Dragões: A terra em guerra (livro 2) escrita por SpyroForever


Capítulo 7
Vício




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Visão de Esmeralda

Assim que amanheceu eu acordei me espreguiçando. O gosto da carne humana estava em minha boca. Aquilo me deixava louca! Completamente louca! Eu... Precisava comer algum... Humano.

Me levantei devagar para não acordar meu pai e fui para fora. Ainda era bem cedo, então ninguém havia acordado, ou, ao menos, saído de suas tendas.

Farejei o ar e o cheiro de carne humana e sangue invadiu meu nariz, pois haviam feridos em tendas de auxilio médico.

Então decolei o mais rápido possível, querendo sair logo de lá para não fazer nada imprudente. Fui para a cidade mais próxima, Las Vegas, e comecei a farejar o ar. Senti o cheiro magnífico de carne e segui.

Para meu desespero, o cheiro vinha de um simples homem, caminhando na rua. Pelos seus trajes, parecia um mendigo. Eu comecei a pensar e olhar ao redor. Aparentemente não havia ninguém, então saí do meu esconderijo, andando em direção do homem.

Ele logo me viu e virou para me encarar. Sua expressão era de tristeza. “Nossa...” Ele diz ao me ver olhando para ele, parada. “Um dragão! O... O que você... Quer aqui?”

Eu não sabia o que falar. “Eu... Bem... Eu... “ Nesse momento fui traída por mim mesma. Minha barriga roncou, deixando a mostra a minha intenção.

O homem dá alguns passos para trás. “E... Então é isso?” Ele olha para baixo, com a boca um pouco torta. “Pelo menos terei uma morte... Digna. Anda... Acabe com isso!”

Eu apertei minhas sobrancelhas. “O que? Por... Por que você não está com medo?”

“De que adianta para mim? Minha vida... É uma droga! Sou fraco demais para me matar, então eu te peço. Faça o que você veio fazer aqui! Acabe com o meu tormento.”

Eu meio que entendi a dor dele. “Eu não irei prolongar sua dor. E... Nem te farei sofrer! Será rápido. Lhe prometo!”

“Obrigado.” Ele diz sorrindo para mim então fecha os olhos.

Eu dei uma respirada. “Que seu espírito seja liberto!” Com essas palavras abocanhei ele com força, o matando no mesmo segundo, sem dor, como eu prometi. Então comecei a engoli-lo, me saboreando com aquele magnífica carne.

Assim que terminei, lambi meus lábios e incinerei o chão, onde estava manchado de sangue, fazendo-o evaporar. Então decolei de volta para o acampamento.

Estava saciada, mas... Um pouco cansada. Decide parar um pouco, no meio do deserto mesmo, no meio do nada. Pousei e me deixei cair, de barriga para cima. “Ahhh... Nossa... Como carne humana é... Saborosa! Amo isso!” Eu disse colocando minha cauda na minha barriga e balançando-a.

Fiquei lá por alguns minutos e então adormeci. Não sei quanto tempo se passou, mas eu acordei assim que o sol estava no meio do sol, meio dia. Me levantei e me chacoalhei, tirando toda a areia das minhas costas. Bocejei. Estava com uma preguiça tremenda! Tudo que eu queria agora era ficar deitada na minha tenda e Oliver ficar me acariciando.

Logo decolei em direção do acampamento.

Assim que cheguei eu pousei. Todos olharam para mim, com olhos de desaprovação. Abaixei minha cabeça, sabendo já do que se tratava. Meu pai com toda certeza já sabia.

Andei devagar, sob os olhares de todos e entrei na tenda.

“SUA MALDITA!” Oliver gritou e me bateu forte no rosto com um martelo de guerra. “EU DISSE!”

O impacto foi tamanho que perdi dois dentes e caí no chão de lateral, Rugindo de dor.

“EU TE FALEI! AGORA TODOS ESTÃO PENSANDO QUE OS DRAGÕES SÃO MONSTROS POR SUA CAUSA!” Oliver continuou gritando comigo.

Eu me senti um horror. Minha cabeça estava doendo muito por causa do golpe. Eu coloquei minha pata na cabeça, apertando, sentindo muita dor, mas não ousei fazer nada. Fiquei caída no chão, chorando silenciosamente.

Oliver respira um pouco e olha para minha pata na cabeça. Eu... Bem... Estava sangrando. “Esmeralda...” Ele se ajoelha e tira minha pata da ferida. Realmente estava feio. “Ai meu Deus! O que eu te fiz! Minha Esmeralda!” Ele diz e encosta na ferida.

Eu rugi alto de dor, empurrando ele. Tentei me levantar mas, assim que me levantei, meu cérebro pareceu não responder e eu cambaleei e caí de lado no chão novamente, chorando muito e apertando minha cabeça. A dor só piorava a cada segundo.

Oliver olhou para mim caindo novamente e arregalou os olhos. “Es... Meralda.” Ele diz.

Eu tento me levantar novamente, ando um pouco para frente e cai de queixo no chão novamente. “AHHHHH!” Eu berrei e rugi, segurando minha cabeça e rolando no chão, de pura dor.

Meu pai se levanta e corre até mim. “Esmeralda! Se acalma! O que eu fiz?! Meu Deus... Filha! Calma! Por favor!”

Então a dor ficou insuportável. Escancarei meus olhos apenas para ver Oliver em cima de mim, que estava de barriga para cima, chorando olhando para mim. Eu olhei para ele, tentando me controlar, mas comecei a perder a consciência. “Me.... Me d... Desculpe.” Eu disse e então deixei minha cabeça cair para trás, batendo no chão, inconsciente.

Visão de Oliver

Eu não consegui acreditar no que eu tinha feito. Eu... Realmente a machuquei demais! Estava com muito medo, pois... Eu... Não sabia o que acontecera com ela. Ela não conseguiu se mantiver em pé!

Fiquei Abraçando ela e então berrei. “Chamem um médico! Rápido! Por... Por favor!” Podia sentir as batidas de seu coração embaixo de mim, cada vez mais fraca e distante. “RÁPIDO!”

Após alguns minutos um grupo especializado em medicina adentrou correndo na tenda. Logo viram a ferida na lateral da cabeça. “Minha nossa! O que houve aqui?!” Um deles perguntou, pálido.

A expressão dele não era nada boa. “Apenas a ajude! Por favor! Ela... Vai morrer! Minha filha... Não deixem ela morrer!”

Eles assentem e correm para ela. “Precisamos que você espere lá fora.”

Eu dei um beijo na ponta do focinho e a acariciei uma vez antes de descer dela e ir para fora, chorando muito.

Muito tempo se passa. Eu estava, literalmente, corroendo-me por dentro até que um dos médicos sai da tenda. Eu olhei para ele e me levantei rápido. “Ela está bem?”

“Ela vai sobreviver, mas...” Aquelas palavras dispararam meu coração. “O crânio dela rachou e muito sangue entrou. É muito, MUITO possível que ela fique com alguma... Sequela. Tiques nervosos que podem atrapalhar ou... Até... Perda de memória. Sinto muito.”

Eu fiquei chocado. “E... E... Ela... S... Sofreu?”

Ele olha para baixo. “Uma das piores dores que há. Ela literalmente desmaiou por causa da dor.”

“Ai minha nossa! O que foi que eu fiz!?”

Nesse momento um outro médico aparece e sussurra algo no ouvido do outro. Assim que ele volta para dentro, o médico olha para mim. “Ela acordou, e, Graças à Deus, Ela não perdeu a memória. De nada.”

“Graças à Deus! Posso vê-la?”

Ele assente e então eu entro. Muitos panos manchados de sangue estavam espalhados. Esmeralda estava deitada, com a cabeça enfaixada, em cima de suas patas, com olheiras e muito pálida mesmo.

“E... Esmeralda?” Eu disse tirando minha boina e segurando junto ao meu peito.

Ela abre os olhos lentamente e olha para mim. Então eu pude ver... Pavor nos olhos dela. “P... P... Pai.” Ela diz e começa a tremer de medo.

“Calma Esmeralda. Eu... Não quero te machucar! P... Por favor, me desculpe!” Eu disse e me aproximo mais dela.

Ela geme um pouco. “E... Eu tenho que pedir desculpas. O... O... Oque v... você vai fazer agora?”

Eu cheguei perto dela e a abracei forte, chorando muito. “Esmeralda. Minha garota! Me perdoe por isso! Por favor! Eu... Eu estava fora de mim.”

Ela lambe meu ombro e retribui o abraço. “Não... Se preocupe pai. Eu... Estou bem agora. Mas... O que é que você vai fazer agora?”

“Não se preocupe com isso, filha. Eu resolvo! Eu vou resolver.”

“E... Ele me pediu.”

“Uh?”

“O homem que eu... Comi. Ele... Ele me pediu para fazer aquilo. Eu juro! Ele disse que queria morrer mas... Era muito fraco para se matar. Ele me pediu para mata-lo.” Ela diz olhando para baixo.

Eu arregalei os olhos. “A... A culpa não foi sua...” Eu disse, me sentindo muito culpado. “Eu minha nossa! Me perdoe! Agora... Não se preocupe! Eu irei dar um jeito e... Agora todos sabem do que aconteceu aqui. Esqueceu? Estamos sendo gravados sempre!” Eu abracei e beijei o magnífico pescoço dela. “Me perdoe. Por favor!”

“Eu nunca mais vou comer carne humana! Isso é uma... Promessa!” Esmeralda diz e eu acaricio o pescoço dela.


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