Eu não conseguia entender o que Eddy causava em mim. Era bem diferente do que eu havia sentido anos atrás por um garoto que achei ser meu "primeiro amor". Era real. Muito mais que real.

Eddy não me ligou, nem mandou alguma mensagem e o silêncio dele me matava dolorosamente. Eu nunca consegui ser muito orgulhosa, sempre fiz questão de procurar todos, e correr atrás, mesmo que estivesse muito cansada. Mas com Eddy eu tinha medo, medo do que eu fazia por ele não fosse o suficiente. Mas eu fiz, e quando dei conta, no outro lado da linha Eddy já suspirava;

– O que vai ser de nós, Eddy? - Eu perguntei diretamente.

– Eu não sei Belle, não sei. -

– Eu não quero desistir sem ao menos saber do que estou desistindo. -

– Não desiste. -

– Por quê? - Eu estava engolindo o choro.

– Porque com calma tudo se ajeita. -

"Com calma tudo se ajeita"; Eu realmente quis acreditar nisso, e acreditei, porque nada no mundo soava mais verdadeiro que aquilo. [...] Assim passamos a madrugada conversando e rindo de tudo. Não parecia ter ninguém entre nós, entretanto, eu ainda queria saber quem era Juliana.

No dia seguinte assim que cheguei no portão do Colégio, Eddy segurou minha mão e sussurrou em meu ouvido para matarmos aula longe dali, eu vi seu sorriso e não pude recusar. Eu mal sabia onde iríamos e isso era o melhor de tudo. Não era fã de surpresas, mas tudo vindo de Eddy soava bom.

Ele me levou a praia mais próxima da cidade, que ficava meia hora de onde morávamos. Não era linda aos olhos de muitos, aliás, quase ninguém a frequentava, só moradores locais e de vez em quando alguns turistas. Eu costumava ir a ela quando pequena, e aquela deveria ser a primeira vez em anos que eu pisava em areia. E o melhor de tudo, com Eddy. Eu amei.

O dia não era dos melhores, o céu estava nublado, mas não fazia frio. Eu e Eddy andamos de mãos dadas pelo caminho todo, e eu adorava a sensação das pessoas nos olhando achando que eramos um casal, mesmo eu sabendo que na verdade não eramos. Mas o que isso importa, não é mesmo? [...] Eddy não falou muito, e eu achei melhor não falar também. Quando chegamos a uma parte isolada da praia, ele parou em minha frente e começou a me encarar sério. Eu ri. Ele continuou sério e eu o acompanhei. Ele segurou minhas mãos perto do rosto e as beijou delicadamente, me encarou novamente e finalmente disse; Eu te amo, Belle. Mesmo.