Molly depositou o jornal que acabara d ler em seu colo e olhou para o garoto de cabelos cacheados.

– E então?! – perguntou Sherlock com os olhos brilhando de expectativa.

– Você está certo, não deve ser asfixia! – disse a garota.

– Isso!! – Sherlock pulou empolgado batendo as mãos. – E o que deve ser?!

Moly pensou um pouco.

– Bem, o corpo aparentava estar inchado, se compararmos as fotos do corpo encontrado com a foto da moça ainda viva! – pensou mais um pouco – A pele estava com uma aparência viscosa também!

– E isso sugere?! – induziu Sherlock.

– Afogamento! – respondeu Molly.

– Isso! Exato! Até você, que é uma estudante de medicina ainda, conseguiu perceber isso! E os idiotas da Scotland Yard divulgam que é asfixia! – O tom de voz do rapaz se tornou mais sombrio – A pergunta é: foi proposital ou não?!

– Por que alguém mataria uma bibliotecária aposentada? – perguntou Molly sem entender.

Sherlock sorriu maliciosamente.

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Acho que você está certa, pode ser Molly!

JW

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– Mary, que surpresa! – exclamou Molly ao ver que era a amiga tocando em sua porta – Entre, por favor! – convidou.

Mary agradeceu e entrou.

– Desculpe vir sem avisar, Molly! Estava passando por aqui e pensei que podia fazer uma visita!

– Venha sempre que quiser! – respondeu Molly sorrindo – aceita um pouco de chá?!

– Definitivamente, está bem frio lá fora!

As duas riram e foram para a cozinha. Mary notou um livro na bancada da cozinha. Era um álbum de fotos antigos, com fotos de Molly na época da colegial.

– Estava tendo um momento nostálgico agora a pouco! – explicou Molly vendo que a amiga notara o álbum – Graças ao John!

– Ao John?! – repetiu Mary sem entender.

– Sim, ele me perguntou sobre a época de faculdade, quando conheci Sherlock! Dai fiquei meio nostálgica!

Mary riu.

– Você era muito bonitinha, Molly! Aposto que tinham muitos homens atrás de você!

Molly ficou sem graça e riu.

– Eles nem sabiam que eu existia, Mary! Era muito tímida!

– Mas Sherlock sabia que você existia! – provocou Mary

Molly corou violentamente.

– Ele sabia que eu existia, é verdade! – respondeu gaguejando – Mas nunca da forma como eu esperava!

Mary sorriu de forma compreensiva e acariciou as mãos da amiga em cumplicidade.

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– Você demorou demais! – disse Sherlock sentado em sua poltrona ao notar que John acabara de entrar pela porta.

– Transito! – explicou John – E então, o que viemos fazer aqui na Baker Street? Você descobriu o elemento que faltava?

Sherlock levantou-se e foi em direção a John. O detetive encarava o amigo seriamente.

– Sim?! – perguntou John confuso.

– Nada! – respondeu o detetive após um tempo. – Ainda não achei o elemento que faltava, mas acho que não vou precisar encontra-lo para solucionar esse caso!

Sherlock pegou seu casaco e seu cachecol.

– Vamos fazer um arrombamento agora mesmo!

E os dois saíram pela porta da 221B.

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Molly passou correndo pelos corredores, tinha pressa de chegar à sala. Precisava mostrar aquele jornal para Sherlock. Adentrou a sala com tanta pressa que empurrou a porta com força demais, chamando a atenção de todos no local.

– Bem, srta. Hopper – começou o professor após um tempo – A senhorita acaba de descobrir como entrar em grande estilo!

Molly pediu desculpas e sentou-se no seu lugar habitual, ao lado de Sherlock.

– O que houve?! – perguntou Sherlock quando a amiga se sentou ao seu lado.

Molly lhe passou o jornal sorrateiramente. Sherlock o pegou e leu. Seus olhos brilharam.

– Molly, você tem noção do que isso significa?! – perguntou com êxtase na voz.

– Que você estava certo? – respondeu, também empolgada pelo amigo.

– Sim! Você vem comigo na Scotland Yard esta tarde?!

Moly hesitou.

– Eu adoraria, mas não sei se devo...

– Por favor Moly, prometo que vou retribuir se você vier!

Moly pensou um pouco e sorriu.

– Mesmo?!

– Mesmo!

– Você iria ao baile de formatura comigo?!

Sherlock assentiu com a cabeça seriamente. Molly sorriu.

– Então vamos a Scotland Yard esta tarde! – concordou a menina feliz.

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– Molly, essa foto é absurdamente engraçada! – disse Mary em meio as risadas – Era esse o corte de cabelo que Sherlock usava na época?!

Molly afirmou, também rindo. Nunca tinha parado pra pensar que o cabelo de Sherlock naquela época era realmente engraçado.

– Ele não viu quando tirei a foto! – explicou Molly – Pensei que seria uma boa lembrança, caso não o visse mais depois da faculdade!

– Não tem fotos da festa de formatura? – perguntou Mary virando a página do álbum.

Molly pareceu meio desconcertada com a pergunta da amiga.

– Eu não fui a festa de formatura! – respondeu tentando não parecer abalada com a pergunta.

– Não?! Poxa, Molly, sei que é uma garota tímida, mas não ir à festa de formatura?! Você poderia ter se divertido tanto!

Molly apenas sorriu.

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– É aqui?! – perguntou John olhando o beco aonde eles estavam.

– Yep! – afirmou Sherlock, procurando uma forma de entrar pelas janelas de cima.

– Eu acho que conheço este lugar! – disse John olhando em volta.

– Provável que sim! –falou o detetive- Afinal, é Londres!

Sherlock puxou a escadaria que estava na parede.

– Vamos subir! E em silêncio, John – alertou o detetive – tem gente na casa!

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BAM

Mary e Molly se assustaram com o barulho vindo do quarto.

– O que houve? – falou Mary.

Molly deu de ombros, e as duas foram em direção ao quarto. Ao acenderem as luzes, as duas soltaram uma exclamação confusa.

– John, Sherlock, o que está acontecendo?! – perguntou Moly sem entender o motivo daquilo.

– É a casa de Molly?! A casa de Molly! – exclamou John – Por isso eu achei que conhecia o local!

– Bem, estamos todos aqui – disse Sherlock – Hora do show!