda e os meninos conversando e comendo. As meninas dançando e a Vivi se achando. A Marian estava quieta, no quanto dela. Me encarando.

Comecei a andar pelo orfanato. Andei pelo corredor, deixando na memória cada lugar. Fui para a biblioteca, que era meu refúgio. Lá tinha cheiro de mofo e naftalina ao mesmo tempo. Era fresco, ficando no terceiro andar da escola, com uma grande janela na parede escura. O Samuca tinha ajeitado ela, tinha ficado bem melhor que antes.

Ia sentir muitas saudades dali. Da biblioteca, de meus amigos, de tudo. Mas ao mesmo tempo, não via a hora de sair de lá, encontra meus pais. Seria uma oportunidade de recomeço. Para mim, e para meu coração já muito machucado.

Ouvi alguns passos atrás de mim. Conhecia aqueles passos.

— Mosca?— Me se virei ao encontrou dele, saindo da biblioteca. Ele se virou lentamente, e olhou para mim. Parecia estar com um pouco de medo.

— Oi.— falou, sério. Seu rosto estava com olheiras e um pouco pálido. Eu queria respostas, e não iria embora sem elas. Mesmo que doessem como cortes de faca em seu coração.

Por quê?— foi única coisa que consegui falar.

— Porque eu quis. Você estava grudenta demais, e não me dava meu espaço. Era sufocante.

— E precisava ter me traído? Não era mais fácil falar isso antes?– Comecei a sentir aquela dor novamente.

— Eu comecei a gostar da Janu.— o rosto dele estava endurecido.

— Não, você gosta só corpo dela. Mais nada.– retruquei.

— Entenda, Mili.— a voz de Mosca continha raiva.— Você não é boa o bastante para mim. Até que é bonitinha, mas só isso. E ainda por cima é nerd.

— Sabe o que eu tenho vontade de fazer?— Aumentei meu tom.— De te jogar dessa janela aqui, por que só assim vou ter algum descanso. Você que não me merecia.

— Por favor, né?— Ele falou sarcasticamente.— Eu, iria mesmo precisar de você? Olha só pra você: nerd, se veste horrível e não tem nada que me possa ter orgulho de falar que você é minha namorada. No máximo seria apenas uma diversão para mim.— Eu sentiu algo novo, o que já estava quebrado, se quebrando novamente. Cada vez em pedaços menores. Seus olhos arderam, mas não deixou nenhuma lágrima cair.

— Quer saber de uma coisa? Eu vou fazer você se arrepender com todas as suas forças, por estar dizendo isso para mim. A única coisa que vai restar de você vai ser você mesmo, pois eu vou tirar tudo de você: sua dignidade, seu orgulho e os respeito que as pessoas sentem por você. Mas, principalmente: o seu sonho. Ou acha que eu esqueci que você quer ser o líder de tudo?!— dito isso, sai da biblioteca, andando rapidamente.

Fiquei numa sala, vazia do orfanato. Não conseguia nem chorar, não tinha mais nada em mim, não tinha mais nada, não sentia mais nada.

Rafa entrou na sala. Eu olhei para ele.

– Não precisa falar, precisa... Hmmmm... Cantar! - ele pegou um violão e começou a tocar simples melodias, admito aquilo me acalmava.

Titanium

Você grita alto

Mas eu não consigo ouvir uma palavra que você diz

Estou falando alto,sem dizer muito

Sou criticada, mas todas as suas balas ricocheteiam

Você me derruba, mas eu me levanto.

Sou à prova de balas, nada a perder

Atire, atire

Recocheteiam, você acerta o alvo

Atire, atire

Você me acerta, mas eu não vou cair

Eu sou de titânio

Você me acerta, mas eu não vou cair

Eu sou de titânio

Corte-me

Mas é você que vai sofrer mais

Cidade fantasma, amor assombrado

Levante sua voz, paus e pedras podem quebrar meus ossos

Estou falando alto, sem dizer muito

Sou à prova de balas, nada a perder

Atire, atire

Ricocheteiam, você acerta o alvo

Atire, atire

Você me acerta, mas eu não vou cair

Eu sou de titânio

Você me acerta, mas eu não vou cair

Eu sou de titânio

Eu sou de titânio

Eu sou e titânio

Dura como pedra, metralhadora

Atirando contra os que se levantam

Dura como pedra, aprova de balas

Você me acerta, mas eu não caio

Eu sou de titânio

Você me acerta, mas eu não caio

Eu sou de titânio

Você me acerta, mas eu não caio

Eu sou de titânio

Você me acerta, mas eu não caio

Eu sou de titânio

No fim da música, desabou no chão e ficou sentada ali. Lágrimas transbordavam,mas sentia um peso sendo tirado de suas costas.

Rafa se aproximou, ficando do meu lado.

– Calma, vai passar, vai ficar tudo bem. Tudo bem. Calma. - Ele falava.

— Por que as pessoas são tão horríveis?— Eu perguntei, surpreendendo ele.— Por que sempre precisam magoar uma as outras? Isso é irracional.— ele me sentou em uma das cadeiras, e se sentou em outra próxima.

— É sobre o Mosca, não é?— Ele me perguntou, eu lhe lancei um olhar tipo "como você sabia?".— Infelizmente, todos sabem. - Ele completou.

— Eu sou feia? Tenho muitos defeitos?— Eu perguntava e conforme falava, as lágrimas caiam mais, como se fosse possível derramar mais lágrimas que já estavam caindo.

— Não.— Ele falou - Você é uma garota linda, e tem várias qualidades,não deve se importar com que pensam. Você tem vários amigos. E sei que há coisas em você que quer mudar, mas saiba que um rapaz vai gostar de você assim. Incluindo as partes que menos gosta. Essas vão ser as partes que ele mais vai gostar.— Ele finalizou com um sorriso solidário. Rafa realmente uma ótima pessoa. Sentiria muita falta.

Me levantei da cadeira e abracei o ele. Me despedi e sai da sala. Fui andando calmamente até a sala, onde estavam todos, menos o Mosca.

O resto do dia correu mais rápido, como se o pior já tivesse passado. Quando chegou a hora de ir embora... Senti como se uma parte sua estivesse ficando ali, naquele orfanato.

. . .

O motorista pegou minhas coisas e colocando numa limousine que a Carmem tinha mandado.

— Duda, cuida da Mili, afinal agora você é o irmão mais velho dela.— Pata falou, tentando acabar com o tom de tristeza.

— Eu vou cuidar muito bem dela.— Duda falou maliciosamente, me fazendo receber alguns olhares sugestivos que me deixaram corada.

— Ele é mais velho por apenas dois meses.— Eu falei, retrucando, não ia deixar barato.

— Ainda sim, eu mando eu você.— Duda falou, em um tom humorado. Acabei rindo.

— Vamos?— O Motorista falou.

— Bom gente, nos vemos amanhã.— Dei um aceno e foi para dentro da limousine. Junto com Duda.

Pela janela, eu podia ver seus amigos acenando. Uma lágrima solitária se escorreu no meu olho esquerdo. Agora, era de saudade. Já estava com saudade dos meus amigos, do Chico, da Carol e até da Ernestina. Mas sentia que as coisas iriam melhorar.

Cheguei a casa dos Almeida Campos, se é que aquilo podia ser chamada de casa. Era uma Mansão com M maiúsculo.


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Notas finais do capítulo

thanks pelos reviews.



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