Assim que Harry e os outros andaram alguns passos, sentiram frio. Parecia que haviam sido roubados seus momentos felizes. Eles deram mais alguns passos e muitos dementadores se aproximaram, sobrevoando suas cabeças.

– Dementadores? Serio? Eu pensei que Morpheus fosse mais criativo. –Harry disse e conjurou seu patrono, um belo cervo com chifres que brilhava forte. Os seres das trevas fugiram com medo do brilho que os momentos felizes de Harry emanavam. Em pouco tempo, o caminho estava livre para que todos passassem pelo pasto verde. Mas logo que eles andaram mais alguns metros, uma ventania começou.

– Ele deve ter lançado magia das trevas para nos impedir de chegar até a casa. – Gina gritou, tentando proteger os olhos.

– O que vamos fazer? – Rony questionava.

– Vamos tentar passar por esses feitiços. Não posso permitir que Luisa seja mais uma vitima desse monstro. - Harry gritou em resposta.

– Só não entendo porque ele não criou uma barreira mais forte ao invés de fazer vários feitiços das trevas por todo o caminho.- Hermione se questionava, conjurando um escudo para que pudesse se defender da ventania. Todos fizeram o mesmo e cada um usava um escudo no braço, como aqueles de guerreiros medievais. Logo que o vento passou, o clima parecia mais seco. O ar estava quente e fazia calor.

– Ele quer nos matar com esse calor pois esta conseguindo.- Rony tirava suas peças de roupa, tentando se refrescar. Harry, Draco, Gina e Hermione o imitaram. Usando apenas uma regata fina, sapatos e calças jeans, eles andavam por entre o capim alto. Parecia que a vista da colina era uma miragem, pelo calor que sentiam. A agua que eles conjuravam não matava a sede, embora a todo momento eles o faziam. Rony já estava só de calça quanto escutou um barulho diferente. E logo viram um corvo descendo dos céus e pousando em um tronco.

– O que é isso? UM corvo? Ele acha que isso vai nos assustar.- Draco disse e começou a rir.

– Morpheus está ficando velho. Não somos criancinhas para termos medo de uma ave tola. Xô!- E dizendo isso, o ruivo agitou os braços, afugentando a ave, que voou.

– E se fossem centenas?- Hermione pergunta e todos a olham curiosos. Ao verem que a morena observava o céu, coberto com uma mancha negra, entenderam que aquilo seria um ataque de pássaros.

– Acho melhor não ficarmos aqui pra saber quantos são! – Harry começou a correr, puxando Gina pela mão. Eles correram mas as aves eram ágeis e o barulho de seus gritos era ensurdecedor.

– O que vamos fazer? Conjurar um escudo não vai adiantar.- Draco disse, vendo que Rony segurava o escudo novamente.

– Tive uma ideia. Mas vai contra meus princípios.

– Quem se importa com princípios? Vamos morrer! - Rony respondeu, lançando feitiços contra as aves.

–FogoMaldito!- Hermione gritou e uma cobra gigante de fogo saiu de sua varinha, queimando todos os corvos. Os olhos de Draco ficaram em choque por rever aquela cobra que, anos atrás, matou seu amigo Crabe na Sala Precisa. O loiro não se movia e Gina teve que lançar o Protego para protege-lo de aves que vinham em sua direção.

– Draco, o que foi aquilo?- Gina perguntou quando voltaram a andar por entre cinzas.

– Aquilo o que?

– Voce ficou paralisado.

– Ah, foi aquele feitiço. Nunca mais achei que iria vê-lo depois que Crabe morreu.

– Sinto muito.

Cansados, todos decidiram parar um pouco, debaixo de uma arvore, para recuperar as energias, mesmo contra a vontade de Harry.

– Temos que ir logo.

– Mas Harry. Quanto mais andamos, mais aquela maldita casa parece distante.- Hermione reclamou.

– Precisamos pensar em uma estratégia.- Draco reforçava a ideia de descansarem.

– E estamos velhos demais pra essas coisas- Rony reclamava.

– Diga isso por você. Preguiçoso. – Gina deu um tapa na barriga já saliente do irmão.

– Entao? Vamos?- Harry disse, se levantando. Quando ele fez isso, as raízes da arvore criaram vida e se enroscaram nos demais, que ainda estavam sentados à sombra. Harry atacou a planta, já que os seus amigos estavam sem suas varinhas.

– Harry, vá salvar Luisa. Não se preocupe conosco – Malfoy gritou, porém as raízes não eram a única coisa que os prendia. Os galhos da arvore começaram a enroscar em seus pescoços, sufocando-os.

– Vai. Logo. – Continuava o loiro. Harry não podia deixar seus amigos e sua esposa presos naquela arvore. O homem então lançou feitiços para que a árvore parasse. Como no labirinto do Torneio Tribruxo. Porém, não surgia efeito.

– Tente.luz.- Hermione disse com dificuldade, se lembrando da planta que os sufocara em seu primeiro ano em Hogwarts.

– Lumus Maxima. – e ao lançar o feitiço, a arvore parou de sufoca-los por um tempo, mas assim que Harry parou, ela continuou.

– Deve ser uma nova espécie. Não sei o que fazer.

– Arry... Salgrro Luaoor. – Rony estava já sem forças mas o moreno entendeu. Ele com um simples Petrificus Totalus conseguiu paralisar a arvore, e com Lumus Maxima, a planta soltou todos, que caíram no chão.

– Petrificus Totalus? Um feitiço tao simples? – Gina perguntou, depois que se recuperou e eles voltaram a caminhar em direção a casa.

– Bem, Dumbledore usava um Petrificus mais fraco no Salgueiro Lutador. Como essa aqui era diferente...

–Interessante o raciocínio de Morpheus. – Draco falou- Ele usa de feitiços aparentemente muito avançados, mas que podemos contra atacar com feitiços simples.

– Tirando o FogoMaldito. – Rony o lembrou.

– Poderiamos ter paralisado os pássaros. Eu não consegui pensar nisso naquela hora.

– E conjurar escudos. Poderíamos ter conjurado vassouras. Ou desacelerar o vento. Me lembro de aprender feitiços assim no sétimo ano.- Gina dizia.

– Resumindo: feitiços que são ensinados em Hogwarts podem ser usados para derrotar Morpheus? O bruxo que desenvolveu a viagem no tempo? Impossível. – Harry duvidava que aquelas magias que eles enfrentaram há pouco não eram nada comparadas com o poder real de Morpheus. Logo eles saberiam se aquela teoria teria fundamento.

– perceberam que estamos perto da casa?- Rony comentou.

– Sim. Acho que não deve haver mais magia que nos impeça de...- Hermione foi interrompida com um barulho de vidro sendo quebrado, e assim que olharam para a direção do mesmo, viram uma cadeira sendo arremessada ao chão. Em seguida Luisa apareceu na janela, que magicamente estava intacta. A garota esmurrava o vidro, tentando quebra-lo, novamente.

– Luisa! Viemos te salvar.- ! Rony gritou e o rosto da loira se iluminou por um segundo, logo dando lugar a uma cara de espanto.

– O que aconteceu?- Draco se virou para trás e foi atingido com um feitiço. Uma luz roxa que o desacordou.

– Draco! – Hermione gritou e pegou sua varinha mas foi atingida também. Rony, Gina e Harry empunharam suas varinhas e quando Morpheus lançou o feitiço novamente, os três usaram o Protego.

– Acham que um feitiço bobo como esse vai impedir minha maldição? Maledictionem Tantibus.

E uma fumaça roxa desmaterializou o escudo, atingindo os três com o feitiço das trevas.

– Maldição? Mas não conheço maldição como essa...- Harry disse e seus olhos ficaram pesados. Seu corpo cansado, como se não tivesse dormido há dias, e o homem caiu no chão de terra.

–Ahhh! – um grito. Agudo e desesperador. Harry escutava esse grito sua vida inteira mas fazia muito tempo que não o escutava. Era o grito de sua mãe. Terror. Harry não sabia onde estava. Parecia uma floresta. A Floresta Proibida, em Hogwarts, talvez? Não sabia dizer. Mas criaturas sombrias apareciam por toda parte. Trasgos, vultos, gigantes, lobisomens. Voldemort. Tudo aquilo que lhe causou um medo da morte voltava para assombra-lo. Ao mesmo tempo. E ele não tinha como se defender.