A criadora de sussurros escrita por Lily
Vladmir já estava além de irritado quando o dia começou, fora acordado por berros e gritos desesperados quando o Laxus se abriu do nada.
O Laxus era o portal da Murray para o mundo mundano, só era aberto de dentro para fora quando o diretor tinha que ir ao mundo humano com urgência, o que em si já era bem raro. Quando o portal começou a se abrir os defensores se prepararam para atacar qualquer black blood que passasse, todos os alunos, professores e civis foram para as janelas para ver a ação quando uma coisinha vestindo um suéter horrível caminhou para dentro, e desde então todo mundo só fala disso.
Era normal que todos só falassem na coisinha, mas o que irritava o garoto -além de ter sido acordado por berros -era o fato de as pessoas continuarem repetindo as mesmas historias. Ninguém sabia fato novo algum desde que a tal “coisinha” foi levada para o escritório do diretor Sonic Murray, mesmo assim todos insistiam em repetir as mesmas coisas, todos ávidos por um novo detalhe por menor que fosse.
O irmão mais velho de Vladmir era jornalista e desde pequeno o tinha ensinado a procurar respostas por si mesmo e jamais repassar o que os outros dizem como se fosse um papagaio.
Faltavam dez minutos para a aula da professora Beladona começar e três alunas ainda estavam ausentes.
–Caros alunos. -começou a professora. -Não importando o acontecido desta manhã seguiremos o plano de aula. E devo avisar lhes que a partir de hoje a Elite terá um novo aluno-
–A coisinha é um aluno? -Clove Maphis perguntou.
–Coisinha? -questionou a professora com as sobrancelhas arqueadas. -Peço que não se refiram assim ao aluno transferido quando ele chegar.
–Aluno transferido?! -grasnou Blake Bloomey. -Isso é uma blasfêmia! Tal coisa não existe!
–Sem gritos senhor Bloomey. Quando a classe estiver completa eu mesma irei explicar como tal coisa pode existir.
–Por que a coisinha vai ficar na classe Elite? -perguntou Doc Lenger.
–Como não tem um registro o aluno transferido não tem um quarto nos dormitórios regulares, logo ficara aqui. -disse a professora.
–A coisinha não é um nascido? -perguntou Vladmir.
–Como pode não ser um?! -gritou Blake.
Antes de responder a professora Beladona bateu na mesa anunciando a contagem regressiva para o inicio da aula. Não importa se você é o melhor aluno, o pior, ou um aluno transferido, nem mesmo se estava com o diretor ou quebrou a perna a caminho da sala, depois que a professora ativa o cronômetro ilusório quem não entrar em um minuto não entrara ate a próxima aula.
–Aqui! Aqui! -era a voz de Tess Wess. -Estamos quase... aqui!
Tess correu para dentro e só parou quando estava a um palmo da parede.
Trinta segundos.
Tulia deu uma cambalhota para dentro da sala e foi recebida com palmas.
Quinze segundos.
Alguns alundos foram para a porta para ver se os últimos alunos estavam chegando.
Cinco segundos.
Moxie Went e a coisinha caíram no chão da sala com um segundo de folga. A turma explodiu em palmas enquanto Moxie fazia uma reverencia e tirava o pó do uniforme.
–Bravo. -disse Beladona sem emoção, aquele tipo de coisa acontecia em todas as suas aulas. -Agora em suas carteiras por favor.
A coisinha, uma garota medindo pouco mais de um metro e meio com cabelo loiro platinado e olhos verdes estava vestindo um uniforme maior que ela onde estava bordado Moxie na barra do casaco. A garota se sentou no fundo da sala perto da janela e abaixou a cabeça.
–Muito bem. -disse Beladona quando a turma ficou em silêncio. -Hoje eu vou explicar como é possível a existência da nossa aluna transferida. Senhorita?
A turma inteira olhou para trás esperando uma resposta, mas a menina não parecia estar ali, na cabeça dela pelo menos não estava.
–Senhorita? -Beladona chamou novamente um pouco mais alto.
Carter Finley deu um chute na mesa da garota que com isso pareceu despertar.
–Seu nome? -ele sussurrou.
–Wolzy Wiz! Quero dizer Lorenzy Madge, Loren. -ela disse.
A turma explodiu em risos com o susto dela. Vladmir teve que admitir que para alguém tão pequeno a garota tinha uma voz forte.
–Senhorita Madge. Seja bem vinda. Senhorita Lenger pode explicar o que significa ser um nascido? -perguntou a Beladona.
–Um nascido é todo aquele que nasce na comunidade Fey, desde o seu nascimento já é um membro Fey e antes de ter um nome os nascidos já estão matriculados na Murray, onde só Feys estudam. Também são nascidos os mestiços e meio sangues. -Disse Doc.
–Obrigada senhorita Lenger. Visto isso para os senhores pode parecer impossível que haja um estudante transferido já que desde o momento do nascimento todos os Fay estão matriculados na Murray e não há outra escola Fey além da Murray. Mas há uma forma.
“Se uma criança nasce no mundo mundano, sem conhecimento dos Fey, ela não é reconhecida pela comunidade Fey. Antes que perguntem. Há o censo que não se resume apenas aos Feys no mundo Fey como também aos que estão no mundo mundano, e ele conta os desaparecidos e mortos. Um desaparecido é aquele que desaparece durante a contagem do senso e seus familiares e amigos assinam o seu desaparecimento, o morto é aquele a quem a família e amigos assinaram o óbito. Visto isso se um casal ou uma moça sozinha está gravida no mundo humano sem o conhecimento de qualquer membro da comunidade Fey e essa moça ou casal morrem a criança fica com os mundanos se não há ninguém para reclama la ou se alguém oculta la. Essa criança pode viver a vida inteira sem saber que é um Fey, mesmo que habilidades se manifestem elas podem acontecer num grau que não chama atenção aos nossos no mundo mundano.”
–O que nos deixa a pergunta. -diz Vladmir. -O que você fez para vir parar aqui?
Os focos voltaram para Loren.
–Se a senhorita puder dividir com a turma. Seria muito educativo. -disse Beladona.
–Eu explodi coisas. -ela disse.
–Que coisas? -Vladmir questionou.
–Minha escola anterior... minha casa anterior quase e o meu último professor. -admitiu sem hesitação.
–Uma explosão? Uma iniciante? Estamos no primeiro ano e mal sabemos acender uma vela! -gritou Blake.
–Eu não usei fogo, eu... estiquei um suéter e ele expandiu até destruir uma parte, muito grande, da escola. E a minha casa eu explodi com água, ou melhor, com os canos d’água. -ela explicou.
–E o professor? -Vladimir perguntou novamente.
–Meu gato pisou nele.
Beladona ficou sem argumentos e mudou de assunto, Vladmir achava que talvez mentalmente ela agradecesse por não ter um gato ali.
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