Andrômeda escrita por Carol


Capítulo 8
Queridas Bicicletas,


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Queria me desculpar imensamente pela super demora na postagem, mas eu tenho os meus tristes motivos. Eu tenho essa linda, deliciosa mania de achar que as coisas que eu escrevo não são tão boas assim. Então, pela falta de comentários, e pelo o esforço que eu estou colocando na minha outra fic, essa acabou um pouco de lado. E vocês não sabem o aperto que surgiu no meu coração. Então, editei a sinopse, arrumei os capitulos, coloquei um prologo (minusculo, mas tudo bem.), e voltei ao trabalho.

E finalmente, depois de quase um mês, aqui está mais um capitulo pra vocês.



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"Bicicletas."

"Bicicletas?" Ele tirou os olhos do mapa e olhou para ela.

"Bicicletas."

"Bicicletas." Ele concordou, um sorriso se formando lentamente em seu rosto, fazendo companhia ao dela.

"Estamos na cidade do ciclismo. Precisamos nos integrar a cultura, Paul."

Ele limpou a garganta, o sorriso murchando.

"Certo. Mas..." Ele deu uma pausa, olhando em volta." Não acha que aproveitaríamos muito mais a cidade a pé?"

Ela pulou do banquinho que se sentava.

"Está maluco? Bicicletas, Paul. Bicicletas!"

Ele começou a dobrar o mapa.

"E se por acaso, nós quiséssemos andar de bicicleta, e eu não estou dizendo que vamos," Ele estava com certa dificuldade em dobrar a Europa. “Você está se esquecendo de um ponto muito importante." Paul olhava confuso para o pedaço de papel em suas mãos. “Nós nãos temos bicicletas." Ele finalmente conseguiu deixar o mapa em um tamanho menor, as dobraduras quase aceitáveis. Ele sorriu satisfeito.

"Duh. Nós podemos alugá-las." Amy pegou o mapa de suas mãos, tentando ajeitar a bagunça que ele causara. "E porque você ainda tem mapas de papel? O que você é, a minha vó? Existe digitais, bobinho." Ela fez uma careta para ele.

Ele suspirou, se afundando no banquinho de madeira.

"Eu não gosto de bicicletas." Ele respondeu, ignorando o insulto.

"Porque diabos não? Elas são tipo o melhor meio de transporte sustentável..."

"Ok, ok." Ele fala, levantando as mãos. Paul já conhecia muito bem os discursos ecologicos e humanitarios dela. "Bicicletas são tudo de bom."

"Exato. Então não entendo a sua relutância." Ela se senta ao seu lado novamente.

Ele fica quieto por alguns momentos.

“Ok!” Paul por fim enterra a cabeça nas mãos, rindo. “Mas prometa que não irá rir.”

Ela olha curiosa para ele. “Okay.”

“Eu tenho traumas de bicicletas.” Paul olhou para Amy, analisando a sua reação. Ela estava mordendo os lábios, escondendo um sorriso.

“Trauma?” Ela repetiu.

“Trauma, ok? Eu fui atropelado enquanto andava uma bicicleta. Tinha 12 anos.”

Ela assentiu, tentando imaginar a cena de um pequeno Paul sendo atropelado. Por algum motivo, a cena toda na sua cabeça era hilária. Mas apesar da situação, conseguiu esconder o sorriso. “Mas não acha que já está na hora de superar?”

“Mas essa é a questão. Eu não quero superar.”

Ela bate de leve no seu ombro. “Então você é um idiota.”

Ele fica sério de repente. “Amy, eu fiquei em coma por 11 meses por causa do acidente. É idiota ter medo de passar por aquilo de novo?”

“Oh,” O sorriso desapareceu de seu rosto. “ Não sabia.” Suas bochechas coraram, ficando da cor de seu cabelo.

Paul explodiu em uma risada. Ela levantou as sobrancelhas, ofendida.

“Sua cara não teve preço.” Ele sorriu.

Ela teve que se controlar para não empurrar ele para fora do banco. “ Então você não ficou em coma por 11 merda de meses?”

Ele balançou a cabeça negativamente, ainda rindo. “Bem, se te faz sentir melhor, foram apenas 3 meses.” Ele piscou para ela.

Ela bufou. “Ok, senhor trauma-de-bicicletas, vamos dar um jeito em você.” Ela tirou do bolso o celular, e com alguns comandos de voz ela foi direcionada a loja de ciclismo mais próxima.

Amy se levantou em um pulo, puxando Paul pelos braços, deixando sem alternativa a não a segui lá.

(...)

Ela se encontrava no seu restaurante preferido, apenas algumas esquinas do centro da NASA. Sempre que podia, dava uma escapada pra lá, onde ela se permitia relaxar.

Lá, Dori gostava de observar as pessoas passarem por ela. Observava as suas diferenças, reparava em seus cabelos, nas expressões em seus rostos. Ela se sentia tão pequena fazendo isso. Como se ela se desse conta que todos os seus dramas, os problemas era compartilhados por outras pessoas. Que ela não era a única ter inseguranças, não era a única com sonhos. Era reconfortante, de certa maneira.

Porque ela percebia que apesar de estar sozinha ali tomando o seu café, ela não estava realmente só. Centenas de pessoas se encontravam ao seu lado, cada uma com a sua própria vida, cada uma amando alguém, cada uma sendo amada por alguém.

Seus devaneios foram interrompidos por um toque agudo de seu celular. Ela deixou cair na caixa postal, sem muito entusiasmo para falar com ninguém naquele momento.

“Deseja um refil?” Uma garçonete simpática de cabelos rosa chiclete falou.

“Não, na verdade.” Ela sorriu de volta. “Já estou me retirando.”

A garçonete assentiu. Dori deixou dinheiro em cima da mesa e se retirou do café, apertando o cachecol por causa do frio do dia.

Decidiu ouvir a mensagem. Colocou o celular na orelha.

“Dori.” Uma voz feminina ecoou do outro lado da linha. “Sou, eu, Amy. Só estou ligando para avisar que acabamos de chegar no hotel. Já estou sentindo falta de sua presença!” Dori podia sentir a animação usual na voz dela. “Ah, você iria amar Amsterdam. É uma cidade tão delicada.” Ela suspirou. “Só espero que não esteja chateada. Sabe que Carrie não fez por mal. De qualquer jeito, te vejo em três dias.” Ela desligou.

Dori não pode deixar de abrir um pequeno sorriso. Ela gostava de ser lembrada. E ela não estava triste que não pudera ir também. Carrie tinha selecionado algumas pessoas apenas para realizarem uma série de palestras, em nome da NASA. Eles estavam discutindo seus avanços tecnológicos, ou alguma coisa parecida. Nas palavras da chefe, “Ela era muito tímida para poder formular um discurso motivador”. E no fundo, Dori sabia que ela estava certa. Apenas se sentia rejeitada, e odiava isso. Odiava não ser boa o suficiente. Mesmo não sendo a sua culpa.

Ela não era boa em falar em público, verdade. Mas ela apenas pensava que merecia uma chance.

“Ah, bem.” Ela tinha chegado ao prédio onde trabalhava. “Talvez próxima vez senhorita.”

(...)

Eles não tinham alugado bicicletas, no final das contas. Nem o sorriso da ruiva foi suficiente para convencê-lo.

“Você vai me ficar devendo uma.”

“Não vou não.” Ele sorriu, um pouco aliviado. “Não fiz nada de errado.”

“Ok. Tudo bem. Mas...” Ela sorriu maliciosamente. “Eu escolho o programa de hoje.”

“Eu pensei que nós iríamos visitar a casa de Anne Frank.”

“E nós vamos. Mas eu quero conhecer um lugar primeiro.” Ele lhe lançou um olhar desconfiado. “Vamos! Confie em mim.”

Meia hora depois eles estavam na frente de um circo.

Paul olhava para a tenda vermelha de entrada, com um olhar enjoado no rosto. “Um circo?” Ele levantou uma sobrancelha.

“Hey, não me julgue. Isso não é apenas um circo. Isso é um grande parque de diversões mundialmente famoso e conhecido. Vai dizer que nunca ouviu falar de La Luque and Magnife?” Ela indagou.

“Hm. Não, para falar a verdade.”

Ela olhou para ele como se ele fosse louco. “Então já é hora de conhecer. Vamos.” Ela o arrastou pelo braço, o forçando a entrar na fila.

“Um parque de diversões você diz?” Ele ainda olhava desconfiado para a atração. “ Duvido que eu me divirta aqui.”

“Tudo bem. Quer saber de uma coisa?” Ela estalou os lábios. “Estou cansada de todo o seu pessimismo. Eu aposto 50 dólares de como esse vai ser o melhor parque de diversões da sua vida.”

“Hey! Não sou pessimista.” Amy revirou os olhos. Ele suspirou, olhando fundo nos olhos dela. “Ok, ok. 50 dólares.”

Ela quase pulou em seu lugar. "50 dólares de que estou certa."

Eles pagaram os seu ingressos. (20 dólares, o que, pessoalmente Paul achou um absurdo mas Amy apenas o mandou calar a boca.)

E ela queria porque queria ir na roda gigante. Então eles foram.

“Sabe, eu costumava ter um pavor de rodas gigantes.” Ela confessou, quando eles estavam lá em cima. “Mas a minha mãe um dia disse para mim que assim eu estaria mais próximas das estrelas.” Amy olhou para cima, para os pequenos pontinhos brancos.

Paul sorriu. “ Sua mãe parece uma ótima pessoa.”

Ela olhou para ele, sua expressão mudando. Se entristecendo. “Ela era.” Amy deu uma pausa. “ Ela definitivamente era.”

“Oh,” Ele percebeu o significado de suas palavras. “Me desculpe, eu não devia...”

“Não.” Ela o interrompeu. “Tudo bem. Me agrada pensar que ela está entre as estrelas agora.” Ela mais uma vez olhou para cima. “Então toda a vez que eu olho para elas, me sinto bem.” Ela mais uma vez, sorriu. Mas não era um dos grandes sorrisos de Amelia Pond. Esse era mais tímido, mais cauteloso. “ Por isso o céu é definitivamente a minha segunda casa.”

Paul sentiu uma urgência crescendo dentro dele. Ele queria mais do que tudo, envonvê-lá em seus braços. Então quase involuntariamente, ele deixou o seu braço abraça-lá. Amy apoiou a cabeça em seu ombro, deixando a segurança entrar em seus membros. Ela se sentia segura. Não apenas segura, porque, nenhum mal podia realmente lhes atingir naquele momento, mas em paz. Ela rapidamente aprendeu com suas experiencias que a vida é definida por momentos. Eles são aquilo que permanece, que se mantém vivos depois de muito tempo. Eles são aqueles que serão lembrados, enquanto as palavras se dissolvem em um oceano delas mesmas. Então ela se deixou afundar naquele momento pacifico, pois não sabia quando conseguiria outro. Ele ficaram naquela posição até a roda descer, os levando para baixo. Os levando de volta a realidade.



(...)

Ela deu um gole no refrigerante que segurava em uma mão. Com a outra, ela levava um grande ursão verde de pelúcia. Não, Paul não tinha conseguido para ela. Amelia Pond era o tipo de garota que batalhava por seus próprios ursinhos de pelúcia. Amelia Pond fazia por merecer, e não precisava de homem nenhum para isso.

Paul segurava um pequenino, branco ursinho. Ele não tinha ido tão bem quando ela ao tiro ao alvo.

“Então,” Ela se virou e começou a andar de costas, para que eles ficassem frente a frente. “ Eu estava ou não estava certa?” Ela sorriu, remexendo o canudo na boca.

Em fato, Paul se divertira. Mas não fora por causa do parque em si. Ele não tivera um ótimo dia por causa da altura da roda gigante, ou do gosto do algodão doce, ou do colorido do carrosel. Ele tivera um ótimo dia por causa de estar na roda gigante com ela, de vê-la implorando por um pedaço de algodão doce como um criança pequena, de ouvir as suas risadas enquanto ela se divertia com um monte de cavalos que giravam. Mas a sua covardia não o permitia que essas palavras saíssem de sua boca.

Relutante, Paul saca sua carteira. Ele tira 50 dólares lá de dentro. Amy ergueu o braço para pegar o dinheiro, um sorriso vitorioso no rosto. Ele, com uma cara de sofrimento, demora um pouco para soltar o dinheiro. Com um puxão, ela consegue tira-lo de suas mãos.

“Oh, eu amo a vida.” Ela então, faz algo que inesperado. Amy Pond pega a mão de Paul Johnson, envolvendo seus pequenos dedos nos dele, a qual ele retribui o aperto. Paul podia sentir a ternura de sua pele. E juntos eles passearam por Amsterdam.


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Notas finais do capítulo

Peço, por favor, o seu apoio. Comente! Favorite! Acompanhe! Obrigada por tudo.



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