Smile escrita por Enma Ai


Capítulo 7
Sekai no Owari Made


Notas iniciais do capítulo

Gomene meu povo!!
O capitulo foi atrasado por que meu lindo pc deu um probleminha e com isso fiquei, hun... TRÊS SEMANAS???!!! sem postar!!!! não só isso... sem escrever NADA! Tive tanta vontade de postar esse capitulo que até fiquei sem comer... na verdade faço isso quase todos os dias... hun... gomene mesmo '-' em compensação... o maior caps até agora :D

Claire... ooh *-* estou tão feliz por que comentou T^T Esse nome sempre me lembra minha divosa Clare de Claymore... ela é tão.... kawai *-*

Traduzindo o titulo: Até o fim do mundo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/501488/chapter/7

"[...] Mas, se você nunca tentar, nunca saberá exatamente qual é o seu valor. Luzes vão te guiar para casa e incendiar seus ossos. E eu vou tentar consertar você"

~Fix You - Coldplay

...

Respirei fundo algumas centenas de vezes enquanto relia a carta pela milésima vez. Nada que eu escrevia parecia bom o bastante, cada palavra escrita era como uma desculpa para o que iriamos fazer. "Ainda... da tempo para desistir..."– Ri sem humor e agarrei meus cabelos puxando-os com raiva. Agora eu sabia como uma pessoa se sentia quando só tinha duas opções, seguir em frente com o objetivo ou deixar tudo acontecer - indo pro lado ruim, por sinal. Eu tiraria Hinata de Hiashi, do Hizashi-oji-san e talvez até mesmo Hanabi fosse sentir falta dela. Eu mesmo me tiraria da vida de Tsunade e do Ero-sennin por um tempo indeterminado, nem sabia se voltaria se o pior acontecesse a Hinata.

Era uma tortura, a ansiosidade não deveria existir. Encarei o papel em cima da mesa e hesitante o dobrei colocando-o em baixo do vaso. Por causa do festival de aniversário da cidade, Tsunade estava fora ajudando com as outras obaa-san's a cuidar dos alimentos e Jiraya com o Diretor-Baka e mais outros ajudavam a montar os preparativos nas ruas. "Todo ano eles fazem isso... são... boas pessoas". Sorri e corri até as escadas subindo rapidamente para meu quarto. Sasori estava sentado ao lado da porta me esperando, antes que ele falasse o interrompi.

– Já estou quase pronto! Espere só um pouco 'tomate.

Abri a porta e peguei minha mochila derrubando todo o material no chão. Rapidamente escolhi algumas roupas simples e as coloquei na bolsa. Não queria levar nada desnecessário que pesasse de mais na hora. - Naruto-nii... como vai convence-la? Ninguém gostaria de abandonar a família...

– Eu estou abandonando a minha, Sasori. - respondi vidrado nas fotos antigas de mim e Hinata, em algumas Hizashi até aparecia, tinha até mesmo uma foto de Hanabi quando criança. "Não me lembro desta". - Vou convence-la. Ela foi capaz de me convencer a acreditar nela, então sou capaz de fazer o mesmo.

Escolhi novas roupas para vestir. - Hinata-san é tão especial assim, Naruto-nii?

Demorei um pouco para respondê-lo, estava pensativo quanto as minhas decisões. - Hai. Ela é muito especial, Sasori. Verá quando conhece-la! - o ruivinho ficou em silêncio e vesti a camiseta encarando os cabelos dele -. Ei... não pense que vou deixar você para trás como um baka, afinal, tudo vai dar certo. Humf, nem sei por que a maldita da Ino fez isso. - ele se mexeu levemente e sorri percebendo que tinha acertado em cheio no que ele pensava. - Aprendi com Hinata que não se pode deixar as pessoas pensarem por si mesmas, pelo menos os bakas, eles sempre fazem coisas... de bakas. - apareci na porta com a mochila nas costas sorrindo para ele. Sasori era uma criatura estranha, viciada em açúcar e que chamava muita atenção, mas estava sozinho, completamente sozinho -. E agora estamos indo direto para a coisa mais estúpida de nossas vidas. Acho que vou quebrar os conceitos que aprendi com a princesa dos Hyuuga.

O Akasuna riu e se levantou pegando sua mochila e a colocando nas costas. Dessa vez ele estava vestindo roupas neutras, provavelmente por causa da situação. Eu respirei fundo e então caminhamos em direção a coisa mais arriscada que eu faria em toda da minha vida. Sequestrar Hyuuga Hinata seria uma afronta a Hiashi, seria como tirar todos os seus milhões - ou bilhões, da conta do banco e jogar no mar. Hinata era a coisa mais preciosa para ele, tão preciosa que seria capaz de ignorar o fato de ter outra filha. Hiashi tratava Hanabi como tratava qualquer outra pessoa que necessitava de coisas básicas, ele a dava comida, roupas, pagava a escola, mas nunca fornecia o que uma criança sem mãe precisava.

"Hiashi afastou Hanabi. Ele a ignora, ele a faz parecer apenas uma criança qualquer. Hizashi tentou ser como um pai para ela, Hinata e eu demos atenção a ela enquanto ela ainda não entendia a situação."

Então Hanabi cresceu. Viu que Hiashi não a tratava igual tratava Hinata, percebeu que era como "uma pessoa a mais na familia sem utilidade"– como Hajime mesmo havia dito. Ela entendeu tudo, pelo menos na visão dela. Se forçou a se tornar mais 'madura' para sua idade, se desviou do caminho e esqueceu de coisas como o carinho que Hinata e Hizashi se esforçavam para dar. Decidiu escolher a raiva contra a própria nee-san do que encarar o fato da Hina-chan querer preencher o lugar de Ayano. Ela se cegou.

– Naruto-nii, está me ouvindo? - olhei meio assustado para Sasori e acenei com a cabeça confirmando -. A Ino-san disse que devemos esperar um sinal dela, mas não entendo... que sinal?

Eu ri e observei atentamente todas as pessoas que passavam pela rua, as lojas e seus vendedores. Conhecia cada pedaço de Konoha com a palma de minha mão. - O sinal dela será provavelmente sua 'pequena distração'. Ino é especialista em escândalos, sabia que ela vivia arranjando confusão com... um amigo meu a muito tempo atrás apenas para chamar atenção? Provavelmente esse será o escândalo mais comentado de toda a vida dela.

– Deidara-senpai dizia que tinha uma imouto irritante. Não acho a Ino-san irritante.

Gargalhei e continuamos o trajeto em direção a mansão Hyuuga em silêncio. De vez em quando eu olhava para Sasori tentando entender o que fizera Yamanaka Deidara ajuda-lo. Deidara nunca forá uma pessoa muito boa. Andava com pessoas problemáticas e sempre se metia em confusões que o levava até mesmo pra prisão, Inoishi se negava a pagar suas fianças, mas sua okaa-sama sempre o tirava de trás das grades.

Deidara era desleixado, preguiçoso, desempregado e nem um pouco satisfeito por carregar o sobrenome Yamanaka, pois teria de assumir todos os negócios da família quando fizesse vinte e um anos por ser o filho mais velho. Apesar de tudo sempre estava disposto a ajudar quem precisasse e adorava sua kaa-sama e principalmente Ino.

No dia em que Deidara e Fumiko foram embora sem dar mais explicações, apenas deixando um recado na secretária telefônica mais tarde 'pra eles, Ino mudou completamente por causa de Inoishi, que a fez mudar seus hábitos, suas campainhas e até mesmo seu jeito de ser. Por conta de Inoishi, Ino fez uma grande besteira com a Hina-chan e suas "amigas".

Hinata confiou nela, falou sobre Hanabi, sobre Ayano e ainda mostrou a ela a coisa mais importante deixada por sua okaa-sama. Um anel de ouro e diamantes feito pelo ojii-sama de Ayano e dado a sua obaa-sama que foi passado pelas gerações seguintes. Ino sentiu a pessoa criada por Inoishi reagir mais forte do que a confiança que Hinata depositara a ela e pegou o anel. O anel foi roubado da Yamanaka, Hinata ficou desesperada e chocada pela traição e se afastou até me mim com medo de que eu fizesse algo que a machucasse. Ela não conseguia raciocinar direito na época. Talvez se Deidara estivesse naquela casa e isso mesmo assim acontecesse, ele teria ido atrás do ladrão e feito Ino implorar por perdão pela estupidez cometida... só se ele estivesse em Konoha.

Paramos de andar e nos sentamos no chão encostados na parede do muro. Atrás de nós estava a mansão Hyuuga e logo no portão, dois seguranças prontos para qualquer movimento estranho.

– Faltam ainda pouco mais que dez minutos, Naruto-nii... - resmunguei baixo qualquer coisa e observei os seguranças imóveis em frente ao portão -. Vai pular o muro, Naruto-nii?

– Pular o muro? - ri com aquela ideia besta - Não. Do outro lado tem uma grande árvore que dá direto na janela de Hinata. Quando os bakas ali estivem ocupados de mais com Ino, vou ir até a árvore e entrar no quarto. Pular o muro seria muito arriscado, as câmeras me denunciariam na hora e um bando de Ossans iriam vir correndo pra nos pegar. - dei um sorriso sacana e pisquei pro ruivinho -. Conheço essa casa melhor do que ninguém.

– Incrivel... o Naruto-nii já faz até parte da família Hyuuga. O senhor e essa Hyuuga devem ser bem íntimos, nii-san.

Corei e dei um tapa na cabeça dele que gemeu de dor. - Não se dirija com essas insinuações para mim, Sasori- kun. - ele se encolheu por eu ter falado o sufixo -. Sou seu senpai, então fiquemos quietinhos.

Bocejei e encarei o céu azulado e sem nuvens em cima de nós. Quando voltei a olhar para frente vi os cabelos loiros e longos chamativos de Ino. Sasori se levantou e fiz o mesmo. Ela passou sem se quer nos olhar por conta de algumas pessoas que estavam na rua. Está na hora...

Sasori e eu nos inclinamos para olhar o pequeno 'show' que a Yamanaka ia fazer.

– Olá, senhores. - ouvimos ela cumprimentá-los com um sorriso enorme no rosto pra logo olhar a mansão com uma cara estranha -. Vocês poderiam me deixar entrar? Gostaria de ver minha amiga entendem?

Os os seguranças se olharam e depois um deles respondeu. - Não podemos permitir a entrada de ninguém que não seja da família. - Ino fez uma falsa cara de surpresa e começou a bater os pés no chão para parecer irritada -. Ordens diretas de Hiashi-sama.

– Sabem exatamente quem sou? - Ino estendeu seu dedo e depois apontou para si mesma -. Sou Yamanaka Ino, ouviram? YAMANAKA! Como se seu chefe pudesse negar a entrada da herdeira dos Yamanaka! Olhem aqui, se não me deixarem passar... vão se arrepender pelo resto de suas vidas! Farei com que os dois nunca mais trabalhem em casas luxuosas! Recebem um salário gordo, não é? Quero ver se receberão depois que MEU otou-san, Yamanaka Inoishi dar um jeitinho em vocês.

– Yamanaka-sama... - o outro segurança gaguejou mas persistiu, como todos nós queríamos -. Não podemos permitir sua entrada. Devemos cumprir ordens!

– Ordens? - Ino gritou alto com sua voz fina e as pessoas pararam para olhar o que ela fazia -. Ordens!!! - ela gargalhou e colocou as duas mãos na cintura encarando os dois com ódio -. Pois então nunca mais receberão ordens em suas vidas! Vão para a rua porque todos saberão que dois seguranças inúteis fizeram o favor de barrar Yamanaka Ino na mansão Hyuuga! Por Kami-sama! Nem mesmo o primeiro ministro me deixaria do lado de fora de sua casa!

Revirei os olhos com o exagero dela e fiz um sinal para Sasori assim que percebi que já tinha pessoas o bastante na rua olhando o escândalo. Fomos para o meio da rua passando entre as pessoas curiosas, os seguranças estavam tão distraídos com Ino que nem perceberam quando passei próximo a eles. "Se eles apenas me vissem na rua, com certeza me mandariam voltar pra casa sem ter qualquer chance de chegar perto do portão."

Vi a grande árvore em frente ao muro e respirei fundo. Senti meu coração bater mais rápido e engoli seco ao encarar o galho que levava até a janela de Hinata, que por sorte ou azar estava aberta e convidativa. - Vou subir, 'tomate. Pega, - entreguei minha mochila ao ruivinho e agarrei um galho - tome conta e fique de olho nos guardinhas. Ino não vai poder segura-los por muito tempo.

Sasori apenas assentiu confirmando e se virou para ficar de olho na pequena multidão em frente ao portão dos Hyuuga. Eu escalei a árvore até chegar ao galho que ia em direção a janela. Olhei nervoso para as pessoas amontoadas e respirei fundo novamente, segurei firmemente o galho acima do meu ombro e devagar andei até a janela atento a qualquer sinal de que alguém me via. Rapidamente pulei para dentro do quarto aliviado e observei as caixas e o local quase vazio. O guarda-roupa estava aberto e algumas poucas roupas ainda se encontravam nele.

Suspirei e reparei em um kimono negro repleto de flores azuis, douradas e rosas, a Hina-chan o usaria no festival desse ano. Involuntariamente sorri ao lembrar que eu havia sido forçado a acompanha-la na escolha. "Ela ficaria linda nele, com certeza!"

Ouvi algo cair no chão e automaticamente me virei e arregalei levemente os olhos ao vê-la parada ao lado das caixas. Uma pequena caixa estava no chão por ela te-la deixado cair e pude ver algumas coisas dentro dela, principalmente o Naru-chan. Não tive se quer tempo de falar algo, apenas pude sentir os braços finos da Hina-chan me rodearem e me apertarem como nunca antes.

– Naruto-kun...! - ela sussurrou e eu retribuí o abraço um pouco atordoado. Hinata sempre foi muito difícil com palavras, mas sempre demonstrou suas emoções melhor que qualquer outra pessoa e por isso também acabou se tornando um pouco complicado explicar algumas de suas ações. - C-como entrou aqui?

Hinata se afastou um pouco para me olhar e pude perceber que seus olhos brilhavam como jóias e que tinha um sorriso enorme nos lábios. Prendi minha respiração e corei desviando o olhar ao ver que estávamos próximos de mais. "Minha altura é uma desvantagem nessas horas..."

– P-pela janela... - a Hyuuga olhou para a janela atrás de mim e riu voltando a me abraçar. - Erh.... hn... o que... houve?

– Nada! Apenas estou feliz de vê-lo de novo. Faz algum tempo que não nos vemos... só estou com saudades... só isso...

Ficamos em silêncio algum tempo até que ela se afastou e sorrindo muito estranhamente, pegou a caixa que estava no chão e colocou na cama, depois foi até o guarda-roupa e pegou as roupas restantes dobrando-as e colocando em uma caixa.

– Por que não me ajuda? Tenho algumas coisas para guardar ainda, sabe...

Observei seus movimentos que estavam rápidos de mais, seu sorriso não era como os que ela dava... estava mais... falso e falava de mais....

– Hina...

– Eu tenho que guardar ainda meus sapatos. Fiquei enrolando e enrolando para guardar eles e só me deu mais trabalho. Espero que de tempo pra guardar tudo até amanhã!

– Hina-chan...

– Tenho que escolher uma roupa para a viajem, talvez um vestido... otou-sama não gosta que eu use calças, - ela riu forçadamente e piscou várias vezes - ele diz que fico parecendo um menino e damas não deveriam se vestir dessa maneira. Otou-sama também disse que vamos primeiro tentar achar um bom médico por aqui mesmo, na Ásia, depois vamos tentar na Europa e por ultimo América, possivelmente vamos pra Cuba e... - ela pegou o kimono e o encarou por breves segundos ainda sorrindo - e não vou precisar de kimonos no exterior... acho que vou dar a alguém e...

– Hinata!! - gritei irritado agarrando ela pelos ombros fazendo-a olhar para mim. Hinata segurou com força o kimono e os olhos dela brilharam mais, só então vi que ela segurava a vontade de chorar. - Pare, onegai. Pare de se esforçar apenas uma vez na vida, ok?

A senti tremer e apertar mais o kimono levando o tecido até o rosto tentando disfarçar o que sentia. - Naru...

– Pense em você apenas um segundo. Esqueça Hiashi, Hizashi e até mesmo Hanabi. Pode fingir até que não existo. Apenas... quero que pare de ser você um momentinho...

Hinata balançou a cabeça levemente e mesmo relutante, deixou as lágrimas saírem fazendo com que tudo que sentia também saísse. - Não quero ir... - ela falou entre os soluços - não quero ir embora, não quero deixar Konoha. Não quero deixar Jiraya-san, Tsunade-san ou você! Não quero deixar tudo com a Nabi-chan, ela vai sofrer... vai sofrer mais... por minha culpa... sempre é minha culpa...

Hinata sempre foi a melhor aluna, a melhor filha e a melhor amiga que alguém poderia ter. Hinata sempre fez tudo por todos, sempre tirando altas notas para agradar Hiashi e sem querer, agradar os professores. Mesmo sem saber, já estava fazendo algo para ajudar alguém. Hinata age por impulso quando acha que tal coisa é certa e não pensa duas vezes. Por isso Hiashi não gostava muito quando saíamos juntos... Hinata obedece as regras, eu as quebro. Ela dava tudo de si apenas para que um dia assumisse a empresa. Hyuuga Hajime não a queria como presidente, queria Hanabi e Hinata sabia mais do que tudo que se Hanabi fosse a presidente da empresa, Hajime faria muitas coisas ruins para que ela fosse a melhor. Para que mudasse.

– Está tudo bem Hina. - peguei o kimono das mãos dela e fitei-o atento. - Poderá usa-lo no natal, ou quem sabe algum festival ou evento que tiver... hai, hai, vamos leva-lo.

– Leva-lo? - ela enxugou as lágrimas e me olhou confusa - Para onde?

– Devo admitir que é ridiculamente ridículo eu admitir que estou com em um acordo com Yamanaka Ino, pior de tudo é aceitar ajuda dela. - balancei a cabeça negativamente e suspirei -. Talvez eu seja completamente louco, mas... - segurei firmemente as mãos delicadas de Hinata e sorri travesso - faço qualquer coisa para libertar uma criatura tão fenomenal como você da prisão. Então devo dizer claramente: Estamos indo embora neste momento!

Hina-chan arregalou os olhos surpresa e abriu e fechou a boca várias vezes completamente incrédula. Não dei tempo para ela reclamar, ficar feliz ou qualquer coisa, apenas fui até as caixas abrindo cada uma e frustado a encarei - Onde estão suas roupas? - perguntei e ela apontou roboticamente para uma das caixas e a abri pegando as melhores roupas que encontrei. Vasculhei o quarto e encontrei a mochila dela no canto ao lado do guarda-roupa. Joguei seu material no chão e botei as roupas sem qualquer delicadeza dentro.

Hinata pareceu acordar de seu transe e segurou meu braço me fazendo olha-la. Nunca havia visto ela tão confusa e frágil como quando me olhou nos olhos.

– O que... está fazendo...?

– Estou te tirando daqui! - ela piscou várias vezes e riu não conseguindo acreditar nas minhas palavras, na verdade, nem eu acreditava no que estava fazendo. Estou sequestrando a filha de Hyuuga Hiashi!! - Não estou brincando! - falei alto em repreensão - Não vou permitir Hiashi leva-la pra longe. Não de mim! Somos... amigos... - hesitei em dizer aquilo, afinal, não era o que eu queria que fossemos. Queria mais. - não posso deixar que ele a faça ficar dentro de um hospital, sem ter com quem conversar, sem ter quem levar suas tortinhas de limão, sem que possa ver filmes e comer todo tipo de besteira. Não longe de mim!

"Não aceito ele trata-la como uma coisa que vai se quebrar a qualquer momento pois você não é assim. Você é a pessoa mais forte que ja conheci na minha vida. Não posso... apenas deixar que tudo que fez por mim passe em branco... Por isso vou perguntar uma unica vez... Hina-chan... quer vir comigo para qualquer lugar do mundo? Quer ver novas cidades, andar na rua e ir em lugares sem ter que se preocupar com o horário ou com que horas vai acordar na manhã seguinte. Sem escola, sem uma casa retornar, sem reclamações de seu otou-sama, sem restrições! Apenas nós dois no mundo... curtindo o que a vida tem pra dar?"

Hinata tremia e pelos seus olhos pude ver que estava indecisa sobre o que fazer. Suspirei cansado de tudo aquilo. O tempo estava passando e Ino não seguraria os seguranças muito mais assim que os reforços chegassem e a dispensasse. Pensei em uma ultima tentativa.

– Hina... sua okaa-sama morreu pouco depois que descobriu o câncer. Deixou você e Hanabi por causa de uma maldita doença sem cura! E agora até você a tem! Hiashi sabe e eu também sei... não vai conseguir resistir por muito tempo. - fechei os olhos irritado por aquela verdade irreversível - Se vou perde-la... então quero estar ao seu lado quando acontecer.

Ela pareceu finalmente entender, por que sorriu pra mim emocionada e pegou sua mochila colocando mais algumas coisas dentro. Sentei na cama aliviado vendo-a ir pra lá e pra cá atrás do que levar, logo não cabia mais nada dentro dela. Percebi que também havia colocado as coisas da pequena caixa que havia deixado no chão. A princesa dos Hyuuga pegou uma blusa fina e cobriu a cabeça com o capuz. Kami que me ajudasse... eu havia acabado de praticamente me declarar!

– Vamos... - ela sussurrou tão baixo que quase não ouvi. Assenti levemente e botei minha cabeça pra fora da janela vendo Sasori lá em baixo. Chamei-o e joguei a mochila da Hina-chan para ele, depois subi no velho galho da árvore e assim que passei da "fronteira" entre a rua e a mansão Hyuuga, pulei para o chão sem dificuldade. Hinata me entregou o Naru-chan primeiro e fez o mesmo trajeto, depois olhou com receio para mim. - Não...

Abri meus braços e ri dela - Anda Hina-chan! As pessoas vão ver. Vai logo, mulher! É só pular! - ela revirou os olhos e se jogou, apanhei-a fortemente e me elogiei mentalmente por ter conseguido pega-la. Altura com certeza não é meu forte. - Sasori... pra onde vamos agora?

– Vamos pro outro lado da cidade. - ele me respondeu começando a andar e o seguimos - Primeiro vamos 'pro metrô e depois nos encontraremos com alguém que veio nos buscar. Ele nos levará para fora de Konoha.

Passamos pelos seguranças devagar, e Hinata se encolheu para não ser reconhecida por eles, abraçando fortemente o gato de pelúcia. Ino que estava sendo segurada por um deles nos olhou rapidamente e piscou pra mim, sorrindo. Tive vontade de ir até lá e falar muitas coisas, arrasta-la até Hinata e ver se pediria desculpas por tudo, mas ela já ia pagar pelo que fez. Não seria algo difícil ou humilhante de mais, no entanto, seria o suficiente para ela começar a entender realmente, o que fez a Hina-chan passar.

Durante o caminho até o metrô de Konoha, fiz Sasori carregar a mochila da Hina-chan, o que por sinal, a irritou muito. Ficou falando que ele era apenas uma criança, que não era um empregado, até falou que era trabalho infantil! Sasori tinha provavelmente quatrorze ou quinze anos! Mas ela continuou insistindo que era algo horrivel de se fazer e blá, blá. Quando passamos em frente a uma doceria, pensei em comprar todo tipo de doce pra ver se ela ficava quieta, por que pra conversar sobre algo útil ela nunca abria a boca, mas reclamar de algo com certeza a fazia virar outra pessoa. A timidez que vá 'pros quintos dos inferno!

– E então? - perguntei ao 'tomate enquanto olhava desconfiado para as pessoas que passavam por nós. - Como vamos encontrar nosso passaporte para fora de Konoha em uma multidão sem fim?

– Não vamos achar ele. - o Akasuna respondeu e encarou um ponto fixamente e sorriu - Ele é que nos encontra.

Olhei na mesma direção e vi um homem ruivo com 'pinta' de mafioso vindo ao nosso encontro, mas parou no caminho e mexeu a cabeça em sinal para segui-lo, foi o que fizemos. Passamos pelas pessoas que iam e vinham em diferentes direções, Hinata segurou fortemente minha mão com medo de nos separarmos. Entramos dentro do trem que já estava quase partindo e nos sentamos em qualquer lugar. O vagão não estava tão cheio, mas isso não impediu do homem ruivo de ficar em pé.

– Por que... estão nos ajudando? - fitei o estranho e percebi que o cabelo dele cobria uma tatuagem que tinha na testa.

– Porque recebemos ordens... - ele respondeu friamente e fiz uma careta em desagrado - além disso, devemos obedecer essas ordens, já que Ino está pagando por isso.

Ouvi Hinata sussurrar o nome da Yamanaka com os olhos brilhando de admiração, provavelmente sabendo que a escandalosa queria ajudar. - Sei quem são vocês - ele falou me encarando de um jeito estranho e depois fitou Hinata suavemente -, e sei por que estão fazendo isso. Vamos ajudar no que for preciso se Ino continuar colaborando conosco. Até esse momento, serei responsável por vocês. Me chamo Sabaku no Gaara, prazer.

Senti uma pontinha de sarcasmo na voz dele mas ignorei. Estava feliz. Estava levando Hinata para longe e ninguém conseguiria me impedir. Faria qualquer coisa por ela, nem que isso me fizesse ficar longe de Tsunade, Jiraya, Chouji e até mesmo da Chiyo-obaa-san. - Espero que não se arrependa... nenhum de nós dois...

Hinata sorriu docemente pra mim e encostou a cabeça no meu ombro, fechando os olhos disse:

– Eu vou com você, Naruto-kun, até o fim do mundo. Se algum dia eu hesitar... pode me arrastar junto.

.

.

.

Aa, zutto, waratte ite yo ne
Sekai no owari made.

.

.

.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Omg... adorei escrever esse capitulo... sério...
As palavrinhas estranhas de japa ai no final é da musica [It's not] World's End da Miku... não consegui resistir '-' traduzindo:
"Ah... para sempre, estar sorrindo alegremente
Até o fim do mundo"
—--
OBS: TOKYO GHOUL CHEGANDO! GOGO VÊ SANGUE!
Dia 05, o menos importante pra mim, SAO II... não acredito que será grande coisa =/
Já dia 11 chega quem? quem?? Kuroshitsuji! Õ/ Bora ver o gostosão do Sebby-chan!!