If this is a dream won't open my eyes

Am I asleep? No, I'm alive

I just can't believe that this is my life

In my fantasy we're running wild - Wild, Jessie J

– Como é? Não pode ser... - Rick disse incrédulo depois que eu lhe contei a história com direito a todos os detalhes.

– Não sei se devemos mata-la ou ama-la. - Josh disse confuso.

– Mas eu tenho uma ideia melhor. - Carl sorriu para mim presunçoso.

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Sujo, fedorento e desconfortável. Assim eu defini a jaula em que eles me colocaram. Josh e Carl me prenderam numa cela assim que chegamos na prisão que eles moram. Desde então eu estou deitada no chão olhando para o teto e observando a luz do pôr-do-sol invadindo o local pela janelinha quadrada.

O único direito que eles me deram desde que eu cheguei aqui foi fazer xixi e trocar alguns olhares arrogantes com as pessoas novas que eu conheci. Nenhuma delas parecia terem gostado muito de mim. Eu fui completamente renegada. Eu não ia chorar por isso. Eu vou fugir.

Uns minutos se passaram e o menino alto dos olhos azuis intensos, vulgo Carl, apareceu com um potinho e eu já sabia o que era: comida. Mas eu não estou com fome, eu só preciso de paz para bolar um plano pra minha fuga. Quando eu neguei o enlatado, ele franziu a testa e insistiu.

– Você está pálida. Precisa comer. Eu não sei por quantos dias você ficou sem comer, mas se eu fosse você, aproveitava. Aqui a comida nunca dura muito. - disse ele.

– Pode comer, então.

Ele empurrou silenciosamente o enlatado para a minha cela, mas depois saiu me deixando sozinha com o meu plano. O plano que eu nem tinha ideia do que fazer.

– Narradora -

Carl ficara mais intrigado do que nunca com as atitudes de Victoria. Era surpreendente que, uma menina magra e pálida ainda por cima, negasse comida. Comida é uma das coisas mais raras nesses tempos sombrios. Quando sentou-se do lado de Josh na torre alta de vigia, ele contou o ocorrido.

– Ela é estranha, sinceramente. - ele disse, confuso - Sinto algo vindo de dentro dela, é estranho, eu sei, mas é diferente... Quando eu olhei nos olhos dela, era algo feroz. Como uma pantera.

– Uou, isso foi profundo. - Carl disse e eles riram juntos - Mas até que você tem razão. Sabe que eu andei reparando nela... ela é bonita.

– Mesmo que pareça uma aluna de 4° série. - a risada pela piadinha de Josh invadiu novamente o lugar pequeno.

– Ela não pode ficar trancada lá pra sempre, você sabe. O pai quer muito saber o que fazer com ela, mas não tenho ideia.

Isso foi como a faísca para a ideia brilhante de Josh.

– Podemos testa-la! Vamos à cidade amanhã de tarde, e vamos ver se ela é mesmo de confiança.

Eles assentiram e voltara a conversar, observando o sol deixar o horizonte para dar lugar à lua.

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10h50 da manhã de quinta-feira.

O sol estava pelando. A pequena garota ainda não tinha acordado. Um homem intrigado a observava por trás das grades. Esse é Rick. Os dois garotos lhe contaram a estratégia, mas ele já sentia que podia confiar nela. Sentia que ela era a salvação dessas pessoas. Sentia que todos precisavam dela. Sentia uma aura boa vinda dela, apesar da sua personalidade mostrar o contrário.

De fato, todos esses pressentimentos pareciam um pouco estranhos. Dar a uma pessoa desconhecida sua total confiança não era uma boa coisa.

– Ei! - ele a chamou - Ei, Victoria, acorde, preciso falar com você.

– O que você quer? - Ela respondeu imediatamente, se levantando e sacudindo a poeira da sua roupa velha e surrada.

– Bom dia, primeiramente. Bom, é que hoje os garotos vão à cidade, e você vai junto.

– Quê? Não, com qualquer pessoa, até o Daryl, mas não eles, por favor! - ela respondeu em tom de súplica indo para mais perto das grades fazendo o homem recuar um passo.

– Você não tem escolha. - disse ele e por fim, saiu.

Suspirando, ela sentou-se no chão e esperou o tempo passar.