The New Storybrooke I - The Fairytales are Back escrita por Black


Capítulo 11
Locked Into the Woods


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, desculpem o capítulo completamente sem criatividade, mas parece que ela (a criatividade) foi dar uma volta pela cidade.
Boa leitura!



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Era apenas mais um dia de sua vida. Apenas mais um dia presa naquela torre no meio da floresta, onde ninguém jamais iria encontra-la. Inicialmente, a loira se assustara com a possibilidade de ficar presa ali para sempre, mas depois de tantos anos sem sair, sem que jamais alguém viesse procura-la, acostumara-se com a ideia e também com a pessoa que a sequestrara e que agora cuidava dela.

Rapunzel conhecia a verdade, sabia que era a Princesa Perdida de Corona, que havia sido sequestrada e que não se passara um dia sem que seus pais lamentassem sua ausência, mas Gothel a cuidava tão bem, a tratava tão bem, que não conseguia sentir raiva da mulher que a tirara de sua família. Desde seus nove anos vivia naquela torre, longe de tudo e, agora com dezoito, não tinha como dizer que suspeitava que sua sequestradora não a amava, ou assim ela pensava. Sua única companhia naquela alta construção era sem pequeno camaleão Pascal, com a qual passava seus dias quando sua “mãe” não se encontrava por perto.

Ainda assim, o que a loira mais sonhava era em um dia encontrar novamente seus pais, aqueles que sempre lhe deram um amor incondicional, aqueles que agora sofriam por não tê-la mais perto de si. Queria encontrar mais uma vez a Rainha Ariana e o Rei Daniel de Corona, seus pais. Sim, sem dúvidas, este era seu maior sonho.

Foi arrancada de seus devaneios ao escutar um barulho estranho vindo de fora da torre, então olhando pela única janela da construção para saber do que se tratava. Conseguiu avistar os enormes e mortais espinhos que rodeavam a torre, impedindo que ela saísse e que alguém entrasse se não Gothel, que tinha magia, mas também viu algo que jamais pensou ser possível. Viu um rapaz subindo a torre fincando flechas na parede rochosa, motivo do barulho que ela escutara. Ele ainda não a havia visto e, assustada, ela saiu da janela, escondendo-se na escuridão.

– OUAT –

Pela manhã, na Lanchonete da Vovó, Mylena, Elsa e Annabelle estavam sentadas a uma das mesas do estabelecimento, que estava bastante movimentado, quando ninguém menos que Rachel Lockwood entrou pela porta com uma prancheta na mão e um sorriso nos lábios.

– Posso ter a atenção de vocês, por favor? – Ela pediu e então todos ali fizeram silêncio e olharam para ela. – Eu lamento interromper a manhã de vocês, mas devo lembrar que há uma ocasião especial que está chegando. – Sorriu entusiasmada. – O Dia da Flor Dourada. – Anunciou e murmúrios animados percorreram toda a lanchonete. – Como vocês devem saber, cada ano a comemoração é realizada por uma família diferente e, como podem perceber, esse ano os organizadores são os Lockwood. – Explicou. – Apenas vim avisar que a comemoração começa às sete da noite e será na Mansão Lockwood. – Informou. – Espero ver todos vocês lá. – Disse e, com um sorriso enorme, saiu dali.

Tão logo a morena de olhos verdes saiu do estabelecimento, as pessoas começaram a conversar animadas, afinal aquela era uma data muito querida por todos. Sem entender muito bem, Elsa se virou para as Irmãs Black.

– O que é o Dia da Flor Dourada? – Perguntou, embora já tivesse uma boa ideia de onde aquilo havia se originado.

– É um feriado municipal. – Mylena respondeu com um dar de ombros, indiferente. – É sempre realizada uma espécie de festa, sendo que, a cada ano, uma família diferente é escolhida para organizá-la. – Finalizou sem dar muita importância.

– E quem organizou no ano passado? – A loira quis saber.

Mylena pareceu pensar por um tempo que julgara longo demais, mas simplesmente não conseguia trazer à mente qualquer memória relevante sobre o ano anterior. Por fim, deu de ombros, sem saber o que responder.

Porém, antes que Elsa pudesse lhe fazer mais uma pergunta inconveniente, o celular da morena tocou e logo ela atendeu.

– Alô? – Cumprimentou, mas logo revirou os olhos e bufou com impaciência. – Tudo bem, já estamos a caminho. – Suspirou cansada e desligou o aparelho. – Temos que ir. – Disse, olhando diretamente para Elsa.

– Tudo bem para você, garota? – A loira olhou para Annabelle, preocupada que a ruiva fosse ficar magoada.

– Tudo bem. – A mais nova assentiu sorrindo e logo se levantou e se dirigiu para onde Marina estava conversando com Alicia King.

Logo, a Black mais velha e a Snow saíram da Lanchonete da Vovó rumo à Delegacia.

Um rapaz de cabelos e olhos castanhos e cavanhaque, vestindo calças jeans castanhas, botas marrons, camisa branca e um grosso casaco azul-piscina estava andando pelo terreno da Mansão Lockwood, na qual muitas pessoas passavam no intuito de ver os preparativos para o Dia da Flor Dourada, quando de repente uma frigideira caiu, acertando sua cabeça.

– Oh, me desculpe. – Do alto da escada de onde a frigideira caíra, uma garota de pronunciou. Tinha cabelos castanhos curtos e repicados e grandes olhos verdes, vestindo uma calça jeans, tênis rosa e blusa rosa de mangas longas. Era Rachel Lockwood. – Nem sei direito porque trouxe isso aqui para cima. – Ela sorriu sem graça.

Encantado com a beleza da menina, o rapaz, Eugene, sorriu maravilhado, não tardando em falar:

– Não tem problema, moça. – Ele respondeu-a, mantendo o sorriso nos lábios.

Ela logo desceu da escada, na qual estava para tentar fazer as luzes festivas que precisariam à noite funcionarem, e se aproximou dele, examinando envergonhada a mancha vermelha na testa do moreno.

– Eu realmente sinto muito. – Desculpou-se mais uma vez. – Eu estava tão ocupada que nem vi aquilo caindo. – Sorriu envergonhada.

– Deixe-me dar uma olhada nessas luzes para você. – Eugene propôs e, com o consentimento dela, subiu a escada e começou a examinar o painel elétrico preso no poste. – Aqui está o problema. – Ele rapidamente identificou e começou a mexer na máquina. – Você estava sobrecarregando o transformador. – Explicou concentrado em sua tarefa. – Se ligasse errado, isso aqui explodiria em você. – Declarou, virando-se para ela.

– Ah, então eu acho que você é meu Príncipe num cavalo branco. – Ela sorriu como uma criança, feliz.

– Não sou príncipe e não me dou bem com cavalos. – Eugene respondeu enquanto ainda fazia alguns ajustes no painel elétrico. – Você é Rachel Lockwood, certo? – Ele perguntou e ela assentiu silenciosamente. – Sou Eugene Fitzherbert. – Se apresentou enquanto ligava as luzes, finalmente conseguindo fazer com que funcionassem, deixando tudo iluminado.

– Ah, você conseguiu! – Ela falou entusiasmada, pulando animadamente em seu lugar, mais parecendo uma criança que acabara de receber o presente de natal dos seus sonhos. – Você é eletricista? – Perguntou ao finalmente se acalmar.

– Não. – Eugene negou com um gesto da cabeça. – Estou no ramo de serviços de custódia. – Deu de ombros.

– Isso é excelente. – Ela afirmou inocentemente.

– Não, não é não. – Ele discordou ao descer da escada e parar de frente a ela. – Meu sonho mesmo é viver em algum lugar ensolarado, solteiro e com boas condições. – Confessou. – Eu ando guardando algum dinheiro. Ainda não é suficiente, mas um dia vai ser. – Garantiu confiante. – E um dia eu vou sair da cidade e realizar meu sonho. – Finalizou.

– Sabe, acho que você pode conseguir o que quiser contanto que continue sonhando. – Ela afirmou sorrindo.

– Acredita nisso? – Ele perguntou realmente querendo saber a resposta.

– Claro. – Ela respondeu imediatamente, entusiasmada. – Olha só com que facilidade você conseguiu fazer as luzes funcionarem. – Gesticulou para o terreno da mansão, que agora estava completamente iluminado. – Aposto que você pode fazer qualquer coisa. – Disse com convicção e um sorriso enorme nos lábios. – Mais uma vez me desculpe por isso. – Apontou para a mancha vermelha na testa do rapaz, que estava começando a se tornar roxa, e se abaixou para pegar a frigideira que deixou cair. – Agora eu tenho que ir. Meus pais devem estar me procurando. Foi um prazer conhece-lo, Eugene. – Disse e, lançando mais um sorriso a ele, saiu correndo dali.

Ele apenas lançou um sorriso na direção em que ela desaparecera por entre as pessoas que havia ali.

Depois que chegaram à delegacia, Mylena e Elsa encontraram exatamente a cena descrita pela pessoa que fizera a denúncia: Jennifer Gold havia conseguido abrir a cela sabe-se lá como e tentara escapar sorrateiramente antes que a xerife e a assistente chegassem ao local e frustrassem seus planos.

– É sério que eu te deixo sozinha por cinco minutos e você tenta escapar? – Mylena perguntou impaciente, soltando um suspiro cansado, enquanto levava Jennifer, que estava com um sorriso de divertimento e escárnio, de volta à cela.

– A esperança é a última que morre. – A Gold respondeu enquanto a Black a colocava na cela e mais uma vez trancava. Desde que fora presa, seu passatempo preferido era irritar a xerife e, a julgar pelo modo como a morena a fuzilava com os olhos, ela fazia um excelente trabalho.

– E minha paciência é a primeira. – Mylena retrucou impaciente, cruzando os braços e se sentando no sofá que havia próximo à cela onde a garota estava presa, respirando fundo algumas vezes no intuito de se acalmar e não sacar a arma para atirar na Gold mais nova.

Elsa, que havia se mantido quieta até então, revirou os olhos e se sentou ao lado da morena, descansando as costas no encosto do sofá, olhando atentamente para a Black mais velha, que parecia em tempo de explodir de raiva.

– Tenha um pouco de calma. – A loira divertida pediu à morena irritada, mas realmente querendo que ela aceitasse seu conselho para que não cometesse nenhuma loucura.

– Se ela me disser o que eu quero saber e não torrar mais minha paciência, eu vou me acalmar. – Mylena retrucou, fuzilando Jennifer com os olhos enquanto que a Gold sorria descaradamente para ela, divertindo-se bastante com as reações irritadas da xerife a qualquer coisa que fizesse.

– OUAT –

Das sombras, Rapunzel observou o rapaz de aparentemente sua idade ou no máximo dois anos mais velho, de cabelos e olhos castanhos, cavanhaque e roupas simples. Ele olhava tão distraidamente uma mochila que trazia consigo que não a percebeu se aproximar por trás e acertá-lo com nada menos que uma frigideira.

– Quem acha que ele é? – Rapunzel perguntou a seu fiel amigo, Pascal, olhando assustada para o rapaz, afinal não via ninguém diferente de Gothel desde seus nove anos, ou seja, há nove anos.

Viu seu pequeno camaleão balançar a cabeça em negação. Pascal era um animal bastante inteligente, tanto que ela conversava com ele e pedia suas opiniões, por mais que ele não falasse.

– Será que é um ladrão? – A loira afastou-se um passo, ainda com a frigideira a postos, pronta para se defender de qualquer movimento suspeito por parte do desconhecido.

Desta vez, Pascal deu de ombros, sem saber ao certo o que dizer. Respirando fundo, Rapunzel se aproximou do rapaz desacordado e avistou a mochila que ele carregava, pegando-a com os movimentos mais suaves que conseguia, não querendo despertá-lo.

Por fim, com a bolsa de couro já em mãos, Rapunzel desviou o olhar temporariamente do rapaz desacordado e fixou os olhos verdes na mochila, então abrindo-a. Não havia muita coisa lá dentro além de um folheto de procurado com uma imagem malfeita do desconhecido que invadira sua torre, as flechas que ele usara para subir na construção e uma tiara, que ela logo retirou de dentro da mochila, deixando-a cair no chão com um baque surdo ao reconhecê-la.

Era sua. Era a tiara que costumava usar antes de ser sequestrada por Gothel, a que seus pais lhe deram quando nascera. Quando finalmente se recuperou do choque, pegou a tiara mais uma vez e caminhou até a frente de um espelho, colocando-a em sua cabeça. Era uma imagem tão familiar, mas que com o tempo, tornara-se tão estranha.

– Rapunzel! – Escutou a voz de Gothel vinda de fora da torre e imediatamente guardou a tiara mais uma vez na bolsa do desconhecido, que o folheto de procurado identificava como Flynn Rider, e escondeu a bolsa em um canto qualquer na torre. – Jogue os seus cabelos! – Ouviu mais uma vez a voz da mulher, o que a fez se apressar em esconder o rapaz desacordado no armário.

Assim, com mais nada suspeito à vista, finalmente dirigiu-se à janela e jogou seus cabelos enormes para fora. Lá embaixo, em meio aos espinhos, estava Gothel, que segurou seus fios dourados e Rapunzel içou-a para cima.

– Olá, querida. – A mulher a cumprimentou assim que finalmente chegou à janela da torre.

– Oi, mãe. – Havia aprendido a chamar a outra assim, por mais que soubesse que ela não era sua mãe de verdade de modo que só o fazia na frente da mesma, e parecia que aquilo agradava a mulher, que lhe lançou um sorriso.

– Tenho uma surpresa! – Gothel exclamou, exibindo uma bolsa de cor cinzenta que trouxera consigo. – Vou fazer sopa de cogumelos, sua preferida. – A mulher cantarolou satisfeita.

Rapunzel assentiu contente. Claro, não pulava de alegria por ainda estar preocupada com o rapaz escondido em seu armário, mas ficara feliz com a surpresa da outra, afinal, Gothel tinha razão, ela adorava sopa de cogumelos.

Então, após usar os poderes mágicos de seu cabelo dourado para tornar sua mãe mais jovem novamente, e também de se deliciar com a sopa que a mesma fizera para ela, como todos os dias, Gothel partiu, deixando-a sozinha com Pascal, sua antiga tiara e o rapaz trancado em seu armário.

– OUAT –

Assim que se despediu de Eugene, Rachel se encaminhou rapidamente até uma mulher extremamente parecida com ela, com os mesmos olhos verdes e os mesmos cabelos castanhos vestindo calças jeans claras, blusa roxa de mangas longas e sapatilhas roxas, também trazendo um grosso casaco pendurado no braço, afinal o clima estava bastante frio naquele dia em especial, que a esperava próxima à porta da Mansão. Aquela era a mãe de Rachel, Ângela Lockwood.

– Vejo que conseguiu fazer as luzes funcionarem. – A mais velha sorriu orgulhosa, olhando as luzes acesas espalhadas pela propriedade da família.

– Na verdade, quem fez isso foi o Eugene. – Rachel respondeu sem graça, lembrando-se do rapaz na qual derrubara a frigideira que agora segurava.

– Eugene? – Ângela repetiu sem entender, afinal não conhecia o rapaz e tampouco tinha consciência de que sua filha conhecia.

– Eu acabei de conhecê-lo e ele me ajudou com as luzes. – A mais nova explicou sorridente, entusiasmada.

– Tudo bem. – A mais velha assentiu com um sorriso pequeno ao notar que a filha parecia imensamente feliz. – Seu pai e sua tia estão te procurando. – Lembrou.

– Então eu vou ver o que eles querem. – Rachel garantiu e saiu saltitando na direção que a mãe lhe apontara que seu pai e sua tia deveriam estar aguardando-a.

Ângela soltou um riso baixo e então, lembrando-se de que iria verificar os voluntários da organização do evento, saiu dali, sentando-se a uma mesa com uma prancheta em mãos, checando os nomes que havia escritos na lista que segurava.

– Eu quero me inscrever. – Levantou o olhar ao escutar uma voz masculina, notando ser um rapaz de cabelos e olhos castanhos e cavanhaque, vestindo calças jeans castanhas, botas marrons, camisa branca e um grosso casaco azul-piscina.

– Nome? – Ela perguntou, pegando uma caneta, pronta para adicionar mais alguém na ajuda da organização do evento que tanto alegrava a cidade de Storybrooke.

– Eugene Fitzherbert. – O rapaz respondeu com simplicidade.

Ângela então o olhou mais uma vez. Deveria ser aquele o rapaz de quem sua filha falara. Não disse nada a respeito, mas não deixou de observar a postura dele. Por fim, escreveu o nome dele na lista e sorriu para o mesmo antes que ele fosse embora.

– OUAT –

Respirando fundo, uma ideia passou pela cabeça da loira. Gothel sempre lhe dissera que ela não era capaz de cuidar de si mesma, mas não era momento de acreditar no que a mulher lhe falava. Sentia saudades de seus verdadeiros pais, queria vê-los novamente, mesmo que apenas por uma noite, pois, quando descobrisse, Gothel com certeza iria atrás dela, mas tinha de vê-los novamente. E precisaria da ajuda do rapaz em seu armário, uma vez que tampouco conhecia o caminho para o Reino de Corona.

Assim, ela retirou o desconhecido do armário e o amarrou a uma cadeira usando seus cabelos. Desse modo, era hora de acorda-lo. Logo, Pascal desceu do ombro de Rapunzel e ficou no ombro do rapaz desacordado. Abriu a pequena boca e lançou sua língua de camaleão no ouvido dele, que acordou com um susto.

– Isso é cabelo? – Ele perguntou ao tentar se mexer e perceber que estava preso por longos fios dourados que se espalhavam por toda a torre.

– Lutar... – Rapunzel engoliu em seco e, escondida nas sombras, começou a falar. – Lutar é inútil. – Disse com a voz trêmula.

– O que? – O rapaz questionou sem entender, olhando na direção de onde a voz da loira vinha.

– Eu sei que você roubou a tiara da Princesa de Corona. – Ela saiu das sombras, deixando então que o outro a visse, porém ele estava estático demais com as palavras que ela acabara de pronunciar. – Quem é você e como encontrou este lugar? – Preparou a frigideira para um golpe.

– Eu não sei quem é você e nem como encontrei essa torre. – Ele respondeu confuso. – Mas poderia te dizer “Oi”. – Abriu um sorriso galanteador, que a fez estreitar os olhos, sem saber o que aquilo poderia significar. – Como vai? – Ele prosseguiu. – Meu nome é Flynn Rider. – Se apresentou. – Está tendo um bom dia?

– Tinha mais alguém com você, Flynn Rider? – Ela ignorou as perguntas dele e lhe apontou a frigideira.

– Não. – Ele negou, tentando se soltar da cadeira. – Olha, eu estava numa roubada, andando pela floresta, eu... – Ele ia continuar, mas de súbito parou, lembrando-se de um detalhe importante. – Essa não. Cadê minha mochila? – Começou a olhar em volta, procurando-a.

– Eu escondi. – Rapunzel sorriu vitoriosa e cruzou os braços. – Num lugar onde você nunca vai encontrar.

Flynn olhou em volta mais uma vez, então centrando seu olhar em um ponto em especial.

– Está naquele pote, não é? – Ele perguntou, gesticulando para onde ela havia escondido a mochila com a tiara.

Rapunzel rapidamente o nocauteou com a frigideira e então escondeu novamente a mochila, tendo certeza de ser num lugar onde ele não encontraria.

– OUAT –

Depois que tudo estava perfeitamente decorado, com várias bandeiras roxas com sóis amarelos espalhados pelos terrenos da Mansão Lockwood, que várias tendas de venda de alimentos e pequenos objetos estavam montadas e os músicos começavam a tocar, a população de Storybrooke já se dirigia à comemoração do Dia da Flor Dourada.

Rachel andava animadamente por entre as pessoas, cumprimentando a maioria ao passar, quando esbarrou com Eugene.

– Ah, oi. – Ela cumprimentou sorridente, com o mesmo entusiasmo que anteriormente ele a vira expressar.

– E aí, moreninha? – Ele respondeu sorrindo brincalhão.

– O que está fazendo aqui? – Ela perguntou inocentemente.

– Estou aqui para a comemoração, como todo mundo. – Ele explicou, fazendo-a rir com a pergunta idiota que fizera. – Gostaria de me acompanhar? – Ele propôs, estendendo a mão para ela.

– Eu adoraria. – Ela segurou a mão que ele lhe estendia.

Por fim, os dois foram à fila de uma das barracas de comida. O olhar de Rachel se perdeu na decoração do local enquanto esperava e, de algum modo, aquelas bandeiras, aqueles desenhos, aquelas tendas, todos os mínimos detalhes lhe pareciam familiares, embora ela não conseguisse liga-los a qualquer de suas memórias.

Ainda esperando na fila, um grupo de músicos passou tocando por ela e, entusiasmada, ela saiu da fila e, depois de uma rápida conversa com os mesmos, eles agora tocavam uma música animada que ela dançava, convidando os outros moradores da cidade a se juntarem a ela, o que eles fizeram.

Quando Eugene finalmente conseguiu comprar doces para ele e Rachel, não encontrou a morena esperando atrás dele, mas sim dançando com a população de Storybrooke ao ritmo de uma canção animada. Quando viu que ele olhava para ela, a Lockwood fez um gesto com a mão, convidando-o a se juntar a eles. Eugene, no entanto, recusou, mas foi empurrado para a dança por Simon Harris e Jake Winter, que apareceram atrás dele sem que ele visse.

Parecia que toda a população de Storybrooke estava ali dançando ou, no mínimo, assistia. Por exemplo, Mylena empurrara Elsa para a dança e a loira esbarrou em Jake, com a qual começou a dançar sob os risos da morena, que acabou por também não escapar, pois Annabelle a empurrou para a roda de dançarinos, sendo puxada pela mesma, que puxou Marina e Simon, que puxaram Miranda e Alicia. Annabelle acabara se juntando a um garoto loiro de olhos castanhos chamado Christopher Williams para dançar, Mylena, por incrível que pareça, aceitou o convite estranhamente educado de Andrew e pôs-se a dançar com o mesmo, um nervoso e tímido Simon convidou Adriana para dançar e a loira aceitou, Marina, mesmo que de má vontade, acabou por aceitar o convite de um rapaz de cabelos negros e olhos azuis chamado Hector Mitchell, Miranda encontrou seu marido, mesmo que Elsa não tivesse consciência de que na cidade a garota era casada, Will Scarlet e dançara com ele, por mais que o mesmo não fosse bom naquilo, e Alicia encontrou o um rapaz ruivo de olhos verdes que observava tudo de um canto distante chamado Jefferson Mad e o convencera a dançar com ela. No fim, todos estavam se divertindo.

Com o fim da dança, Eugene puxou Rachel para algumas tendas de vendedores desavisados e os dois pegaram alguns bolinhos sem que o homem visse, escondendo-se atrás de árvores espalhadas pelo terreno quando alguém olhava na direção deles. A Lockwood também o levou à biblioteca gigantesca que havia em sua casa, apresentando-o todo tipo de assunto e todos os livros que conhecia.

– O que é isso? – Eugene perguntou quando o pequeno lagarto verde subiu em seu ombro enquanto eles andavam pelos corredores da casa para voltar à festa depois de irem à biblioteca.

– Esse é meu camaleão, Pascal. – Ela o apresentou ao pequenino.

Pascal, por sua vez, lançou sua língua de camaleão no ouvido do rapaz, fazendo-o tomar um susto e a morena rir.

– OUAT –

Mais uma vez com sua língua de camaleão no ouvido do rapaz, Pascal o acordou.

– Você quer parar com isso? – Flynn resmungou incomodado, tentando limpar seu ouvido no ombro.

– Agora eu escondi num lugar onde você nunca vai achar. – Rapunzel garantiu com o mesmo sorriso que antes exibira para ele. – Agora me diga o que você quer aqui. – Ela exigiu com os olhos verdes semicerrados.

– A única coisa que eu quero de você é que solte essa cabeleira, literalmente. – Ele respondeu, tentando se libertar.

– Espere. – Ela então se deu conta de um detalhe importante a qual fugira de sua mente por alguns momentos. – Meu cabelo não te interessa? – Perguntou incrédula.

– Ora, por que o seu cabelo me interessaria? – Ele questionou confuso. – Olha, estavam atrás de mim, eu vi uma torre e subi. Fim da história. – Finalizou mal humorado.

– Isso é verdade mesmo? – Ela apontou a frigideira para ele.

– É. – Ele garantiu.

Então, a loira se distanciou dele e, de costas para o rapaz, começou a conversar aos sussurros com Pascal:

– Sei disso, preciso de alguém para me levar e também acho que ele não está mentindo. – O camaleão emitiu um ruído estranho e ela suspirou cansada. – Mas eu tenho outra escolha?

Então, com o consentimento de má vontade do camaleão, ela se virou mais uma vez para Flynn.

– Tudo bem, Flynn Rider. – Ela finalmente retomou a palavra. – Eu vou te oferecer um acordo. – Propôs.

– Acordo? – Rider repetiu e arqueou uma sobrancelha.

– Quero que você me leve a Corona. – Ela explicou, olhando fundo nos olhos dele.

Flynn pareceu pensar por alguns segundos, fingindo cogitar a ideia, mas logo balançou a cabeça em negação.

– Não vai rolar. – Respondeu. – Digamos que o reino e eu não estamos em um momento de muita simpatia. – Explicou. – Por isso, não vai dar para te levar. – Repetiu.

– Alguma coisa te trouxe aqui, Flynn Rider. – Ela começou a se aproximar dele, séria. – Chame do que quiser: acaso, destino...

– Cavalo. – Ele sussurrou.

– ... E eu decidi confiar em você... – Ela continuou.

– Uma decisão horrorosa. – Ele acrescentou em tom baixo.

– Pois então confie no que eu vou te dizer. – Ela se inclinou para frente e apoiou a mão no encosto da cadeira, olhando fundo nos olhos castanhos do rapaz. - Você pode destruir esta torre pedra por pedra, mas se eu não o ajudar você nunca irá encontrar sua preciosa mochila. – Disse isso e se afastou.

– Me deixe ver se entendi. – Ele suspirou. – Eu te levo para Corona e você devolve minha mochila? – Ele perguntou.

– É uma promessa. – Rapunzel declarou e, ao ver o olhar descrente dele, se apressou em falar. – E uma promessa minha não é jamais descumprida. – Mais uma vez recebeu o olhar cético dele. – Eu juro. – Finalizou.

– Tudo bem, eu não queria fazer isso mais você não me deixa escolha. – O rapaz suspirou, parecendo cansado. – Aqui vai o biquinho. – Então, abriu uma expressão tão petulante que, se não fosse tão ingênua a ponto de não entender, Rapunzel com certeza teria cedido. – Isso geralmente não acontece. – Ele murmurou para si mesmo ao desfazer a expressão de quase súplica. – Tudo bem, eu te levo lá. – Ele deu de ombros, desistindo, afinal já usara a última arma que lhe restara e não surtira qualquer efeito.

– Legal! – Ela riu e deu alguns pulinhos em seu lugar, entusiasmada.

No ato, ela acabou por derrubar a cadeira em que o outro estava sentado, fazendo-o cair de cara no chão.

– Quebrou meu biquinho. – Ele disse com dificuldade.

Assim, ela o desamarrou e o rapaz levantou-se de sua cadeira.

– OUAT –

Quando voltaram à festa, por insistência da morena, dançaram mais um pouco, porém, depois de algum tempo, a luz, de repente, cessou completamente, gerando murmúrios nos cidadãos de Storybrooke, que não conseguiam ver nada naquele completo breu.

Eugene, por sua vez, teve uma ideia que, ao contar a Rachel, a garota considerara brilhante. Ambos foram a uma das tendas onde eram vendidas velas e começaram a distribuir as mesmas pela população, que as acendeu, formando um ambiente mais uma vez iluminado, mais ainda mais belo.

Observando tudo maravilhada, Rachel finalmente se virou mais uma vez para Eugene, que segurava duas velas acesas, estendendo uma para ela.

– Todas essas luzes parecem mágicas. – A garota disse entusiasmada ao pegar a vela que o rapaz lhe estendia. – Acho que algo assim é tudo com o que eu sempre sonhei. – Ela declarou sorridente. – Você entende?

– Estou começando. – Ele sorriu para ela e segurou a mão da morena, que não recusou o gesto.

– OUAT –

Após ambos deixarem a torre, a explosão de animação de Rapunzel, as crises de consciência por a loira julgar estar traindo uma pessoa que cuidara dela por nove anos e as tentativas de Rider de convencê-la a voltar, eles agora caminhavam pela floresta de Corona.

– Onde estamos indo? – Rapunzel questionou após algum tempo de caminhada.

– Temos que comer algo, não acha? – Flynn sorriu com algum pensamento que tivera. – Fique tranquila. O lugar que estou lhe levando é bem legal. Afinal, não seria uma boa ideia assustá-la e fazê-la desistir dessa excursão, não é? – Flynn parou de andar ao avistar um estabelecimento e uma placa. – Ali está! O Patinho Fofo. É um lugar bem bacana.

– Gosto de Patinhos, sabe? – Rapunzel sorriu inocente.

Mesmo que o tivesse chantageado para leva-la a Corona, a loira conseguia ser mais ingênua do que um bebê. Flynn descobrira isso em pouco tempo e quase se sentiu culpado pelo que estava fazendo. Quase.

– Que legal! – O rapaz falou enquanto os dois se dirigiam ao estabelecimento. Assim que entraram, Flynn falou. – Garçom, por favor, sua melhor mesa.

Rapunzel ficou aterrorizada com o interior daquele lugar. O nome até poderia ser inocente e enganar algumas pessoas, mas lá dentro era escuro e sujo, com vários brutamontes insensíveis e aparentemente perigosos. O tipo de lugar que a loira desejaria nunca visitar, e Flynn sabia disso.

Rapidamente Rapunzel pegou sua frigideira e a apontou para todas a s direções. Flynn colocou uma mão em suas costas e foi empurrando-a para dentro. Já no meio do lugar, Rapunzel se acuou num canto de parede. Rider se aproximou dela.

– Você não está muito bem, loirinha. – O rapaz declarou. – Eu poderia apenas lhe deixar na sua torre, você devolve minha mochila e retoma seu relacionamento mãe-e-filha baseado em confiança. Não seria melhor? – Começou a puxá-la para a saída. – Esse lugar aqui é dos melhores. E se você não segurou a onda, então é melhor voltar para sua torre... – Quando estavam para sair, a porta foi bruscamente fechada por um homem que tinha facilmente três vezes o tamanho de Flynn.

Em sua mão, estava um cartaz de procurado, que para o azar de Rider, trazia seu rosto.

– É você? – O grandalhão perguntou rude.

Flynn retirou o dedo do homem de cima de onde seu nariz deveria estar desenhado. Não estava nada parecido com o normal.

– Por que será que ninguém nunca acerta o meu nariz?! – Ele resmungou.

– É ele sim. – Um homem com um gancho no lugar de uma das mãos se aproximou. – Você – Apontou para um homem que estava atrás de si. – Vá chamar os Guardas. Essa recompensa vai me render um gancho novinho em folha.

Logo, todos começaram a brigar e puxar Flynn de um lado para o outro, querendo ficar com a recompensa. Rapunzel pegou sua frigideira e tentou bater nos valentões, mas não obteve nenhum resultado. Por fim, finalmente conseguiu chamar a atenção deles ao acertar a cabeça do homem com o gancho.

– Soltem! Soltem agora! – A loira gritou. – Eu não sei como ir ao reino e preciso dele para me levar porque sonho em reencontrar meus pais há nove anos! Tenha sensibilidade. Vocês nunca tiveram um sonho na vida?

“Gancho” virou-se para ela e se aproximou com sua espada e gancho. Quando chegou bem perto da menina, apontando-lhe a espada, falou:

– Sim, eu tive um sonho uma vez. – Ele parecia melancólico. – Mesmo com essa minha aparência, meu sonho sempre foi ser pianista. – Sorriu e se dirigiu ao piano que havia ali, começando a tocá-lo sob o olhar incrédulo e contente de Rapunzel. – Imagine-me num palco tocando Mozart. – Disse entusiasmado. – Acho que, como todo mundo, é claro que eu tenho um sonho. – Garantiu, ainda tocando.

– Eu queria encontrar o amor da minha vida. – Outro dos homens ali presentes se pronunciou.

– Eu quero tricotar!

– Eu quero fazer teatro!

– Ulf adora mímica. – Gancho se pronunciou mais uma vez, apontando para um homem pintado de preto e branco. – E Vladimir tem coleção de unicórnios. – Gesticulou para talvez o maior homem ali, que trazia dois minúsculos unicórnios em suas gigantescas mãos. Então, ele se dirigiu até Rider. – E você? Qual é o seu sonho? – Perguntou.

– Viver em um lugar ensolarado bronzeado e solteiro com pilhas de dinheiro ao meu lado. – Flynn respondeu com a maior naturalidade que podia, uma vez que era segurado por dois homens.

– E eu quero reencontrar meus pais! – Rapunzel se pronunciou sorridente.

Todos foram interrompidos pelo homem que Gancho mandara para chamar os guardas.

– Encontrei os guardas! – Ele declarou.

Flynn e Rapunzel imediatamente se esconderam abaixados atrás de um balcão. Logo, o Capitão da Guarda entrou lá com alguns soldados.

– Cadê o Rider? Cadê ele? – Foi perguntando enquanto os soldados vasculhavam o lugar.

Ainda escondido, Flynn levantou-se um pouco e pôde ver que seus “comparsas” haviam sido pegos pelos guardas e estavam ali. Definitivamente, ele estava encrencado.

Assustou-se quando viu um gancho à sua frente e ao olhar para o dono dele, viu que o homem lhe apontava uma saída.

– Vá lá. Viva seu sonho. – Gancho sorriu, olhando para a passagem secreta que os tiraria dali.

– Pode deixar. – Flynn respondeu com um sorriso sonhador.

– Seu sonho é podre. Eu estava falando com ela. – Rudemente, Gancho respondeu, gesticulando para Rapunzel.

Flynn revirou os olhos e entrou na passagem juntamente com a loira. Os dois começaram a correr quando notaram que estavam sendo perseguidos pelos guardas e por... Um furioso cavalo branco? Aquele pulguento definitivamente era persistente. Era esse o pensamento de Rider.

Os dois acabaram na velha distribuidora de água de Corona, que há muito estava abandonada. Rapunzel deu sua frigideira a Flynn, que no momento estava sem arma alguma, e jogou seu cabelo e o usou com uma corda, indo para o outro lado.

Rider começou a duelar com os guardas e acabou por vencê-los. Quando estava enfrentando o cavalo, Maximus, e prestes a perder para o mesmo, Rapunzel usou seu cabelo e o puxou. O cavalo deu coices em uma das colunas de sustentação para que formasse uma ponte, mas acabou provocando uma ruptura na barragem, que se desfez.

Fugindo da água, Rapunzel e Flynn acabaram numa caverna. Com a água subindo e a frigideira da loira como seu único objeto, eles não tinham muito que fazer, afinal não havia saída dali. Numa tentativa, Rider acabou por cortar a palma da mão.

– É minha culpa. – Rapunzel falou tristonha. – Ela tinha razão. Eu devia ter ficado na torre. – Seus olhos se encheram d’água. – Desculpe-me, Flynn. – A loira começou a chorar.

– Eugene. – Flynn a corrigiu, penalizado pelo sofrimento da garota.

– O que? – A loira olhou confusa para ele, sem entender.

– Meu nome de verdade é Eugene Fitzherbert. – Ele esclareceu com um dar de ombros tristonho. – Uma hora você ia descobrir. – Ele suspirou.

Ele estava lhe contando um segredo, então ela lhe contaria um que ninguém além de Gothel jamais soubera, afinal, confiava plenamente naquele ladrão.

– Meu cabelo mágico brilha quando eu começo a cantar. – A loira sorriu sem graça.

– O que? – Ele questionou confuso.

– Meu cabelo mágico brilha... – Ela repetiu e, de súbito uma ideia brotou em sua mente. – Quando eu começo a cantar! – Imediatamente, começou a recitar a canção mágica. Flower, gleam and glow. Let your power shine...

A água subiu e os deixou completamente submersos, impedindo que ela continuasse a canção. Para a surpresa de Flynn, os cabelos da loira começaram a brilhar, iluminando o lugar.

Mesmo estando surpreso, ele nadou um pouco mais para baixo e começou a retirar as pedras que tampavam a única passagem, então permitindo que uma abertura na caverna submersa.

– OUAT –

Depois que Elsa e Annabelle praticamente a obrigaram a dançar, Mylena se distanciou da multidão animada, atendendo ao celular, que tocava insistentemente há alguns minutos.

– Alô? – Atendeu, escutando atentamente a voz vinda do outro lado da linha, franzindo o cenho logo em seguida. – Como assim ela escapou?! – Acabou falando mais alto do que pretendia, mas estava completamente irada. – Tudo bem, tudo bem. Já estou indo. – Respirou fundo para se acalmar e então desligou o telefone.

Pôs-se então a procurar Elsa por entre a multidão de pessoas, o que se provou uma tarefa não muito fácil. Por fim, achou-a conversando com Simon, Annabelle, Marina, Jake, Jade, Miranda e Alicia.

– Elsa, posso falar com você? – Chamou-a.

Mesmo estranhando um pouco a situação, a loira acabou assentindo e, ao despedir-se dos demais, caminhou com a morena para longe da multidão.

– Jennifer escapou. – A Black mais velha soltou assim que percebeu que estavam suficientemente longe das pessoas, afinal tudo o que menos precisava naquele momento era um alvoroço.

– O que?! – A loira exclamou, falando um pouco mais alto do que pretendia e recebendo um olhar reprovador da outra por isso, o que a fez abaixar o olhar.

– Eu vou à Delegacia agora e preciso que você fique aqui. – A morena instruiu decidida, de olhos semicerrados e lábios comprimidos, centrada. – Todos na cidade estão aqui e, se ela tentar alguma coisa, você cuida disso. Vou tentar descobrir como ela escapou e, com sorte, eu consigo algum rastro dela. – Finalizou.

– Tudo bem, mas tome cuidado. – Elsa pediu preocupada, passando o olhar rapidamente pela festa à procura de qualquer coisa suspeita, mas sem obter qualquer sucesso.

– Eu sempre tomo. – A mais velha garantiu séria antes de sair rapidamente dali, passando por entre as pessoas que dançavam, conversavam, corriam e brincavam pelos terrenos da Mansão Lockwood.

Andando por entre a população, Mylena avistou exatamente quem queria ver naquele momento e imediatamente se dirigiu para perto da pessoa, chamando sua atenção com um pigarro.

– Senhorita Black, algo errado? – John Gold perguntou sem qualquer sombra de preocupação ao se virar para a morena.

– Sim. – Ela respondeu dura e friamente, afinal sua paciência havia ido embora juntamente com Jennifer. – Sua filha é minha dor de cabeça pessoal e eu preciso fazer algumas perguntas ao senhor. – Ela declarou de olhos semicerrados.

– Perfeitamente. – Ele sorriu satisfeito, sem demonstrar sequer uma gota de preocupação, e seguiu a xerife até a viatura, sentando-se no banco do carona enquanto a outra arrodeava o carro e se sentava no banco do motorista, dando partida no carro e seguindo até a Delegacia.

Após o final da festa, quando todos, incluindo Eugene, foram embora, Rachel retornou a seu quarto, completamente exausta depois da comemoração.

Deitou-se de qualquer jeito na cama e fitou sorridente a pequena bandeira roxa com um sol que Eugene comprara para ela. Então, comparou-a às centenas de desenhos que percorriam as paredes e o teto de seu quarto, começando a sentir uma sensação estranha e insistente em sua cabeça. Parecia que todas as imagens que desenhara tinham algo em comum:

Todas tinham um sol oculto por entre todas as formas que pintara. Todas, sem exceção alguma.

E era como se todos aqueles sóis agora brilhassem para ela, fazendo então um flash rápido de várias imagens que até então ela não conhecia passarem por sua cabeça em um único segundo.

Arquejando, apoiou-se precariamente a sua penteadeira, piscando demoradamente. Por fim, ao se recuperar do choque e, mesmo que já fosse tarde, ela saiu correndo de seu quarto, sabendo bem aonde tinha de ir naquele momento.

– OUAT –

Já fora do rio em que haviam caído pelo buraco que Flynn abrira, os dois se deitaram cansados à margem do mesmo, completamente exaustos.

– O cabelo dela brilha. – Flynn ainda dizia sem acreditar, ainda de olhos arregalados, incrédulo. Claro, sabia que magia existia, afinal ouvira falar de diversos reinos na qual ela era abundante, mas nunca havia visto de tão perto.

– E ele não faz apenas isso. – A loira sorriu ao ver a expressão dele.

Flynn acabou por dar de cara com o pequenino camaleão de Rapunzel, Pascal, sorrindo para ele.

– Por que ele está sorrindo para mim? – Perguntou assustado.

Já de noite, os dois conseguiram encontrar um lugar para acampar. Corona já não era muito longe dali, mas não era uma boa ideia aparecer à noite pelo reino, afinal poderia atrair suspeita, que era do que eles menos precisavam naquele momento.

Rapunzel enrolou seu cabelo dourado na mão que Flynn/Eugene havia machucado em suas tentativas de sair da caverna submersa.

– É estranho você estar amarrando seu cabelo mágico na minha mão machucada. – Ele declarou enquanto observava atentamente os movimentos dela.

– Eu só não quero que você se assuste. – Ela disse sem graça e, com um gesto afirmativo tímido por parte dele, ela respirou fundo e iniciou sua canção de cura. – Flower, gleam and glow. – O cabelo dela começou a brilhar desde a raiz e logo o brilho alcançou os fios que enrolavam a mão de Rider. – Let your power shine. Make the clock reverse. Bring back what once was mine. Heal what has been hurt. Change the fates’ design. Save what has been lost. Bring back what once was mine. What once was mine.

Depois que a loira parou de cantar e o cabelo parou de brilhar, Rider tirou o cabelo que enrolava sua mão. Ficou aterrorizado ao ver que estava curada. Estava claramente prestes a gritar.

– Não se assuste. – Rapunzel pediu rapidamente ao perceber o que viria a seguir.

– Não é nada. – Ele respondeu, encolhendo-se. – Eu só estou interessado no cabelo e nas propriedades mágicas que ele possui. Há quanto tempo você faz isso? – Perguntou assustado.

– Desde sempre, eu acho. – Rapunzel respondeu. – Quando eu era pequena, havia pessoas que tentavam cortar. Pegar o poder para si. Gothel tentou, mas quando ele é cortado fica castanho e perde o poder, por isso ela me sequestrou. – Mostrou uma mecha castanha em meio à imensidão loira. – É por isso que, desde os meus nove anos, eu nunca... – Ela começou a dizer, mas a frase pareceu presa em sua garganta. Tentou formular outra. – É por isso que eu nunca saí... – Também não conseguiu falar.

– Nunca saiu daquela torre? – Ele perguntou penalizado pela dor da garota, que já sofrera demais na vida apesar da pouca idade.

– É complicado. – Ela escondeu o rosto nas mãos, aflita.

Por fim, depois de alguns poucos minutos com Pascal afagando seus pés descalços e com Flynn olhando-a, Rapunzel finalmente se recompôs e conseguiu sorrir, olhando para o rapaz.

– Então, Eugene Fitzherbert, não é? – Ela sorriu marota, lembrando-se do que o rapaz lhe confidenciara na caverna submersa.

– Ah, é. – Ele revirou os olhos. – Eu vou te poupar da triste história do órfão Eugene Fitzherbert, porque ela é meio deprimente. – Ele deu de ombros, mas sorria levemente e, ao ver que ela parecia realmente empenhada em saber mais sobre ele, não teve como não continuar a falar. – Tinha um livro que eu costumava ler todas as noites para as crianças. – Ele começou a contar. – “As aventuras de Flynnagan Rider”. – Lembrou-se. – Um pilantra, fanfarrão, cheio de dinheiro, e que se dava bem com as mulheres. – Sorriu sem graça. – Não que ele se gabasse. – Acrescentou, o que fez a loira rir.

– Ele também era ladrão? – Rapunzel quis saber, afinal estava curiosa para saber mais sobre o rapaz que tanto a ajudara.

– Bom, não. – Ele admitiu já sem o sorriso nos lábios. – Ele tinha dinheiro para fazer o que quisesse, ir a qualquer lugar do mundo. – Explicou. – E, para um jovem sem nada... – Ele ficou cabisbaixo, olhando para a terra sob seus pés. – Parecia ser a melhor opção. – Soltou um suspiro cansado e tristonho. Então, ele forçou um sorriso e se virou para a loira a seu lado. – Escute, você não pode contar para ninguém ou vai estragar minha reputação. – Pediu.

– E isso te preocupa. – Rapunzel declarou sorridente.

– Uma reputação falsa é tudo que um homem tem. – Ele brincou, já de melhor humor.

Os dois riram e acabaram por ficarem se encarando por alguns segundos, antes que Flynn se sentisse envergonhado e se levantasse.

– Bem, eu vou pegar mais lenha para a fogueira. – Disse e começou a caminhar para longe dali.

– Só para você saber. – Rapunzel chamou a atenção dele quando Flynn estava se afastando. – Eu gosto muito mais de Eugene Fitzherbert do que de Flynn Rider. – Garantiu com um sorriso.

– Então você é a primeira. – Ele respondeu sem graça. – Mas obrigado. – Sorriu contente e então saiu dali.

E foi naquele momento que Rapunzel passou a olhar aquele simples ladrão com outros olhos. Foi ali, com aquele sorriso, que o ladrão que queria roubar apenas uma tiara, roubou algo imensamente mais valioso.

– OUAT –

Já era quase uma hora da manhã quando Rachel bateu na porta do apartamento de Elsa, Marina e Mylena. Depois de um tempo de espera relativamente grande, afinal elas deveriam estar dormindo, Elsa abriu a porta com uma expressão sonolenta e os cabelos desarrumados, abafando um bocejo com a mão.

– Rachel, o que está fazendo aqui? – A loira-platina perguntou, esfregando os olhos cansados com a mão livre.

– Vim saber se você aceitaria ajuda para quebrar a Maldição? – A morena sorriu entusiasmada.

Elsa abriu a boca para falar, atônita, mas sem saber ao certo o que dizer, a fechou mais uma vez. Por fim, apenas abraçou a morena animada, que imediatamente retribuiu o abraço.

– Então, algum plano em mente, prima? – A morena questionou com animação.

– Nada concreto ainda. – Elsa sorriu sem graça, embora ainda aparentasse estar sonolenta. – Mas vamos conseguir. – Garantiu.

– Com certeza. – Rachel concordou contente.

Com as memórias de mais uma entre os dez recuperada, faltava pouco para que finalmente conseguissem quebrar a Maldição das Trevas e derrotar o Rei dos Pesadelos.


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Notas finais do capítulo

Sei que está ruim, mas, por favor, comentem mesmo assim.
Próximo capítulo: The Headless Knight.



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