– Não!- gritou Gina, impotente.

A senhora Gwen se sentiu fraca e, de joelhos, chorava.

–Maldito! Precisamos ir atrás dele.- Harry disse, socando uma árvore.

– Como saberemos onde ele está? Pode estar no passado, ou até mesmo no futuro.- Rony fala, pessimista.

– Podemos procura-los nas propriedades da família Hypnos. Ele deve estar escondido em alguma delas. – Draco sugeriu.

– Sim. Mas você sabe quantas casas ele tem?

A resposta que Hermione ouviu não foi muito agradável. A família Hypnos era secular e muito rica, portanto eles tinham muitas propriedades espalhadas por toda a europa e o norte da Africa. Gina havia “visitado” a sessão de Registros de Imóveis no Ministério da Magia, e eles viram que os Hypnos possuíam aproximadamente 80 propriedades. Grécia, Itália, Egito, Macedônia e Inglaterra, eram os países onde as casas da família estavam. Cada um foi para um lugar, procurar Luisa e Morpheus nas residências.

– Por que não posso ir?- Astoria questionava, zangada.

– Voce está gravida e pode ser perigoso.- Hermione tentava argumentar.

– Gravidez não é doença.

– Querida, pelo nosso filho. Quero que fique aqui, em segurança.- Draco disse, colocando suas mãos sobre os ombros da esposa.

– Está bem.

– Mas e se os encontrarmos, como vamos nos comunicar? Quando há muita magia, nossos celulares não funcionam.- Hermione lembrou desse detalhe.

– Bem, podemos usar nosso medalhão da Armada de Dumbledore. Acho que ela não tem limite de distância, tem?- Rony surpreendeu a todos quando sugeriu algo tao bobo e simples.

– Acho que nunca soube de algum feitiço que tivesse um limite de distância. Podemos usá-los. – Hermione, contente com a idéia de seu marido, lhe dá um beijo.

– Só que eu não tenho uma medalha dessas, nem Astoria.

– Podemos fazê-las agora mesmo. Gina fez um encantamento que copiou a medalha dela duas vezes, e as entregou ao casal e assim, cada um foi para um país procurar o bruxo viajante. Harry estava na Grécia, onde ele imaginaria que Morpheus estivesse.

– Quantos anos será que ele tem? Deve ter mais de 700 anos que ele viaja pelo mundo.- Pensava o moreno.

Entao ele continuou invadindo as residências que eram da família Hypnos. Fazendas, prédios, mansões, casinhas simples, bares, museus... Todo tipo de lugar. Havia mais de 30 propriedades só na Grécia, mas ele tinha uma intuição, ele sentia que Morpheus estaria lá. Depois de dois dias aparatando em todo lugar, Harry estava exausto. A todo momento mandava mensagens pela medalha, dizendo onde ele havia estado e Astoria e Gwen marcavam em um mapa, os lugares que todos haviam visitado.

– Boa noite. Eu gostaria de um quarto para passar a noite.- Harry disse a uma senhora, que estava na recepção de um pequeno hotel. Ele pegou a chave e caiu na cama assim que entrou no quarto.

– Estou exausto. – Disse o homem, deitado, fitando o telhado branco com pequenas rachaduras no gesso. – Luisa, eu vou te encontrar. – prometeu a si mesmo e fechou os olhos.

“ Era um campo largo, parecia uma colina lisa, sem arvores, só grama alta que se curvava na direção do vento. Harry ouvia as ondas do mar batendo nas pedras e sentia o cheiro da maresia. Gostava daquilo. Ele admirava a vista quando viu uma casa grande, cinza, de dois andares. O homem se dirigiu a essa casa. A casa passo, ele tinha uma sensação estranha. Ao se aproximar da casa, viu uma cabecinha loira em uma janela. Luisa. Harry correu para salvá-la, mas quanto mais ele corria, parecia que não andava um passo.

– O que está acontecendo? Por que não consigo me aproximar?

Entao ele viu uma marca na porta da casa. Estava distante mas conseguiu perceber. Era algo parecido com uma tocha.”

Ao abrir os olhos, Harry percebeu que não estava mais naquele lugar. Mesmo aquele sonho tendo sido tão real.

– Parecia com as lembranças que eu tinha, antes de Tom morrer. Acho que estou ficando louco. – comenta o moreno, se levantando e desenhando o que ele imaginaria ser uma tocha, que estava gravada na porta da casa. Harry tentava entender o que aquilo significava e passou o resto da noite acordado, pensando. Quando amanheceu, recebeu uma mensagem no medalhão, de Draco, que dizia ter checado todas as residências e estaria indo para a Grecia, ajudar Harry. O moreno avisou onde seria a próxima casa que ele iria, para que Draco se encontrasse com ele lá.

Assim que Harry aparatou, ele sentiu uma sensação de que já esteve naquele lugar. O homem notou aquela paisagem muito semelhante com a que ele sonhara na noite anterior. Esperou alguns minutos e Malfoy logo estava lá.

– Draco. Eu tive um sonho.

– Comigo? Potter, eu sei que você me ama mas não preciso desses detalhes.

– Credo. Sai fora cara.- o loiro ria das caretas de Harry.- foi com a Luisa.

– Ah então foi um sonho erótico?

– Não!- falou um Harry Potter envergonhado- essa fazenda. Se parece muito com a que eu sonhei. E Luisa estava aqui.

– Voce pode só ter pensado demais nessa casa, antes de dormir. Já sabia que seria uma fazenda sobre as colinas não?

– Talvez, mas estou com uma sensação... acho mesmo que ela está aqui.

– Então vamos invadir essa fazenda logo. – assim que disse isso, Draco e Harry lançaram alguns feitiços na fazenda, que logo se chocaram, como pequenas explosões. Isso significava que haviam feitiços de proteção ao redor da propriedade.

– Ninguem colocaria feitiços assim se não quisesse mesmo proteger algo, heim?- Harry perguntou, irônico. Draco mandou uma mensagem pelo medalhão dizendo que encontraram uma propriedade com feitiços de proteção, e que eles deveriam terminar de checar as outras para terem certeza que Luisa estaria naquela fazenda. - A proposito, voce saberia me dizer o que significa isso? e Harry mostrou o desenho que vira na porta da casa.

– Nao faço a menos ideia.

Depois de algumas horas entediados, os dois viram Hermione aparatando próximo a eles.

– Finalmente! Mione, nenhum sinal de Morpheus na Macedonia, certo?

– Não, Acredito que eles estejam mesmo aqui. Harry, você verificou as outras propriedades aqui da Grécia? Eram muitas.

– Essa é a única propriedade que contem feitiços de proteção.- Draco disse, se adiantando- Potter checou as três restantes antes de você chegar. Alias, voce deve saber o que isso significa. - E Draco mostrou o desenho que Harry havia feito.

_ como voce desenha mau Harry. - riu a morena apos dizer isso.

– O que acha que significa?- harry perguntou.

– De acordo com lendas gregas pode ser uma tocha, que representa Deméter, a deusa da fertilidade. mas também pode ser...- Entao a morena riu mais um pouco.

– Pode ser o que?- perguntaram os homens em coro.

– Um pênis. representando o deus Príapus. Diziam que ele foi amaldiçoado com um órgão avantajado mas que não tinha ereção e acreditavam que ele ajudava a fertilizar as terras.

Bem, Potter, acho que precisa trocar de oculos. Voce consegue mesmo confundir uma tocha com um pênis. .- Draco comentou,rindo mais um pouco.

Gina e Rony chegaram pouco tempo depois. Hermione analisava a barreira e assim que os 5 se reuniram, eles atacaram. Explosões eram vistas no céu e a barreira parecia ser frágil. Harry se lembrou da barreira que protegeu Hogwarts, em seus 17 anos. Aquela havia permanecido intacta durante muito tempo enquanto os comensais da morte atacavam-na.

– Por que está tao fácil assim destruir essa barreira?- Gina perguntou.- A de Hogwarts durou bem mais e haviam mais comensais para ataca-la naquela noite.

– Eu estava me perguntando isso também.- Harry disse, continuando a lançar feitiços.

– Porque a força de um feitiço vem do desejo do coração do bruxo que a conjura.- Rony respondeu, surpreendendo a todos, que olhavam para ele, espantados.

– Que foi? Mamãe me disse isso. Continuem atacando, não querem salvar a Luisa não??- o ruivo disse, com as orelhas vermelhas de vergonha.

Mais alguns instantes e a barreira estava completamente destruída. Harry respirou fundo e deu o primeiro passo, receoso, com a esperança de poder alcançar Morpheus Hypnos e salvar Luisa de seu próprio pai.