Andrômeda escrita por Carol


Capítulo 7
Como um parque de diversões.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pela demora! Eu fiquei muito sem tempo por causa da escola e etc, que acabei ficando com pouco tempo pra escrever. (( E se vocês não sabem ainda, eu também to fazendo outra fic de Avengers dai tenho que equilibrar as duas hehe)) Mas prometo que o próximo capitulo não demora tanto! Tomara que gostem



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17 de agosto de 2034

“Johnson, é esperado atingir a atmosfera em 8 minutos.” Paul não respondeu. 8 minutos. “Johnson? Johnson, Se você estiver tendo um daqueles seus ataques de pânico eu juro que vou ai te matar.”

Paul tenta se lembrar como falar. Depois de alguns segundos em pânico, ele consegue cuspir algumas palavras. “Ah, estou aqui.” Ele consegue recobrar consciência sobre o próprio corpo. “Está tudo bem, tudo bem.”

“Bom. Lembra-se do que me prometeu garoto, você não vai me decepcionar.” Suas palavras foram como um choque de realidade. Ele voltou a si mesmo.

“Eu prometi, não é? Ótimo. Não sou de quebrar promessas, Carrie” Ela suspirou. Mais de dez anos se passaram desde aquela primeira entrevista, e ele ainda insistia em chamá-la de Carrie.

“É Sra. Murrian, Johnson.”

“Eu estou entrando na órbita de Marte, Carrie. Eu acho que se eu quiser te chamar de Carrie, Carrie, eu posso.” Ela deu um sorriso. Maldito seja esse garoto. “Você está sorrindo. Eu consigo ver.”

“Não, eu não estou. E mesmo se estivesse, você não conseguiria ver.”

“Ok, eu não consigo ver. Mas eu sinto. Eu ouço. Seu sorriso faz tipo um barulho, Carrie. Um click. E eu consigo ouvir ele a deus-sabe-quantos-quilômetros”

“279 milhões de quilômetros, pra ser exata. E meu sorriso não faz barulho coisa nenhuma.”

“Ah, faz s-

“5 minutos, Johnson”

5 minutos. Ah, por favor, não surte agora. O seu coração começou a bater em um ritmo acelerado e ele podia sentir a adrenalina dominando seus sentidos.

A nave agora balançava. Todos podiam sentir a velocidade absurda a qual ela estava descendo, a gravidade marciana os puxando para baixo.

Toda aquela confiança que ele ganhara segundos atrás parecia desaparecer tão rápido como veio. Vamos. Concentre-se.

“Carrie” Ele lutava para escolher as palavras certas. Precisa saber o porquê. Ele precisava saber agora mais do que nunca. “Por-porque você me escolheu?” Ele conseguiu falar. “Porque você me deu uma segunda chance? Você tinha me recusado. O que a fez mudar de ideia?” Sua voz estava levemente trêmula, e ele fez o melhor que pode para esconder o nervosismo. Suas mãos suavam.

Uma pausa.

“Paul Willians Johnson, não comece a duvidar de si mesmo agora.” Ela respondeu, firme. “Eu te escolhi porque você tem garra. Porque eu vi, nos seus olhos a sua determinação. Eu vi o quanto isso era importante para você, o quanto de esforço você teve que juntar para superar os seus medos e falar por que você merecia aquela vaga. Quando você falou o quanto você queria esse emprego, você falou de coração. Eu sei que quanto chegar a hora, você vai conseguir fazer a escolha certa. E Paul, eu tinha me esquecido que havia coisas mais importantes do que inteligência. Eu estava tão cega quando você entrou no meu escritório naquele dia. Julgava as pessoas não por sua verdadeira inteligência, mas sim pela inteligência que eles transmitiam. Como eu poderia imaginar que aquele garoto nervoso, tendo um ataque de nervos, implorando por um emprego, poderia se tornar um dos homens mais importantes da NASA? Você me ensinou uma lição, Paul. Então não se atreva nem por um segundo duvidar de si mesmo. Você não pode ser o homem mais brilhante da NASA, mas você é o que tem mais caráter. E isso é o que importa.”

Eles iriam atingir o solo a qualquer momento agora. A tripulação e todos da NASA que acompanhavam a aterrizagem pareciam prender o fôlego simultaneamente. Ele estava sem palavras. O que ela disse pareceu aquecer o seu coração, o envolvendo em uma sensação de paz.

“Obrigado. Obrigado por tudo, Carrie.”

Um sorriso.

(...)




Era como uma criança pela primeira vez em um parque de diversões. Claro, tirando os brinquedos, risadas, algodão doce e todo aquele colorido. Mas era o sentimento que mais se parecia com o que Paul estava sentindo ao pisar pela primeira vez no solo de Marte, já que não existe um sentimento que descreva eu-sou-o-primeiro-ser-da-raça-humana-a-pisar-nesse-planeta. Os brinquedos foram substituídos pelas rochas vermelhas, as risadas, pelo isolamento de um planeta inabitado e aquela colorido por um paleta de cores vermelhas alaranjadas. Paul solta um longo e ansioso suspiro.

Toda a sua vida, de certo modo ele estava esperando por isso. Até quando ele não sabia nem o que ia querer fazer profissionalmente. Simplesmente parecia certo. Todo o treinamento, todas as lutas, as brigas internas, o medo do fracasso, pareceram valer a pena. Ele faria tudo de novo. Diabos, faria tudo de novo e de novo e de novo, se significasse estar onde ele estava hoje. Em Marte.

Ele sentia um sentimento que ele nunca tinha experimentado antes. O de realização. Ele estava completamente e totalmente realizado. Finalmente, ele sentia que sua vida tinha significado. Que não importava o que estava a sua espera lá fora, ele seria lembrado. E não é o que todos nós ansiamos? Sermos lembrados? Paul seria lembrado por um ato que ele mereceu. Seria lembrado pela sua bravura, anos depois de seu corpo já ter virado cinzas. Ele se sentia realizado por que ele tinha conseguido alcançar reconhecimento e se destacar dos demais. Ele tinha feito algo de importância com sua vida, e não era apenas mais um. Ele era diferente. Ele se sentia diferente. E isso era a melhor sensação que possa existir.

Amy sorria para ele, ajeitando o seu uniforme, como se pudesse sentir a sua alegria. A sua empolgação.

"Pronto?"

"Quer a verdade ou quer que eu minta?" Ele responde.

"O que você preferir."

"Estou prontíssimo."

"Essa é a verdade ou a mentira?"

"Bem, isso meu amor, é segredo."

Ela riu. Ele acompanhou com um sorriso nervoso.

Ela terminou de ajeitar o uniforme e o encarou. Ele encarou de volta.

“O que?”

“Nada. Eu apenas... Apenas estou orgulhosa.” E daí ela fez a melhor coisa que ela poderia ter feito. Ela abriu um sorriso que ia de orelha para orelha, um sorriso tão verdadeiro que fez Paul se lembrar de todos os motivos os quais ele era apaixonado por ela. Então, ele sorriu também. Ela lhe deu um beijo na bochecha antes de fechar o seu capacete.

"Vai em frente, Senhor Capitão."

Ainda eletrizado pela sensação de seus lábios na sua pele, ele foi.

Dando um pequeno passo para o homem, e um grande passo para a humanidade.


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Notas finais do capítulo

Preciso dizer a importância de comentar? Sério, to pedindo de coração, comentem. Me ajuda muito a continuar. Obrigada a todos que estão lendo!



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