Historinhas no Basket escrita por Taty M


Capítulo 2
2. O Belo e a Fera.


Notas iniciais do capítulo

Alguma duvida sobre quem acabou sendo a Fera? Em, Taiga? :33



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Seu pai mandou uma mensagem dizendo que estava indo para casa e levando consigo a pequena Ayumi.

Isso significava apenas uma coisa: história.

Desde aquela pascoa passada onde todos acabaram na sala de sua casa ouvindo uma narrativa maluca, a sua prima não parava de falar no “tio Taka”.

Até mesmo seu pai veio o indagar sobre quem era esse tal tio Taka, e Akashi teve de explicar que se tratava apenas do colega de equipe de Shintarou, que apareceu por acaso em sua casa.

Mas no fim ele tinha que o respeitar...

Takao Kazunari era um ótimo jogador de basquete, não podia ser comparado com um prodígio, como Midorima. Mas sua habilidade, se fosse bem trabalhada... É, Akashi não desejava isso.

Tanto ele, quando o rapaz da Seirin se tivessem suas capacidades visuais bem lapidadas, trocariam os olhos de águia e falcão por olhos de imperador.

De fato, estavam bem como estavam.

Mas com Ayumi indo para sua casa, ele teria de contatar aquele rapaz, precisava abafar o desejo incontrolável de sua prima em ouvir outra história mirabolante.

Mas Akashi não fazia ideia de como falar com Takao. Desde quando Rakuzan venceu o rei veterano Shutoku, e desde quando ele ignorou Midorima após o jogo, o rapaz de óculos passou a sequer curtir suas postagens no Facebook.

Na verdade, após o jogo Akashi ainda estava com adrenalina a mil, não era como se ele tivesse de fato declarando Midorima como seu inimigo, era o mais próximo de amigos, no fim das contas, em sua época de Teiko.

Fora que ele sabia muito bem, se tinha alguém que poderia falar com Takao, esse era Shintarou.

Akashi ligou o computador. E abriu o chat com o melhor arremessador que ele já conheceu em toda vida, melhor ainda que seu companheiro de equipe, Reo.

“Ei...”

Última mensagem que enviou para Shintarou uma semana após a derrota da Shutoku.

A mensagem deu visualizada no mesmo dia, mas a resposta nunca veio.

Ora, ora...

Clicou então no perfil de Midorima, ele parecia bem narcisista e tinha várias fotos em seu instagram, todas elas com mensagens do tipo “esse dia foi perfeito”, “tem como curtiu mil vezes?”.

Por alguma razão, todas as mensagens assim eram de Takao. Pelo visto Shintarou tinha um fã.

Foi na última foto adicionada cerca de uma hora, onde vários jogadores da Shutoku fizeram um tipo de “selfie” pós treino. E ali comentou: “Shintarou, Ayumi está chegando e perguntando sobre Takao”.

Apenas isso.

Logo, seu perfil começou a pipocar notificações, inclusive uma solicitação de amizade partida de “Kazunari Takao”. Bom, Akashi era mesmo absoluto no fim.

Takao: “Ayumi esta ai?”

Satsuki: “Akashi, não acredito que essa linda esta ai!”

Kagami: “@Kuroko, leia isso agora!”

Kuroko: “Kagami-kun, não precisa usar o @, sou seu amigo e aparecia mesmo assim”.

Kagami: “Ainda não sei mexer direito nisso, @Tatsuya estava me ensinando”.

Tatsuya: “Taiga, não precisa usar o @”.

Murasakibara: “Murochin, não perca seu tempo”.

Kise: “Chat na foto do Midorimacchi, a proposito, Akashicchi, Ayumicchi esta ai?”

Akashi: “Está chegando logo”.

Midorima: “Que monte de mensagens são essas?”

Satsuki: “O que acham de irmos até a casa de Akashi-kun para vê-la, em Daiki?”

Aomine: “Satsuki, por que me marcou nisso?”

Kuroko: “Kagami-kun, vamos ver Ayumi-san também?”

Murasakibara: “Akachin, eu e Murochin estamos indo!”

Takao: “Shin-chan, se apresse logo, já estou passando ai”.

Kise: “EIIIII NINGUÉM ME CHAMOU, COMO VOCÊS SÃO CRUÉÉÉIS, mas estou indo!”

Akashi olhava para a tela do computador, ok... Tudo tinha saído como planejado.

Cerca de meia hora, sua sala estava novamente cheia das pessoas que na pascoa estiveram ali.

Quando a campainha tocou, Akashi já esperava a pequena Ayumi, mas não era ela em sua porta.

— Sei-chaaaan!

— O que vocês estão fazendo aqui?

— Ficamos sabendo da reuniãozinha e resolvemos vir também, fofo não?

Então só restou Akashi afastar para que Reo, Kotaro e Nebuya entrassem, passados dois minutos que tinha fechado a porta, a campainha tocou novamente.

— Mas, o que vocês, são...?

— Nee Akashi-kun, Bakagami disse que estariam aqui, precisávamos dar um recado, espero que não se importe.

— Você é a técnica da Seirin. — ele disse sem humor algum.

— É, esses são Hyuuga e Teppei. E...

— Eu já sei, entrem logo.

Foi uma surpresa na sala quando os três entraram, o local agora estava mais do que cheio e quando Satsuki foi sentar, acabou percebendo que estava no colo de alguém.

— KYAAAAAAAAAAAAAA Tetsu-kuuuun! Sentei no seu colo, como conseguiu ser mais rápido?

— Momoi-san, eu estava aqui o tempo todo só você não viu.

— Tetsu, ain, ain... AAAAAAAAAH.

Ela fingiu desmaiar e acabou no colo de Aomine.

A campainha tocou uma terceira vez.

— Não me surpreende em nada se for agora o time Kirisaki Daiichi. — Midorima disse, ajeitando os óculos.

— Juro que se for mais algum time, vou mandar todos embora, aqui não é uma maldita quadra, e parem de quicar essa bola!

Akashi disse, sendo obedecido no mesmo instante. Antes de finalmente ir abrir a porta. Ayumi estava ali sorridente e acenando um adeus para o carro do pai de Akashi, tinha uma mochila de gatinha e usava orelhas combinando.

— Tio Akaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa, o tio Taka veio? — perguntou com olhos brilhando.

— Estão todos lá dentro te esperando.

Ele disse e ela correu para o local, assim que entrou na sala, tudo ficou instantaneamente silencioso.

— KAWAAAAAAAAAAI!

— Neko-Ayumi, que kawaii! — Momoi disse.

— Então essa coisa linda é a Ayumi? — Riko perguntou.

— Ayumicchi, não sabia que conseguia ficar ainda mais fofa!

— Ebaaaaaa, quanta gente nova! Acho que todo mundo joga basquete.

Ela murmurou fingindo sabedoria, mas era difícil não pensar nisso quando se tinha vários homens enormes na mesma sala.

— Então essa é a priminha do Sei-chan? Fofa igual a ele.

— Ele é... Ela... Hm...

Takao se aproximou, sentando ao lado da pequena garotinha.

— Ele é ela, ou algo assim.

A menina olhou para o cara que piscava feito uma menina, falava feito uma menina, mas de fato parecia um rapaz.

— Tio Taka, você é tããããããão inteligente!

— O Shin-chan é muito mais, sabia?

— EEH? Shin-chan, o tio Taka disse que você é o mais inteligente daqui!

— Eu... Não me chame de... Não sou o mais inteligente daqui, apenas tenho sorte. A propósito Ayumi, capricórnio não está na sua melhor posição hoje, então trouxe isso.

— Uma pelúcia de gato?

— Seu item da sorte.

— Item da...

— Eiiiiiii, não ligue tanto para Shin-chan, você está com sorte hoje, sabe por que? — Takao perguntou.

A menina ajeitou sua mais nova aquisição: uma pelúcia de gatinho, em seu colo. E aguardou ele.

— Por que?

— Porque vou contar uma história iraaaaaaaaaaaaaaada!

— Irada, irada? De que será? — ela perguntou animada.

Todos se seguravam para não murmurar diante tanta fofura.

Sentimentos são, fáceis de mudaaaaaaar, mesmo entre quem, não vê que alguém, pode ser seu paaaaaaaar (8).

— Tio Taka, sua voz é linda!

— Eh?

— E a Bela e a Fera? Eu amoooooo a Bela e a Fera!

— Mas é claro que essa história será um pouco diferente, porque a Bela na verdade é um cara, e ele se chama... Kuroko.

— KYAAAAAAA!

Todos se seguravam para não gargalhar, e Kuroko mantinha sua única cara de paisagem, sem nem se importar em ser a Bela da história.

— Kuroko-kun, acho que não ficou bravo, sim? — Riko perguntou.

— Se ele é a Bela, imagino as possíveis pessoas para serem a Fera, A-DO-RO! — Reo murmurou.

Fazendo Hyuuga estremecer e trocar de lugar, já que estava muito próximo do time da Rakuzan, e não curtia aquele tipo de cara.

— Certo, certo...

“Era uma vez um príncipe muito vida louca, ele curtia One Direction, mas na verdade não morava na Inglaterra, e sim na América. Ele também tinha uma sobrancelha estranha, e carregava um anel de compromisso no pescoço...”

— HEEEY! — quem murmurou isso não foi Kagami ou Himuro, e sim Atsushi.

— Mukkun, deixa a história correr!

— Esta nojenta!

— Mas acabou de começar, Atsushi, vamos ouvir, sim? — Akashi disse.

Ninguém contrapunha as suas ordens. E Takao continuou.

“Então, esse príncipe vivia em uma... Quadra. Porque ele gostava muito de jogar basquete. E na quadra que ele morava, existiam vários prodígios. O nome do príncipe era: Kagami. E apesar de estar numa quadra cheia de gente, era muito egoísta e sempre brigava com seus companheiros: Murasakibara, Midorima, Kise, Takao e Teppei.”

— Que carinha chato! — Ayumi disse.

— Sim, você é muito sábia, ele é um chato. — Takao concordou, antes de finalmente continuar.

“— Não corram na quadra, vão furar minha bola, não, vocês não podem dividir o mesmo box no vestiário...”

— Eles dividiam o mesmo banheiro? — ela perguntou estranhando.

— Er... tecnicamente o banheiro é apenas um. Então os box de que banho são divididos. — ele tentou explicar.

— Não é um tanto estranho tomarem banho juntos?

Exatamente TODOS na sala se encararam. Afinal, na hora que tomam banho após os treinos e jogos, não ficavam indagando sobre, era bem comum. Mas sendo expressado dessa forma soava bem constrangedor.

— Eu não me importo nem um pouco! — Reo murmurou.

— O banheiro das meninas não é separado? — ela perguntou sem entender, olhando para o jogador da Rakuzan.

— Ér... Meninas não dividem banheiro com os meninos. — Riko explicou.

— E Reo não é uma menina Ayumi, só pra explicar. — Momoi disse.

— NÃÃÃÃO?

— Voltando pra história... — Takao murmurou.

“O príncipe pegava no pé de todos que viviam naquela quadra.

— Kagami, você devia se divertir mais. — Teppei disse.

— Isso ai Kagamicchi, você precisa de uma sombra, está mais do que óbvio. — o morador-jogador-modelo disse.

— É, se você é péssimo com arremessos de três pontos, precisa de alguém que te ajude a enterrar de verdade. — o segundo mais alto residente da quadra disse.

— Ah Shin-chan, isso soou bem estranho.”

— Quem disse isso por último foi você? — ela perguntou, afinal já tinha reparado que ele era o único a se referir assim, ao quatro olhos enorme.

— Na verdade foi o Takao da história.

— Ah... Então continue tio Taka!

“Então, um belo dia, apareceu um jogador mais baixo, porem com muita presença. Ele conhecia bastante de basquete e estava disposto a ingressar naquela quadra.

Mas Kagami era muito estressado, e encarou com presunção a pessoa a sua frente.

— Você é o Akashi, não é? É um prazer em conhece-lo.

— Shintarou, você poderia me emprestar sua tesoura?

O novato disse, ignorando o príncipe, e — misteriosamente — sabendo o nome dos moradores, além de pedir a tesoura do outro, já que a mesma era seu item da sorte do dia.

— Pra que quer usá-la?

— Meu cabelo está incomodando... — murmurou pegando a tesoura e atacando o príncipe.”

— O QUEEEEEEEEEEEE? — a garotinha disse.

— É, eu ouvi boatos sabe, altas polêmicas. — Takao cochichou.

— Mas, e o príncipe?

“O príncipe conseguiu desviar, mas ficou muito irado e claro, com um pouco de medo. Já que imaginou que o tal Akashi, por ser baixinho e ruivo, poderia ser sua sombra.

Mas Akashi era absoluto, e ficou muito raivoso quando o príncipe conseguiu desviar. Então lhe deu uma bola de basquete especial e também deu um iPod, Kagami nem percebeu que a bola era enfeitiçada, porque na verdade Akashi era uma bruxa maléfica.”

— Tio Aka é tão mal? Ele vai te enxotar da casa dele!

— Na verdade é só uma história, não tenho nada contra seu primo. Até adicionei ele no Facebook.

— Mas...

— Na verdade sem tom de voz sugere que tenha algo contra Akashi-kun sim, Takao-kun. — disse Kuroko, com sabedoria.

— Pode ser pela derrota da Shutoku. — Riko murmurou.

— Ou pela amizade antiga do Midorin com Akashi-kun. — Momoi disse com malicia.

Takao sentiu o corpo ferver ao ponto de suas sobrancelhas tremerem. Não era pela intimidade de Akashi com seu Shin-chan, não era, não era, não...

— Tio Aka e a história?

— Como eu A-M-O um bromance! — Reo disse batendo palmas.

— Ah sim, sim... Continuemos.

“A bola enfeitiçada transformou o príncipe em uma fera... um... um... Tigre! E todos do castelo foram transformados também.

Então, o iPod que lhe fora dado começou a tocar uma música bem legal: Let me higher, get me higher, moeru mi no atsusa wa...

— Vocês todos, dando cinco voltas na quadra, quero ver firmeza nesse treino...

— Mas, mas... iPod treinadora, nós viramos objetos na quadra! — Kise murmurou.

— Sem desculpas pequeno castiçal, treinando, vai Seirin!

— Seirin?

— Seirin?

— Seirin?

— Acho que esqueci de explicar: se o Kagami não encontrar uma sombra até que eu pare de tocar a playlist completa, todos ficarão assim para sempre!

— O QUEEEEEEEEE?

(8) Você é tipo pantufa, em casa é gostosinha. Mas fora passo vergonha, mas fora passo vergonha... Tuts, tuts, quero ver... Tuts, tuts, quero ver... (8).

E todos ali se desesperaram quando a segunda música se iniciou, já que além dela ser muito insuportável, significava que o tempo estava passando.

Enquanto isso num vilarejo pelos arredores da quadra...

— Senhor, vim comprar o volume nove do manga Free.

— Ah sim rapazinho, você está gostando bastante desse manga com meninos em pouca roupa.

— É... Tem algum outro nesse estilo? Ou... Será que tem algum que ensine a ser uma sombra no basquete? É isso, tem algum de basquete?

— Que coisa mais inconveniente uma história sobre basquete, ou sombra no basquete, isso nunca faria sucesso!

— Hm, então vou levar apenas o Free mesmo.

— Olha, você foi o comprador número mil, e pode escolher entre o especial de Love Hina ou Dragon Ball Z.

O garoto olhou as duas capas, pensou bem... Nunca foi muito sortudo, por alguma razão sempre sonhava com alguém dizendo que seu signo de Aquário era inferior ao de Câncer, assim como seu tipo sanguíneo: A, não batia com o B. Um sonho bem maluco.

— Vou levar Love Hina, senhor.

— Não sei porque não me surpreende...

O homem disse, embrulhando a compra e o entregando.

O rapaz seguiu seu trajeto até parar na fonte da cidade, que tinha uma ótima visão, e dali passou a ler o primeiro capitulo do manga que tinha comprado, até ser interrompido por uma figura de presença no vilarejo: Aomine Daiki.”

— Noooossa, isso está bem polêmico! — ela disse.

Mas todos duvidavam muito que uma garotinha de cinco anos soubesse o que é isso.

— Acho que você já pode continuar Takachin. — Murasakibara murmurou, completamente concentrado na história.

“Então Aomine se aproximou da figura esguia que era o rapaz leitor, ganhando sua atenção.

— Ei garoto estranho, de onde você vem?

— Eu sempre morei aqui Aomine-kun.

— Você... O QUE? Como nunca te vi?

— É que ninguém costuma prestar muita atenção, de qualquer jeito.

Isso ganhou a vigilância do marrento.

— Então quer dizer que você não tem presença? O que acha de ir ali treinar um pouco comigo?

O rapaz leitor sentiu-se bem animado, já maquinando mil e uma razões que incluíam a palavra “treino”, mas era apenas um treino de basquete.

Ele curtia basquete, contudo após não ser capaz de acertar uma cesta sequer, ficou sentado no chão, chorando.

— Você é... Inútil! — Aomine disse, fazendo pirraça, se jogando e arrancando o pouco de cabelo que lhe restava.

Em meio a sua raiva, ele jogou longe a bola de basquete, mal sabendo que a mesma tinha batido no Kuroko, e que o mesmo fez um Ignite Pass, e revidou a bola. Ganhando novamente a atenção do maior.

— Meu Deus, era disso que precisava, uma sombra para destacar ainda minha luz. Vamos nos unir e formar um relacionamento serio nas quadras?

— Vamos, era tudo o que sempre sonhei!

Porem...”.

— A história de verdade não é assim! — ela disse, cruzando os braços.

— Na história de verdade, a Bela é bela e é uma garota. Vamos continuar sim? Você sendo tão correta assim me lembra Shin-chan.

— Eu não pareço ele!

— Okay, então...

“Os dias se passaram, Kuroko e Aomine sempre jogavam juntos e tinham muita sintonia, mas Aomine começou a evoluir muito, ao contrário do menor.

Certo dia, ao chegar em casa, Kuroko vê um bilhete deixado por sua tutora:

~ Tetsu-kuuuun, fui passear no bosque enquanto o seu lobo não vem, se eu não voltar até de noite, é porque alguma coisa me capturou, então pode vir me buscar.

Manda um beijo para aquele gostoso do Aomine, #partiu. ~

Kuroko aguardou, e ela não retornou.

Próximo a quadra amaldiçoada, uma chuva caía com força enquanto a menina andava sozinha por lá. Mas não queria tirar a chapinha que tinha feito, então entrou na primeira porta que viu, sendo recepcionada por um objeto falante.

— Ei moça bonita, vamos nos divertir?

— Ei, sai pra lá coisa estranha que quebra a perna e continua sorrindo! A propósito, meu nome é Momoi.

— Momoicchi, você por acaso sabe ser uma sombra? — um outro disse.

— Acho que Kagami não vai gostar de saber que temos visita, nanodayo.

— Shin-chan, olhe bem para ela. Olhe bem. Bem para o meio. Olhe o tamanho. Não acho que Kagami se importe, bom... Talvez ele não curta...

— Momoichin, você tem um doce ai?

— Como um monte de objeto pode falar desse jeito? E eu não pretendo ficar muito tempo, só até a chuva estiar... AQUILO ALI É UMA CESTA DE BASQUETE?

Apontou para onde um enorme poste, estendia com o aro e a cesta.

No mesmo instante um tigre apareceu.

— Não chegue perto da minha cesta!

— Meu Deus, um tigre que fala!

— Você estava conversando com vários objetos e está surpresa com um tigre falante? Sua peituda! Vou te prender no vestiário sozinha!”

— TAKAO! — várias vozes ecoaram ao mesmo tempo, fazendo o moreno se calar.

— O que eu fiz?

— Takao, evite dizer a palavra que começa com “pei” e termina com “tuda”. — Himuro disse.

— Ah saquei, você é do time dos que não curte...

— O que... Mas... Que... Não é isso! — o moreno respondeu, ficando completamente vermelho.

— Parece que foi descoberto, hahahahaha!

— Não fale assim com Himuro-kun! Ele está certo, é porque temos uma criança aqui.

— Hm, entendi. Ok, sem palavras com “pei” e “tuda”.

— Isso ai, na verdade é bem deselegante! — Reo murmurou.

— Eu adoro. Muito. Enormes. — Aomine disse, olhando sugestivamente para a menina sentada ao seu lado.

— Voooooltando a história.

“— Eu não posso te deixar ir após ver tudo o que tem aqui.

— Mas eu não...

— Se tiver algum jogador de basquete, alguma sombra para trocar de lugar contigo, eu te deixo ir.

— Um jogador... Bom, tem o Dai-chan, mas ele não é uma sombra, na verdade por alguma razão, vocês tem algo de parecido.

— Não quero alguém parecido! Quero uma sombra. Uma sombra! Uma sombra! Que diabos de barulho é esse? Seria uma sombra?

Todos olharam para a porta da quadra se abrindo.

— Não é uma sombra, é só o Tetsu-kun. Que... Tetsuuuuuuuuuuuuuuuuu, esse tigre está querendo você, agora preciso ir...

— Momoi-san, já de saída? Pensei que estivesse em apuros.

— Não, está tudo dominado. Tchau Tetsu-kun, te amo... Fui.

Quando a porta da quadra foi fechada, e o local adquiriu uma total escuridão, ele ficou cara a cara com a fera. Abafou um grito, mas a alegria em estar numa quadra superava o medo do tigre.

— Aquela pei... Digo, aquela dama foi embora, ela estava conversando com alguém, mas não vejo nada! Ela me enganou!

— Na verdade, eu estou aqui!

O tigre deu um salto e um rugido quando reparou no rapaz a sua frente. Bem na sua frente, debaixo do seu nariz!

— De onde você veio?

— Eu estava aqui. Desde a hora que cheguei.

— Vamos nos divertir? — um objeto falante disse.

— Meu Deus, objetos falantes. É. — murmurou com semblante sem reação, como sempre.

— Você vai ter que viver aqui, ouvindo esse iPod-treinadora que consegue ser irritante, pelo menos sempre que reprisa um tal de Lepo Lepo.

— E vou fazer o que aqui nessa quadra?

— Qualquer coisa, só não pode ir para a cesta da área leste, é proibida para você!

O menino piscou quando o tigre caminhou — justamente — para a cesta da área leste. Ficando apenas lá. Pronto para rosnar a qualquer um que se aproximasse.

— Isso é uma verdadeira chatice. O que adianta estar numa quadra se não pode jogar? Pior, com um monte de objeto que fala!

— Ei... Eu estou de olho em tudo, e você não devia menosprezar os outros, sabia que aquele Shin-chan acerta um arremesso de qualquer lugar da quadra!

Kuroko olhou para objeto num canto que parecia bem irritado.

— É só artefato, e artefatos não arremessam!

— Ora ora, então esse novato Kurokocchi sabe ser venenoso? Arremesse você então. — um outro o provocou.

Ele pegou a boca e foi para a cesta que não era a do lado leste, e jogou, errando terrivelmente.

— Bom, quem fala demais pouco faz!

— Não é isso, seus objetos falantes! Meu basquete é diferente.

— Como assim diferente, nanodayo?

— Eu sou um jogador fantasma.

No mesmo momento, um raio caiu bem próximo a quadra. E todos estavam quietos, digerindo a informação.

— Quer dizer que você é uma sombra? — o tigre perguntou do outro lado da quadra.

— Eu sou sombra, mas sombra de outro! Não vou traí-lo assim!

— Cara você não entende. Nós meio que P-R-E-C-I-S-A-M-O-S de uma sombra até que o iPod pare de tocar.

— Não posso fazer isso... Apesar que ele estava estranho ultimamente e bem egoísta, mas...

— Vamos chegar ao topo, vamos ser os melhores do vilarejo, basta ser minha sombra!

♫ Não tenho carro, não tenho teto e se ficar comigo é porque gosta... Do meu rá, rá, rá, rá, rá, rá, ra o lepo lepo... ♫

— SOCORRO! De novo não, por favor Kuroko, aceite!

No vilarejo, a pei... Momoi retornava para casa. Mal tinha terminado o banho, quando alguém bate em sua porta.

— Satsuki, vim atrás do Tetsuya porque acho que tem um novo passe...

— Tarde demais, ele já está na quadra com o tigre, acho que arrumou outra luz, sabe como é... Você o dispensou!

— Não foi bem isso. Mas espera... Outra luz? Eu nem lembro como é receber um passe dele, vou lá, afinal, uma batalha só é divertida se eu ganhar!

— Calma, Dai-chaaaan, Dai-chaaaaaaaaaaan!

Ele seguiu com toda raiva para a quadra amaldiçoada, encontrando Kuroko jogando com o tigre e os objetos. Eram infalíveis mesmo sendo apenas artefatos, um arremessava, outro era um titã, outro um coração de ferro, outro tinha olhos de falcão, outro copiava tudo...”.

— MEU DEUS, MEU DEUS, MEU DEUS.

— Calma Ayumi, nossa batalha está certa!

— Já está acabando tio Taka?

— Na verdade, vai começar o último quarto agora!

— AYE SIR! — todos disseram.

— Happy?

E a história continuou...

“— KUROKO, sei que você é um fantasma de sexualidade duvidosa e viciado em mangas de meninos em pouca roupa. Mas... essa sua nova luz é muito fraca!

— Mas, eu não aceitei nada! — o rapaz disse.

Porem ninguém o escutava, porque ninguém o via, já que na quadra estavam Aomine e o Tigre, cara a cara... Até que...”

— ELES ENTRARAM NA ZONA! — a garotinha gritou com empolgação.

— Ei, está sabendo muito sobre isso.

— Você explicou na história passada, lembra? Sobre o jogo My Boo.

— Ah, é verdade. Então...

“Eles dois entraram na zona!

— Roar-or, roar-or, roar-or. Roaaaar-oor.

— O que... — Aomine murmurou, sem entender.

— I got the eye of the tiger, the fire, dancing through the fire. Cause i am a champion... And you're gonna hear me roaaaar!

— Pare de cantar, seu tigre falso. Sua voz é horrível, e eu já disse, sua luz é muito fraca!

Todos olhavam o duelo acirrado entre os dois. Ao mesmo tempo que a última música tocava no iPod-treinadora. Seria o fim.

— Vamos Kurocchi, você deve se decidir.

— É cara, a música está acabando e aqueles dois vão se matar na quadra!

Kuroko recordou de quando jogava com Aomine, e como adorava a sensação da quadra a sua frente, dos passes, como era lindo o jeito do moreno jogar.

Mas lembrou também de que ele foi evoluindo demais, e o ignorando. Passou a ser egoísta e curtir demais peit... Ér... Bolas de basquete.

Então, a recordação dele entrando nessa quadra cheia de objetos estranhos, e de como o Tigre precisava de uma sombra para quebrar a maldição, ele confiava que o tigre realmente viraria novamente um jogador, que alcançariam o topo no vilarejo, seriam o número um!

— Kagami-kun, eu escolho você! — o rapaz gritou, jogando com força a enorme pokebola de basquete para o tigre.

Que no mesmo instante, se transformou num jogador de basquete, assim como todos os objetos da quadra, viraram pessoas novamente.

— O ÚNICO QUE PODE ME DERROTAR, SOU EU MESMO! — Aomine gritou.

— VAI SEIRIN! DEFESA, DEFESA, DEFESA! — a ex-iPod, e agora apenas treinadora começou a torcer.

— Vamos vencer essa Aomine! — Kagami murmurou.

— É isso, eu confio na precisão das enterradas do Kagami-kun! Eu amo as enterradas dele, enterra fundo Kagami-kun!”

— Tio Taka, o que é enterrada?

Ele olhou para ela antes de cair na gargalhada.

— Certo, certo. Hm, enterrada é um tipo de arremesso onde o jogador leva a bola com a mão até o aro.

— Você enterra? Ou o Shin-chan?

A pergunta dela o fazia querer rir, ela incluía Shin-chan nas questões, assim como o próprio Takao fazia. E o mais engraçado era que ninguém parecia querer interferir no assunto.

— Devo ter feito uma ou duas vezes, mas não é minha especialidade. A altura não favorece também, sabe. No nosso time, Otsubo-senpai é o melhor nisso.

— Nem o Shin-chan? — ela retomou a pergunta, olhando o rapaz que ajeitava seus óculos.

— Nem, Shin-chan sabe. Mas de qualquer forma ele acha que arremessos de três pontos são mais importantes.

— Meu tio Aka deve saber, e ele é mais baixo do que você!

Todos na sala caíram na gargalhada.

— Ora, ora... Estou sendo zoado por uma pirralha!

— Vamos continuar a história, Kuroko ama as enterradas do Kagami!

Ela gritou, Kagami não parecia muito à vontade com essa expressão, e Takao apenas continuou...

“Então, obviamente Aomine não morreu, como acontece com o Gastão da história original. Mas ele perdeu para Kagami.

E saiu batendo o pé, e indo treinar em outro lugar, para superar a todos, sendo seguido pela peit... Momoi. Que por alguma razão dizia amar Kuroko, mas não saía de perto do outro.

Todos que antes eram objetos, e retomaram sua forma original, agora se espalhavam pela quadra, numa tentativa de recuperar o tempo perdido, tempo esse que passaram sobre muita pressão do Lepo Lepo nos ouvidos.

Jogaram felizes para sempre”!

— Ahhhh já acabou?

— Na verdade esqueci de contar a parte que Kagami e Kuroko dançam juntos no meio do salão enquanto Shin-chan cantava lindamente.

— OE! — Kagami e Midorima gritam ao mesmo tempo.

Todos respiraram fundo, o final da história era uma sensação tão estranha e boa.

— E não é que esse bonitinho da Shutoku sabe fazer muito mais do que espiar o que não deve... — Reo disse.

— A história foi ótima tio Taka, mas você prometeu na pascoa que seriam duas histórias!

A menina murmurou cruzando os braços e empinando o nariz.

Várias pessoas concordaram, e a que dava mais ênfase a promessa, era justamente a maior delas.

— Verdade Takachin, você prometeu duas.

— Não me preparei para duas, mas... Posso improvisar.

Riko ficou de pé no meio da sala.

Era bem conveniente Akashi ser tão rico e possuir uma sala enorme, tinha muita gente espalhada pelos sofás, pufes e tapete, mas ela não se intimidou diante de tantos homens, estava habituada.

— Estou completamente surpresa com sua habilidade Takao-kun, mas voto em fazermos um sorteio com o próximo tema.

— Estou te deixando tomar as rédeas por ser uma dama, e por ser também uma treinadora, mas não esqueça que a casa é minha...

— Ah, vamos Akashichin, a ideia da Riko é muito boa.

— Um sorteio de tema?

— Exato, cada um escreva a história que deseja ser contada, e Akashi vai pegar o papel.

Passados cinco minutos, todos tinham escrito sua história favorita, na verdade, era surpreendente o fato deles participarem sem reclamar.

— Certo, então a próxima história será...

Akashi remexeu a vasilha cheia de papeis, para finalmente puxar um.

/continua...


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Notas finais do capítulo

Então galera, esse foi tecnicamente o primeiro capitulo, mas tive que repostar o que deu "vida" a essa historia.
Se tiverem uma dica de historia para Takao contar, basta dizer nos coments...

Se quisere, podem comentar, favoritar e fazer essas coisas fofas que autores amam, beijinhos!!