Bad Boys escrita por Luah


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

OI, OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS LINDOS.



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Passaram-se semanas para o julgamento de Bill acontecer. Não consegui dormir quase nada, e quando finalmente chegou o dia, Jhon me aconselhou a ficar em casa, e acompanhar tudo pela TV. Disse que poderia haver suspeitas se eu aparecesse por lá, e seria a maior avalanche se soubessem que a namorada de Bill Lancaster estava presente.
Tentei não descontar minha raiva nele, o que foi difícil, agradeci em um resmungo e encerrei a chamads enquanto me encaminhava para a frente da televisão. Uma repórter loira estava apontando os crimes de Bill, dizendo por último que ele era o responsável pela morte do irmão do detetive que estava encarregado do caso de Lancaster. A repórter fez uma breve homenagem a Jhon, detalhando a carreira do jovem detetive que teve o irmão assassinado durante a missão. Não falaram nada sobre Lockart ser um mísero traidor filho da mãe. Trinquei o maxilar com raiva.
Não era justo. Não mesmo. Jhon tinha me dito que o advogado de Bill tentaria anular o crime de assassinato, apontando que ele havia matado para se defender usando as provas de que Lockart havia manipulado o sistema e o acusar de traição. Eu so esperava que ele conseguisse.
Nas horas em que se passaram o julgamento, no qual não poderiam passar ao vivo na TV, eu achei que iria ter uma crise nervosa. Eu fiz um chá, revirei uma revista por cima, liguei pra minha mãe, e ajudei Louissa com a faxina.
Mas na minha cabeça parecia que havia um ímã que me levava direto a Bill, e minha tensão aumentava.
No fim, eu estava trocando mensagens com Henri, que também tentava buscar informações pela TV, na casa de seus avós. Ele me disse que Jhon havia aparecido por lá todos os dias durante as semanas, para saber como ele estava. Foi bom saber disso, que mais alguém se importava com ele. Enquanto eu respondia sua mensagem, Louissa gritou na sala. Fui correndo até lá e vi seus olhos arregalados enquanto encarava a televisão, a mão tampando a boca, como se o gesto a impedisse de emitir mais algum som. Direcionei meus olhos para a TV e quase perdi o fôlego quando vi o letreiro que aparecia na tela, ao lado da repórter que tagarelava sem parar em meio uma multidão eufórica que tentava tocar em Bill que era escoltado por policiais até uma viatura: " Billie Marco Lancaster è indiciado a 10 anos de prisão, sem o direito a fiança".
Encarei a TV, pasma. Já não ouvia nada que a jornalista dizia, só conseguia enxergar a imagem de Bill, sendo levado.

*

–Isso com certeza irá fazer você melhorar!- minha mãe entra gritando no meu quarto, agitando um envelope branco na minha direção.
Deixei o livro que estava lendo de lado, tentando parecer interessada. Minha mãe tem feito de tudo pra me ajudar a esquecer a prisão de Bill, contei a ela que eu e ele havíamos nos aproximado durante as férias, ela ficou extremamente brava comigo por ter andado por aí com um "marginal nato", mas após ver meu estado, creio que ela ficara com pena de mim.
Encarei o envelope incerta.
–Ficaria feliz se isso fosse uma carta de Hogwarts, mãe. Mas como tenho 18 anos, duvido que o mundo mágico esteja me procurando.
Minha mãe franziu a testa, sem entender.
–Nem mesmo seus argumentos irônicos serão capazes de acabar com meu bom humor.-ela sorriu e me entregou o envelope.-Durante esses meses que você se negou a sair do seu quarto, fiquei preocupada. Extremamente preocupada.-ela disse.
Concordei distraidamente com a cabeça enquanto abria o envelope. Abri a carta lentamente e fiquei sem reação com o que lia:
"Parabéns, você foi aceita na universidade de Seattle..."

O restante da carta eu nem prestei muita atenção.
–Você me inscreveu em uma universidade?-perguntei surpresa.
Minha mãe piscou os olhos, atenta.
–Sim, nesses 6 meses você não saia da cama, não teve nenhum contato com o mundo exterior e...
Sim, eu realmente não saíra nenhuma vez desde que Bill parara de responder minhas cartas, e não aceitou mais minhas visitas a prisão. Na última carta que ele me enviara, havia apenas 3 linhas, nas quais ele dizia que queria que eu seguisse em frente. Tentasse viver mais.
Eu me recusara a aceitar que ele estava me dando as costas, que estava me deixando.
Mas no fundo eu entendia, se fosse o contrário, se eu estivesse no lugar dele não ia querer que ele perdesse 10 anos de sua vida...
Mas mesmo assim eu insistira. Fui nas visitas e em todas as vezes ele mandava o guarda ir me dizer pra ir embora. Eu tinha vontade de arrombar aquele presídio e tortura-lo até a morte, mas acabava voltando pra casa, desolada.
Nesse meio tempo, Louissa e Jhon haviam me procurado, eles entraram na justiça pra conseguir a guarda de Henri, que após viver com eles por algumas semanas, pareceu gostar da ideia. Os avós dele abriram mão da guarda, já não tinham a mesma disposição de quando eram jovens e concordaram em deixar o garoto com o policial memorado e pela garota recém milionária, mas prometeram que iriam visitá-lo sempre que der. Todas as vezes que Louissa aparecia, eu sentia a sua felicidade. Jhon e ela haviam comprado uma boa casa no centro e estavam reedecorando pra chegada do novo filho, ela sempre vinha trazer Sean quando ele passava a tarde em sua casa, brincando com o Henri. Ela parava ao meu lado da cama e não dizia nada, apenas me deixava chorar em seu colo. Era óbvio que eu estava um verdadeiro caco nesses últimos meses, algo que eu nunca na minha vida pensei que ficaria. Nunca que me imaginava estocada em casa,chorando por um cara. Ainda mais por um cara como Lancaster. O garoto que me afrontara tantas vezes, que era possível criar uma lista de tudo que me aprontara.
Eu nunca fui pega andando pela linha virtuosa do clichê, nunca submeti meus pensamentos a alguém. Mas o amor è algo que não lhe pede licença. O amor entra em sua vida sem bater, te obrigando a ceder, desfazendo todas as suas barreiras.
–Ana, ei-minha mãe estalou os dedos na frente dos meus olhos.-Não fique chateada, veja isso como uma chance de começar uma vida nova.
Encarei minha mãe, os olhos me avaliando com atenção. Por anos ela havia se dedicado a mim, tanto ela quanto meu pai. Não era justo eu viver enclausurada, preocupando-os cada dia mais. Era hora de certificar-lhes que eu podia dar conta da minha vida.
Seja ela com Bill ou não.
Sorri e abracei minha mãe.
–Mãe, obrigada. Acho que está na hora de crescer.
Ela afagou meus cabelos e me deu um beijo na testa.
–Ótimo, vou preparar o jantar.-ela disse, se levantando e indo em direção a porta.
–Mãe -chamei, ela se virou pra mim - me desculpe por tudo...eu...
–Você fez o que achou ser o certo. Estou orgulhosa disso, às vezes, a vida pede pra nos tornarmos mais... Rebeldes.

*

Na semana seguinte, telefonei para Louissa. Marcamos de nos encontrar com os meninos numa sorveteria, perto do centro. Eu queria contar que iria para Seattle, e de certa forma, me despedir.
Eu havia entrado em contato com a Universidade, eles haviam me dado as informações necessárias para a matrícula, que deveria ser efeituada dentro de dois dias, ou seja, teria que embarcar logo. Eu iria cursar Direito, não havia tido hesitação na hora da escolha, talvez com isso, eu pudesse fazer o certo.
Estacionei o carro em frente a sorveteria e encarei Sean sentado ao meu lado. Mal notara o tanto que ele havia crescido, baguncei seus cabelos e recebi um revirar de olhos como resposta.
–Vou sentir sua falta também.- ele resmungou e eu ri enquanto me preparava pra sair do carro mas Sean me deteve, o encarei e vi como seus olhos estavam agitados.
–Aconteceu alguma coisa? - perguntei, preocupada.
Seu lábio tremeu levemente e ele se encostou no banco.
–Digamos que sim.-ele murmurou- Eu queria te contar porque confio em você , muito mesmo.
Ele fez uma pausa, puxando ar para os pulmões pesadamente.
–Pode me contar, Sean.- Assegurei.
Ele encarou a sorveteria por um segundo e depois se virou para mim.
–Lembra da Stacy?
Franzi a testa e neguei com a cabeça.
Ele suspirou.
–Minha namoradinha banguela.-ele disse.
Ah.
Claro. A garota que ele havia deixado na nossa antiga cidade, não falara mais dela depois da mudança.
–Sim, o que tem ela?
Ele mordeu o lábio.
–Bom, digamos que uns garotos viviam pegando no meu pé, ela era muito minha amiga e concordamos em ficar juntos pra que os valentões parassem de me pertubar.
Não era novidade que Sean encontrava encrenca por onde passava. Era algo de família.
Franzi a testa e suspirei.
–Seja direto, Sean. Sem rodeios.
–Tá, calma.- disse fechando os olhos, então disparou:- Ela havia concordado em fingir ser minha namorada para que parassem de me zoarem.
Levantei a sobrancelha.
–Bom, isso è normal eu...
–Ela fingiu ser minha namorada para pararem de me zoarem por eu ser gay.-concluiu ele me interrompendo.
Fiquei surpresa no começo, mas depois sorri, relaxando os músculos.
–Isso também è normal.-sorri- Não precisa ter vergonha disso.
Ele estava vermelho, sorriu envergonhado e coçou a cabeça.
–Sei disso. Sabia também que você me entenderia. E não era só isso que eu queria lhe contar.
Esperei em silêncio.
–Eu estou apaixonado pelo Henri.
Arregalei os olhos, e sorri abertamente.
–Uau, quer dizer, isso è incrível , mas ele sabe que...
–Sim. -Me interrompeu. -Ele disse que também gosta de mim.
Meu sorriso era capaz de rasgar meu rosto ao meio, o puxei para um abraço.
–Isso è maravilhoso, e por mais que eu ache você muito novo para namorar, torço para que tudo dê certo pra você.
Ele me apertou e agradeceu baixinho.
–Só não conte ainda aos nossos pais, creio que não estou tão preparado ainda.
Sorri.
–O.k. Mas acho melhor sairmos do carro logo, provavelmente os sorvetes já derreteram.
Ele riu e juntos saímos do carro.
Encontramos Jhon, Louissa e Henri sentados numa mesinha em frente de uma grande janela. Assim que chegamos, Henri e Sean correram escolher um dos varios sabores , o que me deu chance de conversar com Jhon e Louissa a sós.
Estava sentada de frente pra eles, o que me deixava ter visão da janela também.
–Então você vai ir para Seattle quando?-Jhon me perguntou. Ele estava bonito, os cabelos compridos presos num leve coque e um sorriso desenhava seus lábios.
–A matrícula tem que ser efeituada dentro de dois dias, portanto vou me preparar pra viagem logo de manhã.
–Isso è incrível-Louissa sorriu.-Porém, você vai vir nos visitar sempre.Não è mesmo?
Devolvi o sorriso, e estava prestes a responder quando vi uma figura do outro lado da grande janela. Ela estava de capuz, óculos escuros e roupas gastas mas eu jamais esqueço um rosto. Ainda mais de Clara.
Eu a vi levantando um a arma, e só tive tempo de gritar para que os dois a minha frente se jogassem no chão. E felizmente , eles obedeceram.
Clara disparou várias vezes, e enquanto ela descarregava a arma , fiquei feliz por Henri e Sean estarem dentro da loja, fora de perigo. Quando os tiros cessaram, ergui os olhos e vi Jhon tentando estancar o sangramento em uma de suas coxas, enquanto Louissa arrancava a barra do vestido para ajudar com ferimento. Fiquei cega de raiva.
Clara havia tentado matar meus amigos , então me lembrei do que Lockart nos disse no dia de sua morte, sobre ela ter traido Bill.
Fui tomada por mais uma onda de raiva, lentamente me ergui e vi a silhueta encapuzada virando a esquina.
Ah, não. Ela não escaparia.
Levantei e Jhon me chamou, a voz tomada pela dor. Ele me jogou a arma dele.
–Pegue ela.
Olhei pra ele e sorri, e então sai em disparada atrás de Clara.
O fato de eu estar fora de forma não me deteve, dei a volta na esquina e corri atrás dela, logo eu estava em seu alcanço.
–Ei-gritei. Ela se virou e isso foi o suficiente para que eu a alcançasse. A puxei pelo ombro, o que a fez perder oequilíbrio, ela caiu mas me levou junto. Imediatamente, senti meus joelhos ralarem mas quase não senti a dor.
Subi em cima dela e soquei seu nariz várias vezes,ela tentava me empurrar, mas ela não tinha forças.
–Isso è por tudo o que você fez-rosnei. A arma havia se perdido durante nossa queda, mas estava próxima a Clara que a pegou tontamente, ela acertou minha cabeça com a arma, me desvincilhei dela , perdendo o equilíbrio completamente desnorteada.
–Sua vadia.-ela gritou e apontou a arma pra minha cabeça. Sem hesitar, chutei-lhe o joelho esquerdo e antes dela cair pesadamente no chão, soquei seu estômago. Me levantei e arfei, pegando a arma de sua mão. Ao longe, ouvia o som das sirenes.
–Olha, eu estraguei sua cara e felizmente, a prisão não faz plástica.-resmunguei enquanto policiais cercava-nos.
–Detetive Jhon nos chamou-um policial negro alto e musculoso me disse, depois de levarem Clara até a viatura. - Ele foi levado ao hospital de St. Avens, caso queira procurá-lo lhe damos uma carona. Fez um ótimo trabalho aqui, mocinha. A polícia agradece.
Acenei com a cabeça pesadamente. Vi Clara na parte de trás da viatura e pela primeira vez em 6 meses, me senti vitoriosa.
–Vai querer?- Notei que o policial estava falando comigo.
–Perdão, o que disse?-perguntei.
–A carona. Vai querer?
Confirmei com a cabeça e o segui.
Durante o trajeto, orei para que Louissa e os três garotos estivessem bem. Não aguentaria perder ninguém.
Ninguém mais.


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Notas finais do capítulo

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Obg e até o próximo.



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