A História de Nós Dois escrita por sayuri1468


Capítulo 1
First things first




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John Watson estava sentado em sua cadeira, encarando seriamente os olhos de sua mulher. A expectativa era alta, mas Mary nada dizia, então John insistiu mais uma vez:

- E então?!

Mary respirou fundo.

- Tem certeza de que quer fazer isso, John?! – perguntou Mary decidida.

- Sim, tenho! E você?

Mary afirmou com a cabeça

- Claro, por que não?! Não vai ser de todo o mal!

- Não! Sherlock vai nos agradecer depois!

- Ou vai lhe dar um soco. Mas são riscos a se correr! – disse a esposa em tom de brincadeira.

- Por quem acha que devemos começar então?! – perguntou John tentando voltar ao assunto.

- A resposta é meio óbvia, não?!

- Irene?!

- Não! – repreendeu a mulher – Molly!

- Molly??!!!! – repetiu incrédulo.

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- John, faça o favor de alcançar aquelas análises pra mim!

John se dirigiu até os papéis que estavam do lado do computador e os entregou a Sherlock, que não tirava os olhos do microscópio. Sherlock suspirou pesadamente, coçou os olhos e começou a ler os papéis das análises.

- Alguma sorte?! – perguntou o médico tentando quebrar o silêncio.

- Nope!

Sherlock voltou ao seu silêncio quase sepulcral, enquanto lia as análises. John demonstrava certa agitação e parecia rodear Sherlock, como um urubu esperando a hora certa para comer a carniça. Claro que essa agitação chamou a atenção do nosso detetive, que imediatamente perguntou impaciente:

- Qual o problema, John?! Quer me perguntar alguma coisa?!

Mas antes que John pudesse responder, Molly entrou no laboratório carregando uma nova pilha de papéis.

- Chegaram agora da análise, Sherlock! – informou a moça enquanto colocava a pilha na mesa.

- Obrigado, Molly! Deixei ai! – disse o detetive voltando sua atenção para os papéis que estavam em sua mão.

- Precisa de mais alguma coisa?!

- Não, Molly. Pode ir!

Mas antes que a moça pudesse abrir a porta, o detetive chamou-lhe novamente.

- Na verdade, Molly, será que você tem como me trazer um pouco de café?! Você sabe como eu gosto!

- Okay! – respondeu sorrindo e fechando a porta.

- Molly é mesmo uma garota adorável! – observou John assim que a moça saiu.

Sherlock olhou para o médico com certa desconfiança e apenas concordou com algo entre um pigarro e um “Humhum”.

- Vocês se conheceram aqui?! No St. Bart’s?!

- O que?! – perguntou o detetive sem entender.

- Você e Molly, onde se conheceram?!

- Por que o interesse, John?!

- Só conversando! – Sherlock olhava John com aquele olhar que o médico já conhecia, estava analisando-o. – E também curiosidade! – inseriu rapidamente. – Você vive dizendo que não tinha amigos antes de me conhecer, mas acredito que Molly sempre tenha sido sua amiga!

Os olhos de detetive continuaram encarando o médico.

- É apenas curiosidade, Sherlock! – justificou-se John mais uma vez.

Sherlock então deu de ombros e voltou novamente sua atenção para os papéis.

- Não me recordo desse dia especificamente, apenas lembro que Molly estava nas mesmas aulas que eu na faculdade. Assistíamos juntos as aulas de medicina legal!

- E vieram trabalhar no mesmo lugar quando se formaram?! Que sorte!

- Estamos incrivelmente falantes esta tarde! – comentou Sherlock para si mesmo com certa irritação na voz.

- Não achei que você tivesse amigos durante a faculdade! – continuou John, não ouvindo o comentário do amigo.

- Molly não era minha amiga, era apenas tímida demais para falar com outras pessoas, incluindo eu! Nós dávamos bem por que ela não era de falar, então eu não tinha que ficar ouvindo as besteiras que passavam pela cabeça dela!

Sherlock falou com tanto aborrecimento na voz, que John achou melhor não insistir no assunto. Mas o médico chegou a uma conclusão, Mary estava errada: não era Molly. Nesse ponto, era melhor deixar Sherlock sozinho. Conhecia bem seu amigo para saber que ele já estava cansado de sua presença por aquele dia.

- Bem, Sherlock, vou indo pra casa! – disse o médico – Quando obtiver os resultados, me mande um sms!

Sherlock apenas emitiu um “ok” bem baixinho. John pegou seu casaco e saiu do laboratório. Enquanto mandava um sms para Mary, contando por cima como tinha sido a conversa com Sherlock, John encontra Molly, vindo em sua direção enquanto carregava uma xicara de café e mais papéis.

- Já vai, John?! – perguntou a garota sorrindo.

- Já sim, parece que ele já está cansado de companhia por hoje!

Molly riu.

- É, ele tem esses momentos! - John concordou e Molly sorriu-lhe gentilmente - Bem, te vejo mais tarde então! Mande beijos para Mary!

Enquanto Molly seguia pelo corredor, uma luz iluminou a mente de John e ele chamou Molly de volta.

- Sim?! – perguntou a garota se virando.

- Molly, você vai ficar por aqui trabalhando ainda?!

- Não, na verdade só vou entregar essas coisas pro Sherlock e vou embora!

- Será que você aceita uma carona, vim de carro hoje e poderia te deixar em casa!

Molly hesitou por um instante, mas depois assentiu. Ela iria entregar o que Sherlock havia lhe pedido e depois encontraria John no estacionamento.

Enquanto aguardava Molly em seu carro, John mandava sms para Mary.

Vou perguntar diretamente para Molly! Acho que tenho mais chances de descobrir do que com Sherlock

JW

Molly bateu no vidro do carro e John abriu a porta do carro. Ela entrou e ele ligou o carro. Saíram.

- Aconteceu alguma coisa para você querer falar comigo?! – perguntou Molly de repente.

- Por que acha que quero falar especificamente com você?! – disse John, meio encabulado.

- Intuição feminina! – respondeu Molly sorrindo.

John se deu por vencido, não adiantava enganar Molly, nem teria por que.

- Queria perguntar sobre você e Sherlock!

Molly mudou sua fisionomia. Parecia agora mais desconfiada e , poderia ser, com medo?!

- O que sobre mim e Sherlock?!

- Como vocês se conheceram!

Molly respirou aliviada.

- Só isso?! Nos conhecemos na faculdade, Sherlock assistia as aulas de medicina legal comigo!

- Sim, mas como foi a primeira aproximação?!

Molly estranhou o pedido por detalhes, mas não hesitou em responder.

- Bem, no dia em que nós nos vimos pela primeira vez, eu tinha chego um pouco atrasada pra aula. Todos da classe já tinham uma dupla e eu não quis atrapalhar, então sentei no fundo, onde tinham muitas cadeiras vazias. Uns cinco minutos depois, Sherlock entrou e veio na minha direção, perguntou se poderia se sentar ao meu lado, eu disse que sim e então fizemos dupla até o fim da matéria!

John pensou um pouco. Aparentemente nada demais.

- Vocês só se viam nas aulas?! – perguntou John.

Molly afirmou.

- Nunca nos vimos fora da sala, nos esbarrávamos às vezes pelos corredores, durante os intervalos entre uma aula e outra, mas nada demais! Eu não tinha o hábito de ir a festas, ele, com certeza, também não!

Molly sorriu, como se lembrasse de algo agradável, e então, depois de um tempo, continuou:

- Sherlock sempre gostou de se isolar, e eu também não sabia me relacionar com as pessoas! Não era muito boa em conversar!

John sorriu gentilmente para ela. Havia chego à casa de Molly. A garota desceu do carro, agradeceu pela carona. John esperou até que ela tivesse entrado e casa e seguiu em direção à sua própria. Mary estava realmente enganada, não era Molly e ele tinha certeza disso!

John chegou em casa gritando para a esposa:

- Você estava enganada, Mary! Totalmente enganada!

Mary apareceu e lhe fez um sinal discreto para que ele se calasse. John não entendeu o porquê na hora, mas em cinco segundos soube o motivo. Ali, sentado na poltrona, estava Sherlock. O detetive se virou para John, com certo sarcasmo na voz e disse:

- John, você é meu amigo, mas eu tenho certeza de que se Mary lhe disse algo, pode ter certeza de que ela é que está certa!

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- Com licença, posso me sentar aqui?! – foi o que o garoto de cabelos com cachos negros e olhos azuis profundos lhe perguntou.

A menina de cabelos lisos apenas afirmou com a cabeça, sem dizer mais nada. O rosto dela estava muito vermelho, provavelmente estava desconfortável com aquela situação por algum motivo que só ela saberia.

- Me chamo Sherlock Holmes! – sussurrou o garoto.

A menina respirou fundo e mexeu a boca, porém nenhuma palavra ou som saia dela. Mais uma vez, ela respirou fundo e disse sem muita confiança:

- Molly! Molly Hopper!

Sherlock sorriu e a garota lhe sorriu de volta.


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