Bad Boys escrita por Luah


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores.
Devo admitir que fiquei um pouco chateada com o último cap, que recebeu apenas um comentario.

Mas nesse vai ser diferente, né?

GENTE, POSTEI UMA NOVA HISTÓRIA, CORRE LÁ DAR UMA OLHADINHA.
BEIJOS.



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Louissa levou a definição de "lugar protegido" realmente a sério. A garota nos levou para um hotel realmente luxuoso, contratou uma equipe de segurança e ainda distribuiu armas por toda a suíte em que ficamos. Os seguranças cercaram o lado de fora , mantendo plantão e nos vigiando, e se caso você saísse para o corredor, esbarrava com um brutamontes de terno e armado na frente da nossa porta. Louissa finalmente achara um motivo para gastar o dinheiro em que roubara de seus pais, e ela parecia feliz por isso. Mas nem mesmo isso parecia o suficiente para aliviar a tensão em que nós duas estávamos.
Depois que chegamos ao hotel, Louissa tratou de ligar para Heath e só relaxou os músculos ao saber que ele estava bem.
Eu, por outro lado, andava em zigue zague por todo perímetro da suíte- que era bem grande, aliás-, as últimas palavras de Bill ainda ressoava em minha cabeça, fazendo disso uma tortura para minha mente.
–Olha, eles irão ficar bem.- Louissa tentou me acalmar. Ela estava sentada numa das poltronas, um sorriso descansava em seus lábios mas era notável sua preocupação no olhar.
Suspirei e me sentei no sofá a sua frente.
–O que houve...hm... Com você e Jhon enquanto Lockart me torturava?-perguntei depois de alguns segundos em silêncio.
Louissa vidrou os olhos na direção da janela e engoliu em seco.
–Eles drogaram Jhon, ele dormiu por muito tempo. -disse com a voz baixa, distante.
A observei com atenção, seus cabelos crespos estavam presos em uma trança lateral, seu rosto bonito estava retesado e havia grandes bolsas roxas embaixo de seus olhos.
–Digamos que eu não consegui dormir.-ela deu um sorriso nervoso.-Eles me estupraram enquanto Jhon estava dormente, revesaram entre eles e me batiam todas às vezes em que eu tentara me defender.
Fechei os olhos com força enquanto um pedaço de mim se desfazia.
–Ah, Louissa.-disse pesadamente.-E-eu sinto muito...não queria que...
–Tudo bem-ela se adiantou, enxugando algumas lágrimas que escorriam pelo queixo bem desenhado.-Mesmo.
Assenti ainda receosa. Era óbvio que ela não estava bem.
–Jhon e eu fizemos planos-ela disse sorrindo depois que os minutos passaram. O primeiro sorriso sincero de toda a nossa conversa.
–Vocês se aproximaram mesmo-eu disse lhe devolvendo um sorriso malicioso.-O que planejaram?
Ela riu e juntou as mãos no colo, embaraçada.
–Disse que me apresentaria ao irmão dele, um garotinho espero, ele disse. E que quando tudo estivesse bem, ele me ensinaria a andar de moto.
Eu ri, e afastei umas mechas curtas da frente dos olhos. Naquela tarde, conversamos sobre Henri, e sobre o que faríamos quando tudo isso acabasse.
–Um dia, tudo vai ficar bem.-Disse mais pra mim do que para ela.
Em cima da mesa de centro, meu celular tocou, avisando que recebera uma mensagem. Me apressei e peguei o aparelho, que por causa da correria, não era tocado a muito tempo. Havia 156 ligações perdidas da minha mãe, e algumas mensagens de texto do meu pai. Mas era apenas o número de Jhon que eu via.
–Jhon enviou uma mensagem.-Disse, levantando os olhos para Louissa, ela correu para se sentar ao meu lado, encostando a cabeça na minha para lermos juntas.
A mensagem dizia:" Bill se rendeu, ele está detido na delegacia da cidade até o julgamento. Ele assumiu a culpa pela morte de Lockart. Não podemos fazer nada por enquanto. Se mantenham longe daqui, a polícia nao sabe sobre seu envolvimento direto com ele. Por enquanto è só isso, entro em contato assim que puder.

P.S: Nossos planos ainda estão de pé, Louissa. "

Assim que terminei de ler, uma onda de sentimentos me banhou. Senti medo por Bill, senti ódio de mim por não estar com ele quando mais precisava e quando vi a expressão de Louissa, depois de ler o P.S de Jhon, cheguei até a sentir uma pontada de inveja.
Ela teria seu final feliz com Jhon, enquanto o meu final feliz estava preso numa cela.
Eu me esforcei pra ficar feliz por Jhon e Louissa, eles mereciam toda a felicidade juntos. Os dois me ajudaram tanto e , mesmo que não propositalmente, o fato deles estarem nessa emboscada, também era culpa minha. Mesmo que pequena.
Enviei uma mensagem de texto para minha mãe, dizendo que eu estava bem e que havia esquecido o celular na biblioteca, por isso não tinha lhe respondido antes. E lá ia mais uma mentira para a listinha que eu construira.Mentir para meus pais era algo muito delicado,mas eu não via outra opção. Pensei em como minha mãe era inocente em relação a toda merda que o mundo era por baixo de todo a faxada que embalamos. Tentei controlar a saudade que senti dela, do meu pai e até mesmo do pirralho Sean.
Suspirei e levantei do sofá, Louissa cochilara ao meu lado. Acho que finalmente ela encontrara um pouco de paz nessa faixa de gaza em que nos encontrávamos. Ela teria seu final feliz.
Mordi o canto da boca enquanto ia até o quarto e vestia uma roupa mais quente, passei um pouco de maquiagem na cara para esconder a podridão que meu estado de espírito causava-me e saí silenciosamente da suíte. Os seguranças não estavam no corredor, deveriam estar rondando os outros andares, e enquanto eu saia do elevador, fiz uma nota mental para lembrar a Louissa para dispensá-los. Logo estaríamos a salvo. Não tínhamos mais o que temer. Eu acho.
Peguei um táxi até a delegacia e assim que coloquei os pés lá dentro, senti que todos estavam olhando para mim, como se o sangue de Lockart ainda estivesse em minha pele, me denunciando como a assassina que me tornara. Mas ninguém me encarava, ninguém pareceu me notar.
–Oi, com licença.-Disse para a policial da recepção- Eu estou procurando o detetive Jhon...hm...-Fiz um esforço para lembrar de seu sobrenome, mas foi impossível. A policial do outro lado do vidro nem precisou que eu continuasse apenas fungou o nariz catarrento e disse numa voz mecânica.
–Ele saiu num chamado. Quer deixar recado?
Franzi a testa e tentei olhar em volta.
–Hm, na verdade, ele prendeu um amigo meu. Eu gostaria de vê-lo-eu disse. A policial me encarou como se eu tivesse dito que estava usando drogas.
–Olha, minha querida,-começou a dizer como se eu tivesse dois anos de idade. - não sei se andou assistindo muito C.S.I ou Law&Order, mas isso não è como um programa de TV. Não pode entrar aqui pedindo pra ver um detento recém preso sem documentação. -Ela levantou a sobrancelha desenhada a lápis, insinuativa.-Entende?
Fitei-a por alguns segundos e controlei minha vontade de berrar, mas por fim sorri educadamente.
–Entendi, desculpe.
Ela deu um sorriso cínico e fez sinal para que me afastasse do vidro. Comecei a dar alguns passos quando ouvi o telefone tocar.
Era a minha chance.
A policial ranzinza estava de costas para mim, com o telefone grudado a orelha. Rapidamente, segui para o corredor com a flecha que apontava o lado onde as celas particulares se encontravam silenciosamente.
O local era mal iluminado e o cheiro me lembrava a hospitais. Me escorei por todas as celas até encontrar a de Bill. Ele não me vira logo de cara, o que me deixou alguns segundos para avaliar o seu estado. A barba já começara a crescer, lhe dando um aspecto sexy mas maltrapilho, ele estava sentado na cama fina, os olhos fechados e as pontas dos dedos juntas uma com a outra, como se estivesse meditando.
–Isso que eu chamo de paz de espírito.-eu disse me aproximando das grades que nos separavam.
Ele sorriu antes mesmo de abrir os olhos, o que me fez sorrir também.
–O que está fazendo aqui?-ele disse tentando soar bravo, o que não deu muito certo. Ele estava tão feliz em me ver tanto quanto eu em vê-lo.
Sorri e aproximei meu rosto do dele, a grade gelada tocando meu rosto me lembrando da realidade.
–Precisava te ver. -eu disse, o sorriso dele se tornou malicioso e eu percebi que estava corando.Limpei a garganta nervosa.- Quero dizer, pra tirarmos você daí.
O sorriso dele vacilou.
–Ana, nós dois sabemos que isso não vai acontecer.-disse pacientemente.- Não há nada para se fazer.
O encarei por alguns segundos, inerte.
–Não desista, babaca.
O sorriso cafajeste dele voltara.
–Não estou desistindo.
–O que está fazendo, então?-Ironizei, começando a ficar irritada. Como ele podia estar tão tranquilo?
–Estou fazendo o certo.
Abri a boca pra prostestar, mas ele continuou.
–Ana, pelo amor de Deus, pela primeira vez na vida eu estou aceitando os meus erros, estou pagando por eles! Eu preciso fazer isso, è necessário.
Encarei-o, um pouco admirada e um tanto com vontade de lhe aceitar com um taco de baseball.
–Sorte sua que essa cela nos separa.-eu murmurei.
Ele riu.
–Eu diria que è azar.- Ele murmurou, os olhos acendendo em chamas enquanto encarava meus lábios.
Sem pensar suas vezes, me apoiei na grade e encostei meus lábios aos seus, não dava pra fazer quase nenhum movimento a partir disso, e nosso beijo ficou mais para selinho demorado. Mas a sensação calorosa percorreu por todo o meu corpo.
–Qual parte de que isso não è seriado de TV você não entendeu?-A voz da policial ecoou pelo corredor, me fazendo separar de Bill, que tentava controlar a crise de riso.
–ah, eu estava procurando o banheiro-levantei as mãos como se estivesse me rendendo.
A policial revirou os olhos e veio em minha direção, me escoltando até a saída, enquanto eu caminhava lentamente, meus olhos continuavam pregados aos de Bill, meu cérebro tentando guardar cada detalhe de seu rosto, armazenando cada segundo que estivemos juntos ali.
Quando chegamos no final do corredor, Bill me chamou. A policial grunhiu e juro que ouvi um xingamento vindo dela. Só tive tempo de encará-lo por mais alguns segundos e ouvi-lo dizer com voz rouca:
–Eu amo você.
Fiquei estática por mais alguns segundos, então a policial rabugenta me empurrou para fora do corredor e me levou até o lado de fora.
–Só volte aqui quando estiver algemada e sendo indiciada a prisão.
E somente quando eu estava no táxi, voltando para o luxuoso hotel, para o supervisionamento e proteção dos brutamontes de terno que me peguei pensando nas palavras de Bill. Sorri e encostei a testa na janela do carro.
–Também amo você, babaca.


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Notas finais do capítulo

Pfvr, n me abandonem.

~esse ficou um pouco romantico ksksks, me contem oq acharam. Preferem um pouco de amor entre os persons de vez enquando?
Alguma sugestao?
Mt obg e beijos.



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