Eddy já havia dito que me amava antes, mas era no meio de nossas gargalhadas, nunca sério, olhando em meus olhos. Eu nunca o retribui, não sei, algo dentro de mim sempre me disse que a frase "Eu te amo" deveria ser dita com total certeza e não apenas por dizer. Só que naquele momento, aquilo não foi por dizer, eu senti. Realmente senti. [...] Eu não disse nada, não consegui, mas ele soube que eu senti tudo o que ele quis me dizer. Apenas voltamos a caminhar, e o silêncio se fez mais alto que antes. Eu quis dizer algo, mas eu realmente não conseguia. Minha mente ainda estava repetindo aquela frase lentamente, saindo dos lábios carnudos de Eddy, soprando quente sobre meu rosto. Eddy me levou para a casa, eu o convidei para entrar e aposto que ele pensou duas vezes antes de dizer não, me dar um beijo na testa e virar de costas. E talvez tenha sido o melhor, já era muita coisa para minha cabeça numa manhã só. Mas mesmo depois daquilo, eu não o entendia. E a tal Juliana? Quem ela realmente era? Eu estava louca para descobrir.
Eu pensei na possibilidade de perguntar a Guilherme, melhor amigo de Eddy. Mas também não queria correr o risco de Eddy descobrir que eu estava fuçando sua vida com seus amigos. Eu realmente queria deixar essa história para trás, mas eu ao menos sabia o que eles eram, e Eddy não era de falar de outras garotas para mim, por um lado isso pareceu ser um incomodo para mim.
As coisas entre Eddy e eu haviam voltado a ser como eram antes, e eu não podia estar mais feliz; Meus pais estavam juntos novamente e em menos de um mês, já estaríamos vivendo todos juntos. Thalita estava em uma nova fase de vida, não ficava com garotos há semanas e se sentia super bem com isso. Passávamos as aulas juntas e em alguns intervalos ela me acompanhava para ficar junto com Eddy e Guilherme.
Faltando apenas dois dias para o aniversário de Eddy, mandei uma mensagem para Guilherme pedindo ajuda. Eu nunca fui do tipo de pessoa que gosta de fazer surpresa para os outros, muito menos preparar festas, mas para Eddy, eu fui capaz de fazer coisas que nunca passaram antes pela minha cabeça. [...] Guilherme se animou com a ideia da festa surpresa e eu mais ainda. Eddy nunca foi de me cobrar nada, mas eu sabia que tudo aquilo que eu dizia sentir por ele, não era o bastante.
No outro dia Eddy não me esperava em frente a Cafeteria, e sim Guilherme. Ele havia comprado um saco de jujubas para mim e eu não consegui não retribuir com um abraço forte. No caminho ele me deu a pior noticia do dia;
– Então Mab, eu nem sei como te falar, mas... - Ele me olhou antes de concluir. - Não vai rolar a tal festa.
– Hãn? Por quê não? - Eu parei no meio da calçada.
– Os garotos que eu convidei para participar deram para trás, e eu também nem sei se Eddy vai estar por aqui no dia. - Guilherme ficou abalado também.
– Se não estiver aqui, vai estar onde? -
– Eu não sei Mab... Mas não vai dar mesmo, ta bom? -
– Ta bom, o que posso fazer né? -
Assim pedi para que Guilherme seguisse para o colégio, enquanto eu fiquei parada por alguns minutos pensando onde Eddy poderia ir no dia do seu aniversário. Eu voltei a caminhar para o colégio, mas não vi Eddy naquela manhã. Quando cheguei em casa não haviam mensagens, ligações, absolutamente nenhuma noticia de Eddy. Liguei para sua casa, mas me lembrei que sua mãe trabalhava na parte da tarde e sua irmã estudava. Esperei até 00h00 e mandei uma mensagem de parabéns para Eddy, curta, apenas com o que ele já havia lido milhões de vezes. Não recebi uma resposta.