Andrômeda escrita por Carol


Capítulo 6
Eu sei de tudo, Paul Johnson


Notas iniciais do capítulo

Amores meus, novo capítulo! Espero que gostem. A bit of love to warm your hearts S2



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16 de fevereiro de 2033

A última coisa que os engenheiros pensam quando construindo uma nave é conforto. Então, a viagem é de se esperar não ser lá a mais agradável. Surpreendentemente, foi um dos melhores momentos da vida de Paul. Tirando a comida desidratada e a óbvia falta de espaço, o clima era de ansiedade e todos da equipe procuravam atividades para passar o tempo e não se preocupar com o fato que havia muitos, muitos quilômetros de escuridão os separando de casa. Paul como capitão, gostava de pensar que todos estavam seguros e nada poderia atingi-los. Quem sabe? Talvez um babaca tenha esquecido algum parafuso solto e uma parte da nave poderia se soltar fazendo com que todos voem para a sua morte. Paul decidiu que mais tarde verificaria os parafusos, porque ser sugado pelo espaço e sufocar até morte não parece ser muito agradável.

“Hey, você acha que eles saberiam se um parafuso estivesse faltando na nave, não é?” Ele comentou para Amy que estava do seu lado lendo As viagens de Gulliver.

Amy, aborrecida que fora interrompida em sua leitura, apesar de já ter lido esse livro milhões de vezes, lançou um olhar olha-a-merda-que-você-está-falando para Paul.

“Quê?”

“Esquece, apenas pensando em voz alta”

Amy deu uma última olhada no livro como se quisesse memorizar todas as palavras ali escritas, deu um longo suspirou e o fechou para encarar os olhos castanhos de Paul.

“Olha, eu sei que você está preocupado. Mas você não precisa estar. Vai dar tudo certo, ok? A nave vai chegar como previsto em Marte, teremos uma aterrissagem impecável, e com sorte ou sem sorte, dependendo do ponto de vista, não encontraremos nenhum extraterrestre e conseguiremos explorar o planeta sem nenhuma explosão ou algo do tipo” Paul não pode evitar mais sorrir. “Isso mesmo, sorria, você está indo pra Marte. Diabos, se essa não é a coisa mais maravilhosa que já aconteceu na historia da humanidade, então você está mentindo na cara dura”

Paul deu uma risada. “Você provavelmente está certa”

“Tá brincando? Eu sempre estou certa.” Ela sorriu. “Lembra-se de Amsterdã?”

Ele fez uma cara duvidosa se lembrando do que aconteceu na cidade.

“Tenho quase certeza que aquilo foi sorte, Amy.”

“Hm-hm. Você é um péssimo perdedor sabia? Não acredito em sorte. Eu ganhei a aposta porque sabia de tudo. Sempre sei.” Ela mordeu o lábio.

“Vou fingir que acredito. Mas eu ainda acho que você me enganou e roubou 50 pratas do meu bolso.”

“Suas acusações me ofendem!” Ela riu. “Você realmente é um péssimo perdedor.” Ela repete.

“Bem, talvez eu seja. E você é convencida.”

Ela olhou para ele com uma cara de falsa indignação.

“Oh, jura? Você realmente quer ter essa discussão?”

“Por que não? Não é como se nós tivéssemos muitas coisas para fazer.”

“Hm.” Ela limpou a garganta. “Desculpe-me, mas eu estava muito feliz aqui lendo o meu livro. Você que não tem nada para fazer.”

“Ah, é assim, é?” Ele arregala os olhos e sorri com o canto da boca. “Ok, continue a ler o seu livro. Tenho certeza que tem outra pessoa nessa nave que queira conversar comigo.” Ele faz menção de levantar. Ela revirou os olhos.

“Pelo amor de Deus, Paul. Não sabe mais reconhecer uma brincadeira?”

“Pelo amor de Deus, Paul. Não sabe mais reconhecer uma brincadeira?” Ele a imita em um tom debochado.

“Sério mesmo?” Ela pergunta. Ele se levanta e começa a rebolar, fingindo que está mexendo nos longos cabelos imaginários.

“Hey, olhe para mim, meu nome é Amelia Pond e eu tenho lindos cabelos ruivos. Sou a pessoa mais teimosa e convencida que você pode conhecer. Ah e eu sei de tudo. Tudo mesmo. Absolutamente tudo. Tudo."

A ruiva não pode evitar e soltou uma risada.

"Você parece um garoto de cinco anos. Mas então, acha meus cabelos bonitos?" Ela pergunta, com cara de inocente.

"E olha o convencimento aparecendo novamente." Ele se sentou.

"Estou apenas repetindo as suas palavras, Paul Johnson."

"Hmmm, você me pegou."

Ele então fez algo que não fazia há muito tempo. Ele olhou para ela. Mas realmente olhou, observando os seus mínimos detalhes e os traços de seu rosto. Ela adorava as pequenas maniazinhas que ela tinha. Por exemplo, o jeito como suas bochechas estavam rosadas agora. Ou o jeito que ela mordia o lábio quando queria segurar uma risada. E como ela colocava o cabelo atrás da orelha lentamente quando caía sobre seus olhos, parecendo que gostava de prolongar a ação.

E naquele momento, os parafusos soltos não importavam. Naquele momento, Marte não era uma preocupação. Naquele exato momento, eles conseguiam até esquecer o fato que estava longe e longe da Terra. E é assim que a vida precisava ser. Vivida por momentos, e não baseada em preocupações. Paul não podia evitar se a nave se soltasse ou se a aterrissagem não fosse perfeita, e ele via isso perfeitamente agora. O que importava é que ele estava ali, vivo, respirando, criando memórias. Então, podia ter discussões idiotas com a garota que amava e ter a mentalidade de um garoto de cinco anos de idade.

Afinal das contas, garotos de cinco anos de idade não eram extremamente felizes?

(...)



Do outro lado da nave, uma mulher observava as estrelas pelas lentes de seus óculos. Eles estavam escorregando pelo seu nariz, e ela os empurrou como estava acostumada. Eles escorregavam ainda com mais frequência por causa agora da atmosfera da nave.

"Hey, importa se com companhia?" Uma voz muito familiar falou.

"Nem um pouco." James se juntou ao seu lado, próximo da janela que dava para a escuridão do lado de fora.

O pobre coraçãozinho de Dori começou a bater em uma frequência acelerada. Não era como se tivesse sentimentos pelo homem, mas por Deus, ele era incrivelmente maravilhoso. Dori podia se perder naquele oceano azul de seus olhos do mesmo jeito que se perdia no azul das estrelas.

Ele não disse nada. Ela também não fez questão. Os dois gostavam de ficar em silêncio, apenas saboreando o calor que o outro emitia. Passaram-se alguns minutos. Ela alimentou o terrivel habito que tinha, e começou a roer as unhas.

"Não faça isso.” Ele quebrou o silêncio.

“O que?” Ela perguntou, confusa.

“Isso.” Ele pegou a mão dela.

“Oh,” Ela não tinha percebido. Fazia desde que era criança, então tinha se torrnado meio já uma coisa involuntária. “Desculpa.”

Ele sorriu. “Não é a mim que você tem que se desculpar. Se desculpe a si mesma.”

Agora ela estava verdadeiramente confusa.

“E porque eu faria isso?”

“Porque você está vandalizando um patrimônio.” Ele adorava falar assim. Nunca diretamente, sempre meio oculto o significado de suas palavras.

“Quer dizer que eu estou vandalizando as minhas unhas?”

“Se você preferir colocar desse jeito, também serve.”

Ela soltou uma risada nervosa.

“Eu juro que eu não te entendo, James.”

“Ninguém entende. Se entendessem, onde estaria a graça?” Ela abre um sorriso de conquistar corações. E talvez estivesse conquistando mesmo um.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu queria dar um pequenito aviso. Creio que a história não será muito longa. Planejo mais um cinco capítulos. Não é nem questão de tempo ou falta de criatividade, apenas é o jeito da história. Amo todos vocês que estão lendo, beijão.



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