Andrômeda escrita por Carol


Capítulo 4
Sua amada equipe


Notas iniciais do capítulo

Apresentação dos outros personagens! Yay!



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A equipe de Paul consistia em 5 integrantes. Eles formavam uma estranha e incomum família.

Dori, uma baixinha de cabelos pretos, óculos de fundo de garrafa e olhinhos puxados era uma pessoa extremamente tímida, mas apesar disso segura de si. Assustada até da própria sombra, ela não tinha mínima ideia de como conseguiu parar ali. Talvez seu PhD em astrofísica, ou o fato que ela tem um senso de competitividade muito forte quando desafiada tivesse ajudado um pouco. Também tinha memória fotográfica e por isso marcava sempre as notas mais altas em todos os testes que já fizera. A não ser em Artes. Ela era péssima em Artes. Ou qualquer matéria que envolvesse criatividade, na verdade. Talvez tenha ver com o fato que sempre preferiu estudar com três semanas de antecedência para aquela prova do que assistir a um filme ou escutar uma música. Ou que em aula, ela sempre tomava anotações ao invés de fazer pequenos rabiscos na folha do caderno como-qualquer-aluno-normal. Dori sabia disso e uma pequena parte dela sempre a odiaria por ser tão sempre perfeita e a melhor em tudo, mas ela apenas não podia evitar. Se começasse um trabalho ela terminaria da melhor forma possível. Não conseguia deixar as coisas inacabadas ou malfeitas. Era apenas parte dela.

Quase como o oposto de Dori, existia Cat. Fazendo jus ao seu nome, não há adjetivo melhor para descrevê-la do que feroz. Sempre com uma resposta afiada na ponta da língua e o corpo coberto de tatuagens, ela tinha uma alma revoltada. Feminista até a morte, teimosa e com uma opinião forte sobre quase todos os assuntos polêmicos que já incomodaram a humanidade, ela adorava debates e discussões. E ela sabia falar. Ah, se sabia. Essa mulher conseguia mudar a sua opinião em menos de um minuto, fazendo você desacreditar em todas as suas crenças e ensinamentos que foram lhe passados desde criança. Foi expulsa de quase todas as escolas que frequentou, pois adorava desafiar professores e discutir sobre o sistema de educação. Apesar de suas notas serem baixas, eram propositais.

Cat sempre fora extremamente inteligente e com uma facilidade imensa para compreender qualquer assunto que o professor estivesse ensinando aquele semana. Mas ela acreditava que as escolas serviam para medir a sua habilidade de gravar fatos, e não a sua inteligência. Se você consegue trabalhar mesmo sob pressão ou se você vai desmoronar com todos os prazos e provas e trabalhos, estudando todas as horas do dia, todos os dias da semana. Por isso, aos 19 ela largou a universidade e decidiu viajar pelo Grand Canyon em uma van com um cara chamado Fred e uma mulher chamada Anna. Imagine um cara gordinho, de barba ruiva, meio exótico e uma mulher gentil magrela de cabelos loiros absurdamente grandes e olhos absurdamente azuis. Os dois, meio perdidos no mundo.

Foi ai que nasceu a paixão de Cat pelas estrelas. Milhões e milhões delas, pontinhos brilhantes no céu, em uma quantidade tão absurda que o céu parecia ser branco ao invés de azul. Mas o mais fascinante é que elas tinham vida. Elas brilhavam, se moviam, desapareciam e apareciam novamente, brincando de esconde-esconde, e ela ficava ali, como uma criança pequena, tentando procurá-las. Cat ficava horas e horas, deitada no chão árido do deserto olhando para cima, abismada. Ela podia compreender tudo que lhe fora ensinado, mas ela nunca poderia totalmente compreender isso. E isso a deixava extremamente frustada. O fato que ela nunca saberia o que eram verdadeiramente aquelas estrelas, que ela nunca poderia conhecê-las, respirar o ar de sua atmosfera, explorar o seu território. E um pensamento surgiu em sua mente.

Quem disse que não?

E a coisa mais importante que você precisa saber sobre Cat Dennings é que quando ela coloca uma coisa na cabeça, ela não desiste até conseguir.

Na semana seguinte ela estava na NASA se aplicando para um estágio.



O único homem na equipe tirando Paul se chamava James. Ele era, de uma maneira delicada, um deus grego. Claro, Paul não era de modo nenhum não atraente, mas não era exatamente maravilhoso como James. E James sabia muito bem tirar proveito desse fato. Ele aprendera desde criança que na sociedade de hoje, se você tem beleza, muitas vezes você não precisa correr atrás das coisas que você quer, elas correm até você. Mulheres choviam aos seus pés. Dinheiro e propostas de emprego não faltava. Sussurros e suspiros apaixonados o seguiam por onde passava. James sempre tivera o que muitas pessoas classificariam como uma vida perfeita, se não fosse o fato que ele nunca passava mais de um ano no mesmo lugar quando era criança. Era sempre o garoto novo, sempre o novo assunto, sempre o mistério que todo mundo tentava solucionar, o quebra cabeças que todo mundo tentava resolver. Eram sempre as mesmas promessas vazias que saiam da boca de seus amigos no final do ano, que iriam ligar, que a amizade não se perderia. E alguns até tentavam, mas James os faziam desistir.

Acreditava que não era possível manter uma amizade a mensagens de texto enquanto as duas pessoas estavam do outro lado do país. Era duro, rápido e preciso. Oito ou oitenta. Odiava mudanças, por isso não se apegava muito as coisas e tinha poucos bens materiais. Uma pequena caixa de lembranças, onde ele às vezes a vasculhava para reviver todos aqueles anos agitados de sua adolescência. E no meio de toda aquela confusão que era sua vida, James teve apenas uma casa. Um lugar que era o seu porto seguro. Que sempre o acompanharia, por onde quer que fosse. Que sempre estaria lá, quando tudo parecia não estar.

As estrelas. O céu estrelado da noite. O céu estrelado invisível do dia.

James as achava reconfortante. Elas sim, eram a sua casa. Os fazia sentir feliz, mas acima de tudo, vivo. Elas eram uma das únicas certezas que ele possuía. Não importando o momento nem o lugar, se ele olhasse para cima, elas estariam ali. Mesmo quando ele não podia vê-las.

E por fim, havia Amy Pond. Ah, Amy. Alta, esbelta, de longos cabelos ruivos. Ela era aquele tipo de pessoa que você só encontrava uma vez na vida, e olhe lá. Ela era um mistério que Paul adoraria resolver. Ela era território inexplorado. Inalcançável. Paul adorava a comparar com uma estrela, esplêndida e brilhante, mas ao mesmo tempo distante e nunca totalmente compreendida. Ela atiçava alguma coisa nele, alguma coisa totalmente inexplorada. E ele adorava isso. Adorava o fato que cada vez que a via, seu coração batia um pouquinho mais forte. Adorava como o seu nome soava na voz dela. Adorava o seu olhar, como se você fosse um cachorrinho perdido e ela só estivesse ali para ajudar. Adorava ela, todas as partes dela, inteiramente ela.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Agradeço a todos que estejam lendo.



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