Dois dias após o aniversário de Eddy, ele finalmente apareceu. Ás aulas já haviam terminado para minha turma, mas ainda sim Eddy me ligou pela manhã;
– Olha só quem apareceu. - Eu disse antes de ele pensar em respirar.
– Mab... Desculpa, mil desculpas. - Eddy sussurrou sonolento. - Eu quero tanto te ver. -
Senti meu coração acelerar como se eu tivesse corrido sem parar numa maratona por umas 4 horas seguidas.
– Você. Quer. Mesmo? - Gaguejei.
– Sim. Hoje a tarde, o que acha? -
– Parece bom. - Pausei ainda com o coração acelerado, e já nem lembrava que estava magoada com Eddy. - Onde iremos? -
– Vem aqui em casa. Vou ficar sozinho a tarde toda mesmo.
– Parece bom.
Meu coração estava prestes a explodir.
– Tudo bem. - Pude ouvir Eddy rir baixo. - Te espero ás 14h.
Assim a linha do outro lado ficou muda. Puta merda. Eu e Eddy sozinhos em sua casa? Não era algo que eu esperava tão cedo.
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Eddy não morava tão longe assim da minha casa, mas ainda sim saí com meia hora de adiantamento. Eddy já me esperava na porta de sua casa e abriu um sorriso que eu nunca havia visto antes no rosto. Depois de um abraço apertado, mas nenhuma palavra, entramos. Embora já tivesse ido a casa de Eddy inúmeras vezes, aquela era diferente, era apenas nós e nós. Eu não fazia ideia de como agir.
– Você não precisa ficar tímida, Mab. - Eddy me beijou no rosto. - Sou eu. Somos nós.
Ele pegou levemente a minha mão e caminhamos até seu quarto, ele me olhou malicioso antes de abrir a porta e eu retribui, mesmo não sabendo o que aquilo poderia significar.
Seu quarto não havia mudado nada, a não ser mais alguns discos vinis e fotos em seu mural. Algumas comigo e outras com Juliana. Aquilo me embrulhou o estomago.
– Eddy... - Me virei para encara-lo e ele já estava me olhando. Engoli em seco.
– Mab. - Ele colocou uma mecha solta de minha franja atrás da orelha e acariciou de leve meu rosto. Aproximou seu rosto do meu, mas eu recuei.
– Eu trouxe presentes para você. - Peguei minha mochila da cama de Eddy.
– Não precisava, meu amor. - Eddy se jogou na cama e me olhou sorrindo.
– Eu sei, mas... - Tirei um filtro dos sonhos da mochila e o entreguei. - Esse é para você lembrar de mim.
– Vai ter como te esquecer?
Ele colocou o filtro em cima de sua cama e eu sorri de canto. Assim puxei o outro presente da mochila.
– Como sei que você adora samba-canção... - Comecei a rir sozinha. Que situação!
Eddy se levantou, também rindo, e o pegou da minha mão. Me beijou na bochecha e se deitou novamente, mas dessa vez debaixo da sua coberta. Fiquei o observando, sem entender o que ele estava fazendo. Sem esperar, Eddy me jogou sua calça de moletom que estava vestido e se levantou apenas de samba-canção.
– O que achou? Ficou boa? - Ele desfilou para mim.
– Tenho a leve impressão de que foi feita para você. - Eu ri.
Eddy me puxou para perto e assim nos levou para a cama, deitei envergonhada do seu lado, ele aproximou novamente seu rosto do meu, mas dessa vez eu não pensei em sair. Demos nosso primeiro beijo e aquilo não podia ser melhor. Com nenhum outro. Assim que o beijo acabou, me sentei na cama com medo.
– O que houve, Mab? Foi ruim? Porque eu posso fazer melhor.
– Não, é que... Acho que eu gosto de você.
– Gosta é?
– Sim.
– Muito ou pouco? - Ele sorriu.
– Muito.
Assim Eddy me puxou novamente para seu lado. E eu queria nunca mais sair de lá.