A História de Nós Dois escrita por sayuri1468


Capítulo 2
Capitulo 2




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– Sr. Holmes, acorde! – sussurrou discretamente a menina para o colega que cochilava ao seu lado.

– Tédio! – gritou o garoto, acordando no susto, chamando a atenção da sala inteira.

– Sr. Holmes, se está achando um tédio, pode se retirar! Você nem deveria estar assistindo à minha aula, senão estou enganado! – disse o professor ao garoto de cachos negros da última carteira.

Sherlock não respondeu e nem se moveu. A aula prosseguiu.

– Desculpe! – pediu a menina de cabelos lisos.

– Está tudo bem, srta. Hopper! – sussurrou de volta. – Pelo menos foi uma intervenção divertida para uma aula tão chata!

Molly sorriu.

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– Como você pode saber que é Mary quem está certa?! Você nem sabe do que estamos falando! – retrucou John após o comentário do amigo.

– Ora John, você sabe tão bem quanto eu que de vocês dois, Mary é a mais inteligente!

– Eu concordo com isso! – disse Mary, divertindo-se.

– Por que está aqui, Sherlock?! – perguntou John. – Eu disse para me mandar um sms!

– Não, - corrigiu o detetive – você disse para eu te mandar um sms caso conseguisse o resultado das análises! Não disse que eu deveria mandar um sms simplesmente para avisar que estou indo jantar na casa de amigos!

– Você vai jantar aqui?! Por que?! – perguntou o médico sem entender.

– Porque eu convidei! – respondeu Mary. John pode jurar que viu Sherlock fazer uma expressão de “Você ouviu a sua esposa” em seu rosto.

– Vou tirar o peixe de forno, já volto rapazes! – disse Mary indo em direção à cozinha.

– Por que ninguém me avisa de nada nessa casa?! – reclamou John enquanto Sherlock se sentava novamente na poltrona.

– Ao invés disso, John, você não quer nos contar por que demorou tanto pra chegar em casa esta noite?! – disse o detetive sem encarar o médico. John se virou confuso.

– O que?

– Você me ouviu! Você saiu mais cedo do que eu no laboratório, estava de carro e não tem trânsito nesse horário e nem pelo caminho que você normalmente usa para vir à sua casa. Eu procurei na internet e não há registros de acidentes ou qualquer coisa que pudesse atrasar a sua vinda pra cá. Vejo um fio de cabelo castanho comprido na sua roupa, mas Mary é loira e tem cabelos curtos e você também está com um perfume novo em volta de você...um perfume feminino....eu conheço esse perfume! – Sherlock parou por uns segundos, mas John não o deixaria terminar a frase, sabia que o amigo já tinha identificado.

– Molly, Sherlock! – explicou o médico – Dei carona para Molly até em casa, por isso me atrasei e imagino que por isso tenha fios do cabelo dela e rastros do perfume que ela usa em mim.

Sherlock não disse nada, apenas voltou a se sentar no sofá. Absorto em pensamentos. Mary voltou com o peixe.

– É melhor lavarem as mãos, rapazes! – disse enquanto colocava o peixe na mesa.

– Mary, está lindo! – disse John admirando o prato feito pela mulher e dando-lhe um beijo na bochecha logo em seguida.

– Venha comer, Sherlock! – chamou Mary.

– Por que?! – Balbuciou o detetive ainda sentado no sofá.

– Por que o que?! – perguntou John.

Sherlock se levantou bruscamente.

– Hoje você me faz perguntas a respeito do dia em que Molly e eu nos conhecemos, e depois ofereceu carona a ela? Por que esse interesse agora?!

– O que tem demais nisso? – disse John, sem colocar nenhuma importância na voz. Conhecia Sherlock bem demais para saber que ele notaria qualquer alteração fora do comum.

O detetive analisou John mais uma vez, mas aparentemente não chegou à conclusão nenhuma. Deu de ombros, sentou-se na mesa e também elogiou o peixe que Mary havia feito.

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– Ele é um cara bem estranho!

– Nem me fale! Tem lá sua beleza, mas é muito metido e insuportável!

Molly ouvia sem querer a conversa de duas garotas próximas a ela. Aparentemente, elas não conseguiam notar a presença da tímida garota de cabelos lisos e por isso, tagarelavam com tranquilidade. Inicialmente, Molly não lhes dava atenção, até perceber de quem as garotas se referiam.

– Fora o nome: Sherlock! Que nome estranho!

– Um nome estranho para um cara estranho, pelo menos o nome da embalagem não mente a procedência do produto!

As duas riram afetadas enquanto Molly prendia sua respiração, aquilo a estava incomodando. Então ela pode ver, não tão longe dali, o motivo pelo qual as garotas decidiram falar sobre Sherlock: lá estava ele, deitado no chão com uma lupa em mãos. Aparentemente, ele analisava os veios diferentes de cada folha que estava caída. Nesse instante, algo chamou a atenção de Molly, ela notou um menino, do mesmo lado das garotas que antes estavam falando mal de Sherlock, mirar uma pedra em direção ao futuro detetive. Sherlock também notara, mas Molly foi mais rápida. Ela correu e parou a pedra com seu braço.

– O que pensam que estão fazendo?! – gritou com raiva a tímida menina de cabelos lisos para o grupo.

O grupo estava aparentemente surpreso com a repentina aparição de Molly, eles realmente não haviam notado a presença da garota antes. Ninguém falou nada, as duas garotas abafaram uns risinhos e o grupo foi embora.

– Obrigado, srta. Hopper! Não que você precisasse intervir, estou acostumado a me defender sozinho desse tipo de agressão neandertal!

Molly se virou e viu Sherlock logo atrás dela. Ele tomou o braço que a menina usara para impedir o trajeto da pedra. Molly sentiu-se estranha quando ele a tocou.

– Espero que não esteja doendo! – disse o rapaz enquanto examinava o braço da garota.

– Está tudo bem! – respondeu pegando seu braço de volta, delicadamente. – E por favor, me chame de Molly!

Sherlock assentiu.

– Você pode me chamar de Sherlock também, contato que não comece a inventar nenhum apelido idiota para o meu nome. Apenas Sherlock é suficiente!

Molly sorriu e concordou.

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– Essa foi por pouco! – desabafou John com Mary, após ver Sherlock desaparecer no horizonte com o táxi, pela janela da sala.

– Você deu muita bandeira! – alertou a esposa enquanto recolhia os pratos do jantar.

– Bem, isso não tira o fato de que você estava enganada! – comemorou o médico – Não era a Molly!

– Como pode ter tanta certeza?! – provocou

– Simples! Molly me contou! Eles se conheceram na faculdade, assistiram a uma aula juntos, foram parceiros de sala mas só se viam na sala de aula, nunca fora dela!

– Tem certeza disso?!

Mary parecia desconfiada das suspeitas do marido. John deve ter notado isso, pois riu da expressão da esposa.

– Você não está acreditando em mim! Pois então pergunte você mesma a ela!

– Perguntarei com certeza! E você pode aproveitar e perguntar mais coisas para Sherlock também!

– De jeito nenhum! – retrucou – Você viu como ele ficou hoje! Se eu perguntar de novo, ele vai saber que tem algo errado!

– Você é muito direto, John! Tem que aprender a ser mais discreto! Você se esqueceu do principal a respeito de Sherlock!

– E o que seria?!

– Ele adora falar e contradizer as pessoas!

– E o que você sugere?

– Me ajude a lavar os pratos que eu conto! – Mary piscou para o marido, que riu da resposta da esposa. Sabendo que não teria muita alternativa de qualquer forma, John se levantou e foi com Mary em direção à cozinha.

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John fez muitas perguntas?

SH

Não! Só perguntou como nos conhecemos!

MH

Espero que ele não tenha sido inconveniente!

SH

De forma alguma! Na verdade foi bem divertido lembrar daquela época!

MH

Estranho o interesse repentino dele a respeito do nosso relacionamento

SH

Não acho estranho, acho que ele só quer saber mais a respeito da vida de seu melhor amigo!

MH

Você contou a ele sobre o baile de formatura?

SH

Não se preocupe Sherlock, ele nunca irá ouvir essa história da minha boca! Ninguém nunca irá!

MH


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