Uma grande fachada vermelha com o nome da boate escrita em letras brilhantes, informava que haviam chegado ao local indicado.

No horário marcado, o grupo de CSI’s, todos sem exceção se encontravam em frente à boate escolhida para a diversão daquela noite. O que não esperavam era que essa casa de dança estivesse bem lotada e que fosse a preferida do público, justamente por ser a melhor da categoria.

_ Está muito cheia... Acho melhor procurarmos outra – reclamou Sara.

_ Não senhora, ficaremos aqui mesmo. Teremos mais chance de encontrar um namorado para você – comentou Catherine sorrindo.

Grissom, ao ouvir esse comentário, sentiu um arrepio em sua espinha. Um namorado para Sara? Só passando por cima de meu cadáver... pensou consigo.

_ Também acho que devemos ficar aqui. Também terei chance de encontrar uma garota... – afirmou Greg entusiasmado.

_ Eu também! – concordou Nick.

_ E eu! – disse Warrick.

_ Já que ninguém se opõe, vamos para a fila se não, não entraremos hoje.

A Boate Evolution Dancing House, era uma grande e elegante casa de dança que ficava no coração de Las Vegas. Fazia sucesso entre os jovens e os adultos da cidade e com os de fora também. Todos que vinham à Las Vegas queriam visitar aquela boate. Todos os dias uma enorme fila era formada pelos que queriam ter a oportunidade de se divertir de uma maneira agradável. O valor da entrada era um dos atrativos. Para uma casa elegante como aquela, pagar 30 dólares não era muito caro. Outra coisa que chamava a atenção era a segurança do estabelecimento. Nunca ninguém viu tanto segurança por metro quadrado como ali. Além do mais, aquela boate era considerada como tendo a melhor seleção de DJ’s da cidade.

Quem quer que entrasse na boate, logo se deparava com as paredes recobertas por papel de parede com as imagens dos ícones da música pop de todas as gerações. No centro havia uma enorme pista de dança. No fundo e acima, havia uma espécie de mesanino em que a mesa de som e os DJ’s ficavam. Dos lados direito e esquerdo havia sofás e pequenas mesas com cadeiras estofadas para que os amigos e casais pudessem conversar. Em um canto do lado direito havia um bar, onde se vendia as bebidas. Diante dele havia algumas mesas e cadeiras, distribuídas de forma que os atendentes das mesas pudessem circular sem esbarrar nos clientes. Garçons e garçonetes circulavam alegremente pelo espaço. O som da música eletrônica era alto o suficiente para estourar os tímpanos de qualquer um.

O grupo masculino já se encontrava na pista de dança aproveitando bem a noite, com exceção de Grissom, que se encontrava bem acomodado em uma das cadeiras próxima de onde Sara e Catherine, também sentadas, conversavam. Grissom admirava Sara. Ela havia escolhido um vestido azul claro de alcinha solto, na altura dos joelhos. O cabelo se encontrava solto com alguns cachos nas pontas. Ela estava linda, embora mostrasse uma cara de enfado por ter se deixado convencer a estar ali.

_ Se você fizer um esforço maior, um homem pode convidar você para dançar e talvez até para sair – disse Catherine sorrindo para os homens que lançavam olhares maliciosos para elas e falando alto na tentativa de se fazer ouvida.

_ Eu não quero que ninguém me convide para sair – Sara respondeu firmemente embora soubesse que aquilo não era verdade. Ela bem que gostaria que Grissom a convidasse para sair. Mas isso definitivamente estava fora de questão – Eu não tenho tempo para relacionamentos.

_ Sabia que 80% das mulheres que dizem que não tem tempo para relacionamentos são solitárias, Sara?

Touché! Como sabia! Ela pensou consigo. Olhou a amiga nos olhos e disse:

_ Eu não vou namorar qualquer um, só para estar do lado certo da enquete.

_ Humm... isso é ruim para a pele...

_O quê? – perguntou sem entender o comentário.

_ Minha pele sempre melhora quando namoro.

Sara soltou uma sonora gargalhada.

_ Você namora sempre, Cath!

_ E veja a minha cútis... – disse Catherine mostrando a pele lisa – Você por outro lado...

_ Ah! Por outro lado... Vamos encerrar esse assunto. Vamos dançar – Sara encerrou a conversa puxando a amiga para a pista de dança.

Elas se levantaram e seguiram em direção à pista de dança. Grissom não teve outra alternativa a não ser acompanhá-las. Queria estar próximo a Sara, mesmo que não tivesse coragem para se declarar para ela. Dançaram horas seguidas, pelo menos os rapazes mais jovens e Catherine. Grissom apenas movimentava o corpo em uma leve alusão ao que poderia ser uma dança. Por fim Sara já cansada disse:

_ Preciso de uma bebida!

_ Nós também! – disseram todos em coro.

Todos foram para o bar. Fizeram seus pedidos e se sentaram em uma mesa.

_ Bem, já que estamos todos aqui, porque não aproveitamos o momento para conhecer um pouco mais de cada um? – propôs Nick.

_ Como assim, cara? Nós já não nos conhecemos? Trabalhamos há tanto tempo juntos... – argumentou Greg.

_ É exatamente isso, cara. Nós só nos conhecemos profissionalmente. E a vida pessoal, onde fica? – arrematou Nick.

A turma pareceu pensar e por fim responderam em coro, exceto Grissom e Sara:

_ Concordamos com sua ideia Nick.

E entre uma bebida e outra começaram a conversar sobre suas vidas pessoais. Grissom e Sara pouco falavam, sentindo-se meio deslocados e expostos. Eles não eram muito a favor de compartilharem a vida pessoal. Suas vidas só diziam respeito a si mesmos. Ainda que se mantivessem calados quanto a suas vidas pessoais, seus copos, no entanto, se esvaziavam rapidamente. Em um momento naquela noite, Sara ouviu Grissom perguntar-lhe:

_ Você está namorando? –ele sabia a resposta, no entanto a fez mesmo assim. A pergunta íntima chamou a atenção de todos. Eles aguardavam a resposta de Sara.

A pergunta pegou-a desprevenida. A bebida dera coragem a Grissom. Ele viu Sara corar. Esperava ansioso a resposta.

_ Que pergunta é essa Grissom? – ela tentou esquivar-se. Todos ali sabiam que ela não estava namorando. Pelo menos ela pensava assim.

_ A pergunta que todos estão fazendo para nos conhecermos melhor – ele explicou sorrindo - Você está namorando? Porque não creio que esteja.

_ Oh! É isso que você pensa? - ela perguntou. Seu cérebro trabalhava freneticamente tentando achar uma boa resposta – Que eu não posso estar namorando ninguém? Eu posso estar namorando, meu caro, pode acreditar, posso estar namorando vários. São tantos que eu precisaria de uma semana de doze dias, entendeu?

Grissom sorriu divertindo com a resposta dela. Definitivamente ela não estava namorando. Isso era bom. De repente foi como se os seus colegas não estivessem ali e existissem somente eles dois ali.

_ Você não está namorando – era uma afirmação – Por que não? – ele perguntou temendo a resposta.

_ Tudo bem, já que pergunta... porque o namoro é uma preparação para o casamento...

Antes de ela terminar de responder, ele começou a falar, sem tirar os olhos dos dela:

_ Você é linda, inteligente e tem lindos olhos.

_ Você já pensou em se casar? – ela lançou-lhe a pergunta sem piedade. Se ele podia fazer-lhe perguntas pessoais, ela também podia fazer para ele.

Ele não respondeu. Em vez disso, levantou o dedo em sinal para que o garçom que os atendia, lhes servisse mais drinks. Dessa vez pediu um whisky puro para os dois.

_ Forte demais para você? – ele a provocou.

_ De jeito nenhum.

Tomaram a bebida em um só gole. A bebida desceu queimando pela garganta, no entanto era uma sensação boa.

_ Vamos tomar outra – ela propôs.

_ Não! Isso é... – procurou uma palavra para expressar sua ideia – Mortal! – Foi a única que encontrou.

_ É mesmo? – perguntou Sara. Ela gostava de desafios. Levantou a mão e chamou o garçom.

_ Dois – ela pediu.

Beberam até perder a conta de quantas doses já haviam consumido. Eles já não pensavam mais com clareza. Apenas tinham consciência da presença de seus amigos insistindo para que eles bebessem mais. Parecia que eles estavam se divertindo com aquela cena. Não era todo dia que os subordinados presenciavam seu supervisor bebendo. Nenhum deles tinham ideia do que estava prestes a acontecer.