Eu vi meu filho sair voando. Sabia para onde ele tinha ido. Para uma fazenda no qual nós dois íamos para pensar. Eu nunca pensei que ele agiria assim com meu pai.

Eu então pensei mais um pouco e fui até Hadaliel. “Hadaliel. Pode me levar em um lugar, por favor?”

“Claro! Apenas suba aí e me fale para onde!” Ele diz sorrindo e abaixando a asa.

Eu subi pela asa e montei nele. “Naquela direção tem uma fazendo. É para lá que eu quero que me leve.”

“Sem problemas! Se segure!” Ele diz e então decola rápido.

Em poucos minutos ele chegou e pousou. Logo vi meu filho e Wendy deitados juntos.

“Quer que eu fique aqui ou posso voltar?” Hadaliel pergunta e olha para Draco.

“Não, não! Pode voltar! Obrigado!” Eu desci e acariciei o ombro dele antes dele decolar.

Olhei então para os dois e fui em sua direção. Percebi que estavam dormindo tranquilos e despreocupados, então não os incomodei. Cheguei perto de Draco e me sentei me encostando na barriga dele.

Ahhh... Eu amava aquilo. Era quente e a parte menos dura do corpo dele, então, podia servir até como um travesseiro. Haha... Parece bobo, mas é realmente muito bom. Fiquei respirando suavemente, acariciando a barriga dele e sentindo seu corpo quente vibrar do seu ronrono alto, parecido com um trovão. Era sensacional.

Depois de alguns minutos, quando eu já estava quase dormindo, Draco espirrou e acordou. Eu levei um grande susto quando ele espirrou, pois ele se mexeu bruscamente e eu não estava esperando isso. “Ahhh!”

Meu susto não foi maior que o de Draco, Que deu um outro pulo como se tivesse dado outro espirro e olhou para mim. “Pai? O que está fazendo aqui?!”

Eu olhei para ele, respirei, e voltei a me encostar nele. “Nada eu... Só queria ficar com você. Posso? Eu vi que você estava dormindo e...”

Ele me lambeu o rosto, me ensopando, já te ele já estava bem maior que eu, mas ainda não era do tamanho de um adulto, como seu pai ou sua mãe... “Claro que pode, pai! Por que não poderia?”

Eu sorri bastante, me limpei e acariciei a bochecha dele. “Vocês ronronam bastante...”

“É... Hehe... Eu nunca tinha visto a Wendy ronronar assim...” Ele diz voltando a colocar sua cabeça em cima do pescoço dela.

“É tão bonito o jeito que vocês demonstram amor uns aos outros...” Digo me levantando. “Eu... posso fazer algumas coisas?

“Que coisas?” Draco pergunta em tom de duvida.

“Quero ver algumas coisas... Não tenha medo. Eu não vou te por em situações desagradáveis. Hehe...”

“Como Quando você me encontrou e não sabia se eu era macho ou fêmea? Sim! Eu lembro daquilo!”

Eu corei na hora. “Desculpa. Eu... Não tive a intenção de te insultar ou algo assim.... Só queria ver seu sexo...”

“Eu sei, eu sei. Calma. Só... não quero que isso aconteça de novo...”

“Como se fosse preciso! Olhe para você! Todo fortão e jeitosão! Hahaha!” Eu ri um pouco e dei um soco na barriga dele. Então me levantei apenas para ser derrubado novamente pela cabeça de Draco me empurrando. “Ai!”

“Haha! Você pediu por isso!” Ele diz com a cabeça levantada. “Mas... o que é que você quer ver?

“Quero... Meio que estudar vocês... Quero saber algumas coisinhas...” Me levanto novamente e vou para atrás deles. Vejo que as caudas deles estavam entrelaçadas. “Por que vocês entrelaçam as caudas?”

“Mhh... É como vocês dando a mão um para o outro, eu acho. Cada coisa que fizemos tem um significado. As caudas entrelaçadas durante o sono significa que nós confiamos um no outro e ficaremos juntos até a morte de nossas almas.”

Arregalei os olhos. “Nossa! Que... profundo!” Encostei minha mão na cauda dela e na dele. “E lindo!” Eu disse e olhei para ele. Ele sorriu para mim. Então continuei andando e então percebi que ele a cobria com a asa. “E a asa?”

“O que? Eu estar a cobrindo assim?”

“Significa que eu darei minha vida para protege-la caso alguém ou algo queira machuca-la.”

“Incrível! Coisas tão pequenas e uma simbologia tão intensa! Você ficarem se esfregando um no outro significa algo?”

“Lealdade.” Draco diz e esfrega sua cabeça no pescoço de Wendy. “Além de ser gostoso...” Ele diz ronronando. “Você não gosta quando eu me esfrego em você?”

“Amo! Hahaha... De fato você são bem carinhosos... Bem diferentes do que todos nós pensávamos três anos atrás!”

“Sempre quis saber... Como vocês achávamos que éramos antes?” Draco pergunta e fica olhando para mim.

“Bem... Existem várias formas. Eu pensava que vocês eram seres fantásticos, superiores a nós, humanos. Alguns pensavam que vocês eram animais. Outros pensavam que vocês eram seres racionais comuns, dotados com magia.”

“Esses foram os que acertaram... Nós somos seres racionais igual vocês, porém, a magia está em nosso corpo! Por isso nós podemos usar elementos.”

“Sim... E... tem uns que... bem... não gostavam de vocês...” Eu disse com receio.

“Uh? Não gostavam? Por que?”

“A maioria. Não! Quase todos desses eram da igreja católica. Eles achavam que vocês eram demônios seguidores de Lúcifer.”

Draco não gostou nada disso. “OQUE?!” Ele levantou sua cabeça com expressão de raiva. “Demônios? Nós?! Por que?”

Eu estava com um pouco de medo de Draco. “Por... causa dos chifres e... bem... da aparência e histórias contadas entre eles. E... Também pelo fato de vocês soltarem fogo... Mas... eles não sabiam quem eram vocês na realidade e...

“Que absurdo! Igreja? Tenho tanta devoção à igreja e agora fico sabendo disso... ahhh... Que raiva!”

“Se acalma Draco! Agora eles não pensam mais! Sabem quem são vocês de verdade!”

Draco se acalmou um pouco. “Mhhh... Eu... Não gostei muito disso...”

“Sei que não. Mas... você me pediu para contar... isso é o que eu sei.” Eu disse sorrindo.

Ele aproxima a cabeça de me e me da uma empurradinha em mim.

“Que foi?” Eu ri um pouco segurando o focinho dele.

“Lembra aquela vez que você dormiu na boca da minha mãe?” Ele pergunta se esfregando em mim.

“Lembro sim. Por que?”

“Sabe que ela é viciada em carne humana?”

Aquelas palavras fizeram meu coração quase parar. “C... Como assim?”

“Lembra quando ela comeu aquele garoto que ia atirar em nós na Austrália? Então... Quando ela comeu ele, ela amou o gosto de carne humana. Dês de então ela tem comido criminosos por aí... Mas, é um vício. Ela não consegue parar. Ela come um a pelo menos uma semana, ou fica em abstinência por carne humana. Eu tenho medo de uma coisa. E se ela comer alguém inocente? Nós já não somos muito bens de fama pelo jeito... Seria um desastre! A maioria dos humanos iria se virar contra nós! Eu tenho muito medo disso!”

Eu fiquei com medo também, mas, pelo o que eu a conhecia, ela sabia se controlar muito bem para fazer tal coisa...... eu acho. “Ela é forte, filho. Sabe se controlar.”

“Eu sei disso. E... As vezes eu me pego pensando... qual é o gosto de carne humana? Mas... daí eu penso. E seu eu ficar viciado também?”

“Não vai porque não irá experimentar carne de humano.” Eu disse rápido.

“Eu sei... eu sei... Calma. Bem... Não quero ficar pensando nisso agora... Só consigo pensar em uma coisa... Como é ser pai?”

“Olha... Eu não posso te responder isso... Não sou um... pai. Eu apenas te criei. Mas... se quiser, posso fazer uma coisa. Boba... mas pode ajudar...”

“O que?”

“Posso fingir que sou seu filhote. Dormir com você hoje fingindo que sou seu filhote.”

Draco se surpreendeu. “Uh? Não! Não... Eu... Eu não quero! Não! Não mesmo!”

“Por que?”

“Porque não! Simples! Se quiser pode dormir aqui mas... normal. Vou te aquecer normalmente, mas não como meu filhote! Não! Isso não!”

“Ta, mas... Posso te pedir uma coisinha? Está realmente muito frio hoje E... Eu... Queria saber se... Eu... Posso dormir na sua boca.” Eu disse sem jeito.

“Na... Minha boca? Eu... Sou muito pequeno, eu acho. Não... Sei se você caberia.”

“Não pode tentar?” Eu perguntei me aproximando dele.

Ele pensa um pouco e desce sua cabeça. “Estou medindo. Espera!”

Eu fiquei prestando atenção nele. De fato sua cabeça era um pouco maior que a metade de mim. “Eu acho que cabe!”

Ele olha para mim novamente e pensa. “Ta bom vai... Pode vim. Mas... Tome cuidado para não escorregar.” Sua voz parecia um pouco sofrida e então ele abre a boca.

A boca dele era bem mais.... Como posso dizer... carnuda. Tinha muito mais carne e músculos que a de Esmeralda. Eu cheguei mais perto e comecei a sentir o calor do hálito inodoro dele. “Uma pergunta me atrai... Por que vocês não tem hálito ruim?”

“Nossas bactérias não deixam resíduos para virem germes. Ou seja, nossa boca é ainda mais limpa que a água que chega na sua casa. Não precisa nunca ficar com nojo! Apenas quando acabamos de comer... hehe...” Draco diz rindo um pouco.

Eu me impressionei com aquele comentário. A boca deles é mais limpa que a água que eu bebo?! Nossa... Fascinante! “Incrível! Vocês são perfeitos!”

“Não! Nada é perfeito! Temos nossos pontos fracos!”

“Bem... Eu não quero saber ponto fraco de dragão... Posso?” Eu perguntei e coloquei minha mão na mandíbula inferior dele. Ele era ainda mais quente que Esmeralda.

“Está com os sapatos sujos?” Ele pergunta e olha para mim.

Eu olhei e os tirem, pois estavam com a areia do deserto grudada. “Pronto!”

“Então agora pode! Se acomode bem!” Ele diz e abre ainda mais a boca.

Eu coloquei um dos meus pés na sua mandíbula inferior enquanto segurava em um dente dele para conseguir subir. Então, finalmente entrei e me sentei. Senti minha roupa ficando molhada com a saliva de Draco logo que encostei em sua língua, mas então lembrei das palavras dele e me acalmei.

“Tudo... Bem aí?” Ele pergunta com um pouco de dificuldade.

“Sim, sim! Pode me cobrir com sua língua? Quero ficar debaixo dela. É mais seguro.” Eu falei e desci de sua língua.

Ele a ergueu e eu dentei. Realmente a boca dele era BEM menor que a de Esmeralda, mas... eu cabia nela. Então ele abaixou sua língua para cima de mim. Eu sorri assim que a sua língua encostou em mim, me aquecendo até mesmo a alma naquela noite fria.

“Obrigado! Pode... Fechar a boca.” Eu disse e fechei meus olhos.

Assim que ele fechou senti ele aquecendo seu corpo e o calor sendo transmitido para mim. Senti então ele mexendo a cabeça. Deduzi que tinha a colocado em cima do pescoço de Wendy. “Boa noite pai!”

“Boa noite meu querido Draco.” Eu disse sorrindo e então adormeci rápido com o calor suave de Draco.