Te amar não estava nos meus planos escrita por Ana Bobbio


Capítulo 4
Verdade e consequência.




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A semana se passou rapidamente. Tudo estava no seu devido lugar: Eu e meus sonhos com Bruno a noite, estudando que nem uma condenada para a próxima prova de biologia e, finalmente, Bianca e Gabriel cada vez mais próximos. Gabriel era até legal, havíamos criado uma amizade gostosa. Mesmo ele tirando minha amiga de mim às vezes, eu gostava dele. Apesar de não confessar, tinha quase certeza que ele estava sentindo algo por Bianca. O jeito como ele a olhava enquanto ela estava tentando resolver alguns cálculos o denunciava.

— Já volto, meus amores, não morram de saudade. — Disse rindo enquanto corria em direção ao banheiro.

— Disso eu não corro risco. — Gritei, Bianca escutou e apenas riu afastando-se permanentemente. — Agora que estamos sozinhos aqui, você pode me contar o que foi aquilo na aula de matemática. — Virei-me ficando a sua frente.

— Aquilo o quê? — Provavelmente se fez de desentendido.

— Não se faça de idiota, por favor. Você olhando que nem um bobo ''apaixonado'' pra Bianca. — Dei enfase no apaixonado ao revirar os olhos.

— Ah, que nem você fica quando olha pra aquele tal... Bruno? — Atiçou.

— Há uma diferença, eu sou assumida e o meu caso é quase impossível. Já pra você, não. Mas, Pode ser, tanto faz. — murmurei. — Anda, não muda de assunto. Fala logo.

— Tá. Já vi que pra você não adianta esconder. Acho que estou gostando dela. — sussurrou a última parte intimidado, demonstrando ao coçar a nuca, meio inquieto. Ri alto e dei um soco no ar com cara de vitória.

— Eu sabia! Eu sabia! — disse animada. — Meu sexto sentido nunca falha. — Bati palminhas, ele revirou os olhos.

— Menos, Tônia. Tem mais alguma coisa ou podemos ir? — Perguntou mal humorado.

— Por enquanto não. Mas, se quiser, eu posso dar uma ajudadinha.— pisquei pra ele. — E, aliás, eu tenho certeza que fariam um belo casal. Apesar de que, eu teria pena de você ao aguentar a Bianca de manhã, parece que tem um circo dentro dela e que aposta com as galinhas pra ver quem acorda mais cedo. — revirei os olhos. Ele apenas riu e jogou seus braços no meu ombro, acompanhando-me até a cantina.

Comprei um lanche qualquer junto com uma latinha de coca-cola e quando Bianca voltou do banheiro beliscou meu hambúrguer. Fomos juntas até sua casa, eu e Gabriel já tínhamos avisado nossos pais que não voltaríamos para nossa respectiva casa hoje. Demos um olá pro pai dela e eu aproveitei quando a mãe dela veio sem perceber minha presença e corri até ela dando-lhe um beijão na bochecha. Quando me dei conta da realidade, Bianca e Gabriel já estavam no topo na escada, corri em direção a eles. Alcancei-os e entramos no quarto dela, estava até mais arrumadinho.

— Qual o milagre de não ter meia sua suja em cima da cama? — Estranhei.

— Eu queria passar uma boa impressão pro Gabriel, ué. É o primeiro dia dele aqui. — Deu de ombros.

— Bom saber que mereço essa consideração. — expressou-se todo convencido.

— Tipo falsa propaganda né? — Rimos.

— É só no primeiro dia, então, não se acostume. — Piscou. Gabriel fingiu uma expressão de decepção. Depois os empurrei e caímos na cama, suspirei por causa do silêncio e olhei para os dois.

— O que iremos fazer? — Perguntei acompanhando o olhar deles até a parede.

—Muita coisa. Que tal sexo a três? — Sorriu maliciosamente pra gente. Parecendo totalmente interessado. Demos risadas altas.

— Sai pra lá, tarado. — Bianca reclamou empurrando-o de lado.

— Eca. Nem pensar. Outra coisa.— Murmurei por fim reprovando a ideia.

— Assim vocês magoam o meu coração. — Fingiu estar magoado. Rimos dele.

— Já sei. Que tal um jogo de perguntas e respostas? — Bianca deu a ideia animada.

— É. Parece ser legal. — Dei de ombros. Sentamo-nos em forma de círculo.

— Não é permitido mentira. Para descobrirmos se a pessoa mente vamos fazer a clichê regra do verdade ou consequência, usando o chinelo. Se mentir vai... — a interrompi.

— Que tal levar um cascudo e, além disso, pagar uma consequência no dia seguinte com algo? — arqueei uma sobrancelha.

— Não sei porque ainda me assusto sendo que em tudo você põe violência. — suspirou.

— Só pra homenagear o lindo país em que vivemos. — dei de ombros.

O jogo havia começado. Até o momento havia respondido apenas duas perguntas, a Bianca três e o Gabriel apenas uma. A graça do jogo era que qualquer pergunta desde a coisa mais boba a mais íntima deveria ser respondida obrigatoriamente. Sem exceção. Era bom que ao mesmo tempo nos conhecíamos mais um pouco. Até que a ponta da caneta apontou pra mim.

— Eu faço uma pergunta pra Tônia. Vamos lá... — Disse Gabriel, olhou-me logo após de modo desafiador. Fazendo-me sentir um certo medo. — Você já chegou nos finalmente com algum garoto? Ou com uma menina, se for o caso... — eu ri, interrompendo-o.

— Não vai me zoar? — Arqueei uma sobrancelha. Ele riu e negou com a cabeça. — Não. Sou virgem. — Confessei como se estivesse falando da previsão do tempo. Sabia que era incomum uma garota já quase terminando o ensino médio ainda virgem, principalmente no mundo em que vivemos. Mas, apesar de tudo, eu me orgulhava ao saber que eu me guardava para alguém especial. Por mais que já o tivesse encontrado. Continuamos o jogo. Havia caído: Bianca para Gabriel.

— Então Gabriel... — Ela soprou o polegar como se tivesse uma arma na mão. Depois o encarou. — Você está gostando de alguém? — Revelou sua pergunta finalmente. Ele ficou alguns segundos parado, sem movimentar a boca pra responder e encarou-a de volta. Seus olhos fixaram-se nos dela, deixando-a obviamente sem jeito.

— Acho que sim.... — Ela o interrompeu.

— Nesse jogo não tem acho que sim ou acho que não... É tudo ou nada. —cerrou os olhos em sua direção.

— Então. Nesse caso, é tudo. Sim. Estou completamente encantado por alguém. — revelou firme. Ela apenas deu de ombros e deu verdade no chinelo. Ele girou a caneta e apontou pra Bianca. Ela sorriu, sabendo que talvez ele retrucaria sua pergunta. Mas ele não o fez. — Ficaria com alguém que está neste quarto? — Perguntou sem rodeios. Bianca hesitou por um momento responder.

— Talvez sim... — Falou baixo. Achei aquilo divertido.

— Nesse jogo não tem talvez sim ou talvez não... É tudo ou nada. — Falei me ajeitando, com postura. Ela revirou os olhos.

— Ok. Vou ser sincera. — Olhamos pra ela curiosos. — Sim. — Vi o Gabriel ficar animadinho.

— Não fique tão animado assim, moleque. Talvez ela esteja se referindo a mim. — Brinquei com um sorriso indiscreto no rosto e dando um beijinho no ombro. Ele apenas riu aparentemente triste por só ter 50% de chance.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? O próximo capítulo saíra em breve!! bjss



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